Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

23.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 22 de Fevereiro de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância, este Domingo será Desportivo.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Recentemente, falámos aqui dos conjuntos de 'bowling' e golfe de brincar; no entanto, essas estavam longe de ser as únicas tentativas de replicar desportos reais à escala infantil. De facto, não só existiam outros desportos visados por este tipo de prática, como os instrumentos veiculados para simular esses mesmos desportos nem sempre eram tão obviamente 'falsos' como nos casos acima citados, como vem comprovar o brinquedo que abordamos este fim-de-semana.

d587133e81.webp

Não que as raquetes de ténis de brinquedo tivessem alguma pretensão ao realismo; não se tratavam de verdadeiros instrumentos para a prática do desporto à escala reduzida, mas antes de réplicas em plástico relativamente leve, o mesmo se aplicando à bola ou 'volante' de 'badminton' com que tendiam a ser comercializadas. No entanto, não deixa também de ser verdade que, mesmo com estas limitações, estes conjuntos potenciavam uma experiência muito mais próxima do verdadeiro desporto que simulavam do que qualquer dos seus congéneres anteriormente abordados nestas páginas, sendo perfeitamente possível organizar um jogo de ténis durante um Domingo Desportivo em família ou entre amigos apenas com recurso às mesmas. Talvez por isso a sensação de brincar com estas raquetes fosse ainda mais gratificante do que em qualquer dos casos acima referidos, permitindo mesmo rever-se como 'às' do ténis mundial, ainda que apenas por breves instantes...

Tal como muitos dos outros brinquedos de que aqui vimos falando, também as raquetes em plástico se encontram, ainda, disponíveis no mercado, mas em larga medida remetidas para 'sites' grossistas, sendo menos frequente encontrá-las no contexto da vida real. Ainda assim, tal como os outros 'kits' de pseudo-desporto, este é um produto relativamente intemporal, e que quiçá faça ainda as delícias das crianças da nova 'Geração Alfa', no intervalo entre dois vídeos de YouTube ou 'posts' nas redes sociais, durante um Sábado aos Saltos de sol...

09.02.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

O gosto pela música é uma das características mais inatas do ser humano, revelando-se, muitas vezes, logo desde tenra idade; o mesmo se passa com a tendência para imitar os gestos e comportamentos dos adultos, que principia assim que a criança tem idade suficiente para estar ciente do que a rodeia, e tomar decisões conscientes. Assim, não é de surpreender que um dos muitos brinquedos de sucesso entre as crianças dos anos 80 e 90 tenha tido por base uma combinação destas duas vertentes com a tecnologia da época, com um resultado final que não poderia deixar de ser irresistível. Nada melhor, portanto, do que dedicar mais um 'post' duplo a esta 'pérola' algo esquecida de muitos Domingos Divertidos.

s-l1200.jpg

Falamos do gira-discos de brincar da Fisher-Price, o qual emulava o principal método de reprodução musical da época pré-dispositivos portáteis, mas substituindo as frágeis circunferências de vinil estriado por algo bastante mais resistente e adequado a ser manuseado pela demografia-alvo do brinquedo – no caso, discos em plástico duro, cada um deles codificado com uma respectiva cor pastel, que permitia às crianças em idade de pré-literacia saber que música neles estava contida sem, para isso, precisar de decifrar qualquer rótulo. Os temas, esses, consistiam de uma selecção de temas de domínio público, alguns deles especificamente criados para um público infantil (como 'A Ponte de Londres') e outros apenas de cariz apelativo para o mesmo (como a valsa 'Danúbio Azul'). E, apesar da 'distorção' natural derivada dos limitados aspectos técnicos do produto, a verdade é que cada um destes temas era perfeitamente inteligível, e muito agradável de ser ouvido.

No restante, o brinquedo funcionava exactamente como uma versão simplificada de um verdadeiro leitor de LP's, com o disco a ter de ser inserido no prato, a agulha posta em contacto com o mesmo e a corda dada antes de a canção poder ser reproduzida – uma mecânica que obrigava a criança a despender esforços mentais e processuais, ao mesmo tempo que lhe dava a conhecer o funcionamento de um gira-discos de verdade, como o que os pais possivelmente teriam na sala de casa. Assim, não é de admirar que muitos Domingos Divertidos se tenham transformado em Segundas de Sucessos graças a este 'sucedâneo' infantil de um produto para adultos, e à meia-dúzia de 'singles' incluídos no mesmo, que terão ajudado muitas crianças (portuguesas e não só) a descobrir e nutrir o gosto pela música.

