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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

04.05.23

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Numa edição passada desta mesma rubrica, quando abordámos os diferentes achocolatados que competiam pela atenção e preferência das crianças e jovens de finais do século XX, deixámos de fora um nome que ainda chegou a ser de alguma monta para a parcela mais velha da geração 'millennial': o Milo, a 'outra' bebida solúvel da Nestlé, originalmente presente no mercado português até 1993.

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A pouco duradoura embalagem noventista do produto.

Instantaneamente identificável pela icónica cor verde da embalagem (primeiro mais escuro e, já na fase final, algo mais berrante) o Milo era comercializado, não como uma simples solução-base para leite com chocolate, mas como um 'tónico', muito por conta da presença, na sua fórmula, de malte, cálcio, fósforo e vitaminas, que o tornavam (supostamente) mais benéfico para as crianças e jovens do que os concorrentes directos, ou mesmo do que o Nesquik, da própria Nestlé; talvez por isso a apresentação do produto se centrasse em torno dos desportos, aproximando-o mais de um Cola Cao do que de qualquer simples bebida infantil apadrinhada por cangurus e coelhos animados. Se as afirmações da Nestlé tinham base científica ou eram apenas um meio de 'apaziguar' os pais quanto à compra do produto, nunca se saberá ao certo, claro...

O que é, sim, certo, é que o Milo se tornou, ao longo das duas décadas em que 'saiu' do mercado português, suficientemente nostálgico para suscitar uma petição (por sinal, bem-sucedida) a favor do seu regresso às prateleiras nacionais, que acabaria por se dar em 2013. Ó achocolatado juntou-se, assim, à lista de produtos outrora desaparecidos do mercado luso, mas que a nostalgia de toda uma geração acabou por trazer de volta, pronto a ser descoberto e apreciado pelo público-alvo de hoje em dia; e dado o leite com chocolate ser daqueles produtos que nunca perde o apelo para a demografia infanto-juvenil, é de esperar que o Milo faça tanto sucesso com os membros da chamada 'Geração Z' quanto fez junto dos seus pais e avós...

01.12.22

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Numa época em que o Inverno já está declaradamente instalado, em que as temperaturas descem e os dias ficam mais curtos (tanto assim que quem tem aulas de tarde, ou trabalha em horário laboral, já regressa a casa de noite) existem certas 'comidas de conforto' a que ninguém, e ainda menos uma criança ou jovem, resiste. Dessas, uma das principais é o bom e velho chocolate quente (que não deve ser confnndido com o também bom e velho leite com chocolate, que serve funções diferentes) o qual, nos anos 90, surgia na consicência popular sobretudo através de três marcas: Suchard Express, Cola Cao e Nesquik.

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As embalagens clássicas dos três achocolados portugueses.

E a verdade é que, embora o produto em si fosse fundamentalmente o mesmo, cada uma destas variedades apresentava um posicionamento de mercado bem distinto, que lhe garantia a fidelização de um determinado segmento de público; o Cola Cao, por exemplo, apresentava-se como uma marca algo mais 'radical' do que as outras duas, apostando numa suposta ligação ao desporto, enquanto que a Suchard apostava no classicismo e reconhecimento do nome, e a Nesquik baseava toda a sua estratégia de mercado em torno da sua memorável mascote, o Coelho Quicky (o sucessor do canguru que, à época, ainda se podia ver em painéis de patrocínio no Jardim Zoológico de Lisboa.)

Exemplos das estratégias comerciais adoptadas por cada uma das três marcas.

Assim, não é de admirar que a primeira e a última fizessem mais sucesso entre o público mais jovem, enquanto a Suchard se afirmava como a bebida achocolatada que se encontrava no armário de casa da avó, e se bebia nesse mesmo contexto. Também não é, de todo, surpreendente – tendo em conta as tendências típicas da infância e juventude – que cada uma das bebidas supramencionadas tivesse os seus 'defensores', prontos a denegrir quaisquer dos nomes concorrentes e a exaltar as virtudes da sua marca de eleição.

O que é, sim, curioso – tendo em conta as tendências de mercado tantas vezes aqui abordadas – é o facto de todas as três bebidas continuarem a constar das prateleiras dos supermercados e hipemercados nacionais, em formatos quase totalmente inalterados em relação aos de há trinta anos atrás (sendo a principal mudança uma lógica e expectável actualização gráfica.) Juntamente com produtos como o Nestum, Cerelac ou Tulicreme (de que aqui paulatinamente falaremos) estas marcas de achocolatados continuam a 'resistir ainda e sempre ao invasor', constituindo um dos poucos elos de ligação restantes a uma época que, cada vez mais, vai desaparecendo da vida quotidiana dos portugueses...

 

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