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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

01.02.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

A psique humana, com as suas diversas 'nuances' e desvios, sempre serviu como uma das melhores fontes para material artístico – fosse ele literário, musical ou cinematográfico – não tendo o final do século XX sido, de todo, excepção a esta regra. Antes pelo contrário, só no mundo do cinema, a última década do Segundo Milénio viu serem produzidos uma série de clássicos dentro do género do 'thriller' psicológico, de 'Se7en – Sete Pecados Mortais' a 'Clube de Combate'. 'Conhece Joe Black?' ou ao filme que abordamos nesta Sessão de Sexta, no final da semana em que se comemoram os vinte e cinco anos da sua estreia nas salas de cinema portuguesas, a 28 de Janeiro de 2000.

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Com a sua complexa e difícil temática em torno da obsessão e de outros impulsos menos desejáveis do subconsciente humano, 'Beleza Americana' está longe de ser o tipo de filme que apele à juventude, normalmente mais virada para tramas de acção, ficção científica ou comédia; no entanto, a presença da bela Mira Sorvino – à época em alta entre a demografia juvenil, após a sua participação em 'American Pie – A Primeira Vez' – como parte de uma dupla de protagonistas adolescentes levou muitos menores de idade às salas de cinema para ver a longa-metragem de estreia do hoje conceituado Sam Mendes, acabando os mesmos por ter uma experiência, quiçá, algo distinta do esperado.

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Mira Sorvino e Kevin Spacey na cena mais icónica do filme.

Ainda assim, apesar da primeira impressão algo 'enganosa', qualquer pessoa que tenha visto 'Beleza Americana' terá pouco que apontar à reputação do filme, que merece largamente os elogios críticos que então lhe foram dispensados, bem como os galardões que amealhou – a saber, três Globos de Ouro (incluindo Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento) e nada menos do que seis Óscares, incluindo as três categorias principais – Melhor Filme, Actor e Actriz – e ainda as relativas à cinematografia, música e edição de imagem, o que, na era pré-'Senhor dos Anéis', representava um consenso e domínio crítico poucas vezes visto em tais cerimónias.

Não é, pois, de espantar que a película de Mendes se tenha rapidamente afirmado como um dos muitos 'clássicos' estreados num dos melhores anos da História do cinema moderno – um estatuto que continua a merecer mesmo após um quarto de século, e um sem-número de mudanças no paradigma cinematográfico, talvez pela ausência de efeitos especiais e outros 'truques' que acelerem o seu envelhecimento, ou talvez apenas pela qualidade de execução que apresenta em todos os seus aspectos. Um candidato mais que merecedor, portanto, a uma das nossas 'celebrações' retrospectivas, poucos dias após o vigésimo-quinto aniversário da sua estreia nacional.

19.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

'Eu vejo pessoas mortas.' Nos primeiros meses do Século XXI e do Terceiro Milénio, esta frase (ou alguma variação da mesma) era praticamente inescapável, sendo reproduzida, referenciada ou parodiada nos mais diversos meios e veículos de comunicação, sobretudo os de índole humorística, podendo facilmente inserir-se no restrito grupo de elementos mediáticos que constituíam 'memes' mais de uma década antes de esse termo ser criado ou penetrar na cultura popular. No entanto, toda esta exposição mediática acabava por constituir uma 'faca de dois gumes', já que o foco exclusivo nessa única linha de diálogo acabava por quase eclipsar a criação mediática da qual era proveniente – nomeadamente, um dos maiores (e melhores) filmes da viragem do Milénio.

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Estreado nas salas de cinema portuguesas há quase exactos vinte e cinco anos (a 14 de Janeiro de 2000, menos de duas semanas após o início do novo ano, século e Milénio), 'O Sexto Sentido' conseguia a proeza de fazer da sua estrela principal o elemento menos falado e elogiado da sua produção, recaindo as atenções quase exclusivamente nos dois nomes que ajudou a lançar, a saber, o realizador indo-americano M. Night Shyamalan e a 'mini-estrela' Haley Joel Osment, então com apenas onze anos, cuja personagem (uma criança com poderes psíquicos) era responsável pela famosa linha que ainda hoje simboliza o filme. E a verdade é que, ainda mais do que Bruce Willis (o referido actor principal, aqui em interpretação incaracteristicamente subtil e cheia de 'nuances') ambos estes nomes mereciam plenamente a aclamação de que eram alvo, o primeiro pela realização acima da média e inesperada conclusão do argumento, e o segundo por uma prestação muito acima da de outros actores da sua idade, ficando famosa a comparação entre esta sua actuação e a de Jake Lloyd como Anakin Skywalker em 'Guerra das Estrelas Episódio I – A Ameaça Fantasma', alguns meses antes. E embora ambos ficassem aquém do seu potencial em termos de carreira - com Shyamalan a revelar rapidamente ter apenas um único truque na manga (as conclusões cada vez menos inesperadas) e Osment a deixar o Mundo do cinema poucos anos depois, ainda adolescente - neste seu filme de estreia em particular, ambos pareciam ter pela frente futuros auspiciosos nas suas respectivas profissões.

