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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

21.09.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 20 de Setembro de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Os anos finais do século XX representaram o último 'sopro de vida' para muitos dos brinquedos e brincadeiras que haviam inspirado e entretido as gerações passadas. O advento e rápida expansão das novas tecnologias, bem como a globalização do comércio e consequente decréscimo dos preços de muitos produtos, fizeram com que muitas crianças da Geração 'X' em diante não quisessem ou sequer precisassem de conhecer os jogos e objectos de lazer 'improvisados' com que os seus pais e avós conviviam. Havia, é claro, excepções à regra – algumas das quais se mantêm até aos dias de hoje – mas, grosso modo, as décadas de 80 e 90 foram mesmo as últimas em que se utilizaram, ou sequer viram, certos produtos.

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Um bom exemplo deste paradigma são (ou foram) as bolas de trapos, um daqueles brinquedos 'inventados' pela falta de recursos, e que viria a ser erradicado pela facilidade em obter uma bola de espuma, borracha ou couro em qualquer loja de brinquedos ou desporto, drogaria, supermercado, grande superfície ou mesmo loja dos 'trezentos'. Com tal variedade e facilidade de acesso, aquele amontoado de folhas de jornal dentro de uma meia que os mais velhos haviam usado na sua infância acabava por parecer redundante, e até um pouco risível.

Apesar disto, ainda terá havido, no período em causa, quem tenha recheado, ou visto familiares rechearem, o referido pedaço de tecido com trapos, meias, jornais ou papel rasgado, para criar um brinquedo perfeitamente funcional, e que, por ser leve, podia mesmo ser utilizado dentro de casa, durante um Domingo Divertido – ainda que a maioria dos familiares não visse com bons olhos esse tipo de ideia. Por essa razão, e apesar de já à época serem praticamente uma relíquia do passado, fica apenas bem dedicar estas breves linhas a um dos últimos brinquedos clássicos do século XX a verdadeiramente deixar de existir.

 

26.05.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 24 de Maio de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Na era pré-digital, e em que a maioria dos brinquedos era cara o suficiente para apenas ser acessível em contextos particulares e especiais, como os anos e o Natal, era natural que as crianças portuguesas – sobretudo as dos meios menos urbanizados – recoressem a brincadeiras improvisadas, ou 'herdadas' de gerações anteriores, cujos requerimentos materiais eram inexistentes ou baixos o suficiente para facilmente serem supridos. A actividade que abordamos este Sábado faz, precisamente, parte desse grupo, e será recordada com nostalgia por qualquer elemento da geração 'millennial' portuguesa cuja juventude tenha sido passada longe dos centros urbanos.

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De facto, enquanto que nas cidades era difícil arranjar o espaço necessário para tais actividades, as vilas e aldeias suburbanas e do interior – à época bem menos povoadas e 'motorizadas' do que hoje em dia – proporcionavam o cenário perfeito para 'corridas' em cima de grades de cerveja, carros de rolamentos, colchões, pneus ou mesmo simples folhas de plástico ou cartão; desde que o material permitisse deslizar sobre o asfalto, terra batida ou empedrado, pouco importava qual a variante utilizada. Depois, era só encontrar uma rampa, colina, monte ou 'ladeira' e 'dar a largada' para ver quem chegava primeiro ao sopé da referida área.

Escusado será dizer que, na maioria das vezes, tais 'aventuras' não tinham exactamente final feliz, sendo responsáveis por múltiplos 'esfolões', fracturas, dentes partidos e outros 'azares' típicos de uma infância passada 'à solta', em Sábados aos Saltos com os amigos. Apesar das dores, choros e inevitáveis raspanetes e 'sovas', no entanto, é de suspeitar que seriam muito poucos os portugueses que, tendo a oportunidade, mudariam sequer um momento dessas experiências tão simples quanto divertidas, hoje quase pitorescas para a geração digital, mas que tanto disseram, e tantas memórias criaram, aos seus pais e até irmãos mais velhos...

