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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

26.05.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 24 de Maio de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Na era pré-digital, e em que a maioria dos brinquedos era cara o suficiente para apenas ser acessível em contextos particulares e especiais, como os anos e o Natal, era natural que as crianças portuguesas – sobretudo as dos meios menos urbanizados – recoressem a brincadeiras improvisadas, ou 'herdadas' de gerações anteriores, cujos requerimentos materiais eram inexistentes ou baixos o suficiente para facilmente serem supridos. A actividade que abordamos este Sábado faz, precisamente, parte desse grupo, e será recordada com nostalgia por qualquer elemento da geração 'millennial' portuguesa cuja juventude tenha sido passada longe dos centros urbanos.

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De facto, enquanto que nas cidades era difícil arranjar o espaço necessário para tais actividades, as vilas e aldeias suburbanas e do interior – à época bem menos povoadas e 'motorizadas' do que hoje em dia – proporcionavam o cenário perfeito para 'corridas' em cima de grades de cerveja, carros de rolamentos, colchões, pneus ou mesmo simples folhas de plástico ou cartão; desde que o material permitisse deslizar sobre o asfalto, terra batida ou empedrado, pouco importava qual a variante utilizada. Depois, era só encontrar uma rampa, colina, monte ou 'ladeira' e 'dar a largada' para ver quem chegava primeiro ao sopé da referida área.

Escusado será dizer que, na maioria das vezes, tais 'aventuras' não tinham exactamente final feliz, sendo responsáveis por múltiplos 'esfolões', fracturas, dentes partidos e outros 'azares' típicos de uma infância passada 'à solta', em Sábados aos Saltos com os amigos. Apesar das dores, choros e inevitáveis raspanetes e 'sovas', no entanto, é de suspeitar que seriam muito poucos os portugueses que, tendo a oportunidade, mudariam sequer um momento dessas experiências tão simples quanto divertidas, hoje quase pitorescas para a geração digital, mas que tanto disseram, e tantas memórias criaram, aos seus pais e até irmãos mais velhos...

23.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sábado, 22 de Fevereiro de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância, este Domingo será Desportivo.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

Recentemente, falámos aqui dos conjuntos de 'bowling' e golfe de brincar; no entanto, essas estavam longe de ser as únicas tentativas de replicar desportos reais à escala infantil. De facto, não só existiam outros desportos visados por este tipo de prática, como os instrumentos veiculados para simular esses mesmos desportos nem sempre eram tão obviamente 'falsos' como nos casos acima citados, como vem comprovar o brinquedo que abordamos este fim-de-semana.

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Não que as raquetes de ténis de brinquedo tivessem alguma pretensão ao realismo; não se tratavam de verdadeiros instrumentos para a prática do desporto à escala reduzida, mas antes de réplicas em plástico relativamente leve, o mesmo se aplicando à bola ou 'volante' de 'badminton' com que tendiam a ser comercializadas. No entanto, não deixa também de ser verdade que, mesmo com estas limitações, estes conjuntos potenciavam uma experiência muito mais próxima do verdadeiro desporto que simulavam do que qualquer dos seus congéneres anteriormente abordados nestas páginas, sendo perfeitamente possível organizar um jogo de ténis durante um Domingo Desportivo em família ou entre amigos apenas com recurso às mesmas. Talvez por isso a sensação de brincar com estas raquetes fosse ainda mais gratificante do que em qualquer dos casos acima referidos, permitindo mesmo rever-se como 'às' do ténis mundial, ainda que apenas por breves instantes...

Tal como muitos dos outros brinquedos de que aqui vimos falando, também as raquetes em plástico se encontram, ainda, disponíveis no mercado, mas em larga medida remetidas para 'sites' grossistas, sendo menos frequente encontrá-las no contexto da vida real. Ainda assim, tal como os outros 'kits' de pseudo-desporto, este é um produto relativamente intemporal, e que quiçá faça ainda as delícias das crianças da nova 'Geração Alfa', no intervalo entre dois vídeos de YouTube ou 'posts' nas redes sociais, durante um Sábado aos Saltos de sol...

