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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

16.02.24

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Ao longo do tempo de vida deste 'blog', e desta rubrica em particular, temos vindo a recordar os mais diversos estilos de calçado, não sendo as botas excepção a esta regra – até por, no Portugal dos anos 90, este ter estado entre os tipo de calçado que mais frequentemente 'entrou' e 'saiu' de moda. Das Panama Jack às botas texanas, passando pelas 'famosas' Timberland ou Doc Martens, foram muitos (e muito saudosos) os tipos e modelos de bota a adornar os pés das crianças e adolescentes (bem como de muitos adultos) durante a última década do século XX. E enquanto que alguns destes formatos estavam associados aos chamados 'betinhos', e outros a estilos mais 'alternativos', apenas um conseguia conferir, quase imediatamente, ao seu dono o estatuto de 'mauzão': as botas de biqueira de aço.

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De facto, para muitos 'millennials' nacionais, a mera menção deste termo conjurará imagens do 'metaleiro' lá da escola, ou daquele indivíduo que todos receavam, pela sua propensão para brigas e outras actividades menos do que desejáveis. Isto porque, durante o breve período em que deixaram de ser instrumentos de trabalho para passarem a moda adolescente, as botas de biqueira de aço tendiam a ser compradas e utilizadas pelo sector da 'sociedade' escolar que procurava projectar uma imagem vagamente 'perigosa', fosse a mesma puramente estética ou baseada em aspectos da sua personalidade. Talvez por isso este modelo de calçado fosse tão cobiçado por aqueles que, por uma razão ou outra, eram incapazes de se 'impôr' – talvez na esperança que, como os sapatinhos vermelhos de Dorothy ou os ténis de 'Like Mike', as mesmas lhes conferissem 'poderes' especiais de auto-confiança uma vez envergadas. O preço proibitivo das mesmas – bem como o aspecto algo austero e pouco condicente com indumentárias 'normais' – mantinha, no entanto, essa ambição no plano do simples desejo, restringindo o uso destas botas ao tal sector mais 'feio, porco e mau' da população escolar.

Mais de vinte anos depois, as botas de biqueira de aço parecem ter regressado ao nicho do calçado de trabalho, sendo raros os modelos puramente estético deste tipo de sapato, pelo menos para quem não se insere nos meandros do movimento 'metaleiro'; para qualquer 'millennial' que tenha andado no ensino secundário em finais dos anos 90 e inícios do Novo Milénio, no entanto, as mesmas continuarão, sem dúvida, a simbolizar uma certa estética e forma de estar tão invejada quanto temida nos pátios de recreio do País de então...

 

24.11.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Já aqui, em diversas ocasiões, falámos de peças de calçado relevantes ou cobiçadas pela juventude portuguesa de finais do século XX, dos ténis Airwalk, Converse ou Redley às socas de plataforma, passando pelas botas Texanas, da Timberland ou Doc Martens, No entanto, existe ainda uma lacuna nesse elenco de sapatos e sapatilhas, o qual pretendemos, nesta edição da Sexta com Style, rectificar: chegou a altura de falar das botas Panama Jack.

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Exemplo moderno do modelo clássico da marca.

Tão populares e desejadas, em inícios dos anos 90, como qualquer dos calçados acima mencionados, as botas em causa afirmaram-se como uma espécie de antecessoras das posteriores Timberland e CAT, apresentando o mesmo tipo de 'design', algures entre uma bota 'de passeio' e um modelo mais 'todo-o-terreno'. Fabricadas, até aos dias de hoje, exclusivamente em Espanha (concretamente, na região de Albacete) não foi de todo de espantar que um dos primeiros países a acolher e popularizar estas botas (poucos anos após o seu aparecimento, ainda em finais da década de 80) tenha sido, precisamente, o 'outro' país ibérico, onde surgiam normalmente combinadas com calças de ganga da Levi's e camisas aos quadrados, sendo sobretudo associadas aos sectores mais 'bem-comportados' da juventude da época – ou seja, os chamados 'betinhos'. Ainda assim, a posse de umas botas desta marca não deixava de ser um sinal de estatuto entre esse grupo, tanto quanto outras peças de calçado o eram para as demais 'tribos urbanas'.

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O tradicional símbolo bordado da marca.

