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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

09.04.25

NOTA: Este 'post' é correspondente a Terça-feira, 8 de Abril de 2025.

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

Em meados dos anos 90, o género de acção e tiros em primeira pessoa – vulgo 'first-person shooter', ou apenas FPS – encontrava-se num período de relativa acalmia, após a conclusão da primeira vaga de títulos do género – liderada por 'Doom' e 'Wolfenstein' – e ainda a alguns anos do início da segunda, com 'Duke Nukem 3D'. Havia, pois, lugar a experimentação e alguma tentativa-e-erro dentro do género – um paradigma de que a Psygnosis não hesitou em tirar partido, lançando (para PC, Mac, PlayStation e mais tarde Linux) uma variação relativamente original sobre o tema, a qual acabaria por dar azo a uma trilogia de algum sucesso entre os fãs de videojogos da época.

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Tratou-se da série 'Descent', que propunha todos os trâmites comuns – e apreciados – no género em causa, mas que punha o jogador ao comando de uma nave, ao invés das habituais missões a pé, e em ambientes tri-dimensionais, o que fazia com que os três títulos da série se posicionassem como uma espécie de cruzamento entre FPS de acção e simuladores de vôo, outra categoria de jogo muito popular na altura, tendo o primeiro, inclusivamente, tido a distinção de ser o primeiro jogo do género FPS com gráficos totalmente em 3D. A acção desenrolava-se, sobretudo, em túneis estreitos e claustrofóbicos no subsolo – daí o título da série – infestados de inimigos para eliminar com as diversas armas da nave, bem ao estilo do que normalmente faria um herói musculado com armas de mão – uma fórmula que pouco ou nada se alterou ao longo dos três jogos da série, tendo apenas sido alvo das habituais e expectáveis melhorias em termos de número de missões, jogabilidade e, claro, aspectos técnicos.

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Os fãs do primeiro jogo - lançado na Europa há pouco mais de trinta anos, em Março de 1995 – sabiam, pois, o que esperar ao adquirir 'Descent II', lançado quase exactamente um ano após o original, e mais tarde 'Descent 3', que chegava ao mercado já ao 'cair do pano' do século XX, numa altura em que a série se encontrava já algo esquecida, mas era ainda relevante o suficiente para garantir sucesso, ainda que moderado, ao terceiro capítulo da saga.

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Não é de espantar, no entanto, que esta série tenha 'ficado' no século passado, não tendo sequer nunca sido alvo de quaisquer tentativas de actualização. Apesar da importância histórica, e de fazer já uso das incipientes tecnologias para jogos 'em rede', a verdade é que o tipo de jogabilidade que 'Descent' propunha já dificilmente se coadunaria com o panorama de inícios do século XX, em que o gosto dos jogadores se começava a desviar destes jogos simplistas e lineares, e a tomar uma direcção mais voltada para os jogos de 'mundo aberto' ou acção na terceira pessoa, alguns dos quais também aqui virão a ter o seu espaço. Enquanto durou, no entanto, a franquia 'Descent' foi popular o suficiente para justificar algumas linhas comemorativas, poucas semanas após o trigésimo aniversário do seu primeiro capítulo, e vigésimo-nono da primeira sequela.

11.02.25

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

O género 'rebenta-bolhas' – aquele em que o ecrã é cheio de bolhas suspensas e agrupadas por cores, e cabe ao jogador 'limpá-lo' lançando outras bolhas da mesma cor a partir da base do ecrã – é, hoje em dia, um dos mais populares, a par de 'Tetris' ou 'Candy Crush', para quem apenas pretende 'matar' alguns minutos durante o intervalo de almoço ou uma sessão de estudo, sem para isso ter de se 'embrenhar' num jogo mais 'a sério'. O que muitos dos que agora acedem a esse tipo de títulos nos seus 'browsers' ou telemóveis não saberão, no entanto, é que o mesmo tem já quase exactamente três décadas de existência, tendo sido concebido pela primeira vez pela companhia japonesa Taito, no Verão de 1994, e invadido o resto do Mundo no início do ano seguinte, após o seu lançamento global em Dezembro.

