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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

06.10.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos dos jogos 'para adultos' recriados à escala dos 'mais pequenos', com o bilhar/snooker e os matraquilhos à cabeça, mas passando também pela petanca. No entanto, consta dessa lista outro tipo de jogo, até agora nunca por nós mencionado, e que, ao contrário dos outros, era (e continua a ser) capaz de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido, dependendo do contexto em que é utilizado; falamos dos conjuntos de bólingue para crianças, muito populares nos anos 90 e que continuam a ser possíveis de adquirir, num formato muito semelhante (senão mesmo idêntico) até aos dias que correm.

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Feitos de plástico ultra-leve (por oposição à madeira dos 'artigos genuínos') para que possam ser facilmente derrubados com recurso mínimo à força, estes conjuntos permitem, em tudo o resto, recriar o jogo autêntico - embora com menor número de pinos – continuando o objectivo a passar por derrubar o maior número possível dos referidos pinos com apenas um lançamento da icónica bola perfurada, a qual, tal como os próprios alvos, é leve e fácil de manusear por mãos pequeninas. Quem tivesse familiaridade com o sistema de pontuações do bólingue podia mesmo ir 'marcando' no seu cartão os diferentes lançamentos, para mais tarde os comparar com os dos irmãos ou vizinhos. Não era, no entanto, necessário contar com jogadores adicionais para desfrutar destes conjuntos, nem tão-pouco esperar por dias mais amenos para organizar partidas; a natureza destes equipamentos (leves e de dimensões muito menores que os originais) permitiam que fossem utilizados tanto no exterior como no interior, tornando-os numa distracção ideal tanto para um Sábado de sol como para um Domingo mais chuvoso.

Tal como referimos, estes conjuntos de pinos e bola de bólingue em plástico continuam, até hoje, a ser comercializados em lojas chinesas, de brinquedos, e mesmo em grandes superfícies, embora a sua popularidade tenha, naturalmente, decrescido com o acréscimo de opções digitais ao dispor das gerações Z e Alfa. Ainda assim, o apelo do faz-de-conta e do 'brincar aos adultos' continua a ser muito forte, mesmo entre as demografias digitais, pelo que não será descabido pensar que, algures em Portugal, haja ainda crianças que passem parte do seu fim-de-semana a organizar torneios de bólingue no chão do quarto, com o mesmo tipo de equipamentos que, em tempos, divertiu do mesmo modo os seus pais...

22.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 21 de Setembro de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar da percepção generalizada de que cada nova geração de crianças e jovens se torna progressivamente mais sedentária e preguiçosa que a anterior, continua a haver pretextos, contextos e motivações irresistíveis para qualquer criança entrar em movimento. De uma simples bola de futebol a um insuflável, são inúmeros os exemplos de brinquedos e jogos que continuam a exercer uma atracção indelével sobre os mais novos, e a esta lista há ainda que juntar um brinquedo popularizado durante os anos 90 e que continua a fazer enorme sucesso – o chamado 'saltitão'.

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Mais frequentemente utilizado no contexto de aulas de ginástica para adultos, as tradicionais bolas gigantes vêm, desde há várias décadas, tendo também versões infantis, em tamanho reduzido e muitas vezes decoradas com autocolantes ou desenhos apelativos para a demografia-alvo. E se os adultos encontram uma série de usos distintos para estes equipamentos, entre os mais novos, os mesmos são utilizados para um único fim: sentar-se e, através da impulsão do corpo, fazer 'saltar' a bola, criando um efeito 'cavalgante'.

Uma daquelas brincadeiras básicas, intemporais e absolutamente irresistíveis, das quais uma criança da geração Z ou Alfa conseguiria, tendo a oportunidade, retirar tanto proveito quanto os seus pais, na mesma idade. Talvez por isso este tipo de brinquedo continue – ao contrário de tantos outros de que aqui falamos – a ser comercializado, uma situação que deverá manter-se até que o apelo de passar um Sábado (literalmente) ao saltos pelo jardim ou sala de estar, montado numa enorme bola de borracha maleável, deixe de se fazer sentir entre os humanos de uma certa idade.