Tendo em conta essa popularidade, não deixa de ser surpreendente que as botas Panama Jack tenham, praticamente, desaparecido do panorama juvenil português no espaço de apenas alguns anos, a ponto de, por alturas do final da década, terem já sido totalmente suplantados pelas supracitadas sucessoras. Apesar dessa perda de preponderância, no entanto, a marca subsiste até aos dias de hoje, agora com um público mais 'de nicho', mas com 'designs' e qualidade sensivelmente iguais aos de outrora, permitindo a quem queira 'reviver' a sua juventude, pelo menos parcialmente, voltar a adquirir um par das botas que fizeram a sua felicidade em tempos idos de há três décadas atrás...

01.09.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

O mês de Setembro sempre marcou, no calendário português, o fim do Verão; apesar de o regresso às aulas ainda ser, em grande medida, feito 'em t-shirt', não deixa também de ser verdade que a maioria dos jovens portugueses levava já para a escola um casaco, a fim de enfrentar as tardes mais frias. A chuva, essa, só costumava chegar mais para o final do mês, ou até em Outubro; este ano, no entanto, o Outono decidiu antecipar-se em algumas semanas, levando à situação algo caricata de, depois de uma Sexta com Style em que falámos das sandálias de praia, sob calor de quase quarenta graus, nos encontrarmos, duas semanas depois, a recordar uma peça de calçado diametralmente oposta, e indispensável nos dias de maior chuva.

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Falamos, é claro, das clássicas galochas – as botas de borracha que protegiam os pés das poças e 'rios' de água nos passeios em igual medida do que aliciavam aos saltos para dentro das mesmas – uma daquelas brincadeiras intemporais dos dias de chuva e que, seja em que altura da História fôr, dá azo à mesma reacção irritada por parte dos pais. No entanto, a verdade é que – com os pés e barrigas das pernas bem protegidos por uma ou mais camadas de borracha grossa – era mesmo bastante difícil resistir ao apelo daquelas superfícies lisas, mesmo a pedir para serem 'desfeitas'; o pior era quando a água subia demais e penetrava nas botas, contrariando assim o propósito de ter vestido as mesmas...

'Chapões' à parte, não haverá, decerto, um único 'nativo' dos anos 90 que não se recorde de ter vestido, a cada chegada do Outono, um par de sapatos deste tipo – muitas vezes a contragosto, já que os mesmos estavam longe de ser estéticos ou vistos como estando 'na moda', o que tendia a causar algum constrangimento em crianças mais velhas e, sobretudo, adolescentes. Curiosamente, esta vertente foi, em décadas subsequentes, devidamente suprida, com o aparecimento de galochas com padrões apelativos, bolas, riscas, e outros 'truques' para as deixar um pouco menos 'chatas' e incentivar ao seu uso.

Esses 'truques' não foram, no entanto, suficientes para fazer perdurar o apelo das galochas como calçado 'de cidade', sendo as mesmas, hoje em dia, mais frequentemente vistas em trabalhadores manuais cujos trabalhos envolvem o contacto com terra ou outras substâncias húmidas e desagradáveis, ou em crianças muito pequenas, tendo as demografias mais velhas encontrado outras soluções para fazer frente a chuvas mais fortes; para toda uma geração, no entanto, o calçado outonal por excelência serão, para sempre, aquelas botas inestéticas e meio desengonçadas, muitas vezes usadas 'à força', mas que, ao mesmo tempo, estarão sem dúvida associadas a um sem-número de bons momentos passados em brincadeiras à chuva...

14.07.23

NOTA: Por motivos de relevância temporal, falaremos de cinema nas próximas duas Sextas-feiras; hoje, falaremos novamente de moda.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

O fenómeno de um produto normalmente associado com uma cultura de 'nicho' – seja a nível estético ou ideológico – se transpôr para o chamado 'mainstream' não é, de todo, inédito; pelo contrário, são incontáveis as apropriações e assimilações deste tipo feitas pela cultura ocidental nos últimos cinquenta anos, de forma transversal a todos os aspectos da sociedade. O vestuário e o calçado não são excepção, tendo várias peças originalmente destinadas ao trabalho manual ou envergadas como forma de posicionamento contra-cultural passado a ser uma mera opção estética igual a tantas outras.

Tão-pouco foram os anos 90 excepção a esta regra; a última década do século XX viu entrarem no guarda-roupa do comum dos jovens as botas texanas, os blusões de penas, e as botas de caminhada ou de biqueira de aço, que se juntavam aos casacos de cabedal e ganga no rol de artigos entretanto desprovidos da sua função original e adoptados como simples adereços de moda. A este grupo há, ainda, que juntar um artigo de calçado que, nos seus então quarenta anos de História (hoje setenta) nunca havia deixado de ser conotada com movimentos rebeldes, contra-culturais, ou, no mínimo, artísticos: as botas Dr. Martens, mais conhecidas como 'Docs'.