08.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 07 de Fevereiro de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Um dos primeiros diferenciais mencionados por quem tenha sido criança em finais do século XX, por comparação ao tempo presente, prende-se com a muito maior prevalência das brincadeiras de exterior, muitas das quais já abordadas ao longo do tempo de vida deste 'blog'. Embora as consolas e outros brinquedos tecnológicos já existissem, e fizessem parte da vida de muitas das crianças (em Portugal e não só), as mesmas tinham o seu 'tempo e espaço' na vida quotidiana da demografia em causa, sendo muitas vezes preteridas em favor de um Sábado aos Saltos com os amigos, na rua, jardim, parque infantil ou campo de futebol do bairro. E porque até no mais citadino dos ambientes estas brincadeiras implicavam um certo grau de sujidade, não era incomum ver, nos guarda-roupas das crianças da época, um conjunto de peças de roupa exclusivamente destinadas a serem utilizadas neste tipo de situação, ou seja, 'para bater'.

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Fossem 'jeans' ou jardineiras já algo coçados, ténis estalados ou rasgados ou 'sweatshirts' já quase sem cor, as vestimentas incluídas nesta categoria eram, invariavelmente, peças que os pais da criança não se importavam de ver ser 'destruídas' em jogos de futebol de rua em campos de terra batida, brincadeiras em parques infantis com chão de areia, 'aventuras' naturais em áreas de floresta, jogos tradicionais, idas à praia, colónias de férias e outras situações igualmente insalubres. Esta prática permitia, por sua vez, preservar as roupas mais novas ou em melhor estado, para que as mesmas pudessem ser usadas em Saídas ao Sábado mais urbanas ou formais, ou em eventos que requerissem um pouco mais de cuidado na apresentação.

Ao contrário do que sucede com muitas tendências aqui abordadas, é de duvidar que a prática aqui exposta tenha desaparecido por completo; afinal, independentemente da geração, as crianças nunca deixarão de se sujar, e é bem possível que a demografia agora em idade de ter filhos pequenos tenha assimilado e adoptado este 'truque' empregue pelos seus pais quando eles próprios eram crianças. A verdade, no entanto, é que, com cada nova geração a tornar-se mais sedentária, existe cada vez menos necessidade de pôr de lado roupas exclusivamente 'para bater', tornando possível que também este hábito comum há apenas algumas dezenas de anos venha, num futuro muito próximo, a perder totalmente a sua relevância e preponderância, passando a constituir pouco mais do que uma memória preservada pela última geração a verdadeiramente ter por hábito passar Sábados aos Saltos a brincar na rua...

25.01.25

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes falámos de brinquedos que procuravam simular e adaptar desportos 'reais' à realidade infantil, nomeadamente através do uso de plástico leve, o qual não só tornava os jogos mais seguros como também adequava os objectivos à força e destreza do público-alvo. Era assim, por exemplo, com o bilhar, os dardos, o bólingue, e também com o desporto de que falamos neste 'post', o golfe.

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De facto, nas mesmas lojas que vendiam os outros produtos acima elencados, era também possível encontrar estojos de golfe em miniatura, contendo no interior vários tacos e uma bola, todos em plástico oco, semelhante ao utilizado para os conjuntos de bólingue, por exemplo. Tal como acontecia com estes, a criança podia, assim, recriar um jogo de golfe, com todas as suas tacadas 'impossíveis', ainda que sem a presença de buracos, os quais tinham de ser 'improvisados' (com recipientes colocados na horizontal, por exemplo) ou ficar a cargo da imaginação. Fosse qual fosse o método escolhido, no entanto, os referidos conjuntos eram, invariavelmente, capazes de proporcionar tanto Sábados aos Saltos, com o quintal a servir de 'green', como Domingos Divertidos, como o jogo a desenrolar-se no chão do quarto - ainda que, em ambos os casos, provavelmente muito mais breves do que um verdadeiro jogo de golfe, com o seu ritmo lento e as suas quase duas dezenas de buracos.