Foi, portanto, sem surpresas que o público cinéfilo (português e não só) viu 'O Sexto Sentido' tornar-se num dos maiores sucessos daquele primeiro ano do 'novo calendário', e inscrever o seu nome na História do cinema como um dos 'clássicos modernos' do género 'thriller' psicológico. E ainda que, hoje em dia, o mesmo seja lembrado sobretudo graças 'àquela' frase (e às suas incontáveis paródias) não restam dúvidas de que se trata mesmo de um filme acima da média, merecedor de toda a atenção que mereceu aquando do seu lançamento, e também da homenagem que ora lhe prestamos, no final da semana em que se celebra um exacto quarto de século sobre a sua estreia em Portugal.

01.01.25

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Fosse pela novidade de ver os números iniciais mudarem de 19 para 20, pela efeméride histórica de, ao mesmo tempo, passar um ano, um século e um Milénio, ou pelos abundantes rumores sobre vírus de computador e o fim do Mundo, a verdade é que a entrada para o ano 2000 se perfila, ainda hoje, como talvez a mais mediática de sempre. Assim, não é de surpreender que a hegemónica e omnipresente editora Abril/Controljornal - sempre atenta a eventos sobre os quais pudesse capitalizar, de campeonatos de futebol a filmes de grande orçamento - tivesse tirado proveito da icónica data para lançar no mercado nacional mais uma das suas inúmeras revistas 'individuais' alusivas aos personagens Disney.

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De facto, ao contrário do que o título dá a entender, 'Disney Especial Ano 2000' não faz parte da decana série de 'almanaques' temáticos periodicamente lançados pela editora, sendo uma publicação de cariz único, na linha da supramencionada adaptação de Titanic ou de 'experiências' como 'Os Meus Heróis Favoritos' ou 'Arquivos Secretos do Detective Mickey'. Fosse qual fosse o motivo por detrás de tal decisão, a verdade é que a estratégia posicionava a referida edição como um número 'hiper-especial', daqueles que apenas raramente surgem no mercado, o que, aliado à topicidade do tema escolhido, terá sem dúvida ajudado a aumentar as suas vendas. Pena, pois, que o comprometimento por parte da Abril tenha sido apenas parcial, já que a segunda metade das duzentas e sessenta páginas do volume abandona a temática proposta - a de apresentar 'sucedâneos' e antepassados dos personagens em aventuras através dos séculos - transformando-se em 'apenas mais um' amontoado de histórias sem qualquer conexão aparente.

Ainda assim, a primeira metade do volume, aliada à atractiva capa (ainda que algo 'falha' de verdadeiros personagens de 'nome', sendo os sobrinhos de Donald as únicas caras imediatamente reconhecíveis) à percepcionada exclusividade da edição e à topicidade da temática escolhida, terá sido suficiente para cativar muitos jovens leitores da época, a maioria dos quais era, em maior ou menor grau, 'fiel' às revistas Disney da Abril e terá dado por bem-empregue o seu dinheiro. Estes factores são, também, mais que suficientes para justificar algumas linhas alusivas a esta edição, numa altura em que se acaba de celebrar o vigésimo-quinto aniversário da efeméride que lhe serve de tema.

31.12.24

NOTA: Por motivos de relevância temporal, esta Terça-feira terá direito a 'post' duplo, com uma Terça de TV e uma Terças Tecnológica a saírem na mesma semana. Feliz Ano Novo 2025!

