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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

06.06.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Na última edição desta rubrica, celebrámos os trinta anos da estreia nacional de 'Lendas de Paixão', um dos filmes que ajudaram a consagrar Brad Pitt enquanto actor principal. Nessa ocasião, mencionámos também um projecto anterior do galã, tão ambicioso e bem-recebido quanto aquele, e em que havia sido dirigido por Robert Redford; nada melhor, portanto, do que nos debruçarmos agora sobre esse filme.

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Produzido em 1992 e adaptado da obra semi-autobiográfica de Norman McLean, 'Duas Vidas e o Rio' (no original, 'A River Runs Through It') traz Pitt no papel do mais novo dos dois filhos de um pregador presbiteriano do Montana rural, no caso o mais rebelde, por oposição ao irmão mais sensato (e autor da obra que serve de base ao filme), interpretado por Craig Shaeffer. O principal fio condutor da relação dos dois, tanto entre si como com o pai – que o filme explora ao longo de um período de cerca de trinta anos – é o gosto pela pesca, que levam a cabo no titular rio que passa perto da sua propriedade.

Como a sinopse dá a entender, trata-se de um filme minimalista, centrado nos relacionamentos dos três protagonistas, e contado num ritmo deliberado – uma descrição algo antagónica aos 'blockbusters' tanto da época como da actualidade, que privilegiam a acção, mas que permite a Pitt mostrar todas as qualidades que já nessa época possuía, ob a tutela de um antigo actor (e realizador mais que competente) como o é Redford. De facto, trata-se de um de uma série de papéis que o jovem actor aceitava na esperança de mostrar ser mais do que uma 'cara bonita' – o que, infelizmente, não impediria totalmente a sua estigmatização como sendo isso mesmo, a par do contemporâneo Leonardo DiCaprio, com quem rivalizava nos corações das adolescentes de então, e que aceitara já, ele próprio, projectos mais personalizados, como sejam 'Gilbert Grape' e 'A Vida Deste Rapaz'. Quanto a Pitt, partiria deste filme para 'Lendas de Paixão' e, daí, para uma carreira, em larga medida, bem menos 'comercial' do que poderia parecer à primeira vista, com filmes como 'Clube de Combate' e 'Seven – Sete Pecados Mortais' a sobreporem-se às inevitáveis comédias românticas n sua filmografia. Foi com 'Duas Vidas e Um Rio', no entanto, que Pitt principiou a delinear o 'caminho' que o tornaria numa das maiores estrelas de Hollywood, o que constitui razão suficiente para dedicarmos umas breves linhas a este excelente filme.

23.05.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

De entre os muitos nomes que definiram o panorama cinematográfico dos anos 90, um dos mais incontornáveis é o de Brad Pitt, hoje actor consagrado e respeitado, mas que – a par do seu contemporâneo Leonardo DiCaprio, hoje também tido em grande conta – era posicionado à época como sucessor natural dos galãs da década anterior, como Patrick Swayze ou Tom Cruise. Adorado por grande parte da população feminina pela sua atraente aparência e luminoso sorriso (em competição com o de Tom Cruise como o melhor daquela época), o então jovem actor viu-se, naturalmente, denegrido por uma parcela significativa não só do público jovem masculino, mas também dos críticos de cinema, para quem, nessa fase inicial, não passava de mais um 'menino bonito' de habilidade limitada.

A verdade, no entanto, é que tal visão era algo declaradamente parcial, e mesmo um pouco injusta, já que, mesmo nessa fase embrionária da sua carreira, Pitt dava já sinais de poder ser um nome a ter em conta para o futuro, granjeando mesmo papéis em filmes de realizadores como Robert Redford, com quem fez, em 1992, o aclamado 'Duas Vidas e Um Rio'. Seria, no entanto, apenas dois anos depois que surgiriam os dois filmes que verdadeiramente o consagrariam junto do público cinéfilo: 'Entrevista Com O Vampiro' e a obra a que dedicamos este 'post', 'Lendas de Paixão'.