Tal como sucede com os seus congéneres acima citados, continua a ser possível adquirir conjuntos de golfe deste tipo; no entanto, como também sucede com muitos dos outros 'kits' de desporto de brincar, os mesmos encontram-se confinados, em larga medida, a 'sites' grossistas da Internet, sendo raro encontrar um 'ao vivo e a cores', numa qualquer loja 'dos trezentos' ou chinesa. Quem viveu o período de maior popularidade destes brinquedos, no entanto, certamente se recordará de muitos fins-de-semana passados a aperfeiçoar a sua técnica de tacada, qual Tiger Woods em miniatura...

01.12.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Em edições anteriores desta rubrica, falámos de brinquedos prevalentes em finais do século XX e nos primeiros anos do seguinte, e que eram capazes de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido à sua demografia-alvo. Este fim-de-semana, voltamos a combinar as duas rubricas para juntar mais um nome a essa restrita, mas crescente lista.

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Falamos das bolas desmontáveis, um daqueles conceitos tão simples quanto brilhantes, e irresistíveis para qualquer ser humano de uma certa faixa etária. Tal como o nome indica, tratavam-se de bolas em plástico duro constituídas por vários painéis segmentados, os quais se podiam separar e juntar à boa maneira de peças de 'puzzle'. Era, assim, possível 'construir' uma bola, utilizá-la da forma convencional durante um Sábado aos Saltos e, terminada a brincadeira, 'parti-la' no chão e juntar as peças para, no dia seguinte, passar um Domingo Divertido a reconstruí-la. Um verdadeiro 'dois em um' que, apesar de não ser tão eficiente em cada uma das suas funções como o equivalente de 'uso único' (sendo, por exemplo, demasiado duro para ser atirado com força, e demasiado simplista para ser verdadeiramente desafiante enquanto quebra-cabeças) não deixava ainda assim de desempenhar ambas as funções de forma suficientemente competente para atrair a atenção e curiosidade do público-alvo.

Ao contrário de outros produtos aqui abordados, as bolas desmontáveis nunca chegaram a desaparecer totalmente do mercado. No entanto, tal como vários outros brinquedos de que aqui fomos falando, o seu 'nicho' actual consiste, sobretudo, de páginas e plataformas de venda grossista na Internet, sendo as mesmas praticamente impossíveis de detectar na vida quotidiana – algo que não deixa de ser curioso, dado o seu conceito relativamente intemporal, e capaz de apelar aos mais básicos insintos e gostos da população infanto-juvenil. As Gerações Z e Alfa ficam assim, infelizmente, privadas de conhecer o prazer vivido pelos seus pais em 'destruir' uma destas bolas com uma valente pancada no chão, apenas para a reconstruir quase de imediato, e reiniciar novamente o ciclo - uma daquelas sensações que nenhuma 'app' será, jamais, capaz de recriar...

 

22.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 21 de Setembro de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar da percepção generalizada de que cada nova geração de crianças e jovens se torna progressivamente mais sedentária e preguiçosa que a anterior, continua a haver pretextos, contextos e motivações irresistíveis para qualquer criança entrar em movimento. De uma simples bola de futebol a um insuflável, são inúmeros os exemplos de brinquedos e jogos que continuam a exercer uma atracção indelével sobre os mais novos, e a esta lista há ainda que juntar um brinquedo popularizado durante os anos 90 e que continua a fazer enorme sucesso – o chamado 'saltitão'.

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Mais frequentemente utilizado no contexto de aulas de ginástica para adultos, as tradicionais bolas gigantes vêm, desde há várias décadas, tendo também versões infantis, em tamanho reduzido e muitas vezes decoradas com autocolantes ou desenhos apelativos para a demografia-alvo. E se os adultos encontram uma série de usos distintos para estes equipamentos, entre os mais novos, os mesmos são utilizados para um único fim: sentar-se e, através da impulsão do corpo, fazer 'saltar' a bola, criando um efeito 'cavalgante'.

