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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

22.09.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos dos carrinhos de metal em escala reduzida, um dos mais tradicionais e nostálgicos brinquedos entre as gerações hoje adultas, e sobretudo entre a sua parcela masculina. Pois bem, não é só sobre os carros em si que recaem as memórias de Domingos Divertidos passados a simular corridas ou combates automóveis inspirados em 'Destruction Derby' e 'Twisted Metal' – também as garagens e parques de estacionamento para os referidos veículos ajudam a adicionar toda uma nova dimensão a essas recordações, tal como o faziam com as próprias brincadeiras em si.

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Uma garagem de brincar da Hot Wheels, bem exemplificativa deste tipo de brinquedo.

De facto, estas estruturas – muito populares junto das gerações 'X' e 'millennial', em particular – prestavam-se a grande variedade de usos, podendo tanto servir para simplesmente 'arrumar' os carrinhos ao fim do dia, como de palco para as referidas corridas e colisões, grandemente auxiliadas pelas rampas que constituíam parte obrigatória de qualquer estrutura deste tipo que se prezasse. Nem só de rampas e patrocínios viviam estes brinquedos, no entanto; as melhores garagens-modelo chegavam a ter bombas de gasolina e zonas de lavagem a jacto, permitindo emular ao máximo a experiência de visitar uma área de serviço automóvel – uma ilusão ainda mais propiciada pelo uso de logotipos oficiais de marcas ligadas ao mercado autómovel, como a Shell ou a Mobil.

Não admira, pois, que as garagens, parques de estacionamento e estações de serviço em miniatura provoquem junto de uma certa demografia um sentimento nostálgico semelhante ao causado por certos cenários para figuras de acção, os quais serviam uma finalidade muito semelhante, e com resultados igualmente bem conseguidos. E apesar de, em anos subsequentes, terem virtualmente desaparecido do quotidiano infantil – como vem, progressivamente, sucedendo também com os próprios carrinhos-modelo – este género de produto fará, para sempre, parte das memórias de Domingos Divertidos da infância de pelo menos duas gerações de portugueses, os quais certamente terão, após ler este post, ficado com vontade de ir 'lançar' um carrinho pela rampa de uma destas estruturas abaixo, e de o ver ganhar velocidade até 'disparar' pela saída..

03.03.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

No último Domingo Divertido, há já várias semanas, virámos a nossa atenção para os Micro Machines da Concentra, uma de duas gamas de carros em miniatura a chegar a Portugal na década de 90; nada mais justo, pois, do que debruçarmo-nos agora sobre a segunda dessas colecções, e única sobrevivente até aos dias de hoje – os Hot Wheels, da Mattel.

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Fundamentalmente semelhantes aos Micro Machines, na medida em que se tratavam de carrinhos de brincar a escalas muito reduzidas, e com aparência entre o desportivo e o futurista, os Hot Wheels tinham um importante diferencial em relação à gama da Concentra, que lhes permitiu reter a sua popularidade até aos dias de hoje – as suas pistas. De facto, pese embora a ausência de um apresentador 'tagarela' a debitar mil palavras por minuto nos anúncios televisivos, a Hot Wheels punha especial foco nos circuitos nos quais as crianças e jovens podiam utilizar os carros - os quais incluíam, invariavelmente, pelo menos um 'looping', como convinha às melhores pistas de carros da época. Isto porque, enquanto que a abordagem dos Micro Machines era, sobretudo, centrada no tamanho reduzidíssimo das miniaturas, a Hot Wheels jogava mais com o factor 'espectáculo', enfatizando o facto de os seus carros serem especialmente desenhados para realizarem proezas e façanhas espectaculares – uma narrativa que se prolongou, inclusivamente, aos jogos interactivos da série.

Talvez por isso os Hot Wheels tenham conseguido não só fazer concorrência aos carrinhos da Galoob/Concentra – pese embora a sua chegada relativamente tardia ao mercado luso, já na ponta final da década de 90 - mas também superá-los, 'resistindo' a todas as flutuações e 'modas' no mercado dos brinquedos e mantendo-se firmes nas prateleiras das lojas de brinquedos, supermercados e hipermercados do século XXI. Assim, quem quiser mostrar aos filhos aquilo com que brincava quando tinha a mesma idade (ou, quem sabe, 'abrir-lhes o apetite' para a própria gama em si) pode facilmente fazê-lo com uma rápida visita a uma grande superfície, por oposição a ter de 'vasculhar' nas caixas de arrumação da infância – apenas mais uma vantagem daquela que, a quase três décadas de distância, se pode dizer ter sido a grande vencedora da 'guerra' de carrinhos em miniatura dos anos 90.

10.01.22

NOTA: Este post é respeitante a Domingo, 09 de Janeiro de 2021.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

No início do nosso último post, mencionámos a enorme variedade de escolhas ao dispôr de um indivíduo interessado em veículos – quer terrestres, quer aéreos – e que desejasse incorporá-los nas suas brincadeiras de exterior; no entanto, não era apenas ao ar livre que os carros telecomandados tinham concorrência à altura – e se em termos de exterior tinham de se bater com os veículos eléctricos e até o tema do referido post, os aviões de propulsão com fios, no que toca a brincadeiras dentro de casa, havia outro rival à espreita: as pistas de carros eléctricas.