11.08.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 10 de Agosto de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Para grande parte das crianças portuguesas, independentemente da geração, a chegada das férias grandes é sinónimo de uma temporada na praia, ou, alternativamente, de deslocações frequentes à mesma; e, para as crianças de uma certa idade dos anos 80 e 90, havia um elemento que jamais poderia faltar num Sábado aos Saltos no meio da areia – as forminhas.

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Um conjunto de praia bem típico da época.

Disponíveis nas mais variadas formas e feitios – embora privilegiando curvas arredondadas – e em modelos tanto mais simples quanto mais elaborados e complexos, estes moldes em plástico colorido constituíam, a par dos castelos de areia feitos com recurso ao balde, uma das actividades preferidas dos portugueses mais pequenos durante grande parte do século XX, mantendo-se essa apetência ainda bem viva à entrada para a última década do mesmo. Isto porque a sensação de conseguir fazer a forma mesmo 'perfeitinha' – com todos os painéis do casco da tartaruga ou recortes das torres do castelo – proporcionava uma sensação de orgulho, mesmo tendo noção de que mais ninguém iria admirar a 'obra de arte', e de que a mesma seria provavelmente destruída ou refeita dentro de poucos momentos.

Tal como muitos dos nossos outros tópicos neste blog, as forminhas também acabaram, eventualmente, por 'passar de moda', tendendo a já não fazer parte dos conjuntos de praia vendidos nas lojas portuguesas da actualidade, ao contrário do que sucede com o balde ou a pá. Para quem cresceu a deixar o 'carimbo' de maçãs, tartarugas ou estrelas na areia, no entanto, este tipo de brincadeira será para sempre parte integrante das memórias dos Verões de infância, um tempo mais simples, em que uma peça de plástico colorido cheia de areia era capaz de proporcionar muitos bons momentos.

16.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 15 de Junho de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa edição anterior desta rubrica, falámos das pistolas espaciais, elemento indispensável para qualquer brincadeira de faz-de-conta tematizada em torno do espaço e dos astronautas. No entanto, as mesmas estavam longe de ser o único apetrecho disponível para complementar este tipo de vôo da imaginação; quem preferisse brincar aos espadachins, cavaleiros ou até emular personagens como He-Man e She-Ra tinha também ao seu dispôr uma enorme variedade de espadas de brincar, nos mais diversos formatos e estilos.

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Uma espada típica da variante electrónica da categoria.

De facto, da tradicional espada ao estilo de Zorro até algo mais medieval, passando pela inevitável variante tecnológica, de 'design' futurista e equipada com efeitos de luz e som, havia espadas para todos os gostos espalhados pelas lojas de bairro, barracas de feira, bazares e lojas dos 'trezentos' de Norte a Sul do Portugal noventista, prontas a fazerem as delícias das crianças e jovens das gerações 'X' e 'millennial'. E o facto é que, mesmo sem serem tão populares quanto as pistolas espaciais (ou não fosse o final do século XX a era do futurismo por excelência) estas espadas ainda proporcionavam momentos bem divertidos aos rapazes e raparigas de uma certa idade, além de servirem 'função dupla' como complemento a uma máscara de Carnaval de temática medieval ou inspirada em Zorro.

Surpreendentemente, apesar de todas as preocupações tanto com a integridade física das crianças como com a promoção da violência, as espadas de brincar continuam a ser relativamente fáceis de encontrar à venda, sabendo onde e como procurar. E mesmo sem a popularidade ou expressão de que gozavam à época, haverá ainda hoje muito poucas crianças que recusem a oportunidade de se 'apetrechar' com uma destas réplicas, e passar um Sábado aos Saltos a imaginar-se como Zorro, Conan ou qualquer dos seus equivalentes modernos...