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

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Ao aproximarem-se as doze badaladas da meia-noite de há exactos vinte e cinco anos, o receio era generalizado, assumindo, em certos casos, contornos de pânico: o receio de que os computadores do Mundo civilizado entrassem em curto-circuito ou encetassem um constante 'loop' de erros ao tentar actualizar os seus calendários de dígitos iniciados por 199- para outros com início em 200-. A teoria era de que, por terem sido construídos no século XX, os processadores existentes à época não tivessem sido equipados com a capacidade de mudar os primeiros dígitos dos seus anos para lá do número 19, revertendo assim os calendários para o ano de 1900, por oposição ao efectivo 2000. Isto, por sua vez, poderia ter levado a uma série de problemas que, se nos computadores domésticos eram relativamente menores, nos que controlavam entidades financeiras, económicas ou estatais poderia causar um sem-fim de graves problemas, justificando os medos dos informáticos de todo o Mundo.

A natureza humana fez, no entanto, com que um problema quase exclusivamente do foro informático extrapolasse largamente esse campo, e se misturasse com a não menos célebre profecia de Nostradamus sobre o fim dos tempos, para colocar na cabeça do comum dos mortais que iriam suceder as mais variadas catástrofes, da falta de luz e energia a explosões e outros danos semelhantes. Não admira, pois, que na noite de 31 de Dezembro de 1999 a maioria do Mundo ocidental sentisse um leve calafrio ao pensar no que poderia acontecer; e, ao soar a última badalada do minuto 00:00 do século XXI...

...não sucedeu rigorosamente nada.

Sim, todos os medos, receios e pânicos haviam sido perfeitamente infundados, já que os computadores se provaram perfeitamente capazes de 'virar a página' dos seus calendários, continuando assim a trabalhar tão eficazmente como sempre. Para a História ficava, pois, o registo de um pânico generalizado, transformado pelo 'telefone avariado' do passa-palavra de problema informático, ainda que sério, a sinal do fim dos tempos. E se, à distância de vinte e cinco anos no futuro, toda a situação parece quase caricata, a verdade é que há uma boa razão para o 'vírus do ano 2000' ser célebre ainda hoje: à época, a possibilidade de haver um problema grave era mais do que real, e a falta de conhecimento da população em geral sobre aspectos informáticos exacerbavam ainda mais o ambiente de medo, tornando a passagem simultânea do ano, século e Milénio num momento bem mais tenso do que, à partida, seria de esperar - e suficientemente notório para, um quarto de século depois, assinalarmos o seu 'aniversário' neste nosso 'blog' nostálgico. Feliz Ano Novo!

31.12.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Ao longo da década de 90, Herman José logrou tornar-se quase sinónimo com a programação de 'revéillon' portuguesa, mediante dois dos mais icónicos especiais de Ano Novo da televisão nacional - 'Crime Na Pensão Estrelinha', transmitido na passagem do ano de 1990 para 1991 e que fez História na RTP, e 'Hermanias Especial de Fim de Ano', emitido exactamente um ano depois, e mais centrado no formato de 'sketch' que, mais tarde, viria a encontrar grande sucesso como base da 'Herman Enciclopédia'. Estes dois baluartes da programação de 31 de Dezembro, em conjunção com a forte e continuada presença de Herman nos ecrãs nacionais (em programas como 'Roda da Sorte', 'Com A Verdade M'Enganas', 'Parabéns' ou 'Herman 98', além da própria 'Enciclopédia') fizeram com que o hiato de quase uma década do apresentador da grelha televisiva da Passagem de Ano mal se fizesse notar, parecendo Herman nunca ter deixado de acompanhar os Portugueses nessa efeméride. E no entanto, como se diz, 'tudo o que é bom chega ao fim', e essa confortável e familiar relação viria mesmo a terminar, há exactos vinte e cinco anos, por ocasião da histórica viragem simultânea do ano, século e Milénio.

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Seria, de facto, a 31 de Dezembro de 1999 que, sem o saberem, os telespectadores da RTP se despediriam do seu anfitrião de Ano Novo 'de sempre', o qual transitaria semanas depois para a 'concorrência' privada, nomeadamente para a SIC, onde chegaria a continuar a tradição mais alguns anos. Esse facto ajudou a dar ainda mais uma camada de significado a um título já pleno delas, fazendo com que aquela fosse 'A Última Noite' tanto do ano de 1999, do século XX e do Segundo Milénio como de Herman José na RTP. E a verdade é que o humorista não fez por menos, reunindo a sua habitual 'troupe' de amigos e conhecidos (bem como de alguns dos seus mais famosos 'bonecos') para ajudar os Portugueses a entrar no ano 2000 com boa disposição. A contar a História do Milénio que ora findava estavam, pois, Diácono Remédios, o famoso provedor da 'Herman Enciclopédia', e a não menos icónica Super Tia, que recebiam a visita tanto de figuras históricas do Milénio como de artistas musicais, a saber o maestro Pedro Duarte, Quim Barreiros, Claudisabel, Micaela e os Anjos, então ainda no auge da sua fama. O fim de uma 'era' ficava, assim, marcado de forma bem popular e típica por uma série de caras bem conhecidas e apreciadas pelo público televisivo português, naquela que acabaria por ser uma despedida não apenas de um ano, mas de um dos principais 'rituais' portugueses de finais do século XX, cuja última instância não podíamos deixar de assinalar, por altura do seu vigésimo-quinto aniversário. Para recordar esse histórico momento, abaixo fica o especial na sua íntegra, cortesia do 'suspeito do costume', o YouTube. Divirtam-se, e Feliz Ano Novo 2025!