Uma daquelas brincadeiras básicas, intemporais e absolutamente irresistíveis, das quais uma criança da geração Z ou Alfa conseguiria, tendo a oportunidade, retirar tanto proveito quanto os seus pais, na mesma idade. Talvez por isso este tipo de brinquedo continue – ao contrário de tantos outros de que aqui falamos – a ser comercializado, uma situação que deverá manter-se até que o apelo de passar um Sábado (literalmente) ao saltos pelo jardim ou sala de estar, montado numa enorme bola de borracha maleável, deixe de se fazer sentir entre os humanos de uma certa idade.

16.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 15 de Junho de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa edição anterior desta rubrica, falámos das pistolas espaciais, elemento indispensável para qualquer brincadeira de faz-de-conta tematizada em torno do espaço e dos astronautas. No entanto, as mesmas estavam longe de ser o único apetrecho disponível para complementar este tipo de vôo da imaginação; quem preferisse brincar aos espadachins, cavaleiros ou até emular personagens como He-Man e She-Ra tinha também ao seu dispôr uma enorme variedade de espadas de brincar, nos mais diversos formatos e estilos.

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Uma espada típica da variante electrónica da categoria.

De facto, da tradicional espada ao estilo de Zorro até algo mais medieval, passando pela inevitável variante tecnológica, de 'design' futurista e equipada com efeitos de luz e som, havia espadas para todos os gostos espalhados pelas lojas de bairro, barracas de feira, bazares e lojas dos 'trezentos' de Norte a Sul do Portugal noventista, prontas a fazerem as delícias das crianças e jovens das gerações 'X' e 'millennial'. E o facto é que, mesmo sem serem tão populares quanto as pistolas espaciais (ou não fosse o final do século XX a era do futurismo por excelência) estas espadas ainda proporcionavam momentos bem divertidos aos rapazes e raparigas de uma certa idade, além de servirem 'função dupla' como complemento a uma máscara de Carnaval de temática medieval ou inspirada em Zorro.

Surpreendentemente, apesar de todas as preocupações tanto com a integridade física das crianças como com a promoção da violência, as espadas de brincar continuam a ser relativamente fáceis de encontrar à venda, sabendo onde e como procurar. E mesmo sem a popularidade ou expressão de que gozavam à época, haverá ainda hoje muito poucas crianças que recusem a oportunidade de se 'apetrechar' com uma destas réplicas, e passar um Sábado aos Saltos a imaginar-se como Zorro, Conan ou qualquer dos seus equivalentes modernos...

11.05.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já vem sendo tema recorrente deste nosso 'blog' o facto de a criança dos anos 90 precisar de pouco para se divertir. De facto, à falta de brinquedos elaborados, era sempre possível inventar um jogo ou brincadeira com recursos mínimos ou mesmo inexistentes; conversamente, o mais simples dos elementos - como uma bola, uma folha de papel ou duas tampas de panela – era capaz de proporcionar um Sábado aos Saltos mais do que divertido, quer a solo, quer na companhia de amigos. Um dos mais famosos exemplos deste paradigma é o produto de que falamos neste 'post', o qual, pela sua simplicidade, portabilidade e tendência para ser usado no exterior, acaba por se inserir não só no âmbito dos Sábados aos Saltos, mas também dos Domingos Divertidos (já que também era bastas vezes utilizado dentro de portas) ou mesmo das Quintas de Quinquilharia, já que cabia num bolso ou estojo de lápis; pela sua associação a tardes solarengas, no entanto, escolhemos falar do mesmo no contexto dos fins-de-semana, dedicando-lhe um 'post' híbrido que cobrirá os dois próximos dias deste blog.