11.05.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já vem sendo tema recorrente deste nosso 'blog' o facto de a criança dos anos 90 precisar de pouco para se divertir. De facto, à falta de brinquedos elaborados, era sempre possível inventar um jogo ou brincadeira com recursos mínimos ou mesmo inexistentes; conversamente, o mais simples dos elementos - como uma bola, uma folha de papel ou duas tampas de panela – era capaz de proporcionar um Sábado aos Saltos mais do que divertido, quer a solo, quer na companhia de amigos. Um dos mais famosos exemplos deste paradigma é o produto de que falamos neste 'post', o qual, pela sua simplicidade, portabilidade e tendência para ser usado no exterior, acaba por se inserir não só no âmbito dos Sábados aos Saltos, mas também dos Domingos Divertidos (já que também era bastas vezes utilizado dentro de portas) ou mesmo das Quintas de Quinquilharia, já que cabia num bolso ou estojo de lápis; pela sua associação a tardes solarengas, no entanto, escolhemos falar do mesmo no contexto dos fins-de-semana, dedicando-lhe um 'post' híbrido que cobrirá os dois próximos dias deste blog.

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Falamos das icónicas bolas de sabão (ou 'bolinhas' de sabão), vendidas nos mais variados locais (de drogarias de bairro a tabacarias ou lojas dos 'trezentos') em não menos icónicos tubos de plástico multicolorido nos últimos anos do século XX, e cuja mera fotografia será, certamente, motivo de nostalgia para qualquer criança ou jovem da época. Isto porque, pelo seu preço acessível e excelente balanço custo-benefício (especialmente por poderem ser 'recarregados' com uma simples mistura de água e detergente, proporcionando um 'ciclo de vida' potencialmente infinito), os referidos tubos eram regularmente utilizados como 'brindes de passeio' ou mesmo adquiridos sem necessidade de recurso a qualquer contexto especial, apenas como forma de passar um Sábado aos Saltos ou Domingo Divertido de sol. E a verdade é que havia poucas sensações tão boas quanto a de ver sair daquela argola redonda na ponta do tubo 'milhões' de bolas translúcidas, que se espalhavam em todas as direcções – ou, melhor ainda, uma única bola de tamanho gigante, cuidadosamente gerada e admirada em êxtase durante alguns segundos, antes do inevitável rebentamento (natural ou provocado). Não menos divertida era a subsequente 'senda' para tentar rebentar tantas bolas quanto possível, uma actividade tão inexplicavelmente catártica quanto o manuseamento de plástico-bolha, e que apenas aumentava o 'factor diversão' daquele simples tubo de água e sabão.

A contribuir ainda mais para este aspecto estava, também, o tradicional jogo em ponto miniatura contido na tampa de cada tubo, e que, muitas vezes, influenciava a escolha de qual cor de tubo levar. Isto porque cada uma das cores tinha, normalmente, um topo diferente, e embora todos os jogos contidos nos mesmos se inserissem nos moldes de um labirinto, havia sempre alguns mais atractivos e apelativos que outros. E ainda que estas micro-actividades tendessem a perder o interesse muito antes da solução aquosa contida nos tubos, as mesmas não deixavam, ainda assim, de acrescer ainda mais um elemento ao apelo destes tubos.

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Exemplo da 'versão moderna' deste divertimento.