30.12.24

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Já aqui dedicámos algumas linhas a 'Ficheiros Secretos', uma das mais icónicas séries de toda a década de 90, e que granjeou milhares de fãs também em Portugal aquando da sua transmissão no nosso País, pela mão de uma ainda 'jovem' TVI. No entanto, um episódio em particular apresenta relevância temporal e temática suficiente para ser isolado da série como um todo, e nos fazer revisitar o mundo dos agentes paranormais Fox Mulder e Dana Scully.

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Falamos de 'Millennium', o quarto episódio da sétima temporada do programa, cuja acção se passa, específica e declaradamente, na passagem do ano de 1999 para 2000, embora tenha passado originalmente nos seus EUA natais cerca de um mês antes, a 28 de Novembro, tendo por isso celebrado recentemente o seu vigésimo-quinto aniversário. E embora a trama em si seja mais uma de muitas histórias isoladas e centradas numa 'ameaça da semana', o episódio é, até hoje, lembrado pelos fãs da série por uma razão específica - nomeadamente, o facto de conter o primeiro beijo canónico entre a dupla de agentes protagonistas, o qual tem lugar na Times Square de Nova Iorque ao som das doze badaladas, oferecendo aos fãs da série um momento há muito aguardado e antecipado.

Esta não é, no entanto, a única particularidade digna de nota de 'Millennium', o episódio. Isto porque o mesmo constitui, primeiro que tudo, um 'cruzamento' com a série do mesmo nome, também produzida por Chris Carter - embora muito menos bem-sucedida do que a 'atracção principal' - e também transmitida em Portugal por alturas do evento homónimo (ainda que desta vez na RTP, por oposição à 'Quatro') e novamente em 2007, pelo canal Fx. É, aliás, por isso que Mulder e Scully encetam, durante a trama, uma colaboração com Frank Black, protagonista da 'outra' série (e que não deve ser confundido com o vocalista dos Pixies). Dada a relativa obscuridade de 'Millennium', no entanto, este aspecto acaba por ser 'eclipsado' pelo marcante e impactante momento canónico contido no episódio, não deixando ainda assim de constituir mais um motivo de interesse do mesmo.

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O momento em que os protagonistas das duas séries se encontram.

Quem não tiver 'programa' neste 'réveillon', ou prefira declaradamente passá-lo a ver televisão, não deve deixar de incluir este episódio temporalmente relevante na sua lista de Ano Novo (talvez por entre episódios homólogos de 'Friends' ou 'Seinfeld') e celebrar assim o vigésimo-quinto aniversário de um dos raros momentos marcantes do 'ocaso' de uma das séries mais memoráveis de finais do Segundo Milénio.

17.12.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

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(Crédito da imagem: Desenhos Animados Anos 90)

Um dos principais conceitos tradicionalmente ligados ao Natal – para além do estreitamento de laços de amizade e parentesco e, claro, da troca de prendas – é o da solidariedade para com o próximo, em particular no tocante aos mais desfavorecidos. E porque a máxima deste tipo de gesto reza que 'cada um dá o que pode', não é de surpreender que as entidades públicas ou empresariais estejam entre as que, a cada ano, mais significativos esforços fazem para ajudar quem precisa – sejam as suas intenções genuínas ou não.

Nos anos da viragem do Milénio, uma das 'faces' mais visíveis desta caridade 'corporativa' (à falta de melhor expressão) era a SIC, a qual, durante nada menos do que cinco anos – de 1997 a 2001 - dedicou todo um bloo horário a um programa que tinha tanto de interesse humano como de auto-promoção, e que via os seus apresentadores saírem à rua ao som do inevitável 'A Todos Um Bom Natal' e a bordo de um camião repleto de brinquedos, conseguidos em parceria com a Associação de Apoio À Criança e destinados a assegurar que milhares de crianças desfavorecidas de Norte a Sul do 'País do Natal' gozavam de uma quadra festiva acima da média, mantendo assim o espírito da época natalícia.

