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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

16.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 15 de Junho de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa edição anterior desta rubrica, falámos das pistolas espaciais, elemento indispensável para qualquer brincadeira de faz-de-conta tematizada em torno do espaço e dos astronautas. No entanto, as mesmas estavam longe de ser o único apetrecho disponível para complementar este tipo de vôo da imaginação; quem preferisse brincar aos espadachins, cavaleiros ou até emular personagens como He-Man e She-Ra tinha também ao seu dispôr uma enorme variedade de espadas de brincar, nos mais diversos formatos e estilos.

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Uma espada típica da variante electrónica da categoria.

De facto, da tradicional espada ao estilo de Zorro até algo mais medieval, passando pela inevitável variante tecnológica, de 'design' futurista e equipada com efeitos de luz e som, havia espadas para todos os gostos espalhados pelas lojas de bairro, barracas de feira, bazares e lojas dos 'trezentos' de Norte a Sul do Portugal noventista, prontas a fazerem as delícias das crianças e jovens das gerações 'X' e 'millennial'. E o facto é que, mesmo sem serem tão populares quanto as pistolas espaciais (ou não fosse o final do século XX a era do futurismo por excelência) estas espadas ainda proporcionavam momentos bem divertidos aos rapazes e raparigas de uma certa idade, além de servirem 'função dupla' como complemento a uma máscara de Carnaval de temática medieval ou inspirada em Zorro.

Surpreendentemente, apesar de todas as preocupações tanto com a integridade física das crianças como com a promoção da violência, as espadas de brincar continuam a ser relativamente fáceis de encontrar à venda, sabendo onde e como procurar. E mesmo sem a popularidade ou expressão de que gozavam à época, haverá ainda hoje muito poucas crianças que recusem a oportunidade de se 'apetrechar' com uma destas réplicas, e passar um Sábado aos Saltos a imaginar-se como Zorro, Conan ou qualquer dos seus equivalentes modernos...

26.10.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Apesar de, como celebração, o Halloween ser uma data 'importada' já bastante depois da viragem do Milénio, alguns dos seus elementos estéticos, imagéticos e iconográficos faziam já, de uma forma ou de outra, parte do quotidiano das crianças e jovens portugueses desde há várias décadas; quem cresceu em inícios dos anos 90, por exemplo, certamente dedicou um período da sua infância a coleccionar as famosas Caveiras Luminosas oferecidas nos pacotes da Matutano, e talvez até lhes tenha dado lugar de honra na prateleira do quarto, de forma a aproveitar o efeito fluorescente e bem 'tétrico' que as mesmas davam a uma divisão às escuras. Não se ficava por aí, no entanto, a presença de elementos associados ao terror, e também estará provavelmente a mentir quem, tendo crescido no período em causa, afirme nunca ter assustado um familiar, professor, colega ou mesmo apenas a senhora da limpeza com um insecto de plástico.

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Fáceis e baratos de conseguir nas drogarias tradicionais, lojas dos trezentos ou até simplesmente como brindes nas máquinas de 'bolinhas', as réplicas de aranhas, lagartos, cobras e outros animais marcavam presença na gaveta das 'quinquilharias' de muitas crianças, prontas a serem 'desenterradas' assim se apresentasse a menor oportunidade. E se a qualidade variava consideravelmente dependendo da proveniência (as tiradas em 'bolinhas', por exemplo, tendiam a ser microscópicas, em plástico duro e praticamente isentas de detalhes) também é verdade que alguns destes brinquedos almejavam um grau de realismo suficiente para, de relance ou à distância, enganarem os mais incautos – lá por casa, por exemplo, existia uma tarântula que, inclusivamente, contava com um fio acoplado, permitindo 'sustos' perfeitamente épicos. Depois, era só escolher a situação mais adequada (lá por casa, normalmente, a mesa do almoço ou jantar), a 'vítima' mais susceptível, e esperar pela inevitável reacção, que nunca falhava em causar deleite.

E porque queremos pensar que a geração Z não é totalmente desprovida de criatividade, e não deriva TODO o seu humor de vídeos do TikTok, arriscamos dizer que, nesta época de Noite das Bruxas, haverá por esse Portugal fora inúmeros pequenos cérebros a engendrar sustos centrados em torno de insectos de plástico, para ajudar ao clima desta festa que se tenta tornar tradição. A esses, fica a dica para que, se precisarem de ajuda, perguntem aos respectivos pais, dado estes terem mais experiência no assunto do que se possa, à partida, imaginar...

16.02.23

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Nesta altura do ano, não havia criança que não os tivesse na mochila ou no bolso, ou que pelo menos convivesse com alguém que os tinha. Falamos dos famosos estalinhos, uma das 'quinquilharias' que literalmente 'estouravam' nos pátios das escolas (e, por vezes, também em plena rua) durante duas semanas em cada ano, antes de serem relegados ao esquecimento durante mais doze meses; uma espécie de versão mais barulhenta e perigosa dos enfeites de Natal, portanto, ou, se preferirmos, uma versão 'micro-mini' dos foguetes de Ano Novo.

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Qualquer que seja a comparação utilizada, no entanto, a conclusão é a mesma - nomeadamente, que estas pequenas bombinhas de papel multicolorido, perfeitamente inofensivas até ao momento do lançamento, eram um dos 'apetrechos' obrigatórios para os festejos carnavalescos infanto-juvenis no Portugal dos 90, quase tanto (ou mais) do que os espiritualmente semelhantes balões de água ou do que as mais inofensivas serpentinas ou martelinhos. Quem os tinha, deliciava-se em descobrir o momento certo para os lançar, de forma a surtir o máximo efeito; quem não tinha, via-se obrigado a redobrar a atenção, não fosse um dos colegas decidir 'mandar' um directamente nas suas costas para os fazer dar um 'salto' – uma prática que, aliás, estava longe de ser incomum nesta época do ano. Apesar da tentação (e aparente facilidade) em criar um 'mega-estalinho' feito de vários outros, no entanto, tal experiência era desencorajada pela existência de 'mitos urbanos' sobre a perda de dedos derivada, precisamente, da execução dessa ideia – num exemplo perfeito do modo como a população infantil garante a sua auto-sobrevivência e estabelece limites para a sua audácia, ainda que de forma ingénua e quase inconsciente.

Nestes tempos em que a sociedade ocidental está mais ciente dos perigos e questões de segurança em torno de várias práticas anteriormente comuns, é com naturalidade que vemos os 'estalinhos' perderem preponderância no contexto das celebrações de Carnaval; quem cresceu ainda no século XX, no entanto, certamente terá recordado a sua ubiquidade nos Fevereiros daqueles tempos, e quiçá até 'ouvido' mentalmente o característico estampido assim que leu o título deste post...

25.09.22

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já por várias vezes aqui abordámos a dicotomia noventista entre enormes avanços tecnológicos e brinquedos 'físicos' baseados em conceitos extremamente simples, mas que, de algum modo, conseguiam entreter extensamente as crianças e jovens da época; pois bem, o assunto de que trataremos nas linhas abaixo insere-se, precisamente, neste último grupo, sendo talvez, a par dos LEGOs, um dos seus exemplos mais icónicos.

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As duas cores de exército mais comuns neste tipo de brinquedo.

Falamos dos batalhões de soldadinhos de plástico vendidos dentro de enormes baldes, cada um com dois 'exércitos' e (com sorte) alguns acessórios que permitiam montar um cenário de guerra, como tanques, cães, barris, caixas de munições ou pedaços de parede (o existente lá por casa incluía, além dos muros e tanques, uma bandeira e respectivo poste, uma tenda de socorros médicos e um desdobrável de plástico que podia ser usado como cenário ou chão – um exemplo 'de luxo', portanto). O resto ficava por conta da criatividade de cada criança, sendo as únicas 'ajudas' as diferentes poses dos soldados dos dois exércitos, alguns dos quais eram moldados em pé, outros agachados, em posição de corrida ou até deitados, dependendo da arma que empunhavam.

Talvez fosse, precisamente, esta limitação que tornava este tipo de brinquedo tão popular entre as gerações mais jovens da época, já que o facto de o mesmo não vir com a 'papinha toda feita' estimulava a imaginação, ajudando a transportar quem com ele brincava para aquele 'mundo' em que todas as crianças entram quando se envolvem neste tipo de actividade, em que tudo o que lhes passa na cabeça parece real; ou talvez o atractivo se prendesse com a vertente económica do produto, cujo preço tendia a ser relativamente acessível para a quantidade de material incluída.

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Os soldados de plástico ficaram imortalizados no filme 'Toy Story', entre outros produtos mediáticos da época.

Fosse qual fosse o motivo, a verdade é que estes soldadinhos foram tão populares nas últimas décadas do século XX (e, em menor escala, no início do seguinte) que se viram imortalizados em propriedades mediáticas tão bem sucedidas como os jogos da série 'Army Men' (que saíram no PC, Playstation, Game Boy, Nintendo 64 e várias outras consolas da época) e, claro, o filme 'Toy Story', em que os membros do exército desempenham um papel fulcral no início da trama; e ainda que, hoje em dia, a sua popularidade se encontre significativamente diminuída, a verdade é que continua a ser possível comprar um 'balde' de soldados verdes e cinzentos ou castanhos, com os quais encenar um cenário bélico no chão do quarto – prova de que os mesmos constituem um tipo de brinquedo verdadeiramente intemporal, e que dificilmente se extinguirá totalmente no futuro mais próximo.

09.01.22

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 09 de Janeiro de 2022.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.

Se houve coisa que não faltou nos anos 90, foram brinquedos de exterior direccionados a um público maioritariamente masculino e baseados nos veículos que os mesmos sonhavam, grande parte das vezes, com poder conduzir. Dos carros telecomandados aos veículos eléctricos ou a pedais, eram muitas e boas as alternativas para os 'putos' dos anos 90 poderem passar um Sábado aos Saltos a fingir serem condutores de corridas, ou até pilotos de avião.

No meio de toda esta oferta, talvez não fosse de esperar que um simples brinquedo movido por um mecanismo de fios conseguisse ganhar tanta popularidade; e, no entanto, foi precisamente isso que aconteceu com os aviões e helicópteros lançados por fio, de que falaremos no post de hoje.

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Exemplo moderno deste tipo de brinquedo

Surgidos em décadas anteriores, mas ainda bem vivos nos anos 90 - havia, até, versões mais elaboradas, em que se faziam voar personagens como fadas ou elfos, ao invés de simples veículos - estes produtos baseavam-se num sistema da mais pura simplicidade: o brinquedo assentava numa base da qual emergia um fio com uma argola na ponta, o qual se puxava para fazer levantar o helicóptero, avião, personagem, ou fosse o que fosse. Quanto mais força se aplicasse a este puxão, mais alto o brinquedo subiria - o que, claro, motivava a maioria das crianças a puxar o fio com quantas forças tinham, tornando estes produtos em alvos preferenciais dos pais, devido ao perigo que tal acção representava, quer para a criança, quer para aqueles que a rodeavam.

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Exemplo do modo de operação destes brinquedos

Nada, no entanto, que pudesse beliscar a popularidade destes produtos entre o público-alvo, sendo habitual ver, em parques e jardins por esse Portugal fora, crianças a lançarem este tipo de brinquedo (algumas, inclusivamente, tentavam fazê-lo em casa, o que motivava ainda mais a irritação dos pais); no cômputo geral - e apesar de, como tantas outras coisas de que aqui falamos, terem caído em desuso em décadas subsequentes, substituídos por alternativas digitais bem mais versáteis - estes brinquedos foram, durante várias décadas, prova do axioma que postula que algo nem sempre precisa de ser complicado ou complexo para ser bem-sucedido.

08.10.21

Nota: Este post é relativo a Quimta-feira, 7 de Outubro de 2021.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Qualquer criança ou jovem que se aproximasse de uma daquelas máquinas de bolas com brindes (aquelas em que se rodava o manípulo para fazer cair pela ranhura, directamente para a nossa mão, um dos ‘ovos’ contidos no interior) esperava que lhe saísse um dos prémios ‘bons’ que se podiam vislumbrar através do vidro. E apesar de todos sabermos que a colocação dos receptáculos no interior da máquina não era aleatória, e que o mais provável era que nos saísse um puzzle de cartão rasca em que as peças não encaixavam, essa esperança mantinha-se de toda e qualquer vez que utilizávamos estas máquinas, das quais paulatinamente falaremos neste nosso blog.

À falta de melhor, no entanto, a maioria das crianças contentava-se com um prémio que se inserisse no ‘meio termo’ entre o referido puzzle, ou a aranha de plástico duro sem um mínimo de realismo, e aquele iô-iô que espreitava pelo vidro, como que troçando da nossa ingenuidade; e um dos melhores prémios a que se podia aspirar nesta categoria intermédia eram as bolas saltitonas.

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Um exemplo acabado de produto auto-descritivo, as bolas saltitonas (que também se podiam comprar nas tabacarias e lojas de brindes, em diferentes tamanhos) eram precisamente isso: bolas de borracha, normalmente entre o tamanho de um berlinde ‘abafador’ (com os quais, aliás, tinham algumas semelhanças estéticas) e o de uma bola de golfe, às quais era dado um tratamento especial para que tivessem uma reacção de ricochete acima da média. Na prática, isto traduzia-se em brinquedos que, ao mínimo contacto directo com uma superfície, disparavam em vôo picado e errático, o qual só parava quando a bola deixava de encontrar superfícies das quais ressaltar, ou quando era travada em pleno vôo por uma mão certeira; ou seja, uma receita perfeita para deliciar as crianças, mas também para criar ódio entre os adultos, especialmente aqueles que tivessem amor ao mobiliário ou objectos que os rodeavam.