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Falamos, claro está, de 'Puzzle Bobble' – conhecido nas suas versões 'caseiras' como 'Bust-A-Move' – o lendariamente divertido e viciante jogo de arcada que viria a dar início a uma franquia que perdura até aos dias de hoje (o mais recente título data de 2023) com presença na esmagadora maioria das consolas desde a 'segunda geração' em diante, e que continua a granjear fãs com a sua jogabilidade simples, gráficos e animações coloridas e temas musicais memoráveis. E se essas inúmeras continuações apresentam inovações a nível da estrutura – permitindo, por exemplo, escolher diferentes 'rotas' rumo a um objectivo – ou elenco de personagens, o original continua a provar que uma experiência simples pode ser tão positiva quanto outra mais complexa, oferecendo uma progressão linear através de 99 níveis (mais uma batalha final contra um personagem-chefe), na companhia de dois personagens e de um único tema musical (só no centésimo nível se ouve um segundo), daqueles capazes de imediatamente se 'infiltrarem' no cérebro e lá montarem residência permanente.

Uma de apenas duas faixas musicais do primeiro jogo, que se ouve em 99 dos seus 100 níveis; felizmente, trata-se de um dos melhores temas da História dos jogos 'retro'.

Isto permite que o grande foco da experiência de jogar 'Bust-A-Move' seja mesmo na jogabilidade, a qual consegue a proeza de ser, ao mesmo tempo, fluida, convidativa, e enormemente frustrante, devido ao enorme acréscimo de dificuldade após os primeiros níveis. Nada, no entanto, que afaste o público-alvo, para quem a recompensante sensação de 'resolver' um nível particularmente complicado é motivação mais que suficiente para continuar a jogar e – no caso da versão 'Arcade' – gastar mais uns quantos 'trocos' na máquina, um dos grandes clássicos dos salões de jogos nacionais.

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É, aliás, precisamente esta conjugação de factores que continua a assegurar o sucesso do jogo, e que motivou a criação, ainda no século XX, da primeira e mais famosa das suas sequelas. 'Bust-A-Move 2' (e as respectivas 'Arcade' e 'DX Edition') sairia no Verão de 1996 para PC, PlayStation e Sega Saturn, e dois anos depois para as consolas da Nintendo, e seguiria à risca a fórmula do 'mais e melhor', introduzindo muitas das inovações elencadas mais acima neste texto, bem como novos modos de jogo, sem nunca complicar demasiado o conceito da série ou perder a sua essência ou identidade. Talvez por isso a primeira sequela se tenha revelado um sucesso ainda mais retumbante do que o original, transformando-se num daqueles casos, como 'Street Fighter II', em que uma sequela se torna mais sinónima com uma franquia do que o jogo originário da mesma.

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Com dois sucessos consecutivos 'às costas', não é de admirar que a Taito tenha 'voltado à carga' pouco mais de um ano depois, com o terceiro título a ver pela primeira vez a luz do dia na Europa em 1996 (com o mercado doméstico a receber a primeira versão, para Saturn, um ano depois) e a quarta em 1997 (com a primeira versão 'caseira', para PlayStation, a chegar na Primavera de 1999, cerca de dezoito meses após o lançamento da máquina de arcada, e a última, a única a ser lançada para a 'azarada' Dreamcast, cerca de três anos depois).

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Apesar do relativo sucesso nas consolas, no entanto, nenhuma destas sequelas sequer figurou proeminentemente em qualquer salão de jogos nacional, continuando o original a ser 'rei' indisputado nesse ambiente – estatuto que, aliás, manteve até ao desaparecimento de tais espaços, já no século XXI, altura em que deixara já marca indelével nas memórias nostálgicas de duas gerações de portugueses. Razão mais que suficiente, portanto, para celebrarmos (ainda que já com cerca de dois meses de atraso) o trigésimo aniversário do icónico 'jogo das bolinhas', que tantas moedas tirou a tantos de nós nos tempos de infância e adolescência...

19.12.24

NOTA: Este post é respeitante a Quarta-feira, 18 de Dezembro de 2024.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Já aqui anteriormente falámos dos anos 90 como era de maior popularidade da banda desenhada institucional. Da EDP – através da sua 'mascote falhada', Luzinha – ao Instituto Português da Qualidade – com as bem melhor sucedidas personagens Disney como porta-vozes – passando pelo Jardim Zoológico de Lisboa, pelo banco Montepio Geral e por um sem-fim de autarquias e localidades de Norte a Sul do País, muitas foram as entidades que, durante a referida década, decidiram utilizar este recurso para veicular as suas mensagens. A esta lista, há ainda que juntar mais um nome, também ele ligado à função pública, e que talvez seja o mais 'Esquecido Pela Net' de todos os até agora mencionados.

