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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

10.05.24

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Já aqui, numa edição passada, falámos das icónicas colecções de t-shirts licenciadas da Zara de finais dos anos 90 e inícios de 2000, com temas que iam dos desenhos animados aos logotipos de bandas, e que 'vestiram' toda uma geração durante vários anos consecutivos. No entanto, ainda antes de a marca espanhola se estabelecer como a principal influenciadora da moda infanto-juvenil no tocante a camisolas de manga curta, já uma outra companhia estrangeira recém-chegada a Portugal se havia aventurado em algo semelhante, com considerável sucesso.

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Uma das mais icónicas t-shirts da linha em causa trazia os populares personagens da MTV, Beavis e Butt-Head.

Falamos do hipermercado Carrefour, o qual, em meados da década de 90, apresentou uma colecção de t-shirts para crianças e jovens capaz de cativar o seu público-alvo de forma semelhante ao que aconteceria com as da Zara, anos depois. Em comum com estas, a colecção do Carrefour tinha as licenças, entre as quais se contavam a marca de motocicletas Yamaha e o então mega-popular duo de bonecos 'metaleiros' da MTV, Beavis e Butt-Head, que 'davam a cara' numa das mais icónicas e memoráveis camisolas da linha. Ao contrário do que seria de esperar, no entanto, esta colecção não se alicerçava apenas nas licenças – pelo contrário, outra das mais bem-conseguidas t-shirts da gama trazia um tubarão estilo 'cartoon', que não destoaria numa camisola da No Fear ou Maui and Sons, mas que não pertencia a nenhuma das duas.

Estes 'designs' cuidados, aliados ao preço bastante mais convidativo do que o de uma t-shirt equivalente com logotipo de uma marca, tornaram natural o sucesso da linha do Carrefour entre o público-alvo, e até entre os 'mais crescidos', sendo bastante frequente ver miúdos e graúdos vestidos com camisolas da colecção por volta de 1995-96. Assim, e apesar de menos lembradas que as suas congéneres da Zara, estas camisolas não deixam, ainda assim, de merecer a nossa homenagem, já que, durante o seu breve apogeu, permitiram a muitos jovens portugueses iniciarem o fim-de-semana em grande Style...

21.03.21

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(NOTA: Este post é referente a Sábado, 20 de Março de 2021.)

Aos Sábados, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais excitantes locais para se visitar naquela época.

E nada melhor para começar esta rubrica do que falar num conceito que – pelo menos em Portugal – teve início em meados dos anos 80, e que revolucionou para muitas famílias o conceito de ‘ir às compras’: os hipermercados, um conceito já existente em muitos países estrangeiros, mas que apenas se popularizou no nosso país em finais do século passado, com o Continente na linha da frente, tanto no Norte (o Continente de Matosinhos, inaugurado em 1985, foi o pioneiro deste conceito no nosso país) como mais a Sul, onde o Continente da Amadora, aberto em 1987, se afirmou como o primeiro espaço deste tipo na capital.

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O Continente de Matosinhos, o primeiro hipermercado em Portugal, inaugurado em 1985.

Hoje em dia, este tipo de superfície é comum ao ponto de constituir só mais uma parte da vida quotidiana dos portugueses; nos anos 90, no entanto, não era assim. À época, os supermercados (a grande maioria de pequena dimensão, e localizados nos próprios bairros residenciais) eram lojas como quaisquer outras - sítios até algo aborrecidos, uma espécie de mercearia da esquina em ponto grande, onde a melhor perspetiva que uma criança tinha era a de ir para casa com uma caixa dos seus cereais favoritos, ou quanto muito, uma BD ou um chupa-chupa comprados na caixa.

Os hipermercados vieram mudar tudo isso, oferecendo não só um local para fazer as compras, como toda uma experiência, que passou a atrair milhares de famílias todos os fins-de-semana, criando uma nova espécie de ‘ritual’ para os Sábados e Domingos. Tanto assim é que, aquando da sua abertura, o Continente de Matosinhos chegou a dar azo a excursões organizadas, apenas para conhecer o espaço!

Escusado será dizer que, se os adultos não ficavam incólumes aos encantos destas superfícies, as crianças ainda menos lhes resistiam. Ir ao hipermercado, sobretudo na altura do Natal ou dos anos, correspondia a ter todo um mundo de possibilidades ao alcance da mão (e do dinheiro dos pais), desde t-shirts ou ténis a discos, vídeos, livros, brinquedos, aparelhos eletrónicos e até bicicletas – tudo isto num espaço suficientemente grande para tornar até a compra do tal pacote de cereais numa experiência memorável e excitante, e que obrigava a atenção redobrada para nunca perder de vista a família.

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Aproximação mais ou menos fiel da experiência de uma criança dos anos 90 ao entrar num hipermercado.

Como se isto não bastasse, os hipermercados de maior dimensão tinham, à sua volta, uma espécie de mini-centro-comercial, o que – numa época em que os ‘shoppings’ propriamente ditos eram também eles locais quase mitológicos – tornava ainda mais atrativa aquela ‘romaria’ às compras, e dava às crianças ainda mais que ver e antecipar. No entanto, mesmo que estas lojas extra não existissem, a experiência de visitar um hipermercado não seria, para um ‘puto’ dos 90s, muito menos excitante; pelo contrário, o simples ato de subir a escada rolante já causava um ‘frisson’ de antecipação para aquilo que aí vinha, justificando plenamente a inclusão destes espaços como primeira Saída de Sábado deste blog.

E vocês? Que memórias têm de ir ao hipermercado naquela época? Deste lado, fica a memória de ter visto, pela primeira vez, uma Sega Saturn (e respetivo jogo Virtua Fighter) na ‘praceta’ do Carrefour de Telheiras, ali em meados da década, e de ficar ‘especado’ a babar nos gráficos 3D, rudimentares pelos padrões de hoje em dia mas, à época, revolucionários. Têm alguma experiência semelhante, ou igualmente marcante? Partilhem-na nos comentários!

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