Infelizmente, a era do CD viria a tornar este tipo de brinquedo obsoleto, nunca tendo havido uma 'versão' do mesmo em formato de Discman ou 'tijolo'. Assim, é provável que apenas os mais velhos de entre os leitores deste blog – crescidos ainda na era do vinil – recordem este saudoso produto; para esses, no entanto, é bem possível que este 'post' tenha despoletado uma vaga de nostalgia, e um daqueles momentos de recordação da infância (e respectivas exclamações de surpresa e espanto) tão característicos da natureza humana...

25.01.25

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes falámos de brinquedos que procuravam simular e adaptar desportos 'reais' à realidade infantil, nomeadamente através do uso de plástico leve, o qual não só tornava os jogos mais seguros como também adequava os objectivos à força e destreza do público-alvo. Era assim, por exemplo, com o bilhar, os dardos, o bólingue, e também com o desporto de que falamos neste 'post', o golfe.

513FN2yCljL._AC_UF1000,1000_QL80_.jpg

De facto, nas mesmas lojas que vendiam os outros produtos acima elencados, era também possível encontrar estojos de golfe em miniatura, contendo no interior vários tacos e uma bola, todos em plástico oco, semelhante ao utilizado para os conjuntos de bólingue, por exemplo. Tal como acontecia com estes, a criança podia, assim, recriar um jogo de golfe, com todas as suas tacadas 'impossíveis', ainda que sem a presença de buracos, os quais tinham de ser 'improvisados' (com recipientes colocados na horizontal, por exemplo) ou ficar a cargo da imaginação. Fosse qual fosse o método escolhido, no entanto, os referidos conjuntos eram, invariavelmente, capazes de proporcionar tanto Sábados aos Saltos, com o quintal a servir de 'green', como Domingos Divertidos, como o jogo a desenrolar-se no chão do quarto - ainda que, em ambos os casos, provavelmente muito mais breves do que um verdadeiro jogo de golfe, com o seu ritmo lento e as suas quase duas dezenas de buracos.

Tal como sucede com os seus congéneres acima citados, continua a ser possível adquirir conjuntos de golfe deste tipo; no entanto, como também sucede com muitos dos outros 'kits' de desporto de brincar, os mesmos encontram-se confinados, em larga medida, a 'sites' grossistas da Internet, sendo raro encontrar um 'ao vivo e a cores', numa qualquer loja 'dos trezentos' ou chinesa. Quem viveu o período de maior popularidade destes brinquedos, no entanto, certamente se recordará de muitos fins-de-semana passados a aperfeiçoar a sua técnica de tacada, qual Tiger Woods em miniatura...

01.12.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Em edições anteriores desta rubrica, falámos de brinquedos prevalentes em finais do século XX e nos primeiros anos do seguinte, e que eram capazes de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido à sua demografia-alvo. Este fim-de-semana, voltamos a combinar as duas rubricas para juntar mais um nome a essa restrita, mas crescente lista.

c1b178fab6b68ac1eefb5fd13d91fe49.jpg

Falamos das bolas desmontáveis, um daqueles conceitos tão simples quanto brilhantes, e irresistíveis para qualquer ser humano de uma certa faixa etária. Tal como o nome indica, tratavam-se de bolas em plástico duro constituídas por vários painéis segmentados, os quais se podiam separar e juntar à boa maneira de peças de 'puzzle'. Era, assim, possível 'construir' uma bola, utilizá-la da forma convencional durante um Sábado aos Saltos e, terminada a brincadeira, 'parti-la' no chão e juntar as peças para, no dia seguinte, passar um Domingo Divertido a reconstruí-la. Um verdadeiro 'dois em um' que, apesar de não ser tão eficiente em cada uma das suas funções como o equivalente de 'uso único' (sendo, por exemplo, demasiado duro para ser atirado com força, e demasiado simplista para ser verdadeiramente desafiante enquanto quebra-cabeças) não deixava ainda assim de desempenhar ambas as funções de forma suficientemente competente para atrair a atenção e curiosidade do público-alvo.

