Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

14.03.24

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

As últimas duas décadas do século XX foram pródigas na expansão do conceito de 'sinergias multimédia', a prática de marketing que prevê a utilização de propriedades intelectuais de índole comercial em vários tipos de conteúdo apropriado (e apreciado) pelo público-alvo. Nos anos 80, este paradigma manifestou-se, sobretudo, na criação de desenhos animados para absolutamente qualquer personagem que atraísse, mesmo que brevemente, a atenção das crianças e jovens, ou que uma companhia quisesse implementar no mercado; já na década seguinte, o foco 'desviou-se' para outros campos do interesse do público mais jovem, como os videojogos, a música (chegando a haver mascotes com direito ao seu próprio CD) e mesmo a banda desenhada. E ainda que este último campo não tenha sido particularmente prolífico em produtos 'sinergísticos', há, ainda assim, a registar algumas ocorrências deste tipo de prática, sejam no sentido de utilizar personagens estabelecidos para campanhas, ou de dar a mascotes oriundas de outros meios a sua própria aventura em 'quadradinhos'; é neste último campo que se inserem os três livros de que falamos naquele que é mais um 'post' híbrido neste nosso 'blog'.

E sim, abordaremos todas as três edições simultaneamente, visto que, apesar de 'encomendadas' por companhias concorrentes, as três partilham de uma série de semelhanças quase demasiado grande para poderem ser consideradas coincidências. Senão, veja-se: todas foram lançadas na mesma altura, pela mesma companhia, estavam associadas a gamas de produtos com chocolate (cereais de pequeno almoço e bebidas solúveis, respectivamente) e contavam com duas das mais populares mascotes de cada empresa como protagonistas! Infelizmente, não nos é possível saber se estas similaridades são mesmo acidentais, ou se fazem parte de uma deliberada estratégia promocional por parte da Nestlé, já que a informação sobre ambos os livros, para lá das imagens de capa, peca por escassa.

9564422243-bd-as-aventuras-de-quicky-hardcover.jpg

O único 'sobrevivente' da série 'Las Aventuras de Quicky' a chegar a Portugal.

Das duas publicações, é sobre a da Nesquik que são conhecidas mais informações, sobretudo graças à página de Wikipédia relativa à edição espanhola. É através dela que ficamos a saber que, no país vizinho, 'As Aventuras de Quicky' constituíram uma série de três volumes, das quais apenas o primeiro, 'O Mistério das Urtigas', parece ter atravessado a fronteira. Como os seus dois 'irmãos' – 'O Impostor' e 'O Pingente Negro', em tradução livre – o livro em questão é uma produção cem por cento espanhola, a cargo do autor e desenhista Ramón María Casanyes, mais conhecido como o autor de dois dos muitos álbuns de Mortadela e Salamão, o mais famoso duo cómico espanhol. Inicialmente relutante em aceitar o trabalho, o artista acabou por ser 'convencido' pela promessa de liberdade criativa – uma prerrogativa de que tirou o máximo partido, tendo reduzido propositalmente ao mínimo o elemento comercial das histórias e tentado transformá-las em verdadeiras tramas de banda desenhada, nas quais Quicky batalha contra o malvado Barão Von Apetite e resolve mistérios, como o que dá o título ao primeiro volume. Infelizmente, mesmo com toda esta informação, não é possível aferir as condições de obtenção deste livro, que apenas podemos adivinhar estar ligado a uma qualquer promoção dos cereais ou achocolatados Nesquik.

2012092516253900001.jpeg2012092516361200001.jpeg

As BD's do Chocapic, com a sua mascote como protagonista

Ainda menos informação existe acerca de 'Pico no País dos Samurais' e 'Pico no País dos Aztecas' sendo a que existe contraditória: certas fontes afirmam tratar-se de uma mini-banda desenhada (que, presumivelmente, viria colada ou mesmo dentro das caixas de Chocapic), outras dizem ser um álbum de capa dura. De igual modo, não existem na Internet actual quaisquer informações sobre a trama da BD (para lá das veiculadas pela própria capa e título) nem sobre os seus autores, ficando esta BD a meio caminho entre 'media desaparecida' e 'Esquecida Pela Net'. Uma pena, pois a própria proposta de uma aventura na companhia da icónica mascote do Chocapic (bem como, presumivelmente, do seu dono) é, em si mesma, fascinante.

