18.01.23
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.
O período de Natal e o início do ano seguinte eram, por razões óbvias, a altura do ano por excelência para o lançamento e comercialização de agendas – que, neste caso, se referiam não àqueles livrinhos de couro recheados de papel pautado onde se anotavam números de telefone e moradas antes do advento dos 'smartphones', mas sim a verdadeiros tomos encadernados, dirigidos a um público infanto-juvenil, e que combinavam essa vertente com outros conteúdos de interesse para a demografia-alvo, como receitas, passatempos, curiosidades, ou espaços onde anotar os desejos e ambições para o novo ano. E se a rainha indisputada deste tipo de publicação era 'A Minha Agenda', o esforço anual da RTP cujo principal ponto de interesse era o lendário anúncio, também não deixou de haver um ou outro 'concorrente' esporádico, determinado a retirar a 'coroa' à publicação da emissora estadual.
Destes, um dos principais (e que não deixa de ser surpreendente nunca ter almejado mais altos vôos) foram as agendas Disney – volumes em tudo semelhantes a 'A Minha Agenda', mas com o atractivo extra de contarem com a presença (totalmente legal e licenciada) das mais populares personagens de banda desenhada da Disney. Assim, conteúdos que de outra forma teriam de ter sido decorados com desenhos ou motivos genéricos passavam a ter como 'anfitriões' o Tio Patinhas, o Rato Mickey, e as restantes (e bem conhecidas) personagens com que as crianças portuguesas conviviam sempre que abriam uma revista aos quadradinhos da época.
Infelizmente, este é mais um daqueles casos em que o produto em questão foi totalmente Esquecido Pela Net, não havendo mesmo rasto de qualquer dos (pelo menos dois) volumes lançados (relativos aos anos de 1992 e 93) em sites como o OLX. Assim, e perante a impossibilidade de retirar imagens dos nossos exemplares pessoais (há muito arrumados numa de entre muitas caixas com conteúdos semelhantes) vemo-nos forçados a publicar, pela segunda vez, um 'post' sem quaisquer imagens.
Ainda assim, e numa altura do ano em que a maioria das crianças tinha, ainda, motivação para utilizar activamente este tipo de volumes, não queríamos deixar passar em branco este 'conccrrente' d''A Minha Agenda', cujo insucesso é tão difícil de perceber quanto o seu desaparecimento total da consciência nostálgica colectiva portuguesa – algo que pode parecer inimaginável para um produto com uma licença tão popular quanto a dos Estúdios Walt Disney, mas que, no caso destas agendas, é absolutamente verídico...