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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

06.05.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Há coisas que não se explicam – e nos anos 90, houve MUITAS coisas que não se explicavam, a maioria delas no mundo da moda. Senão vejamos: foi esta a década dos fatos de treino de cores garridas, das meias de raquetes, das bolsinhas de trocos, e das peças de vestuário de que hoje falamos, os chinelos de praia com sola grossa e bonecos 'anime' na tira.

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Essencialmente isto, mas mais mal feito

Sim, antes de os chinelos deste tipo se tornarem, quase exclusivamente, em imitações mais ou menos bem feitas de modelos da Nike ou Adidas – incluindo-se nessa lista, também, os modelos infantis - os fabricantes de calçado tinham 'rédea solta' para dar largas à imaginação e criar sapatos um pouco mais imaginativos, sobretudo quando direccionados à população mais jovem; e, para muitos desses mesmos produtores, o conceito de 'dar largas à imaginação' passou por criar um 'template' de chinelo, o qual sofria, posteriormente, alterações apenas ligeiras, sobretudo ligadas ao padrão.

Quem foi de uma certa idade na viragem da década de 80 para a seguinte, e frequentou lojas de artigos de praia, certamente tem uma imagem mental bastante clara deste tipo de chinelo: base grossa, em borracha, de cor uniforme (normalmente preto ou azul-escuro) e tira branca decorada com personagens de 'anime', fossem licenciados (por aqui, recorda-se vagamente um modelo com desenhos do Capitão Falcão) ou retirados da imaginação de um qualquer ilustrador. Um sapato declaradamente e desavergonhadamente feio (para além de não ser especialmente barato) mas que explorava, e bem, o fascínio das crianças da época por tudo o que tivesse padrões inspirados em desenhos animados – e que, apesar de não se poder considerar ter sido uma 'febre', ainda era visto com alguma regularidade nos pés de uma determinada demografia da juventude portuguesa.

Felizmente, tal como os outros 'atentados à moda' descritos no início deste post, também estes chinelos acabaram por cair em desuso, ou pelo menos desaparecer das prateleiras das lojas de praia; enquanto existiram na consciência popular, no entanto, não deixaram de se afirmar como mais uma prova cabal de que 'gostos não se discutem', sobretudo os da juventude...

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