Dada a especificidade da sua funcionalidade (eram, primeiramente, produtos promocionais, e só depois trabalhos artísticos) não é de admirar que ambas estas BD's tenham caído no esquecimento pouco depois de terminadas as respectivas promoções. Ainda assim, estamos em crer que haja, por aí, quem à época se tenha deliciado por receber um 'livro aos quadradinhos' na compra dos seus cereais ou achocolatado favorito, e se tenha deliciado a ler e reler as aventuras 'desenhadas' de Pico ou Quicky enquanto os saboreava...

05.10.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Para as crianças e jovens portugueses de finais do século XX, os cereais de pequeno-almoço faziam parte daquele lote de produtos (encabeçado pelas batatas fritas, produtos da Panrico e ovos de chocolate) que aliavam um sabor agradável à ainda mais agradável possibilidade (aliás, quase sempre certeza) de receber um brinde grátis na embalagem – com a vantagem adicional de, por serem considerados saudáveis, constituírem parte mais frequente e menos polémica das compras da família. E se as referidas batatas da Matutano e derivados do Bollycao se ficavam, a maior parte das vezes, por um cromo ou 'quinquilharia' mais pequena, à medida dos seus pacotes, este tipo de produto podia investir em brindes maiores e (ainda) mais atractivos, levando a que, nos últimos anos do século XX e primeiros do seguinte, chegassem a haver malgas ou CD-ROM com jogos inteiros de computador colados às caixas de cereais da Kellogg's e Nestlé.

No início da década de 90, no entanto, os brindes tendiam a ser mais simples, embora nem por isso menos atraentes e atractivos; e embora muitas dessas ofertas tenham, entretanto, caído no esquecimento colectivo da geração que os procurou em cada nova caixa de cereais, pelo menos uma provou ser especial o suficiente para perdurar através dos anos – os reflectores para bicicleta oferecidos pela Kellogg's algures na primeira metade da década.

225305080.jpgTony-The-Tiger-Bike-Reflector-Front-1988.jpg

Talvez os dois formatos mais comuns do brinde em causa.

À partida, pode parecer surpreendente ver algo tão prosaico quanto um reflector de bicicleta – uma peça de equipamento relativamente barata e amplamente disponível nas lojas especializadas – ser não só escolhido como oferta deste tipo, mas também activamente cobiçado pelo público-alvo; no entanto, neste caso, a razão para tal estatuto era por demais simples, prendendo-se com o facto de cada um dos reflectores contar com um rebordo em plástico, estilizado para evocar as mais populares mascotes da marca, que adicionava um toque de personalidade às rodas da bicicleta de quem tivesse a sorte de os tirar da caixa; lá por casa, por exemplo, havia um, verde e em formato de galo, que parece ter sido o mais comum de entre os disponíveis.

images (2).jpg

O efeito dos reflectores em causa após colocados na bicicleta.

Assim, e apesar da peculiaridade da proposta, não é difícil perceber o que fez desta uma das mais bem-sucedidas promoções de cereais de sempre em Portugal – o brinde em causa representava a união de uma série de interesses das crianças e jovens da época, e tinha verdadeira utilidade no dia-a-dia. Pena que, com a extinção dos brindes nas caixas de cereais, a Geração Z tenha deixado de ter a possibilidade de experienciar a emoção de enfiar a mão num pacote acabadinho de abrir e 'vasculhar' no interior para ver o que tinha saído; quem viveu aqueles tempos, no entanto, certamente nunca esquecerá – e brindes como o aqui abordado são, em grande parte, responsáveis pelo acesso de nostalgia que tal lembrança continua, ainda hoje, a causar.

 

30.10.21

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.

Nas primeiras edições desta rubrica, abordámos o fenómeno dos hipermercados e dos shoppings, e o fascínio que – por factores como a dimensão e a novidade – os mesmos exerciam nos jovens portugueses dos anos 90; hoje, damos conscientemente um passo atrás, a fim de demonstrar como uma ida ao bom e honesto supermercado do bairro podia, também, ser uma experiência divertida e fascinante, ainda que não tão memorável quanto as atrás descritas - até porque bastante mais corriqueira.

