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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

25.01.25

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes falámos de brinquedos que procuravam simular e adaptar desportos 'reais' à realidade infantil, nomeadamente através do uso de plástico leve, o qual não só tornava os jogos mais seguros como também adequava os objectivos à força e destreza do público-alvo. Era assim, por exemplo, com o bilhar, os dardos, o bólingue, e também com o desporto de que falamos neste 'post', o golfe.

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De facto, nas mesmas lojas que vendiam os outros produtos acima elencados, era também possível encontrar estojos de golfe em miniatura, contendo no interior vários tacos e uma bola, todos em plástico oco, semelhante ao utilizado para os conjuntos de bólingue, por exemplo. Tal como acontecia com estes, a criança podia, assim, recriar um jogo de golfe, com todas as suas tacadas 'impossíveis', ainda que sem a presença de buracos, os quais tinham de ser 'improvisados' (com recipientes colocados na horizontal, por exemplo) ou ficar a cargo da imaginação. Fosse qual fosse o método escolhido, no entanto, os referidos conjuntos eram, invariavelmente, capazes de proporcionar tanto Sábados aos Saltos, com o quintal a servir de 'green', como Domingos Divertidos, como o jogo a desenrolar-se no chão do quarto - ainda que, em ambos os casos, provavelmente muito mais breves do que um verdadeiro jogo de golfe, com o seu ritmo lento e as suas quase duas dezenas de buracos.

Tal como sucede com os seus congéneres acima citados, continua a ser possível adquirir conjuntos de golfe deste tipo; no entanto, como também sucede com muitos dos outros 'kits' de desporto de brincar, os mesmos encontram-se confinados, em larga medida, a 'sites' grossistas da Internet, sendo raro encontrar um 'ao vivo e a cores', numa qualquer loja 'dos trezentos' ou chinesa. Quem viveu o período de maior popularidade destes brinquedos, no entanto, certamente se recordará de muitos fins-de-semana passados a aperfeiçoar a sua técnica de tacada, qual Tiger Woods em miniatura...

12.01.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Servia tanto para limpar os pés como de pista de carrinhos ou cenário para um encontro entre figuras de acção, bonecos de vinil, Playmobil ou Pinypon durante um Domingo Divertido. Falamos do icónico tapete com o desenho de uma estrada (ou, se preferirmos, de toda uma cidade) que marcou presença no chão de muitas crianças portuguesas da geração 'millennial', e ao qual dedicamos algumas linhas este Domingo.

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Surgido no chão dos quartos de brinquedos ou de dormir ainda na primeira infância, este tapete mantinha-se, normalmente, a uso até aos primeiros anos da adolescência, quando tudo o que remetesse à infância principiava a ser rejeitado. Grande parte desta longevidade devia-se, precisamente, à versatilidade mencionada no início deste texto, que tornava aquela 'mini-cidade' debaixo dos pés mais do que uma decoração utilitária, transformando-a em palco ou cenário de toda e qualquer brincadeira que a ela se adequasse, bem como num subtil elemento didáctico, já que, enquanto brincava, a criança se ia familiarizando com os sinais de trânsito, e os diversos elementos que compõem uma zona urbanizada.

Tal como sucedeu com tantos outros elementos daquela era, também estes tapetes acabaram por ir gradualmente desaparecendo da decoração dos quartos infantis nacionais, substituídos quer por outros da mesma índole, quer por outro tipo de chão. Para quem chegou a pisar ou a brincar em cima de um deles, no entanto, uma simples menção do mesmo não deixará de evocar memórias nostálgicas de Domingos Divertidos há muito passados...

16.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Domingo, 15 de Dezembro de 2024.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos das figuras de acção e outros 'bonecos', e do papel fulcral que os mesmos desempenharam na infância das gerações 'X' e 'millennial', tanto em Portugal como um pouco por todo o Mundo ocidental. No entanto, estas figuras nem sempre eram acessíveis do ponto de vista financeiro, pelo que muitas crianças tinham que se contentar com a 'alternativa' – as figuras estáticas, em plástico duro (normalmente de uma só cor) adquiríveis ora em 'baldes' com dezenas ou centenas de bonecos, ora individualmente, por um preço irrisório, em drogarias e outras lojas tradicionais. E se os soldados do exército eram os 'reis' desta categoria, os dois tipos de figuras que partilhavam o 'segundo lugar' continuavam ainda, nos anos 90, a dar-lhes luta, pese embora ambas fossem relíquias de décadas passadas.