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Falamos das icónicas bolas de sabão (ou 'bolinhas' de sabão), vendidas nos mais variados locais (de drogarias de bairro a tabacarias ou lojas dos 'trezentos') em não menos icónicos tubos de plástico multicolorido nos últimos anos do século XX, e cuja mera fotografia será, certamente, motivo de nostalgia para qualquer criança ou jovem da época. Isto porque, pelo seu preço acessível e excelente balanço custo-benefício (especialmente por poderem ser 'recarregados' com uma simples mistura de água e detergente, proporcionando um 'ciclo de vida' potencialmente infinito), os referidos tubos eram regularmente utilizados como 'brindes de passeio' ou mesmo adquiridos sem necessidade de recurso a qualquer contexto especial, apenas como forma de passar um Sábado aos Saltos ou Domingo Divertido de sol. E a verdade é que havia poucas sensações tão boas quanto a de ver sair daquela argola redonda na ponta do tubo 'milhões' de bolas translúcidas, que se espalhavam em todas as direcções – ou, melhor ainda, uma única bola de tamanho gigante, cuidadosamente gerada e admirada em êxtase durante alguns segundos, antes do inevitável rebentamento (natural ou provocado). Não menos divertida era a subsequente 'senda' para tentar rebentar tantas bolas quanto possível, uma actividade tão inexplicavelmente catártica quanto o manuseamento de plástico-bolha, e que apenas aumentava o 'factor diversão' daquele simples tubo de água e sabão.

A contribuir ainda mais para este aspecto estava, também, o tradicional jogo em ponto miniatura contido na tampa de cada tubo, e que, muitas vezes, influenciava a escolha de qual cor de tubo levar. Isto porque cada uma das cores tinha, normalmente, um topo diferente, e embora todos os jogos contidos nos mesmos se inserissem nos moldes de um labirinto, havia sempre alguns mais atractivos e apelativos que outros. E ainda que estas micro-actividades tendessem a perder o interesse muito antes da solução aquosa contida nos tubos, as mesmas não deixavam, ainda assim, de acrescer ainda mais um elemento ao apelo destes tubos.

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Exemplo da 'versão moderna' deste divertimento.

Ao contrário do que sucede com muitos dos produtos de que falamos nesta e noutras rubricas, as bolas de sabão não desapareceram do mercado, nem tão-pouco perderam o interesse para as gerações mais novas; o formato tradicional conhecido e disfrutado pelas gerações 'X' e 'millennial' foi, no entanto, substituído por algo mais próximo de um brinquedo clássico, normalmente 'apetrechado' com luzes LED e moldado na forma de uma varinha mágica ou pistola espacial de dispensação automática, o que se pode considerar retirar parte da diversão e 'magia' à experiência, tornando ainda mais difíceis 'proezas' como a criação de bolas gigantes. O princípio-base, no entanto, mantém-se inalterado, provando que na simplicidade continua, por vezes, a estar o ganho, e que certos conceitos conseguem manter-se verdadeiramente intemporais, e sobreviver à crescente influência da tecnologia no quotidiano infanto-juvenil – pelo menos, até ser criada uma 'app' que simule a criação de bolas de sabão e que substitua a experiência autêntica por outra mais virtual; resta, pois, esperar que tal nunca aconteça, e que as gerações vindouras continuem a encontrar o mesmo prazer e deleite que os seus pais derivaram do simples acto de moldar uma solução de água e detergente em bolas e as 'atirar' para a atmosfera.

02.03.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa era em que tudo está disponível em formato digital e à distância de poucos 'cliques' (ou, alternativamente, sob a forma de eventos organizados) é cada vez mais fácil a qualquer criança ou jovem 'transformar-se' naquilo que sempre sonhou ser, seja como protagonista de um jogo de computador – a maioria dos quais permite um nível de customização impensável para a geração dos seus pais – ou como herói de uma 'fanfic', a infame modalidade de escrita que permite criar novas histórias a partir de personagens ou mundos previamente estabelecidos. Há trinta anos, no entanto – quando os computadores pessoais se encontravam ainda em início de vida e a Internet massificada pouco passava de uma miragem – quem quisesse 'encarnar' o seu herói ou heroína favorito durante algumas horas apenas tinha duas opções: fazê-lo a solo, em privado, ou chamar os amigos e organizar uma brincadeira de 'faz-de-conta'.