Ao contrário do que sucede com muitos dos produtos de que falamos nesta e noutras rubricas, as bolas de sabão não desapareceram do mercado, nem tão-pouco perderam o interesse para as gerações mais novas; o formato tradicional conhecido e disfrutado pelas gerações 'X' e 'millennial' foi, no entanto, substituído por algo mais próximo de um brinquedo clássico, normalmente 'apetrechado' com luzes LED e moldado na forma de uma varinha mágica ou pistola espacial de dispensação automática, o que se pode considerar retirar parte da diversão e 'magia' à experiência, tornando ainda mais difíceis 'proezas' como a criação de bolas gigantes. O princípio-base, no entanto, mantém-se inalterado, provando que na simplicidade continua, por vezes, a estar o ganho, e que certos conceitos conseguem manter-se verdadeiramente intemporais, e sobreviver à crescente influência da tecnologia no quotidiano infanto-juvenil – pelo menos, até ser criada uma 'app' que simule a criação de bolas de sabão e que substitua a experiência autêntica por outra mais virtual; resta, pois, esperar que tal nunca aconteça, e que as gerações vindouras continuem a encontrar o mesmo prazer e deleite que os seus pais derivaram do simples acto de moldar uma solução de água e detergente em bolas e as 'atirar' para a atmosfera.

13.04.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Uma das mais prematuramente lamentadas perdas a serem gradualmente sofridas pela 'geração digital' é a capacidade imaginativa; de facto, numa altura em que tudo está disponível, e quase sempre sem grande dificuldade, não há qualquer necessidade de ser criativo ou mentalmente desenvolto. Em finais do século XX, no entanto, a situação era algo diferente; ainda que já existissem na sociedade elementos electrónicos, os mesmos eram demasiado limitados para suprir todas as necessidades lúdicas das crianças e jovens – e, com os próprios brinquedos da época a terem um apelo necessariamente finito, apenas restava uma opção ao menor de idade aborrecido num Sábado à tarde: puxar pela imaginação.

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Com isso não queremos, apenas, referir-nos às brincadeiras de 'faz-de-conta' que ocupavam grande parte do tempo livre de qualquer criança da época; falamos, também, da desenvoltura mental que transformava o mais insuspeito dos objectos num instrumento de diversão. Um pau de vassoura ou galho de árvore transformava-se em cavalo, três cadeiras em fila formavam um comboio, duas tampas de panela viravam pratos de uma orquestra, meia dúzia de trapos eram moldados em bola de futebol, uma meia servia de fantoche (numa prática que deu, mesmo, origem ao termo 'sock puppet', utilizado hoje em dia no contexto das redes sociais para denunciar a criação de perfis falsos) e uma caixa fazia as vezes de um carro, barco ou avião. Em suma, havia muito pouco que pudesse impedir a criança de finais do século XX de 'inventar' o seu próprio Sábado aos Saltos, mesmo que os brinquedos 'a sério' já fartassem, que a consola estivesse estragada e que lá fora estivesse a chover.

É, precisamente, esta capacidade de obter diversão de qualquer fonte que vai faltando às novas gerações, que parecem não conseguir divertir-se sem ter à sua frente um ecrã a detalhar o desafio e as formas de o superar; urge, pois, continuar a tentar que a criatividade e capacidade imaginativa das crianças actuais não se perca, para que as mesmas possam conhecer o gáudio de passar um Sábado aos Saltos a bater com duas tampas de panela uma na outra, de 'conduzir' uma caixa ou fila de cadeiras, ou de 'cavalgar' um pau de vassoura pela casa ou jardim, sem necessidade de qualquer elemento digital para complementar a diversão...

02.03.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Numa era em que tudo está disponível em formato digital e à distância de poucos 'cliques' (ou, alternativamente, sob a forma de eventos organizados) é cada vez mais fácil a qualquer criança ou jovem 'transformar-se' naquilo que sempre sonhou ser, seja como protagonista de um jogo de computador – a maioria dos quais permite um nível de customização impensável para a geração dos seus pais – ou como herói de uma 'fanfic', a infame modalidade de escrita que permite criar novas histórias a partir de personagens ou mundos previamente estabelecidos. Há trinta anos, no entanto – quando os computadores pessoais se encontravam ainda em início de vida e a Internet massificada pouco passava de uma miragem – quem quisesse 'encarnar' o seu herói ou heroína favorito durante algumas horas apenas tinha duas opções: fazê-lo a solo, em privado, ou chamar os amigos e organizar uma brincadeira de 'faz-de-conta'.