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Falamos dos índios e cowboys que, mesmo naqueles anos finais do século XX – em meio às atitudes 'radicais' e ironia crescente para com coisas mais 'inocentes' de outros tempos – continuavam a travar a sua perpétua batalha no chão de muitos quartos de criança de Norte a Sul de Portugal (e não só), proporcionando às referidas crianças Domingos quase tão Divertidos quanto teriam conseguido criar com os mais recentes 'bonecos' dos Power Rangers ou Dragon Ball Z, e com a vantagem adicional de obrigarem a puxar mais pela imaginação para criar cenários e aventuras vividas pelas figuras.

Infelizmente, os anos 80 e 90 foram mesmo o último momento em que brinquedos destes tiveram o seu espaço na vida quotidiana das crianças, já que o meteórico crescimento dos meios digitais nos últimos dez anos do século XX e inícios do seguinte rapidamente tornou figuras simples e sem grandes atributos, como estas, numa coisa do passado, impossível de comparar aos videojogos e 'bonecos' cada vez mais interactivos e realistas que os iam gradualmente substituindo – ao ponto de a parcela mais nova de leitores deste 'blog' já não ter, provavelmente, tido a experiência de brincar com o produto aqui homenageado. Para os restantes, no entanto, talvez este 'post' tenha despertado uma memória nostálgica, e quiçá uma vontade de ir 'desenterrar' os velhos índios e 'cowboys' do sótão, arrecadação ou garagem, para os mostrar aos filhos...

01.12.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Em edições anteriores desta rubrica, falámos de brinquedos prevalentes em finais do século XX e nos primeiros anos do seguinte, e que eram capazes de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido à sua demografia-alvo. Este fim-de-semana, voltamos a combinar as duas rubricas para juntar mais um nome a essa restrita, mas crescente lista.

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Falamos das bolas desmontáveis, um daqueles conceitos tão simples quanto brilhantes, e irresistíveis para qualquer ser humano de uma certa faixa etária. Tal como o nome indica, tratavam-se de bolas em plástico duro constituídas por vários painéis segmentados, os quais se podiam separar e juntar à boa maneira de peças de 'puzzle'. Era, assim, possível 'construir' uma bola, utilizá-la da forma convencional durante um Sábado aos Saltos e, terminada a brincadeira, 'parti-la' no chão e juntar as peças para, no dia seguinte, passar um Domingo Divertido a reconstruí-la. Um verdadeiro 'dois em um' que, apesar de não ser tão eficiente em cada uma das suas funções como o equivalente de 'uso único' (sendo, por exemplo, demasiado duro para ser atirado com força, e demasiado simplista para ser verdadeiramente desafiante enquanto quebra-cabeças) não deixava ainda assim de desempenhar ambas as funções de forma suficientemente competente para atrair a atenção e curiosidade do público-alvo.

Ao contrário de outros produtos aqui abordados, as bolas desmontáveis nunca chegaram a desaparecer totalmente do mercado. No entanto, tal como vários outros brinquedos de que aqui fomos falando, o seu 'nicho' actual consiste, sobretudo, de páginas e plataformas de venda grossista na Internet, sendo as mesmas praticamente impossíveis de detectar na vida quotidiana – algo que não deixa de ser curioso, dado o seu conceito relativamente intemporal, e capaz de apelar aos mais básicos insintos e gostos da população infanto-juvenil. As Gerações Z e Alfa ficam assim, infelizmente, privadas de conhecer o prazer vivido pelos seus pais em 'destruir' uma destas bolas com uma valente pancada no chão, apenas para a reconstruir quase de imediato, e reiniciar novamente o ciclo - uma daquelas sensações que nenhuma 'app' será, jamais, capaz de recriar...