Ao contrário de outros produtos aqui abordados, as bolas desmontáveis nunca chegaram a desaparecer totalmente do mercado. No entanto, tal como vários outros brinquedos de que aqui fomos falando, o seu 'nicho' actual consiste, sobretudo, de páginas e plataformas de venda grossista na Internet, sendo as mesmas praticamente impossíveis de detectar na vida quotidiana – algo que não deixa de ser curioso, dado o seu conceito relativamente intemporal, e capaz de apelar aos mais básicos insintos e gostos da população infanto-juvenil. As Gerações Z e Alfa ficam assim, infelizmente, privadas de conhecer o prazer vivido pelos seus pais em 'destruir' uma destas bolas com uma valente pancada no chão, apenas para a reconstruir quase de imediato, e reiniciar novamente o ciclo - uma daquelas sensações que nenhuma 'app' será, jamais, capaz de recriar...

 

29.11.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

As caretas são, desde sempre, uma das maneiras mais simples e eficazes de fazer rir (ou chorar) um ser humano de tenra idade, vindo apenas a perder efeito já perto da adolescência, quando todos os elementos ligados à infância são quase automaticamente rejeitados. Não é, pois, de surpreender que um brinquedo baseado no acto de criar e fazer caretas conseguisse alguma tracção entre o público infanto-juvenil da sua época, vindo a tornar-se uma Quinquilharia de relativo sucesso durante alguns anos em finais da década de 80 e inícios da seguinte.

tumblr_osbgewaWOe1rr7ae7o1_400.jpg

De conceito tão simples quanto divertido, estes brinquedos, que nunca chegaram a ter nome oficial. consistiam de literais 'cabeças ocas' (já que a parte de trás era aberta) pertencentes a indivíduos de feições grotescas, as quais podiam ser alteradas em algo ainda menos estético por intermédio dos buracos na parte traseira, destinados a encaixar nos cinco dedos de uma mão. Com um dedo em cada um dos referidos orifícios, e a cabeça enfiada sobre a mão, quase como uma luva, a criança podia, então, distorcer as feições da cabeça, bastando para isso mexer os dedos, individualmente ou em conjunto. Uma vez apanhado o 'jeito', era possível criar deste modo um número surpreendentemente alargado de caretas, já que as diferentes partes da carantonha podiam ser manipuladas individualmente, permitindo, por exemplo, 'esbugalhar' ou revirar os olhos ao boneco. Esta versatilidade será, aliás, um dos principais factores por detrás do sucesso almejado por estes 'caretas', já que prevenia que a experiência de brincar com os mesmos se tornasse repetitiva e, por isso, aborrecida, incentivando assim a criança a pegar na referida Quinquilharia com maior regularidade, na esperança de criar novas expressões ainda mais grotescas que as anteriores.

Tal como a maioria dos brinquedos mais baratos e corriqueiros de qualquer época, também estes 'caretas' acabaram por desaparecer do mercado, substituídos por novos conceitos e produtos mais apelativos. Quem chegou a manipular uma destas caras, no entanto, sabe o quão divertida essa experiência podia ser – e, quiçá, ainda 'vista' a sua cabeça de tempos a tempos e entretenha os filhos com algumas divertidas caretas 'borrachentas'...

17.11.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

maxresdefault.jpg

Apesar de ser, hoje em dia, relembrada como um período áureo para a inovação tecnológica, a ponta final do século XX era, ainda, suficientemente analógica em grande parte dos seus aspectos para tornar qualquer pequeno avanço motivo de entusiasmo e até espanto por parte não só do público infanto-juvenil, mas também de alguns adultos. E por ser, precisamente, nos brinquedos dirigidos aos mais pequenos que a grande maioria destas mudanças e 'novidades' se inseriam, não faltaram às crianças e jovens dos anos 80 e 90 motivos de excitação ao contactarem pela primeira vez com uma novo produto lúdico.

