27.12.23
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
A hora do banho tende a ser uma experiência problemática para muitas crianças pequenas, as quais oferecem frequentemente resistência a serem lavados, ou mesmo a entrarem na banheira para uma 'imersão'. Assim, não é de surpreender que os pais utilizem uma série de subterfúgios para procurar que este ritual se processe da forma mais pacífica possível - e um dos principais 'truques' utilizados por qualquer progenitor ainda hoje passa pela 'distracção' da criança com um dos famosos 'livros de banho'.
Exemplo moderno do conceito em análise.
Concebidos propositadamente para serem utilizados junto ou mesmo dentro de água - com páginas em borracha ou espuma impermeável - estes livros pretendiam ser, mais do que veículos para contar uma história, uma experiência em si mesmos; até mesmo os que replicavam contos clássicos (como o da 'Branca de Neve e os Sete Anões' existente lá por casa em finais dos anos 80) faziam-no, sobretudo, com recurso a imagens grandes e coloridas, com um mínimo de texto - normalmente, apenas um par de linhas por página, com grafia gigante e fácil de ler até mesmo pelas crianças mais pequenas.
Esta cuidados junção de elementos apelativos não deixava, como é óbvio, de surtir o efeito desejado, com os livros em causa a fazerem sucesso não só junto da primeira geração que com eles contactou como das subsequentes, que os 'herdaram' ou desfrutaram das suas próprias versões actualizadas; e, ao contrário do que sucede com a maioria das obras e conceitos que aqui abordamos, não é de crer que este paradigma se venha a alterar em anos e décadas vindouras - pelo menos até começarem a ser fabricados 'tablets' ou telemóveis totalmente à prova de água. Assim, até mesmo a Geração Z (conhecida por pouco ou nada ler em formato físico) e a sua sucessora terão como experiência partilhada a 'leitura', na hora do banho, destes livros tão simples como apelativos para a faixa etária até aos cinco anos...