 

06.10.24

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos dos jogos 'para adultos' recriados à escala dos 'mais pequenos', com o bilhar/snooker e os matraquilhos à cabeça, mas passando também pela petanca. No entanto, consta dessa lista outro tipo de jogo, até agora nunca por nós mencionado, e que, ao contrário dos outros, era (e continua a ser) capaz de proporcionar tanto um Sábado aos Saltos como um Domingo Divertido, dependendo do contexto em que é utilizado; falamos dos conjuntos de bólingue para crianças, muito populares nos anos 90 e que continuam a ser possíveis de adquirir, num formato muito semelhante (senão mesmo idêntico) até aos dias que correm.

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Feitos de plástico ultra-leve (por oposição à madeira dos 'artigos genuínos') para que possam ser facilmente derrubados com recurso mínimo à força, estes conjuntos permitem, em tudo o resto, recriar o jogo autêntico - embora com menor número de pinos – continuando o objectivo a passar por derrubar o maior número possível dos referidos pinos com apenas um lançamento da icónica bola perfurada, a qual, tal como os próprios alvos, é leve e fácil de manusear por mãos pequeninas. Quem tivesse familiaridade com o sistema de pontuações do bólingue podia mesmo ir 'marcando' no seu cartão os diferentes lançamentos, para mais tarde os comparar com os dos irmãos ou vizinhos. Não era, no entanto, necessário contar com jogadores adicionais para desfrutar destes conjuntos, nem tão-pouco esperar por dias mais amenos para organizar partidas; a natureza destes equipamentos (leves e de dimensões muito menores que os originais) permitiam que fossem utilizados tanto no exterior como no interior, tornando-os numa distracção ideal tanto para um Sábado de sol como para um Domingo mais chuvoso.

Tal como referimos, estes conjuntos de pinos e bola de bólingue em plástico continuam, até hoje, a ser comercializados em lojas chinesas, de brinquedos, e mesmo em grandes superfícies, embora a sua popularidade tenha, naturalmente, decrescido com o acréscimo de opções digitais ao dispor das gerações Z e Alfa. Ainda assim, o apelo do faz-de-conta e do 'brincar aos adultos' continua a ser muito forte, mesmo entre as demografias digitais, pelo que não será descabido pensar que, algures em Portugal, haja ainda crianças que passem parte do seu fim-de-semana a organizar torneios de bólingue no chão do quarto, com o mesmo tipo de equipamentos que, em tempos, divertiu do mesmo modo os seus pais...

22.09.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui anteriormente falámos dos carrinhos de metal em escala reduzida, um dos mais tradicionais e nostálgicos brinquedos entre as gerações hoje adultas, e sobretudo entre a sua parcela masculina. Pois bem, não é só sobre os carros em si que recaem as memórias de Domingos Divertidos passados a simular corridas ou combates automóveis inspirados em 'Destruction Derby' e 'Twisted Metal' – também as garagens e parques de estacionamento para os referidos veículos ajudam a adicionar toda uma nova dimensão a essas recordações, tal como o faziam com as próprias brincadeiras em si.

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Uma garagem de brincar da Hot Wheels, bem exemplificativa deste tipo de brinquedo.

De facto, estas estruturas – muito populares junto das gerações 'X' e 'millennial', em particular – prestavam-se a grande variedade de usos, podendo tanto servir para simplesmente 'arrumar' os carrinhos ao fim do dia, como de palco para as referidas corridas e colisões, grandemente auxiliadas pelas rampas que constituíam parte obrigatória de qualquer estrutura deste tipo que se prezasse. Nem só de rampas e patrocínios viviam estes brinquedos, no entanto; as melhores garagens-modelo chegavam a ter bombas de gasolina e zonas de lavagem a jacto, permitindo emular ao máximo a experiência de visitar uma área de serviço automóvel – uma ilusão ainda mais propiciada pelo uso de logotipos oficiais de marcas ligadas ao mercado autómovel, como a Shell ou a Mobil.