De entre os muitos pequenos 'acrescentos tecnológicos' adicionados aos brinquedos desta época, um dos mais comuns era a combinação de um mecanismo de corda ou impulsão com elementos produtores de som e imagem, a qual resultava numa espécie de versão mais 'avançada' do efeito tradicionalmente associado a uma caixa de música, em que o resultado final se manifestava não através de uma dança interpretada por uma boneca de porcelana, mas sim com recurso a imagens ou efeitos de luz. Foi a era dos piões musicais e com LED e dos electrodomésticos de brincar, nomeadamente os gira-discos (que também, em tempo, aqui terão o seu espaço) e as televisões, sendo destas últimas que nos vamos ocupar na presente publicação.

Não sendo, evidentemente, avançadas o suficiente para simular a experiência de mudança de canal (algo que, sem dúvida, faria parte de uma versão moderna deste tipo de brinquedo) as referidas televisões mostravam, ainda assim, argumentos suficientes para fomentar a ilusão e imaginação de uma geração cujo contacto com a tecnologia era, ainda, relativamente restrito. Os actuais 'bebés do iPad' não esboçariam, decerto, qualquer reacção perante o que era, essencialmente, uma caixa de música algo mais 'sofisticada', preferindo regressar aos seus episódios de Cocomelon ou da Patrulha Pata, mas, para os seus pais, ver a imagem 'mexer' quando se dava corda ao brinquedo (um efeito conseguido através do uso de uma superfície ondulada sobre o 'ecrã', a qual se mexia lentamente através do mesmo, criando assim mudanças subtis na imagem) era suficiente para 'fazer de conta', durante alguns minutos, que se estava mesmo a ver um desenho animado - por mais simples que o mesmo fosse – e passar, assim, alguns bons momentos durante um Domingo Divertido.

Escusado será dizer que este tipo de brinquedo não apenas foi remetido à obscuridade, como desapareceu por completo do mercado infanto-juvenil moderno, onde se destacaria pela sua simplicidade e obsolescência relativamente à restante oferta. Quem, em pequeno, chegou a 'ver televisão' numa destas 'caixas de música' modernas terá, no entanto, desbloqueado memórias remotas (ou apenas revivido bons momentos ainda recordados) ao ler as linhas acima, e, quem sabe, ido verificar se a sua mini-televisão de brincar de quando era pequeno ainda se encontrava algures, para poder partilhar a experiência com os respectivos filhos...

04.11.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 02 de Novembro de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Existem conceitos sobre os quais é difícil inovar, e as tradicionais bolas são, certamente, um deles. Àparte a cosmética, o material e os aspectos técnicos, como o tamanho e o peso, este tipo de objecto tem permanecido quase imutável na forma e no uso durante grande parte da História da humanidade. Tal não obsta, no entanto, a que certas companhias tentem, ainda assim, dar o seu próprio cunho ao produto em causa, tendo um dos melhores exemplos disso mesmo ocorrido durante os anos 90, quando a norte-americana Balzac tentou juntar, num só produto, dois dos mais tradicionais objectos normalmente associados à infância.

il_fullxfull.6109997553_6wcd.webp

O resultado dessa experiência foi a chamada 'bola Balzac', que mais não era do que um invólucro de tecido esticado por cima de um balão extra-resistente, dando azo a uma bola ultra-leve, apropriada para todos os tipos de jogos, e que resolvia o problema da fragilidade dos balões tradicionais através do uso de borracha reforçada para o que lhe servia de recheio. Melhor – caso o mesmo rebentasse, podia ser utilizado qualquer outro, já que o revestimento exterior era removível através de um fecho-éclair. Esta medida não só garantia uma longevidade quase infinita para o produto em análise – pelo menos até o 'dono' se cansar do mesmo – como também oferecia uma vantagem adicional em termos de practicidade, já que o 'saco' exterior era facilmente lavável na máquina da roupa, ou mesmo à mão, permitindo assim manter o brinquedo limpo e asseado quando o mesmo não estava a uso.