De facto, os benefícios desta iniciativa para a demografia-alvo acabavam por ser duplos, já que, para além dos simbólicos (ou talvez nem tanto) presentes, as crianças visadas por esta iniciativa tinham, ainda, a oportunidade de conhecer em primeira mão alguns dos principais nomes associados à estação de Carnaxide, de Jorge Gabriel a Catarina Furtado ou Bárbara Guimarães – uma experiência, certamente, inesquecível, e que, ao mesmo tempo, deixava 'bem vistos' os homens e mulheres que davam a cara ao programa, adicionando o supramencionado elemento de auto-promoção.

Ainda assim, era difícil levar a mal um programa que, no seu âmago, mais não pretendia do que personificar o espírito natalício de entreajuda e solidariedade – algo que, já à época, ia cada vez mais escasseando na sociedade ocidental. É, aliás, incerto porque razão a SIC deixou de percorrer, com o seu camião mágico, o 'País do Natal', já que o programa homónimo era um daqueles formatos intemporais que continuaria, sem dúvida, a ser bem recebido, mesmo na bastante mais cínica sociedade dos anos 2020 - afinal, quem não gosta de ver praticar o bem e ajudar os mais desfavorecidos na época natalícia? Não será, pois, de surpreender se a SIC escolher 'ressuscitar' a sua 'tradição' natalícia para quadras futuras, talvez adaptando-a à nova era digital, e alegrando o Natal não só das crianças pobres que (infelizmente) continuam a existir em Portugal, como também dos telespectadores fartos da mesma sequência anual de filmes de família, e em busca de algo diferente que ver durante os últimos dias de Dezembro...

20.11.24

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Independentemente do seu posicionamento dentro da geração 'millennial' (quer nascidos nos anos 80, quer já nos 90) todos os portugueses de uma certa idade têm em comum a experiência de ver passar na televisão, em pleno horário nobre, um curto segmento musical animado, cuja única função expressa era assinalar a divisória entre o conteúdo familiar e os programas mais explicitamente dirigidos a um público adulto, mas que muitos pais utilizavam como sinal oficial de que era hora de os mais novos irem para a cama; e embora as duas parcelas da geração em causa tenham conhecido 'canções' bem diferentes, ambas veriam o protagonista da animação em causa extravasar o contexto da mesma, tornando-se parte da cultura popular infantil como um todo, e dando origem a diversos produtos com a sua figura. Para os 'millennials' mais velhos, essa figura foi o Vitinho; para os mais novos, foi o Patinho. E se o menino agricultor de jardineiras surgiria em contextos tão díspares quanto caixas de farinha láctea e autocolantes para o carro, o seu congénere antropomórfico não lhe ficaria atrás, gerando desde CD's de música a bonecos de vinil, e tendo mesmo direito à sua própria tirinha de banda desenhada, algo que o seu antecessor nunca almejara.

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De facto, os últimos meses do século XX viram surgir na então ainda muito popular revista semanal TV Guia um novo segmento de banda desenhada, com o não menos popular patinho de fato de marinheiro como protagonista. Com um estilo muito parecido ao da animação que lhe dera fama, e com argumentos da autoria do próprio criador da mesma, Rui Cardoso (membro da companhia de animação Animanostra) o Patinho encontraria aqui ainda mais uma forma de cativar o seu público-alvo, tendo as tirinhas em causa feito parte integrante da revista durante pelo menos um ano, de 4 de Setembro de 1999 até ao mesmo mês do ano seguinte, sendo possível que a sua publicação se tenha ainda estendido por mais algum tempo.

Mesmo após perder o lugar semanal, no entanto, o referido segmento lograria ainda manter-se 'à tona' do imaginário infantil através de uma edição em álbum de capa dura, lançado ainda nos primeiros meses do Novo Milénio pela própria TV Guia, e no qual eram reunidas quarenta e cinco das histórias criadas por Cardoso ao longo do período em causa. E apesar de a fama e relevância do Patinho não terem perdurado durante muito mais tempo após esse ponto (a BD em causa apenas poderia ter sido criada e editada com sucesso num intervalo de tempo tão específico quanto estreito), há que reconhecer ao personagem em causa (à época bastante divisor de opiniões) a capacidade de cativar a 'sua' audiência, e de aproveitar ao máximo os seus 'quinze minutos de fama', não só no seu formato original no pequeno ecrã mas também, mais inesperadamente, dentro dos painéis de uma tirinha de banda desenhada, numa transição nem sempre fácil, mas que o mesmo efectuou com relativo sucesso.

07.09.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 06 de Setembro de 2024.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Numa era em que os 'remakes' e 'reboots' se contam entre os géneros de filme mais produtivos em Hollywood e não só, e em que todas as maiores propriedades nostálgicas já viram ser-lhes aplicado tal tratamento, não é de admirar que toque a vez a franquias e personagens menos lembrados, ou com estatuto de culto. O mais recente exemplo desta mesma tendência estreou em Portugal há cerca de duas semanas, pouco mais de trinta anos após o original que o inspirou, e ao qual presta homenagem; e visto que tal data recaiu durante o período de férias do Anos 90, nada melhor do que aproveitar esta primeira Sessão após o hiato para recordar, oportunamente, esse primeiro filme, enquanto o seu sucessor ainda se encontra em cartaz nas salas lusitanas.

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Chegado ao nosso País em pleno Verão de 1994 – estreou a 15 de Julho – a primeira adaptação oficial da banda desenhada 'The Crow' trazia um ambiente tudo menos estival, fielmente passado das páginas do material de base para o grande ecrã. Talvez por isso 'O Corvo' tenha rapidamente assumido contornos de culto entre as franjas mais alternativas da sociedade, com especial incidência nos movimentos gótico e 'heavy metal', para quem a estética sombria e narrativa de tendências poéticas eram sobremaneira apelativas.

Uma pena, pois, que a adaptação cinematográfica do 'comic' independente pouco mais tenha para oferecer do que esses mesmos aspectos estéticos. De facto, um desempenho carismático de Brandon Lee (filho de Bruce) no papel do protagonista homónimo não chega a ser suficiente para colmatar o argumento algo superficial, que reduz a relativa profundidade da narrativa da BD a uma simples história de vingança igual a tantas outras. Ainda assim, não faltam ao benjamim do clã Lee oportunidades para se afirmar como a estrela de acção perfeitamente viável que se teria, sob outras circunstâncias, certamente tornado, e o jovem enfrenta com desenvoltura as múltiplas cenas de pancadaria e tiroteios em que o seu personagem se vê envolvido.

E seria, precisamente, no decurso de um desses tiroteios que se daria a tragédia pela qual o filme é hoje, sobretudo, lembrado, quando Brandon foi fatalmente atingido por uma bala verdadeira, por oposição ao simulacro em borracha que deveria ter sido instalado no seu lugar. Uma morte envolta em inevitável controvérsia, e que ceifava o jovem actor aos apenas vinte e oito anos, pondo um ponto final macabro naquela que poderia ter sido uma carreira honrosa, nas passadas do pai, e cuja sombra assola inevitavelmente o filme, sobrepondo-se às criadas pelos artefactos cénicos do filme.

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Apesar da trágica perda do seu actor principal, no entanto, os estúdios de Hollywood não desistiram de adaptar as histórias d''O Corvo'; pelo contrário, o filme daria azo a nada menos do que três sequelas antes de ser refeito e iniciar nova continuidade. A primeira destas, 'O Corvo: Cidade dos Anjos', surgia quase exactamente três anos após o lançamento do original, novamente no Verão – estreou em Portugal a 1 de Agosto de 1997 – e trazia 'mais do mesmo', agora com Vincent Perez no papel do justiceiro. O grande relevo, no entanto, não vai para a estrela principal, e sim para a inusitada presença de Iggy Pop no papel de um dos vilões, a qual acentua ainda mais a ligação entre esta série de filmes e o movimento do rock pesado, do qual Iggy foi um dos pioneiros, como líder da banda The Stooges. Apesar do convidado 'de peso', no entanto, o filme falhou redondamente nas bilheteiras mundiais, tendo sido alvo de críticas manifestamente negativas por parte da imprensa especializada.

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Foi, portanto, com surpresa que os poucos fãs da franquia ainda restantes receberam, em 2001, uma segunda sequela alusiva ao espírito vingador. Chegado a Portugal a 8 de Junho de 2001, 'O Corvo 3: Pena Capital' traz Eric Mabius no papel de Alex Corvis, regressado dos mortos para ilibar o próprio nome num caso de homicídio, ao lado de Kirsten Dunst, então a poucos meses de filmar 'Tudo Por Elas'. Fruto da péssima recepção do filme anterior, esta terceira parte apenas teve direito a exibição limitada nos cinemas, tendo essencialmente sido lançado em formato 'direct-to-video', com orçamento e valores de produção a condizer, e sofrido o mesmo fado da maioria das produções do género, ou seja, o quase total esquecimento.

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Não ficava ainda por aqui, no entanto, a saga d''O Corvo', sendo que sairia ainda uma quarta parte, em 2005, novamente em formato 'direct-to-video', e que, apesar disso, conta com um elenco de luxo. Senão veja-se: em contraste com os anónimos actores do filme anterior (com excepção de Dunst) 'O Corvo: A Reencarnação' conta com a participação de Edward Furlong (de 'Exterminador Implacável 2' e 'América Proibida'), Tara Reid (de 'American Pie: A Primeira Vez'), David Boreanaz (o Angel de 'Buffy, Caçadora de Vampiros'), Dennis Hopper, Danny Trejo, do lutador Tito Ortiz e até da cantora Macy Gray, então 'em alta' entre a demografia-alvo do filme. Talento até demais para uma quarta parte de uma franquia há muito moribunda, e que era, mais uma vez, alvo de enormes críticas por parte da imprensa especializada.

Felizmente, ao contrário de franquias como 'Halloween' ou 'Sexta-Feira, 13', os criadores dos filmes d''O Corvo' souberam onde parar, deixando 'morrer' definitivamente a série antes de a mesma se adentrar ainda mais na espiral descendente em que já se encontrava. O filme de 2024 é, pois, uma oportunidade para 'começar de novo', e voltar a despertar interesse na obra de James O'Barr, a qual – ao contrário do que as suas adaptações cinematográficas poderiam indicar – tem algum mérito artístico, e merece ser conhecida ou relembrada por fãs de banda desenhada de teor obscuro e gótico. Já os filmes podem ser votados ao esquecimento onde já se encontram, sendo o original o único dos quatro digno de uma Sessão de Sexta nostálgica e de cérebro totalmente 'desligado'...

02.08.24

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

A adaptação de desenhos animados episódicos em filmes de 'acção real' é, hoje em dia, um dos esteios da produção infanto-juvenil em Hollywood; no entanto, as raízes desta prática remetem a finais do século XX, época que viu surgirem as primeiras tentativas de trazer personagens animados para o mundo real. E se, hoje em dia, a prática vigente é colocar o próprio boneco, criado em CGI, no meio de actores de 'carne e osso', de modo a salientar as diferenças entre os dois, os anos 80, 90 e 2000 tinham uma abordagem algo diferente, em que os personagens em si surgiam como pessoas reais, interpretadas por actores invariavelmente bem caracterizados, de forma a que se assemelhassem aos seus 'equivalentes' animados.

Curiosamente, muitas das adaptações desta primeira fase centravam-se sobre propriedades intelectuais já, à época, com várias décadas de existência, mas que continuavam a gozar de relativa relevância e sucesso entre as crianças e jovens, fosse por conta das repetidas transmissões dos episódios na televisão ou por via de uma associação a outro meio, como o da banda desenhada. Entre os numerosos exemplos 'de época' deste paradigma incluem-se Dennis o Pimentinha, Riquinho, e os personagens cujos filmes abordamos nesta publicação, a poucos dias do trigésimo e vigésimo-quarto aniversários das suas estreias em Portugal: as famílias pré-históricas mais famosas de sempre, Fred e Wilma Flintstone e Barney e Betty Rubble.

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Chegado às salas de cinema portuguesas a 5 de Agosto de 1994, o simplesmente intitulado 'Os Flintstones' cativava de imediato os inúmeros jovens lusos que vinham, há vários anos, seguindo as aventuras animadas dos personagens titulares em programas como 'Oh! Hanna-Barbera'. Para esta demografia, era nada menos do que entusiasmante ver Fred, Wilma, Barney, Betty e restantes habitantes de Bedrock em versões de 'carne e osso' mais do que fiéis às animadas, com um elenco aparentemente escolhido a dedo e perfeitamente caracterizado. E dizemos 'aparentemente' porque, acredite-se ou não, Rick Moranis (que É Barney Rubble, capturando na perfeição os trejeitos e até a voz deste) não foi a primeira escolha do realizador Brian Levant, que queria Danny DeVito no papel – uma escolha que faria sentido do ponto de vista da estrutura física, mas que, no restante, ficaria bem mais distante do Barney animado do que a versão de Moranis.

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O elenco do primeiro filme recriava na perfeição os seus equivalentes animados.

O actor de 'Querida, Encolhi Os Miúdos!' encontra-se, aliás, em excelente companhia, em meio a um elenco de luxo no tocante a comédia em meados da década de 90. A escolha de John Goodman como Fred Flintstone é lógica a pontos de ser óbvia, dadas as parecenças físicas e vocais naturais entre o actor e o personagem, enquanto Rosie O'Donnell e Elizabeth Perkins vivem quase na perfeição a leviana Betty Rubble e a paciente Wilma Flinstone. A completar o elenco surgem ainda Elizabeth Taylor, no papel de sogra de Fred, Kyle McLachlan como o vilão, uma jovem e lindíssim Hale Berry (no papel de uma secretária de nome...Sharon Stone) e, claro, os BC-52's, ou seja, os B-52's 'trajados a rigor' em roupas pré-históricas, que se encarregam de criar uma versão bem 'gingada' do icónico tema da série, ajudando a criar o ambiente vivido em Bedrock.

Como qualquer boa adaptação de desenho animado, no entanto (e este primeiro filme dos Flintstones insere-se nessa categoria) a película não se contenta em recriar os personagens em 'carne e osso', introduzindo-os numa trama suficientemente complexa para durar perto de duas horas, sem no entanto ficar longe das histórias dos episódios; e se Dennis, o Pimentinha se via a braços com um bandido, Fred, Barney e companhia enfrentam um executivo sem escrúpulos que pretende reduzir o número de empregados da pedreira onde Fred trabalha, bem 'desviar' fundos dos cofres do patrão, Mr. Slate – usando o pouco perspicaz patriarca como 'bode expiatório'. Uma história que abre espaço tanto aos momentos cómicos pelos quais a série é conhecida, como a outros mais dramáticos, sobretudo ligados às situações financeiras e sociais de Fred, Wilma e respectivos vizinhos e amigos, os quais acabam de adoptar uma criança.

Conforme já demos a entender, o resultado desta mistura de ingredientes é uma das melhores adaptações de sempre de um desenho animado ao grande ecrã, totalmente fiel ao espírito da série original, com excelentes interpretações e caracterização, e uma banda sonora 'gingada', bem merecedora de ser lembrada por alturas do seu trigésimo aniversário, e que deixava a base perfeita a partir da qual criar uma sequela...ou talvez não.

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Isto porque 'Os Flintstones em Viva Rock Vegas', lançado em Portugal a 4 de Agosto de 2000, quase exactamente seis anos depois do original, é unanimemente considerado um péssimo filme, com orçamento muito mais reduzido, e já sem o envolvimento de Steven Spielberg (que, enquanto produtor, muito ajudara ao 'clima' e recursos à disposição do filme original) ou de qualquer dos actores de 1994. De regresso, portanto, apenas Brian Levant, que colmatava a ausência de Goodman, Moranis e restantes 'estrelas' com a aposta num formato de prequela. 'Viva Rock Vegas' segue, pois, as aventuras dos quatro personagens na sua visita à cidade titular, na época em que ainda eram jovens e solteiros, procurando mostrar a génese dos dois casais principais.

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As versões jovens dos dois casais protagonistas.

A presença de um dos irmãos Baldwin (Stephen, que interpreta Barney) e do muito acarinhado extraterrestre, The Great Gazoo, não ajuda, no entanto, a disfarçar as carências do filme, o qual, conforme mencionado, fica muito aquém do original em todos os aspectos, sendo ainda hoje alvo de acintosas críticas. Apesar de inicialmente entusiástico, o público infanto-juvenil também não se deixou 'levar' na cantiga de Levant, e o filme acabou por se revelar um fracasso de bilheteira, terminando prematuramente com aquela que poderia ter sido uma interessante franquia cinematográfica.

Apesar deste final pouco feliz, no entanto, Fred, Barney, Betty e Wilma afirmaram-se, ainda assim, como protagonistas de um dos melhores e mais divertidos filmes da primeira vaga de adaptações animadas, e que continua, ainda hoje, a ser uma proposta bem divertida para uma Sessão de Sexta em família – desde que, claro está, não se cometa o erro de o 'emparelhar' com a sequela...

 

 

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