24.03.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Todas as crianças da era pré-digital os fizeram, ou pediram que lhos fizessem, pelo menos uma vez na vida, e todos os testaram da mesma maneira: correndo para lados opostos de uma divisão (ou tão longe quanto o fio permitisse) e tentando comunicar entre si. E apesar de a suposta capacidade de ecoarem ser, parcialmente, uma ilusão, não deixava ainda assim de se passar um Domingo Divertido, na companhia de um amigo, irmão ou primo, a brincar com esta simples mas fascinante criação.

Falamos, claro, dos telefones feitos com dois copos de plástico e um bocado de guita, que era passada por dentro de cada copo, unindo-os assim um ao outro para criar algo com a aparência de um sistema de comunicação de duas vias, ainda que de eficiência duvidosa. Nada que impedisse as engenhosas e imaginativas crianças de então, para quem o ritual acima descrito era parte integrante da diversão, com o acréscimo de ser um pretexto para poder falar mais alto, ou até gritar...

Apesar de haver, ainda, tutoriais sobre como fazer estes pseudo-telefones no Google e YouTube, este é, infelizmente, mais um daqueles conceitos que, se não caiu já na obsolescência, rapidamente o fará, já que é de duvidar que as gerações digitais achem qualquer interesse num brinquedo deste tipo. Para os seus pais, no entanto, este é mais um daqueles símbolos simples e insignificantes, mas ainda assim marcantes, de uma infância feliz, vivida numa era mais simples e despreocupada, em que algo tão simples como dois copos atados com linha eram suficientes para dar largas à imaginação...

23.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 22 de Fevereiro de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância, este Domingo será Desportivo.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Recentemente, falámos aqui dos conjuntos de 'bowling' e golfe de brincar; no entanto, essas estavam longe de ser as únicas tentativas de replicar desportos reais à escala infantil. De facto, não só existiam outros desportos visados por este tipo de prática, como os instrumentos veiculados para simular esses mesmos desportos nem sempre eram tão obviamente 'falsos' como nos casos acima citados, como vem comprovar o brinquedo que abordamos este fim-de-semana.

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Não que as raquetes de ténis de brinquedo tivessem alguma pretensão ao realismo; não se tratavam de verdadeiros instrumentos para a prática do desporto à escala reduzida, mas antes de réplicas em plástico relativamente leve, o mesmo se aplicando à bola ou 'volante' de 'badminton' com que tendiam a ser comercializadas. No entanto, não deixa também de ser verdade que, mesmo com estas limitações, estes conjuntos potenciavam uma experiência muito mais próxima do verdadeiro desporto que simulavam do que qualquer dos seus congéneres anteriormente abordados nestas páginas, sendo perfeitamente possível organizar um jogo de ténis durante um Domingo Desportivo em família ou entre amigos apenas com recurso às mesmas. Talvez por isso a sensação de brincar com estas raquetes fosse ainda mais gratificante do que em qualquer dos casos acima referidos, permitindo mesmo rever-se como 'às' do ténis mundial, ainda que apenas por breves instantes...

Tal como muitos dos outros brinquedos de que aqui vimos falando, também as raquetes em plástico se encontram, ainda, disponíveis no mercado, mas em larga medida remetidas para 'sites' grossistas, sendo menos frequente encontrá-las no contexto da vida real. Ainda assim, tal como os outros 'kits' de pseudo-desporto, este é um produto relativamente intemporal, e que quiçá faça ainda as delícias das crianças da nova 'Geração Alfa', no intervalo entre dois vídeos de YouTube ou 'posts' nas redes sociais, durante um Sábado aos Saltos de sol...

01.12.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Em edições anteriores desta rubrica, falámos de brinquedos prevalentes em finais do século XX e nos primeiros anos do seguinte, e que eram capazes de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido à sua demografia-alvo. Este fim-de-semana, voltamos a combinar as duas rubricas para juntar mais um nome a essa restrita, mas crescente lista.