Apesar de ser um produto marcadamente 'do seu tempo' – bastando olhar para os padrões fluorescentes do invólucro exterior para a situar nos anos 80 e 90 – a bola Balzac foi alvo de um surpreendente 'renascimento', encontrando-se, hoje, novamente disponível no mercado. E apesar de o seu interesse relativo para as gerações Z e Alfa ser, no mínimo, discutível, a verdade é que existem conceitos intemporais e bem conseguidos o suficiente para atravessar barreiras generacionais, e a bola Balzac tem tudo para ser um deles – o tempo o dirá. Nos entrementes, fica a breve homenagem a um produto que merecia ter tido mais repercussão em Portugal, à semelhança do que sucedeu em outros países a nível mundial.

26.10.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

A maioria dos brinquedos, jogos e produtos de que falamos nestas páginas, e nestas secções em particular, tinham ou têm como destinatário um público infanto-juvenil, já na plena posse das suas faculdades; tal não significa, no entanto, que os anos 80, 90 e 2000 portugueses não proporcionassem, também, inúmeras formas de crianças mais pequenas, e até bebés, conseguirem passar um Sábado aos Saltos seguido de um Domingo Divertido. O brinquedo que abordamos em mais um 'post' duplo do Anos 90 insere-se, precisamente, nessa categoria, conseguindo estimular, de uma só vez, as faculdades motoras, intelectuais e sensoriais da criança.

images (1).jpeg

Um dos poucos exemplos actuais deste tipo de brinquedo.

Falamos dos clássicos carrinhos de empurrar com os pés, tão icónicos das primeiras etapas de desenvolvimento das crianças quanto os cavalinhos de baloiço ou triciclos, e que, nos anos 90, se viram 'incrementados' de uma série de ferramentas educativas adicionais, que os tornavam, efectivamente, em 'híbridos dois-em-um'; por um lado, veículos de deslocação e, por outros, superfícies interactivas para quando as 'pilhas' se esgotassem e apetecesse ao bebé algo mais calmo. Isto porque as actividades adicionadas a estes carrinhos iam desde botões e buzinas para apertar a fim de produzir sons, até 'roletas' ou discos com imagens – uma espécie de 'slot-machines' inofensivas, em que os símbolos eram substituídos por animais – ou mesmo superfícies irregulares, cujo único objectivo era mesmo a descoberta através do toque, proporcionando assim uma experiência completa que ajudava a fomentar o desenvolvimento do bebé através da diversão.

Tal como muitos outros produtos abordados nestas páginas, também estes carrinhos acabaram, inevitavelmente, por sofrer uma mutação – curiosamente, no sentido inverso ao habitual, tendo-se novamente tornado mais simples e padronizados. Quem teve a sorte de crescer no breve período em que estes brinquedos tiveram 'funcionalidades extra', no entanto, sabe o quão divertidas as mesmas podiam ser – senão em primeira mão, pelo menos através da observação dos irmãos ou parentes mais novos – e desejará, certamente, que este tipo de carrinho voltasse a estar disponível, para que a geração actualmente na primeira infância (muitos dos quais filhos, precisamente, desses 'millennials') pudesse também passar muitos Sábados aos Saltos e Domingos Divertidos a brincar com um deles...

21.10.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Domingo, 21 de Outubro de 2024.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

A aptidão para a música é algo que, sem ser inato, se começa a desenvolver desde muito cedo na maioria das crianças – pelo menos a julgar pelo grau de interesse que os instrumentos de brincar despertam nas mesmas, quase desde que conseguem andar e falar. De facto, muito antes da indescritível flauta de Bisel das aulas de música da escola vir tirar toda e qualquer vontade de aprender novos instrumentos - pelo menos durante alguns anos – já a maioria dos humanos de tenra idade começa a gravitar para aqueles 'fazedores de ruído', sabiamente adaptados pelas companhias produtoras para se adequarem a mãos ou bocas mais pequenas. E se grande parte deste mercado consiste tão sómente de instrumentos 'a sério' produzidos a uma escala mais reduzida, outro segmento comporta as verdadeiras 'estrelas' deste 'post' – aqueles instrumentos que, não obstante poderem ser tocados, ficam ainda assim muito mais perto de serem brinquedos do que apetrechos musicais credíveis.

                                        il_570xN.3432858947_had0.webpfa2d1e2c088c6118be698663d1c3bf28.jpg

Dois exemplos bem típicos de instrumentos de brincar da época.