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Tal como sucedia com a maioria dos jogos de rua da altura, estas brincadeiras não tinham regras estabelecidas e pré-definidas; regra geral, uma vez acordado o universo da brincadeira e escolhidos os personagens, o único limite era a imaginação. Era possível, por exemplo, fazer duas equipas de propriedades intelectuais absolutamente distintas colaborarem, ou encenar uma batalha que, na realidade, talvez nunca chegasse a acontecer, opondo, por exemplo, os Power Rangers às Tartarugas Ninja; quem tinha mais imaginação podia, mesmo, subverter expectativas e inserir os personagens escolhidos numa situação menos típica ou mais quotidiana, com pouco ou nenhum recurso à acção e aventura pelas quais eram conhecidos. Fosse qual fosse a via escolhida, e mesmo o número de participantes, qualquer brincadeira deste tipo era garantia de uma tarde de Sábado aos Saltos bem passada.

Apesar de, conforme referimos no início deste texto, a progressão tecnológica estar a tornar progressivamente desnecessário o recurso à imaginação, queremos acreditar que o 'faz-de-conta' sobreviva ainda pelo menos mais uma geração, antes de o uso de 'tablets' e programas de televisão logo desde a nascença tornar essa práctica obsoleta. Cabe, pois, à demografia que tem, agora, crianças pequenas fomentar as fantasias e sonhos, para garantir que os mesmos não se perdem no imediato, e que os filhos da 'geração Z' ainda são capazes de se imaginar princesas, piratas, super-heróis ou membros de seja qual fôr o desenho animado 'da moda' na sua época...

03.02.24

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Já aqui anteriormente falámos dos jogos tradicionais de rua, cujas regras e rituais são passados de uma geração para a seguinte quase que como por osmose, não havendo, até hoje, nenhuma 'leva' de crianças que não os saiba, instintivamente, jogar; chega, agora, a hora de falar de uma outra actividade, adjacente embora não pertencente a esse grupo, mas que partilha muitas das características do mesmo – as brincadeiras de roda.

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Embora menos populares do que jogos como as escondidas, apanhada, 'Macaquinho do Chinês' ou 'Mamã Dá Licença' – e embora se encontrassem já em declínio em finais do século XX – os jogos de roda foram, ainda, a tempo de divertir a maioria das crianças da geração 'millennial', que terão tido contacto com uma actividade deste tipo pelo menos uma vez na vida, quer organicamente, quer através de actividades de grupo (era surpreendentemente popular como exercício de aquecimento em grupo em aulas de artes marciais para crianças, por exemplo) ou aulas de Educação Física. E se estas últimas insistiam, muitas vezes, no formato tradicional (excluindo, apenas, as características músicas que se cantariam se a roda fosse feita no recreio), as brincadeiras mais espontâneas tinham, na maioria das vezes, alguns desvios, como a adição de jogos de palminhas em permeio à roda em si, transformando o jogo numa espécie de 'dois-em-um' de brincadeiras de recreio, e tornando-o, assim, automaticamente mais interessante do que as rodas 'à moda antiga' que divertiam os pais e avós das crianças dos 'noventas'.

Escusado será dizer que, ao contrário do que aconteceu com alguns dos outros jogos seus contemporâneos, as rodas nunca chegaram a desfrutar de um regresso à popularidade, havendo hoje em dia muito poucas crianças que sequer saibam do que se trata tal conceito; cabe, pois, aos ex-jovens daquela época não deixar cair no esquecimento esta brincadeira nostálgica que, sem nunca ser 'primeira escolha', era ainda assim capaz de proporcionar bons momentos durante um Sábado aos Saltos.

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