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Falamos dos CTT, os quais, em 1996, publicavam 'Viagem ao Mundo dos Correios Portugueses', obra da qual, quase trinta anos depois, sobrevive apenas a arte de capa e o nome dos autores – Henrique Monteiro e António Luís Ferronha. Os restantes conteúdos da obra em causa encontram-se, infelizmente, perdidos no tempo, não sendo sequer possível retirar quaisquer pistas da algo psicadélica arte da capa. É apenas graças ao contributo do leitor Pedro Serra que ficamos a saber que se trata de uma História dos correios portugueses desde o final do século XVI à (então) actualidade, contada, como é habitual neste tipo de publicações, de forma divertida pelo argumento de Ferronha, bem complementado pelos desenhos em estilo quase caricatural de Henrique Monteiro, hoje conhecido pelo site Henricartoon. Sem estas informações, e apenas com recurso à arte de capa, poder-se-ia perfeitamente pensar que a obra em causa consistisse de como uma aventura que envolva mulheres de sorriso arrepiante e carruagens de cavalos...

Apesar desta relativa obscuridade, no entanto, 'Viagem ao Mundo dos Correios Portugueses' não deixa de ser mais um título a acrescentar à lista de 'quadradinhos' institucionais de finais do século XX – ainda que, por comparação aos outros de que aqui vimos falando, significativamente mais misterioso, quanto mais não seja pela falta de informação. Como 'blog' arquivista e recuperador de obras mais ou menos obscuras do período em causa, no entanto, seria omisso da nossa parte deixar de fora este título, àcerca do qual nos tornamos, com este 'post', uma das principais fontes de informação...

29.10.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Na breve elegia a Marco Paulo com que ocupámos o nosso 'post' anterior, fizemos fugazmente menção à carreira televisiva do cantor, que se soube reinventar como apresentador durante a década de 90; nada mais justo, pois, do que utilizarmos este espaço dedicado à TV portuguesa do referido período para explorar mais a fundo os dois programas que o ícone da música romântica apresentou na sua primeira passagem pelos ecrãs nacionais.

A primeira dessas duas emissões, que comemorou no passado mês de Abril trinta anos sobre a sua estreia, levava o título do maior êxito de sempre do cantor, utilizando-o como trocadilho inteligente com o recém-encontrado 'segundo amor' de Marco Paulo, a televisão. Nas palavras do próprio, 'Eu Tenho Dois Amores' procurava ser um programa de índole pessoal, cujo intuito passava, parcialmente, por permitir aos fãs do cantor descobrir detalhes sobre a sua carreira, podendo as questões ser enviadas por carta para serem lidas e respondidas em directo; além deste aspecto, o programa propunha também uma vertente de 'talk-show' mais tradicional, com convidados ligados ao entretenimento, com quem Marco Paulo trocava impressões, e números musicais. O sucesso foi imediato e retumbante, tendo a presença e carisma de Marco Paulo tornado o programa num sucesso de audiências, que logrou aproximar-se da centena de episódios ao longo de mais de um ano de transmissão semanal.

O sucesso desta primeira tentativa motivou uma segnnda, meros meses após o fim de 'Eu Tenho Dois Amores', e agora com um foco mais declarado na divulgação de números musicais, como indicava o próprio título, 'Com Música no Coração'. De facto, neste segundo programa, Marco Paulo retirava-se voluntariamente da ribalta, deixando o (literal) palco para os artistas convidados de cada programa poderem divulgar o seu trabalho, e ressurgindo apenas no final de cada música, para uma breve entrevista aos mesmos. Uma iniciativa louvável em prol da música popular portuguesa, ainda que focada apenas na de cariz mais popular – algo natural, tendo em conta o 'ideólogo' (ou, pelo menos, 'cara') do projecto – que conseguiu também algum sucesso, embora não tanto quanto o seu antecessor, mais centrado na personalidade forte e afável do cantor tornado apresentador.

Primeiro e último episódios do programa em causa.

E ainda que o fim de 'Com Música no Coração' assinalasse a 'retirada' de Marco Paulo dos ecrãs portugueses, o 'bichinho' da apresentação televisiva nunca deixaria o cantor, que acabaria mesmo por regressar à RTP uma terceira vez, mais de um quarto de século após a sua última transmissão, para um novo programa ao lado da popular humorista Ana Marques. Tal como os seus antecessores, 'Alô Marco Paulo' revelar-se-ia um sucesso, ficando no ar mais de três anos, e sendo apenas interrompido pelo agravamento do estado de saúde do cantor, que ainda assim compareceu semanalmente até meros meses antes da sua morte. Na 'hora' da despedida, fica a ideia de um artista multi-talentoso e multi-facetado, que conseguiu a proeza de ter tanto sucesso com o seu 'segundo amor' como com o primeiro, e cujo falecimento deixa na televisão portuguesa um 'buraco' apenas marginalmente menor do que o que criou no meio musical.