451327296_770x433_acf_cropped.jpg

De facto, ao passo que uma ida ao hipermercado implicava, muitas vezes, um planeamento cuidado de todo ou quase todo o dia, a visita ao supermercado fazia-se de forma bem mais espontânea, estando o único planeamento relacionado com a execução de uma lista de compras e uma vista de olhos ao folheto, para perceber onde cada produto se poderia encontrar mais barato. A partir daí, bastava pôr pés a caminho até à sucursal local do supermercado pretendido e adquirir os produtos necessários.

A simplicidade e mundaneidade deste processo escondiam, no entanto, um atractivo adicional para as crianças e jovens mais curiosos. Isto porque os supermercados dos anos 90, muito menos padronizados e mais individuais que os de hoje em dia, escondiam mil e uma surpresas, fossem os carrinhos que apenas se soltavam após a inserção de uma moeda, os expositores de nozes a granel (das quais se conseguiam sempre 'roubar' algumas para a boca) as secções de brinquedos (bem mais pequenas que as dos hipermercados, mas ainda assim de algum interesse) ou até simplesmente produtos bem do agrado das crianças, como bolachas, sobremesas, bolos, iogurtes ou cereais - já para não falar da oportunidade de ajudar os pais ou familiares a procurar cada produto, tirá-lo do expositor e colocá-lo no carrinho, um acto simples, mas que deixava muitos de nós pouco menos que ufanos da nossa utilidade.

Para as crianças mais pequenas, havia ainda o divertimento de se sentar dentro do próprio carrinho e ser 'conduzido' numa visita guiada às prateleiras, sendo que alguns supermercados incorporavam mesmo uma área para este fim nos seus carrinhos, talvez a fim de evitar que as crianças tivessem de se sentar na área destinada às compras. No fim da visita, para os mais bem comportados, havia ainda a (forte) possibilidade de ser presenteado com um doce – como um chupa-chupa, um chocolate, um pacote de Sugus ou uma simples pastilha – ou uma banda desenhada, como recompensa pela maturidade demonstrada. Razões mais do que suficientes para considerar a simples e singela visita ao supermercado da esquina, na companhia dos pais ou avós, como parte integrante da experiência da infância, quer nos anos 90, quer hoje em dia.

27.05.21

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Os cereais de pequeno-almoço fizeram, fazem e provavelmente continuarão a fazer parte da experiência de ser criança. Parte integrante de muitos pequenos-almoços durante os anos formativos, estes produtos apresentam a combinação perfeita entre sabor apelativo, brindes ainda mais apelativos, e uma composição suficientemente ‘no limiar’ da comida saudável para justificar o consumo repetido sem muita insistência junto dos pais. Quer sejam comidos a seco, postos no leite, ou postos na tigela para depois se deitar o leite por cima (por aqui, ainda hoje se opta pela segunda opção), os cereais são daquelas coisas que provavelmente nunca vão desaparecer, ou sequer decrescer em popularidade.

Isto não significa, no entanto, que ‘de quando em vez’ não haja cereais que fiquem para trás na grande corrida às prateleiras. Embora a maioria dos nossos favoritos da infância continuem bem presentes em qualquer superfície comercial, dos básicos Corn Flakes aos Frosties (basicamente a mesma coisa, mas com o açúcar adicionado de antemão, e mascote ‘à maneira’), Estrelitas ou Nesquik, a verdade é que houve mesmo tipos de cereal que foram retirados do mercado – alguns, inclusivamente, na época a que este blog diz respeito. O post de hoje recorda, precisamente, esses cereais que, nos anos 90, faziam as delícias da miudagem, mas que hoje se encontram total ou parcialmente defuntos – curiosamente, todos comercializados pela Nestlé, que se pode considerar ter tido algum ‘azar’ nesse capítulo na década em causa.

crepitas.PNG

O primeiro exemplo deste fenómeno a ter lugar durante o nosso tempo de vida passou-se com as Crépitas, criadas e comercializadas pela Nestlé nos anos 80, e que desapareceram das prateleiras, sem grande alarido, mais ou menos a meio da década seguinte, deixando pouco ou nenhum rasto. Embora não fosse o cereal preferido de ninguém, as Crépitas constituíam uma escolha relativamente ‘sólida’ quando não se queriam levantar muitas ‘ondas’ com os pais, e terá decerto havido quem lhes tivesse sentido a falta.

