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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

10.10.24

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Já aqui anteriormente falámos de como os anos 90 foram a década por excelência para a experimentação no ramo das guloseimas. Sem estarem ainda manietadas pelos regulamentos e restrições actuais, as fabricantes de chupa-chupas, gomas, rebuçados, pastilhas e afins tinham 'carta branca' para criar conceitos tão mirabolantes quanto apelativos para o público-alvo, de chupa-chupas que serviam como uma espécie de flauta ou apito ou que se podiam guardar para comer em 'tranches' a rebuçados que pintavam a língua de azul, 'drops' que se guardavam e retiravam da cabeça de um personagem da cultura popular infantil ou pastilhas que 'explodiam' na boca. Em meio a toda esta chamativa e colorida inovação, no entanto, um produto bastante mais modesto e discreto conquistava o coração dos jovens portugueses com o seu conceito simples, mas verdadeiramente eficaz.

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Não, não são alucinogéneos encapotados...apenas guloseimas para crianças.

Falamos dos vulgarmente chamados 'chupa-chupas azedos', que consistiam, precisamente, do que esse nome poderia fazer adivinhar – nomeadamente, um vulgar chupa-chupa de fruta sobre o qual era polvilhado um pó de gosto marcadamente acre, o qual se misturava com a doçura da base para criar uma experiência gustativa única e demarcada, que qualquer pessoa que tenha alguma vez provado um destes doces certamente recordará de imediato. Mais – além de bem conseguida, a combinação em causa afirmava-se também como algo 'viciante', levando a que os 'chupas azedos' se tornassem parte integrante da rotina quotidiana de muitas crianças e jovens em finais dos anos 90 e inícios do Novo Milénio – entre os quais se conta o autor deste 'blog', que, nos primeiros anos do século XXI, encetava 'romarias' diárias à tabacaria ao lado da escola secundária em busca da referida guloseima.

A boa notícia é que, ao contrário de muitos dos produtos de que falamos nesta rubrica, continua a ser possível às crianças e jovens actuais viver em 'primeira pessoa' esta experiência, já que os 'chupas azedos' continuam até hoje a ser comercializados, sendo apenas preciso saber onde procurar. Resta saber se a combinação de sabores única e própria destas guloseimas fará tanto sucesso junto das gerações 'Z' e 'Alfa' quanto conseguiu no tempo das suas antecessoras – embora, ao contrário da maioria das outras circunstâncias que vimos abordando nesta e noutras rubricas, é de crer que tal seja o caso, já que a junção doce-azedo é suficientemente universal e intemporal para continuar a agradar a papilas gustativas de tenra idade...

15.06.23

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Apesar de não tirarem o lugar aos chocolates ou a doces como o Bollycao na lista de preferências das crianças e jovens, os chupa-chupas não deixam, ainda assim, de ser apreciados pelos mesmos, como aquela guloseima consistente e confiável para que se pode sempre reverter em caso de dúvida; e se a essas mesmas características se associar uma abordagem diferenciada ou baseada numa propriedade intelectual de sucesso, melhor ainda, E ainda que, hoje em dia, o panorama esteja mais 'simplificado' nesse aspecto – com os clássicos e óptimos Chupa-Chups a monopolizarem a quase totalidade do mercado – os anos 90 foram pródigos na oferta de chupa-chupas que reuníam todas as condições acima delineadas e que, como tal, se tornaram 'clássicos' nostálgicos para toda uma geração de ex-jovens – dos Melody Pops (ainda existentes) aos geniais Push Pops, passando pelos tradicionais chupa-chupas azedos e pelo produto de que falamos esta semana, os 'chupas' com pastilha alusivos aos Power Rangers.