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De facto, apesar de serem, ainda, largamente conotadas com o vestuário dos 'freaks' (nome dado, à época, aos adeptos do movimento alternativo) a verdade é que estas botas viveram, durante a referida década, um dos seus 'estados de graça', muito por conta do referido movimento alternativo e de 'cenas' musicais e culturais como o gótico ou o 'grunge'. Com os seus tradicionais pespontos amarelos e uma gama de cores fora do comum (além das clássicas pretas ou castanhas, era comum ver nos pés da juventude modelos vermelhos, amarelos ou verdes) estas botas não podiam deixar de agradar a 'tribos' urbanas cuja filosofia estética era, precisamente, a de se destacar das 'massas' através de escolhas estilísticas inusitadas e chamativas. Junte-se a isto a sua versatilidade e a durabilidade típica de artigos de qualidade da época, e está explicado o sucesso das 'Docs' junto do público alternativo da viragem do Milénio.

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O ainda popular modelo vermelho.

O único entrave à ainda maior massificação destas botas entre os jovens lusitanos era, pois, o mesmo de sempre: o preço, que se afirmava como proibitivo para a maioria das 'carteiras' da classe média, mesmo no contexto de presentes de aniversário ou Natal; assim, para cada jovem que envergava orgulhosamente um par de Dr. Martens nos pés, haveria certamente vários outros que se viam forçados a ficar-se pelo 'sonho', e a admirar com cobiça os pares dos colegas e amigos.

A história das botas Docs na sociedade portuguesa (e mundial) tem, ainda, outra reviravolta, já que a democratização da moda, aliada à sua natureza cíclica, fez com que as mesmas regressassem à consciência colectiva de uma geração, entretanto, já capaz de suportar os custos aliados à compra de um par – bem como da seguinte, que as assimilou e integrou no seu próprio livro de estilo, e as associou aos seus próprios movimentos sócio-culturais. Um breve passeio pelas ruas de uma qualquer cidade portuguesa permite, assim, avistar novamente os icónicos pespontos amarelos nos pés de góticos, 'punks' e intelectuais, mas também das chamadas 'betinhas', provando que as septuagenárias botas mantêm o mesmo apelo transversal que as fez objecto de cobiça da maioria dos jovens portugueses há perto de três décadas.

07.07.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Apesar de, regra geral, uma década tender a ser referenciada como um todo (veja-se o título deste blog, por exemplo) a verdade é que um período de dez anos é mais do que suficiente para tornar o modo de vida quotidiano de uma sociedade praticamente irreconhecível. E se, em décadas transactas, essas mudanças foram mais graduais e, talvez, menos perceptíveis, os anos 90 foram, talvez, o período em que mais se verificou o oposto, ao ponto de um jovem adolescente de 1991 pouco ter a ver com um seu congénere de 1999, quer em termos de gostos mediáticos, quer de estilo de vida ou até no aspecto estético.

Um bom exemplo disto mesmo foi o calçado jovem dos anos 90. Se houve peças que atravessaram toda a década, nomeadamente os ténis 'pisa-e-brilha' ou os Converse e respectivos sucedâneos, o restante mercado sofreu profundas alterações, com constante renovação em termos de marcas, modelos e até cores populares; no espaço de apenas dez anos, os pés dos jovens portugueses passaram de envergar sapatilhas Sanjo às Redley, Skechers e Airwalk, de sandálias de plástico e chinelos 'dos trezentos' a Havaianas e das botas Doc Martens (hoje de novo em voga e que aqui terão o seu espaço) às Texanas 'em bico', Panama Jack e, acima de tudo, Timberland.

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Uma imagem que ainda faz 'babar' toda uma geração...

De facto, a recta final dos anos 90 e início da década seguinte marca a explosão em popularidade da marca americana, e sobretudo do modelo cor de crème, que – quase de um dia para o outro – passou a surgir nos pés de uma enorme parcela da juventude portuguesa, e a ser objecto de cobiça e símbolo de 'status' para a restante percentagem. Caracterizadas por terem constituído uma moda transversal a ambos os sexos – embora, entre o sexo feminino, tendessem a ser adoptada sobretudo por raparigas com um estilo mais práctico, as chamadas 'maria-rapaz' – estas botas tinham, para muitos 'putos' e adolescentes da época, o mesmo entrave de sempre: o preço proibitivo, que fazia delas item de luxo e suscitava o aparecimento no mercado 'alternativo' de um sem número de imitações e contrafacções mais ou menos convincentes, que ajudavam a 'safar' quem não tinha fundos para comprar o artigo genuíno.