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Produzido em 1994, mas estreado em Portugal apenas no ano seguinte – completaram-se no passado dia 11 de Maio exactos trinta anos sobre a sua estreia, não tendo o hiato do Anos 90 permitido falar do filme nessa altura – 'Lendas de Paixão' é, como 'Duas Vidas E Um Rio', um filme 'de época', desenrolando-se a trama durante toda a primeira metade do século XX, desde a Primeira Guerra Mundial até 1963. Um projecto, desde logo, ambicioso, e que requeria mais do que apenas uma 'cara bonita' para o conduzir; felizmente, Pitt esteve à altura, não destoando do restante elenco, e contribuindo para um filme ainda hoje bem conseguido (chegou a ganhar o Óscar de Melhor Cinematografia do seu ano) e bem merecedor de ser visto.

A conribuir para o sucesso global da obra, ao lado de Pitt, estão nomes como Aidan Quinn, Julia Ormond e o incontornável Anthony Hopkins, no papel do pai de três homens com quem é forçado a encarar as sucessivas mudanças histórico-sociais da América durante o período em causa, que afectam até mesmo as vidas de cidadãos do Montana rural, como a família Ludlow. O foco, no entanto, está todo no Tristan de Brad Pitt, grande catalista das peripécias do filme, um personagem complexo e longe de perfeito, mas com quem é, ainda assim, fácil simpatizar ao longo do decurso do filme.

Juntamente com 'Entrevista Com o Vampiro', esta obra ajudaria, pois, a elevar o 'cachet' de Pitt como actor principal, dando (parcialmente) o mote para uma carreira de astronómico sucesso, que tornaria o actor numa das mais reconhecidas personalidades dos anos 90 e 2000, e que ainda hoje lhe permite escolher projectos de valor, e trabalhar com realizadores como Quentin Tarantino. Razão mais que suficiente, portanto, para celebrar esta obra, no mês em que se completam três décadas sobre a sua estreia nacional.

15.02.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Sexta-feira, 14 de Fevereiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Independentemente da era ou geração, a Sessão de Sexta com a cara-metade – seja no sofá ou numa sala de cinema – continua a ser uma das opções mais populares para passar a noite de S. Valentim; e, naturalmente, dado o contexto, os filmes de romance contam-se, inevitavelmente, entre os mais populares e frequentemente escolhidos pelos casais aquando desta data e situação. Os anos da 'viragem' do século XX para o XXI não eram, de todo, excepção a esta regra, pelo que não deixava de ser fortuito que as décadas de 90 e 2000 vissem o género em causa – sobretudo na sua vertente mais leve e voltada para a comédia – viver uma verdadeira 'era de ouro', oferecendo muitas e boas opções a 'pombinhos' de todas as idades para uma Sessão de Sexta pintada de 'cor-de-rosa' e 'vermelho-coração'.

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Apenas alguns dos inúmeros filmes de romance produzidos durante os anos 90.

De facto, é dos anos 90 e – sobretudo – 2000 que emanam muitos dos maiores clássicos tanto do romance mais sério como da chamada comédia romântica. É esta a época, por exemplo, de 'Titanic', 'Antes do Amanhecer', 'Ghost – O Outro Lado da Vida', 'As Pontes de Madison County', 'A Paixão de Shakespeare' ou 'O Guarda-Costas', mas também de 'Enquanto Dormias', 'Nunca Fui Beijada', 'Notting Hill', 'Quatro Casamentos e Um Funeral', 'O Casamento do Meu Melhor Amigo', 'Dez Coisas Que Odeio Em Ti', 'Ela É Demais', 'Miss Detective' e, claro, daquele que ainda hoje é um dos exemplos mais sinónimos com o género, 'Um Sonho de Mulher', estreado logo nos primeiros meses da década de 90 e que serviu como inspiração para quase tudo o que se lhe seguiu. Eram os anos áureos de 'meninos bonitos' como Brad Pitt, Leonardo DiCaprio, Tom Cruise, Keanu Reeves, ou Freddie Prinze Jr., e de galãs mais maduros e sofisticados como Matthew McConnaughey, Richard Gere, Robert Redford ou Kevin Costner, os quais contracenavam com 'meninas do lado' como Meg Ryan, Kate Hudson, Julia Roberts, Sandra Bullock ou Jennifer Lopez em filmes fáceis de identificar pelos cartazes cheios de letras cor-de-rosa com fontes arredondadas, fundos de cor pastel e fotos dos protagonistas numa pose que dava muitas pistas sobre a sua relação – normalmente abraçados ou, em filmes mais irreverentes, costas com costas, imitando a icónica pose de Gere e Roberts no supracitado 'Um Sonho de Mulher'. Um indicador óbvio e fácil para namorados de visita ao videoclube ou cinema local, em busca de uma película com a qual 'matar' duas horas.