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Falamos das bolas desmontáveis, um daqueles conceitos tão simples quanto brilhantes, e irresistíveis para qualquer ser humano de uma certa faixa etária. Tal como o nome indica, tratavam-se de bolas em plástico duro constituídas por vários painéis segmentados, os quais se podiam separar e juntar à boa maneira de peças de 'puzzle'. Era, assim, possível 'construir' uma bola, utilizá-la da forma convencional durante um Sábado aos Saltos e, terminada a brincadeira, 'parti-la' no chão e juntar as peças para, no dia seguinte, passar um Domingo Divertido a reconstruí-la. Um verdadeiro 'dois em um' que, apesar de não ser tão eficiente em cada uma das suas funções como o equivalente de 'uso único' (sendo, por exemplo, demasiado duro para ser atirado com força, e demasiado simplista para ser verdadeiramente desafiante enquanto quebra-cabeças) não deixava ainda assim de desempenhar ambas as funções de forma suficientemente competente para atrair a atenção e curiosidade do público-alvo.

Ao contrário de outros produtos aqui abordados, as bolas desmontáveis nunca chegaram a desaparecer totalmente do mercado. No entanto, tal como vários outros brinquedos de que aqui fomos falando, o seu 'nicho' actual consiste, sobretudo, de páginas e plataformas de venda grossista na Internet, sendo as mesmas praticamente impossíveis de detectar na vida quotidiana – algo que não deixa de ser curioso, dado o seu conceito relativamente intemporal, e capaz de apelar aos mais básicos insintos e gostos da população infanto-juvenil. As Gerações Z e Alfa ficam assim, infelizmente, privadas de conhecer o prazer vivido pelos seus pais em 'destruir' uma destas bolas com uma valente pancada no chão, apenas para a reconstruir quase de imediato, e reiniciar novamente o ciclo - uma daquelas sensações que nenhuma 'app' será, jamais, capaz de recriar...

 

06.10.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos dos jogos 'para adultos' recriados à escala dos 'mais pequenos', com o bilhar/snooker e os matraquilhos à cabeça, mas passando também pela petanca. No entanto, consta dessa lista outro tipo de jogo, até agora nunca por nós mencionado, e que, ao contrário dos outros, era (e continua a ser) capaz de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido, dependendo do contexto em que é utilizado; falamos dos conjuntos de bólingue para crianças, muito populares nos anos 90 e que continuam a ser possíveis de adquirir, num formato muito semelhante (senão mesmo idêntico) até aos dias que correm.

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Feitos de plástico ultra-leve (por oposição à madeira dos 'artigos genuínos') para que possam ser facilmente derrubados com recurso mínimo à força, estes conjuntos permitem, em tudo o resto, recriar o jogo autêntico - embora com menor número de pinos – continuando o objectivo a passar por derrubar o maior número possível dos referidos pinos com apenas um lançamento da icónica bola perfurada, a qual, tal como os próprios alvos, é leve e fácil de manusear por mãos pequeninas. Quem tivesse familiaridade com o sistema de pontuações do bólingue podia mesmo ir 'marcando' no seu cartão os diferentes lançamentos, para mais tarde os comparar com os dos irmãos ou vizinhos. Não era, no entanto, necessário contar com jogadores adicionais para desfrutar destes conjuntos, nem tão-pouco esperar por dias mais amenos para organizar partidas; a natureza destes equipamentos (leves e de dimensões muito menores que os originais) permitiam que fossem utilizados tanto no exterior como no interior, tornando-os numa distracção ideal tanto para um Sábado de sol como para um Domingo mais chuvoso.

Tal como referimos, estes conjuntos de pinos e bola de bólingue em plástico continuam, até hoje, a ser comercializados em lojas chinesas, de brinquedos, e mesmo em grandes superfícies, embora a sua popularidade tenha, naturalmente, decrescido com o acréscimo de opções digitais ao dispor das gerações Z e Alfa. Ainda assim, o apelo do faz-de-conta e do 'brincar aos adultos' continua a ser muito forte, mesmo entre as demografias digitais, pelo que não será descabido pensar que, algures em Portugal, haja ainda crianças que passem parte do seu fim-de-semana a organizar torneios de bólingue no chão do quarto, com o mesmo tipo de equipamentos que, em tempos, divertiu do mesmo modo os seus pais...