d106580d37ffd814729efb8faccab3ac.png

Uma caixa norte-americana contemporânea, e semelhante, à disponível em Portugal

Ainda no início da década, um cereal de caixa vermelho-berrante, também da Nestlé, trazia para as prateleiras portuguesas um conceito irresistível, importado dos Estados Unidos: ‘marshmallows’ multi-coloridos misturados nos cereais de todos os dias. Com uma proposta de valor destas, não admira que os Lucky Charms tenham feito sucesso entre os jovens daquele tempo…!

No entanto, a dada altura, estes cereais desapareceram mesmo de circulação, sem qualquer pré-aviso, obrigando os seus muitos e desconsolados fãs a procurarem uma nova alternativa para a sua refeição da manhã. A alegada razão para esta remoção (a qual, aliás, teve efeito a nível mundial) seria o elevado teor de açúcar dos ‘marshmallows’, que ficava acima dos limites internacionais para alimentos deste tipo; problema esse que, nos anos intervenientes, terá sido devidamente sanado, visto os Lucky Charms terem regressado às prateleiras - pelo menos às americanas. Em Portugal (bem como em outros países, como o Reino Unido) estes cereais continuam a só estar disponíveis em lojas de importação, a preços absolutamente exorbitantes, e certamente proibitivos para aquele que costumava ser o seu público-alvo; já aqueles que, entretanto, cresceram e adquiriram poder de compra, até podem achar graça a dar 7 euros por uma caixa de cereais da sua infância, mas não será certamente uma experiência a repetir todas as semanas…

trio.PNG

Mas se os Lucky Charms regressaram (ainda que em locais específicos, e muito mais caros), outro cereal líder de vendas na década de 90 foi mesmo vítima de extinção total e completa. ‘Patrocinado’, pelo menos em Portugal, pelos sobrinhos do Pato Donald (numa inusitada parceria entre a Nestlé e a Disney) o saudoso Trio foi, como os Lucky Charms, vítima das normas que decretavam uma redução no nível de açúcar dos cereais infantis. Ao contrário do que aconteceu com os cereais do duende Lucky, no entanto, a Nestlé não parece ter arranjado maneira de sanar ESTE problema – até porque o próprio conceito do cereal tornava essa missão praticamente impossível. Ao contrário dos pedaços açucarados localizados e em número limitado dos Lucky Charms, no caso do Trio, os corantes e adoçantes eram aplicados aos próprios grãos do cereal, que surgiam em três cores (e sabores) diferentes – caramelo, mel e baunilha (daí o nome Trio, e o memorável slogan, em que um coro de crianças cantava os três sabores). Pequenas ‘bombas’ de açúcar concentrado, portanto – embora deliciosas quando posta dentro do leite, o qual tingiam com uma pálida tonalidade decorrente da mistura das três cores dos cereais. Talvez o mais saudoso dos três cereais aqui apresentados, mas também aquele cuja extinção é mais fácil de compreender e justificar.

digitalizar0111.jpg

Dos três cereais mostrados neste anúncio de meados da década de 90, só um ainda está disponível nos dias de hoje...

O Trio foi, no entanto, a última grande perda no campo dos cereais de pequeno-almoço em Portugal; desde o seu desaparecimento, há já quase duas décadas, o leque de escolhas dos consumidores portugueses neste campo tem-se mantido mais ou menos imutável, com as mesmas gamas perenes que já existiam quando os cereais acima relembrados desapareceram. Ao contrário dos EUA, onde cada nova ‘febre’ cultural vem acompanhada de um cereal a condizer, neste país de brandos costumes à beira-mar plantado, ficamos perfeitamente satisfeitos com os nossos Chocapic e Nesquik, Estrelitas e Cheerios, Clusters, Golden Grahams, Corn Flakes e Special K. Ainda assim, vale a pena relembrar que, embora incomum, o fenómeno de desaparecimento de cereais das prateleiras não é, de todo, inédito – e pode ainda dar-se o caso de a geração actual ficar, de um dia para o outro, sem um dos seus pequenos-almoços favoritos. Nós sabemos – passámos pelo mesmo…

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub