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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

02.06.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

De entre os muitos elementos de moda que marcavam a diferença entre 'tribos urbanas' e ditavam níveis de popularidade e 'fixeza' entre a juventude portuguesa dos anos 90, e que entretanto se tornaram excessivamente padronizados, as mochilas estão, muitas vezes, entre os mais esquecidos. De facto, e apesar de não serem tão marcantes e memoráveis como uma t-shirt, um par de ténis, ou mesmo um boné, as 'pastas' da escola foram, para a geração hoje na casa dos trinta a quarenta anos, um adereço de moda como qualquer outro, tão merecedor de atenção e selecção aturada como qualquer peça de vestuário ou bijuteria, e tão capaz de marcar a diferença entre a admiração e o 'gozo' por parte dos colegas como qualquer deles. E ainda que tenham sido muitas as marcas a merecer a confiança da juventude durante aquela década – da Slazenger à Jansport e Eastpak – apenas uma se afirmou, verdadeiramente, como 'A' mochila de finais do século XX.

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Instantaneamente reconhecíveis pelo seu 'design' típico e diferenciado – ainda mais que o das marcas supramencionadas – as mochilas Monte Campo destinavam-se, originalmente, a ser utilizadas no contexto do campismo e caminhadas; no entanto, algures no início dos anos 90, essa trajectória sofreu um desvio, à medida que mais e mais crianças adoptavam os produtos da marca como 'pastas' para uso escolar, a ponto de, no final da década, o propósito principal da gama se encontrar já praticamente esquecido. Quanto ao factor exacto que tornava estas pastas relativamente sóbrias num produto oficialmente considerado 'fixe', talvez o mesmo se prendesse com os invulgares esquemas de cores da maioria dos modelos da marca, que tendiam a combinar uma cor mais forte com o tradicional preto, azul ou cinzento, e que iam, assim, exactamente ao encontro dos gostos estéticos da maioria dos jovens noventistas.

Fosse qual fosse o motivo, no entanto, a verdade é que as 'pastas' Monte Campo gozaram, mesmo, de um longo período de graça, que se estendeu até pelo menos a meados da primeira década do século XXI, e durante o qual não foram, claro está, imunes a imitações, com as lojas de bairro e barracas de feiras de Norte a Sul do País a exibirem orgulhosamente os seus modelos 'Monte Carlo' e 'Monte Branco' ao lado das calças de treino Abadas, dos chinelos Pamu e das t-shirts da Reeclock. Curiosamente, talvez pelo preço algo proibitivo dos originais, estas imitações tendiam a não ser alvo de tanto escárnio como as de outros produtos 'da moda' – o importante, muitas vezes, era mesmo ter uma mochila com aquele tipo de modelo, independentemente da marca.

Como acontece com qualquer outro adereço de moda, também as mochilas Monte Campo e respectivas imitadoras acabaram, inevitavelmente, por sair de moda (embora continuem a existir), no caso, sensivelmente ao mesmo tempo que os modelos da Jansport (a Eastpak, além de mais tardia, soube reinventar-se, e segue firme no mercado dos materiais escolares até aos dias que correm.) No entanto, para quem foi criança e adolescente entre as décadas de 80 e 2000, aquele emblema amarelado com o desenho de uma montanha continuará, para sempre, a ser o símbolo máximo de uma mochila 'estilosa' e duradoura.

01.04.23

NOTA: Este post é correspondente a Sexta-feira, 31 de Março de 2023.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Apesar de ser um dos mais populares acessórios (ou adereços) entre a última geração de jovens e adolescentes a dispôr de horas no telemóvel, os relógios eram menos frequentes entre a faixa etária logo abaixo. Talvez por terem os horários controlados de perto pelos pais, as crianças portuguesas de finais do século XX viam menos necessidade de usar relógio, um paradigma que foi, durante a última década do Segundo Milénio, alterado por duas marcas distintas: por um lado, a Casio, com os seus popularíssimos relógios electrónicos/digitais e, por outro, pela Swatch, cuja linha infantil representava o 'Santo Graal' dos relógios para qualquer criança lusa dos anos 90.

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Isto porque os relógios Flik Flak adoptavam uma estética colorida e algo excêntrica, bem ao gosto da demografia-alvo, o que, em conjunto com as duas mascotes da marca - um casal com os mesmos nomes da linha em si, Sr. Flik e Sra. Flak - tornava estes relógios incrivelmente apelativos para o seu público-alvo. O problema, como em tantos outros casos, era o preço absolutamente proibitivo, que (apesar de reflectir a qualidade de construção típica dos relógios suíços) assegurava que apenas uma pequena percentagem das crianças e jovens lusitanas tinham o privilégio de possuir um relógio destes - o qual, escusado será dizer, os tornava motivo de inveja no recreio, mesmo tratando-se de um simples relógio analógico em plena era hegemónica dos Casio. 'Aquele' visual era simplesmente irresistível, mesmo apenas visto na montra da relojoaria, e foi, por si mesmo, suficiente para tornar estes relógios nostálgicos mesmo para quem nunca os chegou a ter.

03.02.23

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Os acessórios de moda são, regra geral, parte integrante e importante da maioria dos conjuntos e 'visuais', oferecendo um complemento ou acrescento ao efeito causado pelas próprias peças de vestuário. Os anos 90 não foram, de todo, excepção a esta regra – pelo contrário, a década originou aquele que foi um dos mais populares acessórios deste tipo durante pelo menos quinze anos, as gargantilhas.

colar-choker-anos-90-colar.jpgO mais comum e popular tipo de gargantilha dos anos 90

Transversais às raparigas adolescentes dos mais diversos grupos e 'castas' sociais – embora mais frequentemente associadas aos movimentos góticos e 'alternativos' – as gargantilhas tinham como objectivo chamar a atenção para a zona do pescoço (muito mais do que os colares, por serem, regra geral, justos à pele) com os seus intrincados padrões (normalmente tribais) ou os acessórios que traziam pendurados, como pequenas cruzes ou outros motivos. Fosse qual fosse o estilo ou variante escolhida, no entanto, estes adereços ganhavam pontos pela sua versatilidade, ficando tão bem com umas calças à boca de sinosweatshirt da GAP e socas plataforma usadas pelas 'betinhas' como com as calças largas, panamá e top de alças característicos da demografia feminina mais 'alternativa', ou até as rendas e brocados em tons de negro das 'vampiras' góticas. Talvez por isso se afrimassem como um dos mais consensuais tipos de acessório de finais do século XX e inícios do XXI, não havendo praticamente adolescente do sexo feminino que não tivesse na gaveta pelo menos uma.

Tal como sucede com muitas das outras peças aqui abordadas, no entanto, também as gargantilhas sucumbiriam ao passar do tempo, e às mudanças na moda juvenil trazidas pelos primeiros anos do século XXI; apesar de não terem nunca desaparecido completamente, estes adereços são, hoje em dia, bem menos populares do que o eram há uma geração atrás, já não se afirmando como complemento obrigatório de qualquer 'fatiota' de uma rapariga adolescente. Quem o foi naqueles anos, no entanto – ou, pelo menos, com quem elas conviveu – saberá a importância e relevância que as gargantilhas tiveram na definição da aparência diária das adolescentes daqueles anos, e perceberá por que razão as mesmas merecem lugar nesta secção 'estilosa' do nosso blog...

02.12.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Qualquer pessoa que já tenha sido jovem, ou que conviva regularmente com jovens, sabe que, por vezes, há coisas que se tornam 'moda' sem que seja possível explicar porquê – e os anos 90 não foram, certamente, excepção a esse respeito; antes pelo contrário, a década a que este blog diz respeito foi responsável por vários exemplos desta tendência, cada um mais surpreendente que o outro, das míticas meias brancas de raquetes ao assunto do blogue de hoje, os artigos de vestuário e acessórios promocionais.

Não estamos, entenda-se, a referir-nos a 'merchandising' - oficial ou pirata - de uma qualquer propriedade intelectual – falamos, antes, daqueles produtos cuja função era, descarada e declaradamente, fazer publicidade a um qualquer produto ou serviço, da t-shirt oferecida pela garagem local à que se ganhava como 'prémio de participação' num qualquer concurso de uma grande marca, passando pelo supra-sumos desta tendência, o chapéu-de-chuva às riscas com um qualquer logotipo impresso nos 'gomos' brancos.

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Quem nunca teve ou quis um destes?

Para quem não viveu a época, é difícil explicar porque, e até que ponto, este acessório se tornou popular entre os jovens de uma certa idade; quem lá esteve, e ostentou com orgulho um destes chapéus (ou quis, mais que tudo, ter um) certamente se recorda de os mesmos terem, inclusivamente, mais valor do que um chapéu-de-chuva comprado na loja, mesmo que o dito-cujo ostentasse personagens de desenhos animados ou banda desenhada! Um verdadeiro mistério, que nem as três décadas subsequentes foram capazes de resolver.

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Parte da colecção do ano passado da Zara. Sim, a sério.

Mais – a vaga nostálgica que se vem abatendo sobre a geração agora na casa dos trinta a quarenta anos já se estendeu a este tipo de produtos, réplicas dos quais começam a surgir como parte integrante das novas colecções de grandes cadeias de 'fast fashion'; e ainda que os referidos guarda-chuvas ainda não tenham voltado 'à berra', certamente não tardará já muito até que algum 'iluminado' tente cobrar por um chapéu preto e branco a dizer 'Dunlop' – e, provavelmente, consiga vendê-lo a algum trintão nostálgico que se lembre de ter tido um quase exactamente igual ali por volta dos dez ou onze anos...

04.11.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Apesar de não ter tido na moda jovem dos anos 90 a mesma influência que o chamado estilo 'betinho', o movimento alternativo não deixou, ainda assim, de moldar significativamente o aspecto de um qualquer pátio de escola secundária portuguesa dos anos 90 e 2000, respondendo aos pólos de rugby, socas plataforma, calças à boca de sino, camisas da Sacoor e 'sweatshirts' da Gap ou Quebramar com tendências próprias, como as calças largas, as botas Doc Martens ou de biqueira de aço, os bonés para trás ou para o lado, as trancinhas conhecidas como 'tererés' ou o acessório de que falamos neste 'post', as bolsas a tiracolo em sarja.

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Exemplo moderno do acessório discutido nas linhas abaixo.

Populares entre os então chamados 'freaks' pela sua aparência militar e potencial de customização – era, aliás, quase obrigatório decorá-las com 'patches', 'pins' ou até desenhos ou dedicatórias dos amigos – esta mistura das tradicionais carteiras das 'betinhas' com as mochilas que qualquer 'puto' da escola carrega diariamente às costas dispunha de uma alça ajustável, mas esta acabava por ser uma característica quase redundante, já que qualquer aluno do secundário ou da universidade que se prezasse as usava o mais descaídas possível, normalmente ao nível dos joelhos (e, quase sempre, atravessadas a tiracolo, ainda que no caso das raparigas pudessem também ser usadas penduradas.)

Apesar do seu apelo aparentemente intemporal, no entanto, estas sacolas acabaram mesmo por cair em desuso após a primeira década do Novo Milénio, tendo gradualmente vindo a ser substituídas pelas suas congéneres em cabedal, borracha ou plástico, ou ainda pelos sacos de pano, sobretudo entre o sector universitário; ainda assim, este acessório não deixou de marcar época junto do segmento mais alternativo da geração que atingiu a adolescência em finais dos anos 90 e inícios de 2000; aliás, estamos em crer que, após ler este post, já deverá ter havido quem tenha ido buscar a sua à garagem ou ao fundo do armário, para mostrar aos filhos ou, simplesmente, recordar os seus tempos de jovem....

21.10.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

De entre os muitos acessórios considerados 'indispensáveis' pela juventude portuguesa da viragem de milénio e entretanto caídos em desuso, as carteiras com velcro podem ser consideradas um dos principais; e, de entre os muitos tipos de carteira deste tipo disponíveis no mercado de então – cujos motivos iam desde as Tartarugas Ninja até marcas como a Street Boy – havia um que se destacava acima de todos os outros, sendo activamente cobiçado por qualquer jovem que pretendesse assinalar, sem margem para quaisquer dúvidas, a passagem à idade adulta.

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O design inovador  e a tradicional localização da marca no interior eram duas das principais características destes acessórios

Falamos, claro, das míticas carteiras da Dunas, uma marca que, aparentemente, se especializava neste tipo de acessório, dado o seu logotipo nunca ter sido visto nas habituais t-shirts ou sweatshirts, mas apenas e exclusivamente no interior dos seus porta-moedas e carteiras, nos quais representava um símbolo não só de qualidade, mas também de estatuto – tanto assim que a maioria dos jovens lusos da época nem sequer se importava com o facto de a presença do referido logotipo retirar 'área útil' à carteira, já que a contrapartida valia bem esse pequeno sacrifício.

O 'factor popularidade' não era, no entanto, a única motivação para todo e qualquer adolescente da ponta final da década de 90 e inícios da seguinte querer uma destas carteiras; as próprias características que lhes conferiam essa popularidade tinham, também, uma palavra a dizer, nomeadamente os padrões 'radicais' inspirados na cultura do 'surf' e 'bodyboard', que as tornavam escolha frequente entre os jovens com preferência por este tipo de vestuário, e artigo 'aspiracional' para os restantes. A qualidade das próprias carteiras, que eram feitas de material grosso e tinham algum 'peso', mesmo vazias, era também incentivo à compra, até por parte dos pais, embora não justificasse totalmente o preço algo elevado a que as mesmas eram comercializadas.

No entanto, tal como tantos artigos que abordamos, nesta rubrica e não só, também as carteiras Dunas foram vítimas daquele estranho fenómeno que fazia com que produtos mega-populares entre os jovens 'desaparecessem de cena' quase de um dia para o outro, sem se dar por ela; foi, precisamente, o que se passou com estes acessórios, os quais passaram de omnipresentes a raramente vistos nos pátios das escolas portuguesas, e acabaram mesmo por ser esquecidos por grande parte da população que, durante o seu 'reino', as cobiçou ou orgulhosamente ostentou. Assim, a comunidade nostálgica 'online' afirma-se, mais uma vez, como principal 'guardiã da memória' deste produto que marcou a infância e adolescência de tantos portugueses crescidos durante os anos 90...

08.10.22

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Apesar de, tecnicamente, o Verão ter já findado, e o regresso às aulas estar já instaurado em pleno nas escolas portuguesas, o calor que se vem fazendo sentir continua a convidar a uma ida à praia ou piscina, ou pelo menos, a uns salpicos na piscina de quintal; e a verdade é que, especialmente nos anos 90, nenhuma dessas actividades ficava completa sem a presença de um colchão insuflável.

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O modelo mais comum deste tipo de acessório.

Acessório intemporal, mas que teve em finais do século XX o seu auge de popularidade, os colchões aquáticos são daqueles produtos cujo apelo é, por demais, fácil de explicar – afinal, qual a criança que não gosta de se sentir a flutuar em cima de algo que oferece perfeita segurança? É o mesmo princípio das pranchas de bodyboard (outra diversão 'de praia' super-popular entre o segmento mais jovem, tanto da época como de hoje em dia) mas com a diferença de ser preciso muito mais para virar um insuflável do que uma prancha. Ainda assim, estes colchões não ficavam alheios a alguns 'tombos', sobretudo por parte de quem achava boa ideia pôr-se de pé em cima dos mesmos...

E apesar de os colchões 'normais' serem já por demais apelativos para o seu público-alvo, alguns fabricantes aperfeiçoavam ainda mais a fórmula oferecendo insufláveis com partes translúcidas ou transparentes, que permitiam ver o que se passava por debaixo do colchão, na água; e apesar de jamais criança alguma ter ido longe o suficiente da costa para ver mais do que quantidades infindáveis de areia batidas periodicamente pelas ondas, os colchões com esta simples mas entusiasmante característica puxavam, inevitavelmente, pela imaginação, criando a fantasia e expectativa de, um dia, se conseguir ver algo mais...

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Os colchões com 'janela' proporcionavam uma experiência ainda mais divertida que o habitual.

Com ou sem 'janela', no entanto, a verdade é que os colchões insufláveis (bem como os seus outros congéneres, como canoas ou barcos) foram parte integrante da infância de muitas crianças portuguesas de finais do Segundo Milénio – e, ainda que em menor escala, também de hoje em dia – tornando justificada a sua presença nesta rubrica.

26.08.22

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

As toalhas de praia estavam entre os muitos elementos que as crianças e jovens dos anos 90 utilizavam como meio de afirmar a sua identidade, quer individual, quer enquanto parte de um grupo; e, durante uma parte significativa da segunda metade da referida década, houve uma toalha de praia em particular que se tornou visão frequente em praias de Norte a Sul do País, sobretudo em locais que reunissem altos volumes de 'malta nova'.

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Lá por casa, houve uma muito semelhante a esta...

Falamos, claro, da mítica toalha da Coca-Cola, um daqueles items cuja popularidade é tão difícil de explicar quanto inegável. O que é certo é que a dado ponto, algures entre o ponto médio da década de 90 e os primeiros anos do novo milénio, a toalha vermelha com o clássico símbolo da marca impresso sobre o comprimento tornou-se O 'item' de praia a ter, destronando as suas tradicionais antecessoras com padrões de palmeiras, pôr-do-sol e barcos à vela sobre fundos multi-cores, e até mesmo as igualmente desejáveis toalhas aveludadas e com motivos de desenhos animados. Curioso foi, também, o facto de (ao contrário do que acontecia, na mesma altura, com os iô-iôs comercializados pela Russell) esta 'febre' não se ter estendido a qualquer outro logotipo ou tipo de bebida - as toalhas 'da moda' eram APENAS, e só, as da Coca-Cola.

As origens da súbita 'proliferação' deste tipo de toalha poderão ter estado na mesma promoção que também ajudou a popularizar os 'bips' entre toda uma geração, mas a certa altura, os referidos items extravasaram os confins de qualquer iniciativa profissional, aparecendo (e com frequência) em lojas tanto de lavores como de praia, ao lado de outros artigos não associados a qualquer marca - coincidindo este período com o da sua maior popularidade entre as crianças e jovens.

Fosse qual fosse o contexto que deu origem a esta breve mas marcante 'febre', a verdade é que, durante vários Verões de finais do século XX, uma larga fatia da população jovem portuguesa 'trabalhou para o bronze' sobre um logotipo da Coca-Cola, provavelmente ao lado de vários amigos que ostentavam, com orgulho, precisamente o mesmo item - prova cabal, como se ainda fosse necessário, do poder que um logotipo memorável e uma boa estratégia de 'marketing' podem ter junto de uma determinada demografia...

27.11.21

NOTA: Este post é respeitante a Sexta-feira, 26 de Novembro de 2021

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Uma das mais perenes e transversais características das sociedades ocidentais modernas é a tendência para ridicularizar as tendências mais populares de décadas anteriores. A atitude 'qual era a deles?' abrange desde comportamentos a termos de linguagem (o chamado 'calão'), iniciativas culturais (como filmes, séries ou arte) e, claro, roupas e adereços visuais, talvez o alvo mais fácil de entre os citados.

E ainda que não seja de todo descabido dizer que muitos destes aspectos não merecem o desdém que lhes é reservado (sendo, pura e simplesmente, produtos de um tempo muito diferente) outros há que verdadeiramente suscitam a pergunta 'como é que isto era permitido?' - como é o caso do 'item' que hoje abordamos.

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Uma imagem que deverá evocar muitas memórias

As bolsinhas para trocos de pôr à cintura (as famosas 'fanny packs' dos norte-americanos) nunca foram um paradigma de estilo; aliás, nem sequer foram alguma vez desenhados para o ser. Embora existissem bolsas deste tipo fabricadas pelas grandes marcas da altura, nem mesmo estas tinham a audácia de tentar vender o referido adereço como algo mais do que um produto puramente prático – um sítio para quem não tinha carteira de alças pôr as moedas, notas e cartões, quer à solta, quer no respectivo porta-moedas ou carteira (no sentido de receptáculo de dinheiro e cartões.) As mesmas não eram, de todo, comercializadas como um indicador de moda, ou mesmo algo desejável – e, no entanto, foi exactamente nisso que se tornaram, um pouco por todo o Mundo durante os anos 90.

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Estes acessórios eram tão populares que até celebridades como The Rock se deixavam fotografar com elas

Portugal não foi excepção a esta regra, sendo que nos primeiros anos da década, em particular, não havia membro de uma determinada faixa etária que não exibisse orgulhosamente a sua bolsinha de trocos a tiracolo (algumas de padrão bem 'anos 90'), sem que a mesma o tornasse objecto de ridículo – antes pelo contrário. E enquanto os membros mais velhos dessa mesma demografia utilizavam este acessório da maneira correcta, para os mais novos (com menor acesso a dinheiro e ainda muito jovens para usar carteira) o mesmo transformava-se, muitas vezes, num repositório do tipo de quinquilharias de que aqui falamos por vezes às quintas feiras – coisas como berlindes, bolinhas saltitonas, bolas de sabão, Tazos, Matutolas, Pega-Monstros, cartas, cromos, pastilhas, chupa-chupas, bolachas, chocolates ou até figuras de acção, se a bolsa fosse grande o suficiente.

De facto, apesar de do ponto de vista da moda serem mais do que questionáveis, estes acessórios afiguravam-se como uma excelente maneira de transportar este tipo de pequeno objecto que era (e é) parte tão integrante da vida das crianças em idade pré-adolescente; e o mínimo que se pode dizer é que quem foi desta idade nos anos 90 tirou o máximo partido da sua 'bolsinha'...

Claro que uma moda tão 'parola' como esta não podia ter grande longevidade, e menos de uma década depois de terem sido consideradas o supra-sumos da moda, as bolsinhas para trocos tinham sido relegadas a motivo de chacota, e substituídas, no caso do sexo masculino, por um 'item' algo mais aceitável, embora hoje também alvo de ridículo – as bolsas a tiracolo, vulgo 'pochettes'. No entanto, aqueles anos loucos em que as 'fanny packs' foram universalmente aceites como acessórios desejáveis ainda hoje fazem parte da consciência colectiva – e com bom motivo. Afinal de contas, 'qual era a nossa' em usar aquelas coisas?!

23.10.21

Uma das nossas primeiras Sextas com Style de sempre aqui no blog recordou as icónicas sweat-shirts da No Fear que todos usámos em meados dos anos 90; pois bem, a marca preferida de todo o miúdo de dez anos daquela época está de volta, e logo com uma colaboração 'em grande' – nada mais, nada menos do que com a conhecidíssima e super-popular cadeia de lojas H&M.

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Aquela que é a segunda colaboração da marca com um 'franchise' de vestuário e acessórios – após a tímida tentativa de regresso há alguns anos, em parceria com a inglesa Sports Direct – irá ter um âmbito global, e colocar o inconfundível logotipo dos anos 90 numa vasta selecção de produtos comercializados pela marca, conforme noticiado no próprio site internacional da H&M.

Como blog sempre atento às questões de revivalismo dos anos 90, não podíamos obviamente deixar passar em branco esta oportunidade, tendo a agradecer à Maria Ana – autora do nosso blog irmão, o Lookout – por nos ter dado a conhecer esta informação. Quanto aos nossos restantes leitores, agora é a oportunidade de comprar aquela 'sweat' que queriam mas não tiveram em pequenos – afinal, um quarto de século não tornou a roupa da No Fear menos 'fixe', antes pelo contrário...

 

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