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Uma estrutura que faria salivar muitas crianças dos anos 90

Estas estruturas mirabolantes, que ocupavam uma área de chão considerável, e tinham invariavelmente de ser desmontadas sempre que alguém precisava de passar, foram uma das mais clássicas obsessões masculinas da geração que cresceu entre os anos 80 e o início do novo milénio, para a qual representam, ainda hoje, um dos mais flagrantes casos de conflito entre expectativas e realidade. Isto porque, qualquer que fosse a sua configuração – quer a mais tradicional e declarada pista de corridas, em oval ou no clássico 'oito', quer um 'design' mais arrojado, a convidar às acrobacias estilo duplo de cinema – estes brinquedos prometiam uma experiência de corridas fantasticamente estimulante, cheia de duelos a alta velocidade (que faziam literalmente saltar chispas da pista), curvas apertadas, 'loopings', lombas e outras características capazes de entusiasmar até a criança menos interessada em corridas de carros.

A realidade, no entanto, era invariavelmente muito diferente, envolvendo normalmente alguns segundos em que, após a pressão do botão de lançamento, o carro disparava ´sem rei nem roque' pelos carris paralelos que formavam a pista, até – na melhor das hipóteses – sair dos carris e capotar, ou – na pior, e mais frequente - ser literalmente projectado para fora da pista na primeira curva, e ir parar ao outro lado do quarto. Qualquer dos dois desfechos era suficiente para pôr termo à corrida, pelo menos durante o tempo que levava a repôr o pequeno veículo de plástico na pista para mais alguns segundos de diversão...

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Até os modelos mais clássicos e simples ofereciam múltiplas oportunidades para 'desastres'...

Este fenómeno, que era universal a todas as pistas deste tipo - da mais genérica oval da loja da esquina à mais elaborada estrutura com o logotipo de uma marca conhecida, comprada no hipermercado por vários 'contos de reis' - não era, no entanto, suficiente para diminuir o entusiasmo do público-alvo quanto a este tipo de brinquedo, não tendo, decerto, havido rapaz da geração em causa que não marcasse este tipo de brinquedo no catálogo de Natal à mínima oportunidade, na crença firme de que a próxima pista seria aquela que, finalmente, lhe permitiria completar uma corrida sem ter que ir buscar o carro ao chão ou virá-lo de cabeça para cima a cada poucos segundos – esperança essa que, claro, se revelava quase sempre ser vã.

Foi, no entanto, com apoio nesta crença por parte da demografia a que se destinavam que estes brinquedos conseguiram manter-se no topo da pirâmide da popularidade infantil durante pelo menos duas décadas, antes de (como quase todos os brinquedos de que falamos nestas páginas) terem sido tornados obsoletos pela revolução digital.

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A existência, nos dias de hoje, de uma pista eléctrica licenciada, num 'crossover' com o mundo das corridas digitais, é no mínimo surpreendente

Com corridas fictícias ilimitadas (e sem necessidade de repôr o carro na pista a cada curva) à sua disposição, as crianças do novo milénio foram progressivamente deixando de lado o brinquedo que tão cobiçado fora pelos seus irmãos mais velhos, fazendo com que as pistas de carros eléctricas fossem, aos poucos e poucos, desaparecendo do mercado, até serem, hoje em dia, só mais uma 'relíquia' destinada a ser lembrada com nostalgia e carinho por quem foi criança nessa época, e com um encolher de ombros por quem nunca teve de ir ao outro lado da sala buscar um carrinho lançado em vôo picado para fora da sua pista eléctrica ao tentar abordar uma curva...

12.09.21

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Este é daqueles posts que se podia ficar por uma imagem. Porque, a sério, basta mostrar algo como o retratado acima para a mente de uma criança dos anos 90 (principalmente do sexo masculine) imediatamente se encher de memórias de tardes passadas de volta dos seus ‘carrinhos’, a fazê-los correr e rodar por superfícies tão distintas como o sofá de casa (onde raramente rodavam) e o chão do quarto (onde provavelmente rolariam bem.)

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Quem nunca?

Fossem simples ou de fricção (o chamado ‘pull-back’), com ou sem suspensão realisticamente ‘saltitona’, feitos de ferro à prova de tudo ou de plástico mal-amanhado com rodas que mal rodavam, os carrinhos da Matchbox e suas marcas concorrentes marcaram, sem qualquer dúvida, época em Portugal, e poucos eram os rapazes que, à época, não tinham pelo menos um exemplar deste tipo de brinquedo no quarto – mesmo que fosse um daqueles bem ‘janosos’ saídos nas máquinas de bolinhas. Quem tivesse dos ‘bons’, com suspensão e tudo – ou, melhor ainda, uma garagem onde os colocar – podia considerar ter-lhe saído a ‘sorte grande’, pois uma configuração deste tipo era garantia de muitas e boas brincadeiras, quer sozinho, quer com amigos.

Enfim, a verdade é que, com perdão pelo post algo curto, pouco mais há a dizer sobre os carrinhos dos anos 90. Este tipo de brinquedo era tão simples e, ao mesmo tempo, tão omnipresente – podendo ser adquirido, individualmente ou em multipacks, em sítios tão variados quanto drogarias, lojas de brinquedos, barracas de feira, as supramencionadas máquinas de ‘bolinhas’, ou até como prémio do McDonald’s – que poucos serão os leitores deste blog que nunca tenham tido uma interacção directa com um, quanto mais não fosse por intermédio dos irmãos ou amigos. Palavras para quê? São carrinhos de brincar dos anos 90. Não é preciso dizer mais nada…

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