05.09.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 4 de Setembro de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Hoje em dia, o aparecimento de novas e misteriosas doenças, infecções e bactérias começa a tornar-se perigosamente corriqueira, com vírus letais e até então desconhecidos a surgirem e propagarem-se com assustadora facilidade e regularidade. Nos anos 90, no entanto, a situação era um pouco diferente, encontrando-se a maioria das principais doenças profundamente estudadas e relativamente sob controlo, com o então novel vírus da SIDA (ou HIV) a constituir a única e preocupante excepção. Explica-se assim o pânico generalizado sentido em Portugal (e um pouco por todo o Mundo) quando, há pouco mais de três décadas, foi oficialmente noticiado o aparecimento de uma nova síndrome entre o gado bovino, potencialmente transmissível aos humanos que consumiam a carne do mesmo.

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Corria o mês de Julho de 1994 quando a doença, detectada três anos antes mas sob estudo desde então, chegava à consciência popular nacional, já com um 'nome comum' pronto a cair nas 'bocas do Mundo': 'doença das vacas loucas', uma denominação que fez muitas crianças da época ter imagens mentais de vacas aos 'pulos' pelo prado, de língua de fora e sorriso tresloucado. Tal nome devia-se, no entanto, à natureza neurodegenerativa da síndrome, oficialmente denominada Encefalopatia Espongiforme Bovina (ou BSE), e que, embora não fizesse os bovinos saltar ou exibir um sorriso demente, causava-lhes tremores e convulsões, fazendo com que parecessem 'loucos' – o chamado Síndroma de Creutzfeld-Jakob.

Inicialmente detectada em animais provenientes do Reino Unido, a doença rapidamente se propagou pelos distritos agropecuários do Norte do País, tendo os Açores sido a única grande área de produção bovina a escapar ao surto, que apenas viria a penetrar as Ilhas já no dealbar do Novo Milénio. A situação adquiriu tais contornos que, menos de dois anos após a notícia oficial do primeiro caso, Portugal impunha mesmo uma restrição à importação de carne de vaca das Ilhas Britânicas, por forma a tentar travar o surto e salvar a produção de leite e carne bovina em território nacional. Ao mesmo tempo, era criado um plano de erradicação da BCE em Portugal, que passava pelo desaconselhamento da ingestão de miolos, olhos ou intestinos de vaca, restringindo assim o acesso dos portugueses a muitos dos seus pratos favoritos. Para quem apenas queria desfrutar de um bom bitoque com batatas fritas, no entanto, surgia no mercado uma alternativa até então desconhecida: a carne de avestruz, de sabor e consistência muito semelhantes à de vaca, e que seria alvo de uma explosão de popularidade no período imediatamente subsequente ao do aparecimento da doença em Portugal.

À distância de trinta anos, e à saída de uma epidemia de dimensões até hoje desconhecidas a nível Mundial, é difícil contextualizar a reacção nacional à 'febre das vacas loucas', um daqueles acontecimentos que é preciso ter vivido em primeira mão para perceber e apreciar. Quem viveu essa era 'louca' de bifes de avestruz e restrições ao consumo de mioleira (embora, aparentemente, não para governantes portugueses) decerto terá bem presente na memória aquela que foi, quase certamente, a sua primeira experiência com novas e assustadoras epidemias mundiais, e que pode, hoje em dia, ser vista como uma espécie de 'nível de treino' para o que se viria a vivenciar nos trinta anos subsequentes...

08.08.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 5 de Agosto de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Apesar de menos populares do que os campeonatos internacionais de futebol, os Jogos Olímpicos não deixam, ainda assim, de cativar a imaginação da população a ponto de motivarem não só linhas de 'merchandising' com as respectivas mascotes, mas também obras relativas à sua História e evolução, quer sejam dirigidas a um público jovem e apresentadas em formato de banda desenhada, quer se destinem a uma demografia verdadeiramente interessada na temática em causa, como no caso do volume de que falamos nesta publicação.