De facto, de uma perspectiva adulta, não é difícil perceber porque é que as bolas saltitonas eram tão frequentemente confiscadas nas escolas daquele Portugal dos 90s, e porque é que quem com elas jogava em casa era inevitavelmente repreendido pelos pais – tratavam-se de brinquedos com alta propensão para causar acidentes, especialmente dada a tendência da criança comum da época para não refrear o seu entusiasmo, e atirar as referidas bolas contra a superfície mais próxima com quanta força conseguisse. Do ponto de vista das crianças, no entanto, esta aversão dos adultos a um brinquedo tão ‘fixe’ e caótico não era mais do que ‘caretice’ da parte deles, e incentivo adicional para se continuar a brincar com o mesmo - pelo menos enquanto o plástico não começasse a lascar em sulcos por embater tantas vezes no chão. Talvez fosse por isso (ou talvez pela facilidade em obter este tipo de brinde) que não havia, nos anos 90, criança que não tivesse pelo menos duas ou três destas bolinhas de conceito extremadamente simples, mas suficientemente bem logrado para causar uma ‘febre’ em Portugal (e não só) durante mais de uma década.

Hoje em dia, continuam a existir bolinhas saltitonas, embora já não com a expressão que outrora tiveram; tal como tantas outros de que já falamos (e falaremos)  aqui no blog, no entanto, esta é daquelas brincadeiras em que é difícil ver a geração Alfa, criada na era da Internet e viciada em Fortnite e Candy Crush, a ter qualquer tipo de interesse. No entanto, trata-se também de um daqueles brinquedos que é verdadeiramente preciso ‘ver para crer’ – e só quem lá esteve naquela época sabe o grau de diversão e ‘vício’ que uma simples bolinha de borracha podia, verdadeiramente, proporcionar…

17.07.21

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos e acessórios de exterior disponíveis naquela década.

E num fim-de-semana em que o calor bate intenso, as temperaturas sobem, e o que apetece mesmo é estar na praia ou na piscina, nada melhor do que recordar uma das principais ‘soluções de compromisso’ para quem não podia usufruir desses recursos – as Super Soaker, ‘metralhadoras de água’ de maior ou menor potência popularizadas durante os anos 90, e que ajudaram muitas crianças (portuguesas e não só) a refrescarem-se em dias quentes de Verão.

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Criadas pela norte-americana Nerf, conhecida pelas suas versões ‘seguras’ – normalmente de espuma – de populares jogos e brinquedos, a Super Soaker fugia um pouco dos moldes da companhia, tendo mesmo chegado a criar controvérsia devido à força e pressão com os jactos de água eram emanados quando se pressionava o gatilho; e se no modelo básico, a Super Soaker 50, esse já era um problema de relevo, imagine-se com os modelos mais poderosos! Esta característica fazia com que muitos pais, com receio de acidentes graves, não deixassem os filhos ter destas pistolas, acelerando assim a retirada das mesmas do mercado.

Ainda assim, enquanto existiram, as Super Soaker – que eram distribuídas em Portugal pela omnipresente Concentra – eram, passe a expressão, o ‘sonho molhado’ de qualquer criança, especialmente das que tinham um jardim e vários amigos com os quais recriar as cenas mostradas nos anúncios ao produto; afinal, o que havia para não gostar na ideia de molhar os amigos com uma pistola que parecia a arma do Rambo - e que, em pelo menos uma instância, aparecia nas mãos DO PRÓPRIO RAMBO?!

Nem o Rambo resiste ao encanto da Super Soaker...

E, claro, como qualquer produto popular entre a massa jovem, a Super Soaker teve a sua quota-parte de imitações ‘marca branca’, as quais, paradoxalmente, acabavam por ser mais seguras, devido à menor pressão de água que atingiam relativamente à arma ‘oficial’, a qual as tornava menos conducente a acidentes.

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Um exemplo de 'Super Faker' - ou 'Faker Soaker', se preferirem...

Infelizmente, os referidos receios relativos à pressão dos jactos de água faziam com que apenas alguns ‘sortudos’ pudessem desfrutar das sensações e experiências acima referidas, ficando a maioria dos seus amigos relegados a imaginar como seria encenar essas ‘guerras’. Curiosamente, esses medos não foram suficientes para deixar a Super Soaker ‘fora de combate’ de forma permanente, sendo que a Nerf lançou, recentemente, um modelo atualizado da famosa pistola de água, com um visual totalmente redesenhado e, presumivelmente, jactos de água menos potentes, até devido à maior preocupação com os padrões de segurança de brinquedos e outros produtos dirigidos a um público infanto-juvenil. É, pois, perfeitamente possível que as crianças do novo milénio continuem a ter ‘guerras’ de Super Soakers com os amigos, semelhante às que aconteciam na ‘nossa’ época; e, num dia como hoje, quase que dá vontade de ter novamente 10 ou 12 anos, e podermos, nós próprios, reviver essa experiência…

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