Não admira, pois, que as garagens, parques de estacionamento e estações de serviço em miniatura provoquem junto de uma certa demografia um sentimento nostálgico semelhante ao causado por certos cenários para figuras de acção, os quais serviam uma finalidade muito semelhante, e com resultados igualmente bem conseguidos. E apesar de, em anos subsequentes, terem virtualmente desaparecido do quotidiano infantil – como vem, progressivamente, sucedendo também com os próprios carrinhos-modelo – este género de produto fará, para sempre, parte das memórias de Domingos Divertidos da infância de pelo menos duas gerações de portugueses, os quais certamente terão, após ler este post, ficado com vontade de ir 'lançar' um carrinho pela rampa de uma destas estruturas abaixo, e de o ver ganhar velocidade até 'disparar' pela saída..

22.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 21 de Setembro de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar da percepção generalizada de que cada nova geração de crianças e jovens se torna progressivamente mais sedentária e preguiçosa que a anterior, continua a haver pretextos, contextos e motivações irresistíveis para qualquer criança entrar em movimento. De uma simples bola de futebol a um insuflável, são inúmeros os exemplos de brinquedos e jogos que continuam a exercer uma atracção indelével sobre os mais novos, e a esta lista há ainda que juntar um brinquedo popularizado durante os anos 90 e que continua a fazer enorme sucesso – o chamado 'saltitão'.

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Mais frequentemente utilizado no contexto de aulas de ginástica para adultos, as tradicionais bolas gigantes vêm, desde há várias décadas, tendo também versões infantis, em tamanho reduzido e muitas vezes decoradas com autocolantes ou desenhos apelativos para a demografia-alvo. E se os adultos encontram uma série de usos distintos para estes equipamentos, entre os mais novos, os mesmos são utilizados para um único fim: sentar-se e, através da impulsão do corpo, fazer 'saltar' a bola, criando um efeito 'cavalgante'.

Uma daquelas brincadeiras básicas, intemporais e absolutamente irresistíveis, das quais uma criança da geração Z ou Alfa conseguiria, tendo a oportunidade, retirar tanto proveito quanto os seus pais, na mesma idade. Talvez por isso este tipo de brinquedo continue – ao contrário de tantos outros de que aqui falamos – a ser comercializado, uma situação que deverá manter-se até que o apelo de passar um Sábado (literalmente) ao saltos pelo jardim ou sala de estar, montado numa enorme bola de borracha maleável, deixe de se fazer sentir entre os humanos de uma certa idade.

09.09.24

NOTA: Este post é respeitante a Domingo, 8 de Setembro de 2024.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Já aqui por diversas vezes mencionámos o facto de as crianças de finais do século XX precisarem de muito pouco para criar um Domingo Divertido, mesmo dentro de portas. De balões a 'concertinas' de plástico, passando por uma simples folha de papel e uma caneta, eram diversas as brincadeiras que, apesar de simples, eram ainda assim capazes de entreter a referida geração durante largos períodos de tempo; deste grupo faz, também, parte um misto de brinquedo e jogo que, apesar de obsoleto e até algo tolo da perspectiva da era digital, não deixava de apresentar um desafio considerável para quem ainda não vivia rodeado de ecrãs e recursos virtuais.

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Consistia este brinquedo de um cone de plástico, ao qual era amarrada uma bola por meiio de um fio curto. O objectivo da brincadeira passava por conseguir equilibrar a mesma no cone – um desiderato aparentemente simples, mas que requeria um nível surpreendente de precisão de movimentos e controlo da força, já que qualquer gesto mais brusco ou descontrolado resultava, inevitavelmente, num 'vôo rasante' da bola sobre a superfície do cone, antes de tombar do outro lado e obrigar a nova tentativa. O segredo estava, assim, no trabalho de pulso, que deveria ser, ao mesmo tempo, subtil e preciso para obter os resultados desejados, fazendo deste jogo um excelente veículo de treino para a coordenação motora, ainda que algo exigente para as crianças mais pequenas.

Não será, de todo, surpreendente afirmar que, desde a época em causa, este tipo de jogo desapareceu quase totalmente da consciência popular nacional, sendo possível imaginar a reacção de um elemento da Geração Alfa a algo deste tipo. Para quem cresceu em tempos mais simples, no entanto, aquele pequeno cone com a 'bolinha' agarrada terá, na sua época, constituído um desafio quase ao nível de um Cubo Mágico, e gerador de iguais graus de satisfação ao ser, finalmente, conquistado...