 

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(Crédito das fotos: CustoJusto)

Intitulado '100 Anos de Jogos Olímpicos 1896-1996', o luxuoso livro encadernado publicado pela Temas & Debates por altura dos Jogos de Atlanta tem como propósito, como o próprio título indica, oferecer uma retrospectiva histórica das Olimpíadas modernas, do seu surgimento em finais do século XIX, até à actualidade de então, com recurso a fotografias de arquivo (tanto a preto e branco como a cores) que serviam como complemento do texto. Uma obra bem típica do seu género – que pode facilmente ser comparada ao contemporâneo 'Glória e Vida de Três Gigantes', publicado pelo jornal 'A Bola' - mas que nem por isso deixava de ter interesse para fãs do tema que abordava, e de constituir uma adição meritória à colecção de livros de tipo enciclopédico dos mesmos – ainda que, hoje em dia, se encontre bastante desactualizado. ou não tivessem passado quase três décadas desde a sua edição... Ainda assim, para quem gosta de conhecer um pouco mais a fundo a História das competições desportivas modernas, ou simplesmente deseja alimentar um pouco a nostalgia por tempos mais simples, este não deixa de ser um tomo interessante a procurar, até por ser de relativamente fácil aquisição em sites de leilões na Internet.

12.07.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 10 de Julho de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

No tocante a franquias ou séries de obras literárias destinadas a um público infanto-juvenil, poucas são as que conseguem tracção durante mais do que um par de anos, sendo de louvar sempre que isso acontece. Portugal não é excepção a essa regra, tendo-se tal fenómeno apenas verificado com um número muito restrito de propriedades, de 'gigantes' como 'Harry Potter' a séries como 'Diário de Um Banana' ou 'Uma Aventura' (esta última já quadragenária, e ainda e sempre o porta-estandarte da literatura infanto-juvenil portuguesa). Nos anos 90, juntavam-se ainda a esta lista as várias colecções de Enid Blyton, as quais, apesar de serem, na altura, tão longevas quanto é agora 'Uma Aventura', continuavam a cativar os jovens das gerações 'X' e 'millennial', os quais haviam herdado ou ouvido falar dos livros através dos pais, que os haviam 'devorado' com a mesma idade.

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Alguns dos títulos de cada uma das colecções.

Não é, pois, de surpreender que, perante este sucesso continuado (que motivou mesmo a reedição da colecção original d'Os Cinco' com novas capas 'fotográficas') tenha também havido quem procurasse capitalizar sobre os 'nomes de marca' idealizados pela autora inglesa em inícios do século XX; surpreendente foi, apenas, a proveniência de tais obras, que eram oriundas, não da Grã-Bretanha natal de Blyton, mas da bastante menos previsível França, onde, nos anos 80, eram lançadas duas colecções de 'Novas Aventuras' dos dois grupos de personagens mais famosos e conhecidos da autora – os referidos Cinco e o Clube dos Sete. Essas mesmas colecções viriam, poucos anos depois (concretamente em 1996), a 'aterrar' em solo nacional, pela mão da Editorial Notícias, prontas a serem adquiridas por 'legiões' de jovens insuspeitos, que não imaginavam terem aqueles livros sido escritos por alguém que não Enid Blyton. E, no entanto, era precisamente esse o caso - as Novas Aventuras dos Cinco ficavam a cargo de um tal Claude Voilet, não sendo conhecidos os nomes dos autores dos novos casos do Clube dos Sete, os quais operavam, evidentemente, em regime de 'escrita fantasma', para manter a ilusão de se tratarem de novas obras da autora britânica.

Apesar destes esforços, no entanto (e das traduções a cargo de grandes nomes do ramo, como Adolfo Simões Muller) bastava ler algumas linhas de um destes livros para perceber que os mesmos não constituíam 'artigo genuíno'. Tanto a escrita abaixo da média como as próprias temáticas de cada história eram completamente desfasados do estilo conversacional e antiquado de Blyton, sendo estas 'Novas Aventuras' apenas 'digeríveis' por quem conseguisse abstrair-se do facto de as personagens terem o mesmo nome e personalidades dos livros originais; quem esperasse algo ao nível da colecção principal acabaria, inevitavelmente, desapontado. Não é, assim, de estranhar que ambas as colecções apenas tenham durado alguns (poucos) anos nas bancas antes de caírem no quase esquecimento, dando lugar a ainda mais reedições 'modernizadas' (e, por vezes, actualizadas) das duas dezenas de aventuras originais de Blyton – um facto que não deixa de vincar a diferença entre uma obra verdadeiramente transcendente e intemporal e uma 'imitação barata' com o propósito único de fazer dinheiro. Neste caso, tal como no dos Corn Flakes da Kellogg's, 'o original é sempre o melhor' – e as crianças portuguesas de finais do século XX souberam percebê-lo.