Ao contrário de muito do que se fala nestas páginas, a comédia romântica continua 'viva e de saúde', embora hoje mais frequentemente confinada a plataformas de 'streaming'. Quem quiser recordar a juventude, no entanto, pode ainda fazê-lo de forma relativamente fácil, bastando procurar um dos supracitados filmes (ou dos inúmeros outros exemplos disponíveis à época) e, através dele, recordar aquelas Sessões de Sexta e Saídas de Sábado românticas dos seus tempos de 'miúdo' – ou, em alternativa, criar novas memórias ao lado do actual parceiro, na noite mais propícia do ano para o fazer.

 

22.11.24

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Os últimos anos do século XX foram palco de uma das periódicas, mas nem sempre perceptíveis mudanças de paradigma no tocante a filmes dirigidos a um público alargado, que viu os 'blockbusters' leves e divertidos e dramalhões sisudos de meados da década darem, progressivamente, lugar a filmes que amalgamavam os dois géneros, conseguindo a proeza de ser declaradamente comerciais e, ao mesmo tempo, ter alguma substância, além de apresentarem um tom consideravelmente mais sério do que muitos dos seus antecessores. Este novo paradigma ficava muitíssimo bem ilustrado em filmes como 'Matrix', 'Equilibrium', 'O Projecto Blair Witch', 'O Sexto Sentido', 'Homem Na Lua' ou o filme de que falamos neste post, sobre cuja estreia em Portugal se comemoraram há cerca de dez dias os vinte e cinco anos; e porque essa data coincidiu com a pausa para 'recarregar baterias' deste nosso 'blog', nada melhor do que aproveitar esta oportunidade para rectificar esse erro, e falar de 'Clube de Combate'.

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Ainda hoje conceituado e desanimadoramente actual, o clássico de David Fincher – baseado num não menos clássico livro do autor de culto Chuck Palahniuk – 'aterrava' nas salas de cinema a 12 de Novembro de 1999, a tempo de injectar uma dose considerável de psicose e trauma psicológico ao normalmente 'leve' mercado cinematográfico de Natal. Com os papéis principais divididos entre Edward Norton – do não menos perturbante 'América Proibida' – e Brad Pitt – em plena fase de afirmação como actor 'sério', após a excelente prestação em 'Seven – Sete Pecados Mortais' – com a 'ajuda' da especialista em personagens psicologicamente desequilibradas, Helena Bonham Carter, o filme afirmava-se desde logo como desafiante devido à longa duração. De facto, numa época em que a maioria dos filmes se cingia ainda à marca das duas horas, Fincher 'esticava' a história de Tyler Durden, do seu 'comparsa' no titular Clube de Luta (do qual nunca se sabe o nome) e da disfuncional namorada deste, Marla Singer, a quase duas horas e meia, as quais permitiam explorar cada recôndito das psicoses dos três personagens, a caminho de uma das mais clássicas 'reviravoltas' da História do cinema, poucos meses antes de 'O Sexto Sentido' ter definido o novo padrão para as mesmas.

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O icónico duo de protagonistas do filme.

O resultado é um filme declaradamente e propositalmente pesado, mas cuja exploração de problemas psicológicos, violência explícita (geradora, à época, de enorme controvérsia) e 'frases de efeito' marcantes não podiam deixar de agradar ao sector mais velho da geração 'millennial' (bem como aos 'X' mais novos), os quais acorreram aos cinemas naquele mês de Novembro, para ajudar a tornar o filme de Fincher num sucesso de bilheteiras tão grande em Portugal como o fôra no resto do Mundo, e fazer dele um dos filmes mais memoráveis de um ano já de si recheado de êxitos que se viriam a afirmar mais ou menos intemporais. E ainda que 'Clube de Combate' talvez não seja o maior destes – 1999 foi, afinal de contas, o ano de lançamento de 'Matrix', 'O Projecto Blair Witch', 'O Sexto Sentido', 'American Pie' ou 'Notting Hill', entre outros – o filme de David Fincher merece ainda assim, sem qualquer dúvida, um lugar nesse panteão, como uma das obras contemporâneas que melhor balanceia a seriedade do cinema independente com elementos de 'blockbuster', na única época da História da Sétima Arte em que essa combinação poderia almejar sucesso generalizado.

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