E produtos deste tipo eram, certamente, coisa que não faltava no Portugal das décadas de 80 e 90. Entre brindes de jogos de feira, produtos da 'loja dos trezentos' e outros algo mais cuidados e comprados nas velhas lojas de brinquedos tradicionais, o grau de acessibilidade destes 'brinstrumentos' era alto, e a escolha variada o suficiente para satisfazer até a mais exigente das crianças, indo de cornetas ou bombos em plástico a mini-pianos electrónicos que cabiam na palma da mão (e que não devem ser confundidos com os também muito populares órgãos electrónicos, que se inserem firmemente na categoria de instrumentos 'reais') passando por tambores de lata e até produtos que quase roçavam a categoria de verdadeiros instrumentos, como as 'melódicas' ou as baterias de brincar, ou que o eram de facto, como as então muito prevalentes harmónicas.

Recaísse a escolha sobre que instrumento recaísse, no entanto, uma coisa era certa – iria ser necessário aos pais e familiares da criança em causa uma dose de paciência quase tão grande quanto a sua resistência a sons dissonantes. Isto porque mesmo crianças que não tinham acesso a qualquer dos instrumentos acima listados não deixavam de tentar fazer a sua própria forma de 'música', mesmo que esta surgisse sob a forma de colheres de pau a bater em baldes ou caixas de plástico, ou tampas de panela a serem entrechocadas à guisa de pratos – o que, até certo ponto, remete de volta para o argumento feito no início deste 'post', sobre a apetência por música ser inata.

Tal como sucede com muitos dos produtos abordados neste 'post', também os instrumentos de brincar sofreram tanto um declínio como uma mutação. Embora seja ainda possível encontrar mini-guitarras com luz e som e outros instrumentos semelhantes nas hoje lojas chinesas, a simulação de criação de música passou, sobretudo, para o domínio electrónico, com programas como 'Rock Band' e 'Guitar Hero' a tomarem o lugar das velhas cornetas em plástico ou tambores de lata. Quem teve o privilégio de dar largas à sua 'veia artística' num destes instrumentos mais 'clássicos', no entanto, certamente guardará memórias nostálgicas daqueles Domingos Divertidos passados a 'fazer barulho' pela casa inteira, e a 'destruir' inadvertidamente os ouvidos aos pais...

11.08.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 10 de Agosto de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Para grande parte das crianças portuguesas, independentemente da geração, a chegada das férias grandes é sinónimo de uma temporada na praia, ou, alternativamente, de deslocações frequentes à mesma; e, para as crianças de uma certa idade dos anos 80 e 90, havia um elemento que jamais poderia faltar num Sábado aos Saltos no meio da areia – as forminhas.

rinks-to-take-to-the-beach.webp

Um conjunto de praia bem típico da época.

Disponíveis nas mais variadas formas e feitios – embora privilegiando curvas arredondadas – e em modelos tanto mais simples quanto mais elaborados e complexos, estes moldes em plástico colorido constituíam, a par dos castelos de areia feitos com recurso ao balde, uma das actividades preferidas dos portugueses mais pequenos durante grande parte do século XX, mantendo-se essa apetência ainda bem viva à entrada para a última década do mesmo. Isto porque a sensação de conseguir fazer a forma mesmo 'perfeitinha' – com todos os painéis do casco da tartaruga ou recortes das torres do castelo – proporcionava uma sensação de orgulho, mesmo tendo noção de que mais ninguém iria admirar a 'obra de arte', e de que a mesma seria provavelmente destruída ou refeita dentro de poucos momentos.

Tal como muitos dos nossos outros tópicos neste blog, as forminhas também acabaram, eventualmente, por 'passar de moda', tendendo a já não fazer parte dos conjuntos de praia vendidos nas lojas portuguesas da actualidade, ao contrário do que sucede com o balde ou a pá. Para quem cresceu a deixar o 'carimbo' de maçãs, tartarugas ou estrelas na areia, no entanto, este tipo de brincadeira será para sempre parte integrante das memórias dos Verões de infância, um tempo mais simples, em que uma peça de plástico colorido cheia de areia era capaz de proporcionar muitos bons momentos.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2022
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub