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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

24.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2024.
 
Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.
 
Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.
 
Já aqui anteriormente falámos dos concursos de talentos vocais infantis, um formato muito popular na última década do século XX, e que, em Portugal, ficava ligado sobretudo à época natalícia, altura em que era invariavelmente transmitido o 'Sequim d'Ouro', o clássico festival internacional com sede em Itália e que visava apurar o melhor mini-cantor do Mundo. Talvez por isso a SIC tenha escolhido, precisamente, a Véspera de Natal para lançar aquela que era, essencialmente, uma versão nacional desse tradicional certame, e que adoptava mesmo uma expressão italiana para a sua denominação.
 

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De facto, essa astúcia ao nível do 'timing' permitiu a 'Bravo Bravíssimo' encontrar de imediato um público mais do que receptivo logo a partir da estreia, há exactos trinta anos, na Consoada de 1994. Tão-pouco viria esse sucesso a diminuir a curto prazo - pelo contrário, 'Bravo Bravíssimo' viria a manter-se no ar durante nada menos do que oito anos (sobrevivendo, inclusivamente, à passagem do Milénio) sempre com um formato imutável, com Ana Marques e José Figueiras como apresentadores, e com níveis de adesão na casa dos milhares de crianças, todos com esperança de serem considerados as novas 'mini-estrelas' nacionais. O aspecto diferenciado em relação a 'Sequino d'Ouro' ficava por conta dos campos abrangidos e aceites no programa, que extrapolavam a música e o canto e se estendiam à dança e até mesmo à ginástica, dando assim oportunidade a que ainda mais crianças mostrassem os seus talentos ao País em geral. E a verdade é que, de entre os muitos nomes que passaram pelo programa ao longo dos seus oito anos, alguns viriam mesmo a tornar-se conhecidos do grande público num contexto mais geral e alargado, como é o caso do futuro vencedor do Festival da Eurovisão, Salvador Sobral, do fadista Ângelo Freire, ou do artista de dobragens Fernando Fernandes, ou FF.
 

 
De muitos outros, não reza necessariamente a História, mas mesmo esses terão tido, depreende-se, alguns benefícios a curto prazo resultantes da sua participação no programa, sobretudo se bem qualificados. E ainda que 'Bravo Bravíssimo' tenha, eventualmente, chegado ao fim natural do seu ciclo de vida - embora parecesse ainda ter algo a oferecer ao paradigma televisivo de inícios do século XXI - o legado que deixou ao fim de oito anos foi suficiente para o tornar um dos mais emblemáticos programas televisivos do seu tempo, e o cimentar como parte da memória nostálgica dos 'millennials' portugueses, que tinham a mesma idade dos concorrentes à altura da estreia e provavelmente sonhavam, como eles, poder ir à televisão mostrar os seus talentos 'ao Mundo'; para eles, aqui fica a recordação, por altura dos exactos trinta anos da primeira transmissão do programa.
 

17.12.21

Nota: Este post é respeitante a Quinta-feira, 16 de Dezembro de 2021.

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

Numa era em que quase todo o conteúdo é consumido por via digital, pode custar a acreditar que, num passado não muito distante, um dos principais meios pelos quais o público infanto-juvenil consumia 'novidades' sobre as suas propriedades favoritas era através da leitura, quer de publicações generalistas, quer de outras especificamente dedicadas ao assunto ou artista em causa. E destas últimas, em particular, havia mesmo muitas entre meados e finais dos anos 90 - de publicações centradas em torno de personagens fictícias como a Barbie a complementos a programas televisivos, como a Rua Sésamo e o Batatoon, ou revistas com origem em clubes de fãs, como a do Rik e Rok, havia muito por onde escolher para uma criança dos anos 90 com interesse na cultura 'pop' ou em curiosidades generalistas apropriadas à sua faixa etária.

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A revista 'Batatoon', uma das mais bem-sucedidas publicações infantis dos anos 90

A estrutura destas revistas era, regra geral, muito semelhante - havia, normalmente, a referida secção de curiosidades, uma de passatempos (quer do tipo para completar na própria revista, ao estilo quebra-cabeças, quer do tipo em que se ganhavam prémios ao enviar uma frase ou responder a uma pergunta), uma de banda desenhada (própria ou 'licenciada') e outra alusiva à propriedade que encabeçava a revista - afinal, havia que vender o peixe... As revistas mais 'sofisticadas' teriam ainda, provavelmente, uma entrevista com uma qualquer personalidade, ou páginas centrais temáticas, enquanto as menos ambiciosas preencheriam o restante espaço com testes de personalidade ou artigos 'descartáveis' relacionados aos problemas do público-alvo. Uma receita simples, mas que dava invariavelmente bons resultados - que o digam as referidas revistas da Barbie e Batatoon, que, sem atingirem a longevidade de uma Bravo ou Super Jovem, conseguiram ter uma 'vida' relativamente digna nas prateleiras portuguesas.

À medida que o Mundo se ia tornando cada vez mais digital, no entanto, estas revistas acabaram, naturalmente, por perder espaço, até se tornarem em meras 'relíquias' nostálgicas - uma situação que, infelizmente, não dá sinais de se inverter num futuro próximo, antes pelo contrário. Ainda assim, estas revistas marcaram época, e quem as leu certamente terá delas boas memórias, justificando portanto a 'lembrança' aqui no blog...

22.07.21

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

E se para inaugurar esta secção escolhemos uma revista que caiu um pouco na obscuridade desde que ‘saiu de cena’, com o tema seleccionado para hoje, essa questão não se coloca. Isto porque, hoje, é altura de falarmos das duas ‘grandes’ revistas para jovens disponíveis em Portugal nos anos 90, aquelas de que quase toda a gente se recorda – e das quais, ironicamente, nenhuma era, inicialmente, publicada em Portugal.

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Falamos, é claro, da ‘Bravo’ e da ‘Super Pop’, duas publicações distintas, de editoras diferentes, mas que tendem a ser mencionadas em conjunto, pelo seu cariz extremamente semelhante; este blog não vai fugir à regra nesse respeito, até porque não há assim tanto a dizer de qualquer das duas a nível individual. Os conceitos das duas eram semelhantes ao ponto de se confundirem – focando precisamente o mesmo público-alvo, com precisamente a mesma estratégia – e a única grande diferença (além de, na primeira fase, a origem) era mesmo o título na parte superior da capa.

Na verdade, ambas as revistas apostavam no formato ‘revista cor-de-rosa’, ao estilo de uma ‘Caras’, ‘Hola’ ou mesmo ‘TV7Dias’, mas adaptado a um público jovem. Isto traduzia-se, essencialmente, em ainda menos texto do que nas revistas deste tipo ‘para adultos’, e ainda mais espaço dado a imagens de ‘pop stars’, atores e desportistas, a grande maioria dos quais do sexo masculino. De facto, cada uma das duas revistas era cerca de 80% composta por imagens – o que ajuda a explicar como é que duas publicações estrangeiras, escritas em línguas que o adolescente médio pouco ou nada conhecia (o espanhol da Super Pop ainda era mais ou menos decifrável para um jovem com o português como língua materna, mas no caso do alemão da Bravo, esta percentagem diminuía significativamente) conseguiram ser sucessos de vendas a nível nacional.

De facto, para as raparigas adolescentes a quem ambas as revistas eram dirigidas, não interessava tanto o que estava ou deixava de estar escrito – aliás, quanto menos se tivesse de ler, mais tempo sobrava para admirar apaixonadamente os ‘posters’ de rapazes atraentes (os ‘bonzões’, como eram conhecidos na altura) que constituíam a verdadeira razão do investimento nestas publicações. É claro que as revistas tinham outros atrativos – como os brindes – mas nem a mais cândida das leitoras de qualquer uma delas dará qualquer motivo que não os ‘posters’ e as fotos como principal incentivo para a compra.

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O principal motivo para adquirir estas revistas

É claro que, com todo este sucesso – o qual foi transversal não só aos anos 90, como também á anterior e ás seguintes – não tardou até as editoras portuguesas investirem em edições nacionais destas revistas; assim, foi sem surpresa que as jovens portuguesas viram surgir, em finais da década de 90, exemplares das suas publicações favoritas escritas em português – o que significava que, além de admirar os ‘bonzões’, agora era também possível ler as curiosidades sobre eles que inevitavelmente perfaziam a maioria do conteúdo escrito de ambas. Apenas mais uma razão para dar os 200 escudos necessários para trazer uma destas revistas para casa ali por volta do fim do segundo milénio…

O que ninguém imaginava era que o ciclo de vida deste tipo de revistas estivesse com os dias contados: de facto, o advento e expansão da Internet tornou possível, no espaço de apenas alguns anos, admirar ‘bonzões’ na Internet de graça, e imprimir fotos para pendurar na parede à laia de ‘posters’ tornando revistas como estas progressivamente mais obsoletas. Ainda assim, é impressionante constatar que a Bravo portuguesa conseguiu resistir até 2017 (!!), em plena era do Instagram, e que pode até estar de volta às bancas nos tempos que correm (!!!).

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Um exemplar bem contemporâneo da revista 'Bravo'

Só isto chega para ilustrar o poder que estas publicações tinham – e, aparentemente, continuam a ter – junto do seu publico-alvo; o que, no fundo, até é explicável – afinal, admirar pessoas famosas e bonitas enquanto se lêem ‘fofocas’ sobre elas é um passatempo que nunca passa de moda, especialmente entre os jovens, não importa em que época da História estejamos…

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