28.07.22
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
E se na edição anterior desta rubrica falámos das canetas com vibração, chega agora a vez de falarmos do outro tipo de caneta praticamente sinónimo com essa altura da História, e que todo o estudante (sobretudo do sexo feminino) daquele tempo conhecia: a caneta multi-cores.
Quem não se lembra?
De conceito extremadamente simples – tratavam-se, simplesmente, de vários 'tubos' de caneta, nas quatro cores mais comuns (azul, preto, verde e vermelho) inseridos num só invólucro exterior, o qual contava com um sistema de molas, que permitia escolher e activar a cor desejada, bastando para isso empurrar para baixo a mola da cor desejada, revelando e activando assim o bico dessa mesma cor; e quando se precisasse de trocar, bastava repetir o processo com a nova cor, sendo que, neste caso, a mola (e bico) anteriormente activados voltavam automaticamente à posição inicial, num efeito simultaneamente entusiasmante e frustrante (porque não terá, decerto, havido criança que não tivesse desejado poder utilizar dois bicos de cores diferentes, ou até todos, em simultâneo).
Apesar de serem, sobretudo, do agrado das raparigas (já que a metade masculina da população tem, famosamente, dificuldade em perceber a necessidade de canetas de outras cores que não o azul e preto) a verdade é que estes instrumentos não só permitiam a quem gostava de usar várias cores para tomar notas poupar no preço das canetas (não que as mesmas fossem muito caras, mas ainda assim...) mas também libertar no estojo espaço para as várias outras Quinquilharias de que aqui vimos falando, periodicamente, às Quintas-feiras - sendo as várias cores disponíveis, inclusivamente, benéficas ao criar uma delas, os icónicos Quantos-Queres.
Tal como muitos desses mesmos pequenos objectos, aliás, também estas canetas são, hoje em dia, visão menos comum nas prateleiras de lojas e estojos de estudantes do que em tempos foram – o que as torna, ainda mais, um elemento nostálgico da infância e adolescência de toda uma geração, hoje adulta, mas que certamente ainda se lembrará de usar este tipo de instrumento (em conjunto com os inevitáveis marcadores grossos, outro favorito das alunas femininas) para 'organizar' os apontamentos daquela disciplina particularmente difícil...