 

07.07.24

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

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Goste-se mais ou menos dos jogadores convocados, o apoio à Selecção Nacional de futebol masculino sénior está entranhado no âmago de qualquer adepto português, teimando em surgir sempre que as Quinas surgem em mais um Mundial ou Europeu – algo que vem sendo recorrente de há três décadas a esta parte. No entanto, a maioria dos adeptos mais velhos será, também, rápida a admitir que a Selecção de hoje já não desperta a mesma paixão do grupo desse tempo, centrado em elementos da lendária Geração de Ouro e que apresentava o verdadeiro 'futebol champanhe', dando 'espectáculo' e entusiasmando os adeptos independentemente do resultado.

E esta última condicionante é mais importante do que parece, já que um dos principais elementos associados a 'essa' Selecção Nacional era o azar. De facto, jogasse melhor ou pior, Portugal parecia sempre soçobrar nos momentos-chave, fosse por falta de sorte, fosse por o adversário lhe ser legitimamente superior. O auge desta tendência (apenas desfeita, de forma inacreditável, em 2016) foi, claro, a derrota frente à massa adepta caseira, em pleno Estádio da Luz, na final do Euro 2004; no entanto, o problema já vinha, a essa data, mais 'de trás', tendo ambas as participações das Quinas em competições internacionais durante os anos 90 redundado em esperanças desfeitas quase 'à última hora'.

De facto, logo no seu regresso aos palcos internacionais, em 1996 (Europeu que iniciaria a referida tendência de apuramentos sucessivos que perdura até aos dias de hoje) Portugal logrou efectuar uma fase de grupos honrosa, até dominadora, e foi favorecido com um sorteio bastante razoável para os quartos-de-final, evitando os 'tubarões' e defrontando a República Checa, hoje Chéquia. O 'presente' revelar-se-ia, no entanto, 'envenenado', com um golo monumental do futuro benfiquista Karel Poborsky (então jogador do Manchester United) a ditar a eliminação da equipa fortemente favorita para esse jogo, e a lançar a 'outra' tendência de Portugal em Europeus, esta mais negativa que a anteriormente mencionada.

A 'maldição' continuaria (e de forma ainda mais dolorosa) quatro anos depois, quando uma das melhores selecções portuguesas de sempre realizaria uma fase de grupos irrepreensível (encabeçada por uma reviravolta histórica contra a Inglaterra) e 'dinamitaria' a Turquia nos quartos, garantindo o acesso a uma meia-final de má memória, em que levou a França campeã do Mundo dois anos antes a prolongamento, para depois ser 'atraiçoada' por uma mão de Abel Xavier em plena área, que Zidane converteria em corações partidos de Norte a Sul de Portugal.

Vistos isoladamente, cada um destes casos pode parecer apenas coincidência, ou azar; no entanto, todo o adepto português sabe que os mesmos marcaram o início de uma tendência que apenas seria contrariada duas décadas depois, no único jogo que Portugal talvez não merecesse ganhar. E numa altura em que a 'maldição' volta a 'atacar' em pleno (tendo Portugal acabado de soçobrar nos 'penalties' frente à França, nos quartos-de-final do Euro 2024) convém que não se perca a memória de onde tudo começou...

06.07.24

NOTA: Este post é respeitante a Sexta-Feira, 05 de Julho de 2024.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Já aqui anteriormente referimos o final dos anos 80 e início da década de 90 como, talvez, a era em que se fizeram maiores e mais concertados esforços para sensibilizar a juventude mundial para questões ecológicas. Alvo de campanhas municipais ou até nacionais um pouco por todo o Mundo, não é de admirar que a referida temática tenha, também, inspirado um sem-número de filmes e séries infantis na mesma época. E apesar de a esmagadora maioria destes se inserir no campo da animação, talvez por ser mais fácil veicular tal mensagem sem as restrições impostas pela realidade, não tardou até que também os produtores de filmes de acção real principiassem a explorar este filão, dando origem a nova série de clássicos infanto-juvenis para ver e rever durante uma Sessão de Sexta em família, um dos quais comemorou recentemente três décadas sobre a sua estreia em Portugal. E por, nessa ocasião, estarmos 'distraídos' com outras temáticas, deixamos aqui, agora, e ainda que com algum atraso, a justa homenagem a um filme que marcou a infância de muitos 'millennials', portugueses e não só, e fez parte de muitas colecções de VHS em anos subsequentes.