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Comercializados pela própria Chupa Chups, estas guloseimas já 'vieram ao Mundo' com a enorme vantagem de surgirem associadas a uma das mais populares franquias infanto-juvenis do período em causa (meados dos anos 90), que tornava qualquer controlo de qualidade quase irrelevante; no entanto, o facto de os referidos doces serem, também, genuinamente saborosos apenas ajudou a reforçar o seu estatuto de favoritos junto dos fãs da série da Saban, então 'cabeça de série' do 'Buereré' da SIC. E como se já não bastasse, cada chupa-chupa trazia também, no seu interior, uma pastilha elástica, adornada com uma imagem alusiva à série, e acessível após a habitual 'destruição' metódica da camada dura no exterior do chupa-chupa. Tal inclusão fazia deste doce uma espécie de 'dois em um', que oferecia aos seus compradores duas guloseimas pelo preço de uma – além de um cromo exclusivo alusivo à equipa representada na embalagem. Em suma, estes chupa-chupas eram o produto praticamente perfeito para agradar à enorme massa de pré-adolescentes fãs dos cinco virtuosos heróis de Angel Grove, garantindo assim o sucesso junto dos mesmos.

De facto, a adesão a estes doces foi tal que motivou a Chupa Chups a lançar novas séries, alusivas a outras propriedades intelectuais; embora as qualidades do doce em si se mantivessem, no entanto, estas 'sequelas' não conseguiram ter o mesmo sucesso que os originais vinculados aos Power Rangers, acabando estes chupa-chupas por desaparecer do mercado sem grande 'alarde'. Uma pena, pois a 'leva' original foi um dos mais icónicos doces de uma época repleta deles, e ofereceu ao seu jovem público-alvo um produto que, longe de se 'encostar à sombra' da popular licença, apostava na verdadeira qualidade, fazendo com que valesse bem a pena o (módico) investimento de quem os requisitava no café, supermercado, tabacaria ou bar da escola.

19.08.21

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

E numa altura em que o assunto do dia é a retirada das cafetarias das escolas de certos ‘clássicos’ (os pães com chouriço) e outros produtos que nunca nenhum bar de escola teve (se a vossa escola servia pizzas, tiveram mais sorte do que nós...) nada melhor do que prestar homenagem a esses indispensáveis espaços, tal como eles eram na ‘nossa’ década – verdadeiros repositórios de tudo o que era apetecível para as crianças em termos de comida, desde os clássicos bolos (poucos outros países rivalizam com Portugal nesse aspecto) passando por snacks tradicionais como os Bollycaos ou as batatas fritas, até guloseimas como chocolates, pastilhas elásticas ou chupa-chupas, ou ofertas um pouco mais elaboradas, como as sandes de ovo, os rissóis ou os referidos pães com chouriço) isto sem, claro, esquecer os sumos e refrigerantes).

Em suma, qualquer que fosse a opinião de um jovem sobre o que se devia ou não comer no intervalo, era (quase) certo e sabido que o encontraria no bar ou cafetaria da escola; só não havia mesmo sanduíches feitas em casa pela Mãe…

É, assim, mais que merecida esta nossa homenagem a esses espaços que alimentaram milhões de crianças durante toda uma década, fornecendo-lhes sempre aquilo de que elas mais gostavam. Por isso, o nosso obrigado, cafetarias de escola!

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29.07.21

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Puxa um Push Pop

Puxa-lhe o gusto

Fecha um Push-Pop

E guarda o restooo!

Chupa-chupas com ‘caixinha’, que permitia guardá-los para ‘segundas núpcias’ – uma oportunidade de mercado tão útil, lógica e rentável que o mais surpreendente é ter levado até 1996 até alguém se lembrar de a tornar realidade. E escusado será dizer que, quando isso aconteceu, o sucesso foi imediato, e considerável.

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Sim, chegou hoje a vez de falarmos do Push-Pop, um dos quatro chupa-chupas que toda a criança dos anos 90 recorda com nostalgia (sendo os outros os chupas de apito, os chupas azedos e, claro, os ‘oficiais’ da Chupa Chups) e o único que se podia levar no bolso para a sala de aula sem ficar com as calças todas pegajosas e o chupa feito em geleia.

Isto porque, como já explicámos acima, os Push Pop tinham uma mecânica tão simples quanto genial, a qual se reflectia no próprio nome; em vez de virem no tradicional ‘pauzinho’, estes doces eram apresentados num tubo ao estilo batom de cieiro, e com um modo de funcionamento semelhante – para comer o chupa, rodava-se o tubo, e quando se queria parar, bastava rodar no sentido contrário, pôr a tampinha, e ele era novamente empurrado para baixo, onde ficava a aguardar a próxima ocasião. Um modo de funcionamento aparentemente básico, mas que abria inúmeras possibilidades para o público-alvo, que se via subitamente cara-a-cara com uma solução para o problema dos chupas engolidos à pressa porque estava na hora de entrar na aula, ou no treino de karaté, ou de jantar; agora, qualquer que fosse a situação, bastava fazer como indicava o anúncio, fechar o Push Pop, e guardar o resto. E a verdade é que, a maioria das vezes, era mesmo preciso fazer uso desta funcionalidade, porque estes chupas tinham muito que comer!