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Tal como sucedia com a maioria dos jogos de rua da altura, estas brincadeiras não tinham regras estabelecidas e pré-definidas; regra geral, uma vez acordado o universo da brincadeira e escolhidos os personagens, o único limite era a imaginação. Era possível, por exemplo, fazer duas equipas de propriedades intelectuais absolutamente distintas colaborarem, ou encenar uma batalha que, na realidade, talvez nunca chegasse a acontecer, opondo, por exemplo, os Power Rangers às Tartarugas Ninja; quem tinha mais imaginação podia, mesmo, subverter expectativas e inserir os personagens escolhidos numa situação menos típica ou mais quotidiana, com pouco ou nenhum recurso à acção e aventura pelas quais eram conhecidos. Fosse qual fosse a via escolhida, e mesmo o número de participantes, qualquer brincadeira deste tipo era garantia de uma tarde de Sábado aos Saltos bem passada.

Apesar de, conforme referimos no início deste texto, a progressão tecnológica estar a tornar progressivamente desnecessário o recurso à imaginação, queremos acreditar que o 'faz-de-conta' sobreviva ainda pelo menos mais uma geração, antes de o uso de 'tablets' e programas de televisão logo desde a nascença tornar essa práctica obsoleta. Cabe, pois, à demografia que tem, agora, crianças pequenas fomentar as fantasias e sonhos, para garantir que os mesmos não se perdem no imediato, e que os filhos da 'geração Z' ainda são capazes de se imaginar princesas, piratas, super-heróis ou membros de seja qual fôr o desenho animado 'da moda' na sua época...

03.02.24

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Já aqui anteriormente falámos dos jogos tradicionais de rua, cujas regras e rituais são passados de uma geração para a seguinte quase que como por osmose, não havendo, até hoje, nenhuma 'leva' de crianças que não os saiba, instintivamente, jogar; chega, agora, a hora de falar de uma outra actividade, adjacente embora não pertencente a esse grupo, mas que partilha muitas das características do mesmo – as brincadeiras de roda.

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Embora menos populares do que jogos como as escondidas, apanhada, 'Macaquinho do Chinês' ou 'Mamã Dá Licença' – e embora se encontrassem já em declínio em finais do século XX – os jogos de roda foram, ainda, a tempo de divertir a maioria das crianças da geração 'millennial', que terão tido contacto com uma actividade deste tipo pelo menos uma vez na vida, quer organicamente, quer através de actividades de grupo (era surpreendentemente popular como exercício de aquecimento em grupo em aulas de artes marciais para crianças, por exemplo) ou aulas de Educação Física. E se estas últimas insistiam, muitas vezes, no formato tradicional (excluindo, apenas, as características músicas que se cantariam se a roda fosse feita no recreio), as brincadeiras mais espontâneas tinham, na maioria das vezes, alguns desvios, como a adição de jogos de palminhas em permeio à roda em si, transformando o jogo numa espécie de 'dois-em-um' de brincadeiras de recreio, e tornando-o, assim, automaticamente mais interessante do que as rodas 'à moda antiga' que divertiam os pais e avós das crianças dos 'noventas'.

Escusado será dizer que, ao contrário do que aconteceu com alguns dos outros jogos seus contemporâneos, as rodas nunca chegaram a desfrutar de um regresso à popularidade, havendo hoje em dia muito poucas crianças que sequer saibam do que se trata tal conceito; cabe, pois, aos ex-jovens daquela época não deixar cair no esquecimento esta brincadeira nostálgica que, sem nunca ser 'primeira escolha', era ainda assim capaz de proporcionar bons momentos durante um Sábado aos Saltos.