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O icónico cartaz do filme

Falamos de 'Libertem Willy', um dos muitos sucessos infanto-juvenis lançados pela Warner Brothers em inícios dos anos 90, e que chegava às salas de cinema lusitanas a 17 de Junho de 1994, quase um ano após a sua estreia nos EUA (como, aliás, era habitual à época) mas ainda a tempo de obter tanto sucesso em solo nacional como no resto do Mundo. Mais sério e sóbrio do que os antecessores 'Beethoven' (de 1992) e 'Dennis, O Pimentinha' (também de 1993), o filme conseguia ainda assim cativar o jovem público através de uma história simples, mas plena de impacto, e veiculada de uma forma que apenas parece levemente condescendente quando vista por um prisma adulto – ou seja, perfeita para a demografia a que a película se destina.

O centro nevrálgico da referida história segue, aliás, uma fórmula já bem testada, e inspiradora de clássicos de décadas passadas, como 'Old Yeller' ou 'Kes' – nomeadamente, a relação entre um jovem pré-adolescente e um animal. No caso, a metade humana da equação é Jesse (interpretado por Jason James Richter, um dos muitos proto-ídolos adolescentes da época) um rapaz de doze anos cuja infância algo atribulada encontra novo sentido após entrar em contacto com Willy, uma baleia-orca protagonista do espectáculo principal de um parque aquático. À medida que a relação entre ambos se aprofunda – incentivada pela treinadora de Willy, Rae, vivida por Lori Petty – Jesse resolve devolver o seu novo amigo ao mar onde nasceu e pertence, 'recrutando' a referida funcionária do parque, entre outros 'voluntários à força' para o ajudar na sua missão. E embora o fim esteja sempre longe de qualquer dúvida, é fácil 'embarcar' na aventura em si ao lado de Jesse, algo que o público infantil não hesitou em fazer, tornando o filme num retumbante sucesso e inscrevendo-o no vasto panteão de filmes de família memoráveis daquela década.

Curiosamente, no entanto – e também algo ironicamente, tendo em conta a sua mensagem – 'Libertem Willy' gerou tanto interesse pela sua história e aspectos técnicos como pelas condições em que era mantida a sua 'estrela' animal, Keiko. Com o movimento de libertação de golfinhos e orcas em pleno andamento à época de lançamento do filme – a mesma iniciativa que, anos depois, teria repercussões em Portugal, através da controvérsia em torno do Zoomarine – não tardaram a surgir reportagens acusatórias, que denunciavam o cativeiro da orca amestrada, cuja falta de espaço e água demasiado quente e clorídica haviam resultado em problemas físicos e de saúde. Não foi, pois, de admirar que, em consequência do filme, tenham sido postos em marcha esforços para 'Libertar Willy' (ou antes, Keiko), os quais viriam a render frutos quase uma década depois, quando, já no Novo Milénio, o animal foi – tal como a congénere fictícia que interpretava – liberto no mar, após mais de duas décadas de vida em cativeiro. Uma controvérsia de que o filme jamais se libertaria (passe o trocadilho), mas que acabou por ter um final feliz, e não beliscar a reputação da obra em si.

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A primeira sequela de Willy, lançada em 1995...

A liberdade de Keiko não deixou, no entanto, de se repercutir directamente nas duas sequelas a que o filme, previsivelmente, daria origem nos anos imediatamente subsequentes ao seu lançamento. Efectivamente, tanto 'Libertem Willy 2' como a terceira parte (subtitulada 'O Resgate') substituíam uma orca verdadeira por um boneco animatrónico, ao estilo do 'Tubarão' de Spielberg, evitando assim novas controvérsias em torno da crueldade animal. No restante, no entanto, ambos os filmes procuravam oferecer uma experiência ao nível do original, com a ajuda da maioria do elenco original.

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...e a segunda, de 1997.

De facto, ao contrário do que acontecia com as sequelas dos referidos 'Dennis o Pimentinha' ou 'Beethoven', ambas as continuações das aventuras de Jesse e Willy contam com os actores originais de regresso aos seus papéis do primeiro filme, algo que ajuda a credibilizar ambas as sequelas. Também os enredos de ambos os filmes mostram algum cuidado, com a segunda parte (de 1995) a prender-se com a tentativa de reunir Willy com a sua nova família após um derrame de petróleo no oceano e a terceira, de 1997 a ver Jesse e os seus aliados a contas com um grupo de baleeiros que procuram capturar Willy. Apesar de bem conseguidas, no entanto, nenhuma das duas sequelas logrou almejar o sucesso do original, com o 'falhanço' do terceiro a ditar o fim da franquia centrada na baleia-orca mais famosa do cinema...