É claro que, por muito bem que funcionasse, este mecanismo não era perfeito; dependendo do ‘tratamento’ que se tivesse dado ao chupa, era possível que este se colasse um pouco à tampa, deteriorando a sua própria qualidade; no entanto, este era um risco que a maioria das crianças não se importava de correr, só para poder usufruir da magnífica funcionalidade concebida pelos criadores deste doce (um daqueles conceitos a que hoje em dia se chamaria ‘disruptivo’).

E para quem está, neste momento, a ter acessos de nostalgia ao lembrar este mítico chupa-chupa da sua infância, resta ressalvar que o Push Pop ainda hoje é fabricado vendido – embora não seja bem certo onde se podem encontrar estes nostálgicos doces. Será, talvez, um típico caso de ‘Google to the rescue’… Entretanto, vale bem a pena recordar aquela que foi uma das guloseimas mais marcantes para a geração que nasceu ou cresceu na segunda metade dos anos 90.

 

08.07.21

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

A maioria das crianças gosta de chupa-chupas. A maioria das crianças também gosta de brinquedos e acessórios que lhes permitam fazer muito barulho sem grande esforço, como apitos. Era apenas uma questão de tempo até alguém juntar as duas ideias e criar um sucesso de vendas. Nos anos 90, esse ‘alguém’ acabou por ser a espanhola Chupa Chups, que lançava no mercado os seus Melody Pops, também conhecidos pela sua designação alternativa de ‘chupas de apito’.

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O conceito deste doce era único na sua simplicidade: cada Melody Pop era, basicamente, um mini-apito – daqueles compridos e longos estilo flauta, não dos de polícia ou árbitro desportivo - mas feito de doce com sabor artificial de morango, em vez de plástico ou metal. A criança podia, pois, unir o útil ao agradável, fazendo tanto ‘estardalhaço’ quanto quisesse (ou quanto o mecanismo básico de ‘ar pela ranhura’ do apito permitisse) enquanto saboreava um chupa-chupa acima da média, como era apanágio da Chupa Chups. Só era preciso ter cuidado para não cair na tentação de trincar o topo do chupa-chupa – caso contrário, passar-se-ia a ter ‘apenas’ um doce, em vez do apelativo dois-em-um inicial…

Mesmo tendo isto em conta, o grau de popularidade destes doces entre o público-alvo não era, de todo, de estranhar; antes pelo contrário, curioso seria se estes doces NÃO tivessem pegado entre as crianças e jovens. Numa era em que a Chupa-Chups procurava inovar o mercado dos doces – era, também, da marca espanhola o outro grande ‘chupa’ memorável da década, o Push Pop – os ‘chupas de apito’ foram, sem dúvida, um excelente acrescento às escolhas já disponíveis nos balcões e prateleiras de estabelecimentos Portugal fora, e os números de vendas provavam isso mesmo. Tanto assim que não tardaram a surgir chupa-chupas de apito de ‘marca branca’, conceptualmente funcionais, mas de acabamento e apresentação menos cuidada, os quais se podiam muitas vezes encontrar entre as gomas e os chupa-chupas azedos, em tabacarias e cafés de Norte a Sul do País.

Qualquer que fosse a versão consumida – e a ‘marca branca’ devia surpreendentemente pouco à oficial, diga-se de passagem – uma coisa é certa: os Melody Pops e outros ‘chupas de apito’ foram um dos principais elementos de uma ‘época de ouro’ no que toca  a doces industriais em Portugal, e mereciam ser tão lembrados quanto os igualmente saudosos Push Pops. Talvez esta pequena homenagem neste nosso blog em ascensão ajude a pôr em marcha um reviver deste populares ‘pirulitos’; ou, se não, pelo menos deu para recordar um doce que muitos de nós adorávamos, e gostávamos de ver regressar…

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