22.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 21 de Setembro de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar da percepção generalizada de que cada nova geração de crianças e jovens se torna progressivamente mais sedentária e preguiçosa que a anterior, continua a haver pretextos, contextos e motivações irresistíveis para qualquer criança entrar em movimento. De uma simples bola de futebol a um insuflável, são inúmeros os exemplos de brinquedos e jogos que continuam a exercer uma atracção indelével sobre os mais novos, e a esta lista há ainda que juntar um brinquedo popularizado durante os anos 90 e que continua a fazer enorme sucesso – o chamado 'saltitão'.

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Mais frequentemente utilizado no contexto de aulas de ginástica para adultos, as tradicionais bolas gigantes vêm, desde há várias décadas, tendo também versões infantis, em tamanho reduzido e muitas vezes decoradas com autocolantes ou desenhos apelativos para a demografia-alvo. E se os adultos encontram uma série de usos distintos para estes equipamentos, entre os mais novos, os mesmos são utilizados para um único fim: sentar-se e, através da impulsão do corpo, fazer 'saltar' a bola, criando um efeito 'cavalgante'.

Uma daquelas brincadeiras básicas, intemporais e absolutamente irresistíveis, das quais uma criança da geração Z ou Alfa conseguiria, tendo a oportunidade, retirar tanto proveito quanto os seus pais, na mesma idade. Talvez por isso este tipo de brinquedo continue – ao contrário de tantos outros de que aqui falamos – a ser comercializado, uma situação que deverá manter-se até que o apelo de passar um Sábado (literalmente) ao saltos pelo jardim ou sala de estar, montado numa enorme bola de borracha maleável, deixe de se fazer sentir entre os humanos de uma certa idade.

09.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Domingo, 8 de Setembro de 2024.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes mencionámos o facto de as crianças de finais do século XX precisarem de muito pouco para criar um Domingo Divertido, mesmo dentro de portas. De balões a 'concertinas' de plástico, passando por uma simples folha de papel e uma caneta, eram diversas as brincadeiras que, apesar de simples, eram ainda assim capazes de entreter a referida geração durante largos períodos de tempo; deste grupo faz, também, parte um misto de brinquedo e jogo que, apesar de obsoleto e até algo tolo da perspectiva da era digital, não deixava de apresentar um desafio considerável para quem ainda não vivia rodeado de ecrãs e recursos virtuais.

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Consistia este brinquedo de um cone de plástico, ao qual era amarrada uma bola por meiio de um fio curto. O objectivo da brincadeira passava por conseguir equilibrar a mesma no cone – um desiderato aparentemente simples, mas que requeria um nível surpreendente de precisão de movimentos e controlo da força, já que qualquer gesto mais brusco ou descontrolado resultava, inevitavelmente, num 'vôo rasante' da bola sobre a superfície do cone, antes de tombar do outro lado e obrigar a nova tentativa. O segredo estava, assim, no trabalho de pulso, que deveria ser, ao mesmo tempo, subtil e preciso para obter os resultados desejados, fazendo deste jogo um excelente veículo de treino para a coordenação motora, ainda que algo exigente para as crianças mais pequenas.

Não será, de todo, surpreendente afirmar que, desde a época em causa, este tipo de jogo desapareceu quase totalmente da consciência popular nacional, sendo possível imaginar a reacção de um elemento da Geração Alfa a algo deste tipo. Para quem cresceu em tempos mais simples, no entanto, aquele pequeno cone com a 'bolinha' agarrada terá, na sua época, constituído um desafio quase ao nível de um Cubo Mágico, e gerador de iguais graus de satisfação ao ser, finalmente, conquistado...

11.08.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 10 de Agosto de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Para grande parte das crianças portuguesas, independentemente da geração, a chegada das férias grandes é sinónimo de uma temporada na praia, ou, alternativamente, de deslocações frequentes à mesma; e, para as crianças de uma certa idade dos anos 80 e 90, havia um elemento que jamais poderia faltar num Sábado aos Saltos no meio da areia – as forminhas.