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A inesperada terceira sequela, lançada em 2010

...pelo menos até, em plena 'febre' dos 'remakes', a Warner Brothers decidir trazer de volta Willy, numa quarta parte lançada directamente para o mercado DVD. Naturalmente, 'Libertem Willy 4 – A Fuga da Baía do Pirata' já não conta com qualquer dos actores de década e meia antes, entretanto já envelhecidos, e introduz uma nova protagonista, Kirra, uma jovem australiana que percorre o mesmo trajecto emocional do antecessor Jesse quando uma orca fica presa no parque aquático pertencente ao seu avô. Uma história já algo 'batida', mas bem-sucedida na principal função de um 'remake', a de apresentar a trama original a toda uma nova demografia; para quem viu o filme de 1993, no entanto, o principal motivo de interesse será mesmo a localização do filme, que se passa agora na África do Sul, derivando assim das habituais paisagens norte-americanas e dando um toque de exotismo ao filme. De resto, 'Libertem Willy 4 – A Fuga da Baía do Pirata' é um típico filme para crianças directo para DVD, com tudo o que isso implica.

Felizmente, e ao contrário de outras franquias infanto-juvenis, 'Libertem Willy' soube onde 'parar', tendo saído de cena com relativa dignidade e sem conspurcar o espírito do original com infindáveis sequelas cada vez mais tolas e infantis, e menos imbuídas do mesmo. E apesar de, enquanto franquia, não ter gozado do sucesso esperado, a série da Warner Brothers não deixou, ainda assim, de oferecer às crianças noventistas pelo menos um clássico imorredouro das Sessões de Sexta ou de fim-de-semana – o que, só por si, quase justifica a existência de todo o resto da franquia, e a torna digna de ser recordada, quase exactas três décadas após as crianças portuguesas da época terem tido, pela primeira vez, contacto com o filme original.

05.07.24

NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 4 de Julho de 2024.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Desde a sua massificação em inícios do século XX, o futebol tem sido o desporto mais consensual e com maior base de fãs a nível mundial; Portugal não é, de todo, excepção a esta regra, como se pode facilmente verificar pela existência de nada menos do que três jornais diários dedicados apenas e tão-somente a notícias de cariz desportivo, com natural primazia para o futebol. Não é, pois, de estranhar que cada nova competição internacional, particularmente as disputadas entre selecções de jogadores de cada país, façam 'parar' grande parte do Mundo, e motivem um sem-número de companhias a efectuar promoções alusivas ao certame em causa.

O Euro '96, levado a cabo em Inglaterra, não foi, de forma alguma, excepção a esta regra, tendo vários produtos, companhias e entidades adoptado temporariamente as cores da bandeira do país em que eram comercializados, e oferecido brindes centrados nas equipas presentes no torneio. Em Portugal, uma dessas entidades era o jornal 'A Bola', que, não querendo deixar créditos por mãos alheias no que toca à sua área de especialização, veiculava esse Verão, em conjunto com o seu jornal, figuras em borracha dos jogadores da Selecção Portuguesa da altura.

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Algumas das figuras da colecção, e respectivos cartões de 'identidade'.

Inteligentemente chamados de Figuras da Bola (num trocadilho com o nome do jornal) estes bonecos constituíam, basicamente, caricaturas tridimensionais dos jogadores, cada um dos quais surgia com as feições exageradas daquele estilo de arte, e com cabeças muito maiores do que o 'esquelético' corpo em que assentavam. Ainda assim, e apesar da abordagem 'cartunesca', a maioria dos 'craques' da Geração de Ouro era, ainda, perfeitamente reconhecível, de Fernando Couto e Paulo Sousa com as suas 'melenas' à não menos farta cabeleira loira de Jorge Cadete, o enorme queixo de Sá Pinto ou a cabeça achatada de Luís Figo, entre outras características propositalmente ampliadas para máximo efeito cómico. Juntamente com cada uma das figuras vinha, ainda, um cartão, com uma caricatura do jogador em causa e alguns dados vitais do mesmo – um pormenor cujo valor era apenas aparente, já que o que verdadeiramente interessava era a figura, ideal para colocar na estante, mesa de cabeceira ou secretária (não confundir com Secretário, que também faz parte da colecção...!) e mostrar assim o apoio à Selecção.

Curiosamente, apesar da natureza obviamente atractiva desta promoção (mais próxima de um brinde dos ovos Kinder ou do Happy Meal do McDonald's do que algo oferecido por um jornal), não tornou a haver, em certames subsequentes, qualquer outra promoção deste tipo, deixando a 'Selecção' de Figuras da Bola como uma iniciativa única no panorama promocional português, quer do século XX quer do actual, e bem merecedora de lembrança nas páginas deste nosso blog.

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