O mais curioso é que, à altura da sua popularização em Portugal, esta bota já existia há várias décadas (como era, aliás, o caso também com as Doc Martens) tendo a sua demografia original sido a mesma das Martens e das não menos famosas 'biqueiras de aço': trabalhadores em profissões de índole física ou adeptos da caminhada, que precisavam de botas resistentes e duradouras. Ambas as marcas não tardaram, no entanto, a 'cair no gosto' da juventude, e por alturas da viragem do Milénio, ambas as marcas se encontravam já muito distantes do seu objectivo e público iniciais, tendo-se transformado em artigos puramente estéticos e 'da moda' – posição que, aliás, ocupam até hoje.

Mas se as Doc Martens vivem, actualmente, uma segunda vaga de popularidade, o mesmo não se pode dizer das botas 'amarelas' da Timberland, que sofreram o destino tipico de peças que se tornam demasiado populares e sofrem de sobre-exposição – ou seja, o regresso à semi-obscuridade social. Quem foi de uma certa idade entre finais dos anos 90 e meados da década seguinte, no entanto, certamente recordará a cobiça desmedida que esse artigo de calçado provocava, e a decepção ao deparar-se com o seu preço, mesmo em promoção – que, por sua vez, motivava uma visita à feira mais próxima em busca de algo que pudesse 'fazer as vezes' por um décimo do preço. Outros tempos...

12.05.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Ter 'estilo' e parecer 'fixe' – seja junto dos amigos ou perante um potencial par romântico – sempre foi, e há de continuar a ser, um dos principais objectivos de qualquer criança ou jovem, independentemente da geração em que tenha crescido; a necessidade de afirmação e aceitação é parte integrante da conquista da identidade própria, e o aspecto fisico tem, quer se queira ou não, um papel preponderante nessa mesma jornada. E se, hoje em dia, as gerações mais jovens são bastante mais abertas à diferença e à procura de um estilo individual, a sua congénere dos anos 80, 90 e 2000 almejava precisamente ao oposto, procurando o máximo de padronização possível em termos de vestuário, calçado e apresentação em geral.

O resultado inevitável desta tendência foi uma sucessão de 'febres' ligadas a peças de roupa, cada uma mais cobiçada que a anterior pela então nova geração, das camisas da Sacoor às sweat-shirts da No Fear, Quebramar, Mad+Bad e GAP, passando pelas calças da Resinablusões da Duffy ou t-shirts da Fiorucci. Como um dos principais elementos identificadores de qualquer estilo, o calçado não ficou, de todo, imune a este fenómeno, tendo sido também inúmeros os exemplos de sapatos altamente cobiçados por grande parte da juventude portuguesa, dos ténis pisa-e-brilha aos Airwalk, Redley e Converse, passando pelos botins, socas de plataforma, botas de biqueira de aço, e pelo tema desta Sexta com Style, as botas Texanas.

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Exemplo moderno deste tipo de peça.

Como o próprio nome dá a indicar, estas botas pretendiam emular o peculiar e emblemático estilo de calçado que continua, desde os tempos do lendário Velho Oeste, a ser utilizado pelos rancheiros da região do Texas, nos Estados Unidos: aquele tipo de bota de cano bem alto e biqueira pontiaguda, normalmente feita de pele de um qualquer animal, muitas vezes uma cobra ou crocodilo. Uma peça que, longe de ser 'para todos os gostos', tem alguns evidentes atractivos que a ajudaram a popularizar entre a juventude dos anos 90, pese embora o proibitivo preço as tornasse – para quem tinha a sorte de ter um par, claro – peças estritamente 'de festa', apenas utilizadas em ocasiões especiais, como uma ida à discoteca, e longe de se adequarem ao 'rame-rame' quotidiano da escola e dos encontros com amigos no café ou no jardim.

Tal como a maioria dos artigos que acima elencámos, também as botas Texanas acabaram, inevitavelmente, por ser 'levadas' na constante 'enxurrada' das tendências de moda, sendo já totalmente alheias à geração nascida em meados de 80, e que entrou na adolescência no final da década seguinte; os seus congéneres ligeiramente mais velhos, no entanto, certamente terão bastas memórias de tirar do armário e polir as suas Texanas, para poder 'fazer estilo' numa qualquer festa entre pares...

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