06.01.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Já aqui falámos, em ocasiões passadas, de algumas das brincadeiras mais 'físicas' a que a última geração a verdadeiramente brincar 'na rua' se dedicava. Entre pinos, cambalhotas, rodas, jogos de futebol humano ou concursos de braço-de-ferro, no entanto, havia sempre tempo para um clássico da geração 'millennial': o famoso 'moche', em que uma pobre vítima se via, subitamente e sem qualquer motivo aparente, 'soterrada' por uma literal 'montanha' de amigos.

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Com etimologia derivada da palavra 'mosh' – a designação geral para uma série de movimentos baseados no choque tipicamente efectuados nas filas da frente de concertos de rock pesado – a brincadeira em casa tem, no entanto, um carácter algo diferente do da sua 'raiz'. Isto porque, no 'moche' com 'ch', o objectivo não é simplesmente empurrar ou chocar contra outra pessoa, mas sim efectivamente derrubá-la por intermédio de contacto físico, normalmente na forma de uma colisão voadora - baseada, não no 'mosh', mas sim no 'stage diving', um movimento presente no mesmo contexto, mas de características distintas, que é frequentemente confundido com o primeiro. Na prática, algo muito semelhante ao que sucede quando um lutador de luta-livre americana se lança por cima das cordas contra um grupo de adversários – e com resultados bastante semelhantes, embora com dinâmica oposta, ou seja, com apenas uma pessoa a 'levar' com o peso de muitas.

Tendo em conta este factor, não é de admirar que o 'moche' fosse, e continue a ser, uma brincadeira controversa, nomeadamente junto dos adultos (isto já para não falar da ainda mais controversa variante aquática, a infame 'amona'). Nada que impeça, no entanto, gerações de crianças de se lançarem alegremente para cima dos colegas, enquanto gritam a plenos pulmões o famoso (e obrigatório) bordão: 'ao moooocheeeee!!!'

11.11.23

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Em Portugal, em meados do mês de Novembro, ocorre, quase invariavelmente, um estranho fenómeno: durante alguns dias, o clima torna-se ameno, solarengo e tipicamente outonal, em claro contraste com a habitual chuva que marca o Outono e início Inverno nas latitudes ibéricas. E apesar de haver, certamente, uma explicação científica para tão abrupta e temporária mudança climatérica, na sabedoria popular, esta 'bonança' fica ligada à lenda do S. Martinho, sendo o período em causa conhecido como 'Verão de S. Martinho'.

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Um típico dia de 'Verão de S. Martinho'

Escusado será dizer que, em meio a uma estação que – conforme atrás referido – se tende a pautar pela chuva, este período mais ameno, aliado ao feriado que lhe está associado, serve de pretexto para pôr de lado as galochas (pelo menos por uns dias) e usufruir de uns belos Sábados aos Saltos por parte das demografias mais jovens; pelo menos, era esse o caso nos anos 90, quando a oferta digital não era, ainda, atractiva o suficiente para suplantar um dia de sol, sem escola, e com os amigos da rua ou do bairro igualmente livres para um sem-número de brincadeiras. Antes (ou depois) disso, na escola, comiam-se castanhas, como forma de celebrar a festa em causa, e no próprio dia, celebrava-se também o Magusto – efemérides que apenas ajudavam a tornar mais atractiva aquela semana de sol no meio do Outono.

E apesar de a mesma passar rápido, e rapidamente a vida voltar ao mesmo 'rame-rame' frio e chuvoso de sempre, a cada ano, havia sempre aquele 'oásis' pelo qual esperar, e que garantia que pelo menos uma das semanas do período de Outono era passada no exterior, em jogos e brincadeiras com os amigos, numa espécie de 'despedida' definitiva do Verão, que assim 'abalava' no cavalo de S. Martinho rumo ao outro lado do Atlântico, deixando memórias de inesquecíveis Sábados aos Saltos, e a esperança de os poder repetir uma vez regressado o calor.

Feliz Dia de S. Martinho!

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