11.08.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 10 de Agosto de 2024.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Para grande parte das crianças portuguesas, independentemente da geração, a chegada das férias grandes é sinónimo de uma temporada na praia, ou, alternativamente, de deslocações frequentes à mesma; e, para as crianças de uma certa idade dos anos 80 e 90, havia um elemento que jamais poderia faltar num Sábado aos Saltos no meio da areia – as forminhas.

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Um conjunto de praia bem típico da época.

Disponíveis nas mais variadas formas e feitios – embora privilegiando curvas arredondadas – e em modelos tanto mais simples quanto mais elaborados e complexos, estes moldes em plástico colorido constituíam, a par dos castelos de areia feitos com recurso ao balde, uma das actividades preferidas dos portugueses mais pequenos durante grande parte do século XX, mantendo-se essa apetência ainda bem viva à entrada para a última década do mesmo. Isto porque a sensação de conseguir fazer a forma mesmo 'perfeitinha' – com todos os painéis do casco da tartaruga ou recortes das torres do castelo – proporcionava uma sensação de orgulho, mesmo tendo noção de que mais ninguém iria admirar a 'obra de arte', e de que a mesma seria provavelmente destruída ou refeita dentro de poucos momentos.

Tal como muitos dos nossos outros tópicos neste blog, as forminhas também acabaram, eventualmente, por 'passar de moda', tendendo a já não fazer parte dos conjuntos de praia vendidos nas lojas portuguesas da actualidade, ao contrário do que sucede com o balde ou a pá. Para quem cresceu a deixar o 'carimbo' de maçãs, tartarugas ou estrelas na areia, no entanto, este tipo de brincadeira será para sempre parte integrante das memórias dos Verões de infância, um tempo mais simples, em que uma peça de plástico colorido cheia de areia era capaz de proporcionar muitos bons momentos.

28.07.24

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Na nossa última publicação, falámos dos cavalos de pau, um tipo de brinquedo hoje obsoleto mas que, nos anos 90, constituía ainda uma excelente forma de passar um Sábado aos Saltos. Para quem não era adepto de grandes 'coboiadas' ou 'cavalgadas', no entanto (ou simplesmente para crianças mais novas) existia uma outra opção, a qual podia por si mesma dar azo a um Domingo Divertido: os cavalinhos de baloiço.

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Lá por casa existia um modelo exactamente igual a este...

Uma espécie de versão mais encorpada (e estática) dos cavalos de pau, os cavalos de baloiço eram presença frequente nos quartos de cama ou de brinquedos de crianças em idade pré-escolar, quando um brinquedo deste tipo era ainda capaz de encantar, e proporcionavam uma espécie de cruzamento entre o referido cavalo de pau e uma versão gratuita dos brinquedos de moeda tão populares à época. Requerendo apenas um pequeno impulso – que podia ser dado tanto pela criança como por um adulto – e controlo firme sobre os manípulos situados de cada lado da cabeça (já que, nestes casos, tendia a não haver rédeas) estes brinquedos eram a forma ideal de viver as fantasias de ser 'cowboy', cavaleiro ou príncipe encantado sem grande esforço, e sem quaisquer acidentes resultantes em 'nódoas negras', arranhões e outras 'mazelas' típicas da infância. Não é, pois, de espantar que os mesmos continuassem a gozar de enorme popularidade entre as crianças das décadas de 80 e 90, as quais certamente relembrarão uma qualquer variação do tradicional modelo pintado de vermelho e branco, que ilustra este post.

À semelhança dos cavalos de pau, é também ainda hoje possível encontrar para venda versões modernas dos cavalos de baloiço, sobretudo em lojas especializadas em brinquedos de índole mais clássica; tal como com os seus 'irmãos' mais 'magricelas', no entanto, é difícil imaginar o interesse que um produto desta índole possa ter para a 'geração iPad', para quem até mesmo os referidos brinquedos de abanar movidos a créditos já têm de ter animações a acompanhar. Quem viveu num tempo mais simples e menos tecnológico, no entanto, certamente terá, após ler este 'post', despertado memórias remotas de muitos Domingos Divertidos passados 'a cavalo' de um destes 'bravos alazões', a dar largas a uma imaginação que cada vez mais vai faltando às crianças modernas...

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