25.11.23
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.
Numa edição recente desta rubrica, falámos das competições físicas entre crianças e jovens, normalmente traduzidas em corridas, concursos de pinos, rodas ou cambalhotas, e outros 'malabarismos' vários; no entanto, nessa ocasião, ficou por abordar uma forma de confronto tão popular quanto todas essas, e muito mais próxima do verdadeiro significado da expressão 'medir forças' – o braço de ferro.
Longe de ser do interesse exclusivo das crianças e jovens, este jogo não deixava, no entanto, de exercer considerável fascínio junto dos mesmos, não só por envolver provas de força e capacidade física – aspectos extremamente importantes para essa mesma demografia – mas também por as naturais diferenças de desenvolvimento, típicas do período formativo infanto-juvenil, adicionarem mais um elemento ao desafio; pior ficavam, como é óbvio, os menos fisicamente pujantes, que tendiam a sair derrotados pelos seus colegas mais fortes ou maduros. Ainda assim, nada que impedisse ou inibisse a sua participação na próxima ronda de confrontos – afinal, nada é impossível, e até o menos fisicamente dotado dos jovens podia sempre conseguir uma 'gracinha'...
Este fascínio pelo braço-de-ferro estava, igualmente, longe de ser exclusivo do território português, tendo o jogo mesmo chegado a servir de tema a um filme com Sylvester Stallone, onde era tratado como um desporto ou arte marcial legítima! E apesar de o interesse por este tipo de competição rapidamente ter esmorecido no panorama mediático, é de crer que o mesmo continue a reter algum atractivo para os jovens actuais; afinal, os conceitos em que se baseia (a competição, o confronto físico e a demonstração de superioridade em relação ao próximo) tendem a ser 'perenes' entre as faixas etárias mais novas. Adicione-se a isso o facto de o braço-de-ferro tão pouco necessitar de qualquer tipo de material (à excepção de uma qualquer superfície onde assentar os cotovelos durante a medição de forças) e estão reunidas as condições para o mesmo reter o seu estatuto como 'jogo rápido de recreio' durante ainda muitas gerações...