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Um conjunto de praia bem típico da época.

Disponíveis nas mais variadas formas e feitios – embora privilegiando curvas arredondadas – e em modelos tanto mais simples quanto mais elaborados e complexos, estes moldes em plástico colorido constituíam, a par dos castelos de areia feitos com recurso ao balde, uma das actividades preferidas dos portugueses mais pequenos durante grande parte do século XX, mantendo-se essa apetência ainda bem viva à entrada para a última década do mesmo. Isto porque a sensação de conseguir fazer a forma mesmo 'perfeitinha' – com todos os painéis do casco da tartaruga ou recortes das torres do castelo – proporcionava uma sensação de orgulho, mesmo tendo noção de que mais ninguém iria admirar a 'obra de arte', e de que a mesma seria provavelmente destruída ou refeita dentro de poucos momentos.

Tal como muitos dos nossos outros tópicos neste blog, as forminhas também acabaram, eventualmente, por 'passar de moda', tendendo a já não fazer parte dos conjuntos de praia vendidos nas lojas portuguesas da actualidade, ao contrário do que sucede com o balde ou a pá. Para quem cresceu a deixar o 'carimbo' de maçãs, tartarugas ou estrelas na areia, no entanto, este tipo de brincadeira será para sempre parte integrante das memórias dos Verões de infância, um tempo mais simples, em que uma peça de plástico colorido cheia de areia era capaz de proporcionar muitos bons momentos.

28.07.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Na nossa última publicação, falámos dos cavalos de pau, um tipo de brinquedo hoje obsoleto mas que, nos anos 90, constituía ainda uma excelente forma de passar um Sábado aos Saltos. Para quem não era adepto de grandes 'coboiadas' ou 'cavalgadas', no entanto (ou simplesmente para crianças mais novas) existia uma outra opção, a qual podia por si mesma dar azo a um Domingo Divertido: os cavalinhos de baloiço.

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Lá por casa existia um modelo exactamente igual a este...

Uma espécie de versão mais encorpada (e estática) dos cavalos de pau, os cavalos de baloiço eram presença frequente nos quartos de cama ou de brinquedos de crianças em idade pré-escolar, quando um brinquedo deste tipo era ainda capaz de encantar, e proporcionavam uma espécie de cruzamento entre o referido cavalo de pau e uma versão gratuita dos brinquedos de moeda tão populares à época. Requerendo apenas um pequeno impulso – que podia ser dado tanto pela criança como por um adulto – e controlo firme sobre os manípulos situados de cada lado da cabeça (já que, nestes casos, tendia a não haver rédeas) estes brinquedos eram a forma ideal de viver as fantasias de ser 'cowboy', cavaleiro ou príncipe encantado sem grande esforço, e sem quaisquer acidentes resultantes em 'nódoas negras', arranhões e outras 'mazelas' típicas da infância. Não é, pois, de espantar que os mesmos continuassem a gozar de enorme popularidade entre as crianças das décadas de 80 e 90, as quais certamente relembrarão uma qualquer variação do tradicional modelo pintado de vermelho e branco, que ilustra este post.

À semelhança dos cavalos de pau, é também ainda hoje possível encontrar para venda versões modernas dos cavalos de baloiço, sobretudo em lojas especializadas em brinquedos de índole mais clássica; tal como com os seus 'irmãos' mais 'magricelas', no entanto, é difícil imaginar o interesse que um produto desta índole possa ter para a 'geração iPad', para quem até mesmo os referidos brinquedos de abanar movidos a créditos já têm de ter animações a acompanhar. Quem viveu num tempo mais simples e menos tecnológico, no entanto, certamente terá, após ler este 'post', despertado memórias remotas de muitos Domingos Divertidos passados 'a cavalo' de um destes 'bravos alazões', a dar largas a uma imaginação que cada vez mais vai faltando às crianças modernas...

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