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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

12.05.25

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

Qualquer melómano velho o suficiente para ter tido interesse em música em inícios dos anos 90 não hesitará em apontar essa época como a era do nascimento do 'rap' e 'hip-hop' em Portugal, pelo menos no que ao 'mainstream' diz respeito. De facto, a primeira metade da última década do século XX marcava o momento em que o estilo musical nascido e popularizado do outro lado do Oceano Atlântico na década anterior extravasava a presença maioritariamente 'clandestina' que marcava nos bairros periféricos das grandes cidades, e 'explodia' nos ouvidos de toda uma geração de jovens prontos a receberem e assimilarem aquelas palavras de ordem e crítica social em ritmo sincopado. O culminar desta ascensão do chamado 'hip-hop tuga' seria, claro, a colectânea 'Rapública', lançada em 1994 e que popularizaria nomes como Black Company ou o produtor, Boss AC; no entanto, logo nos primeiros meses da década, já um grupo de jovens da mesma zona na Margem Sul do rio Tejo se havia aventurado na organização do primeiro festival de 'rap' nacional. Entre eles, encontrava-se um MC em ascensão, e que em breve viria a deixar a sua marca no panorama do 'rap' nacional: o moçambicano Sergio Matsinhe, mais conhecido pelo 'nome de guerra' General D.

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Membro fundador dos supracitados Black Company (embora já não fosse a tempo de desfrutar dos benefícios trazidos pelo mega-sucesso 'Nadar') e envolvido em inúmeros outros projectos da cena à época, General D destacava-se pela 'africanidade' que injectava no seu 'rap'/'hip-hop', fosse no aspecto musical, fosse na grafia das letras ou mesmo na forma como as interpretava. Esta vertente algo mais original do que a média, bem como mais flexível e versátil, não tardou a colocá-lo no 'radar' de artistas mais comerciais, tendo a primeira gravação do jovem MC sido como convidado num tema dos Pop Dell'Arte, em 1990. Ainda antes de qualquer registo próprio, D surge também como um dos compositores e intérpretes da banda sonora de 'Até Amanhã, Mário', de 1993, um dos poucos filmes portugueses da época a granjear atenção por parte do público.

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Com tal nível de exposição mediática, o surgimento de registos próprios era inevitável, e, em 1994, General D lança mesmo o seu primeiro EP, o provocatoriamente intitulado 'PortuKKKal É Um Erro'. Esta denominação, aliada às letras críticas do racismo vigente na sociedade portuguesa, caíram como uma 'pedrada no charco' da bem-comportada cena musical nacional, e valeram a D a presença em muitas plataformas de debate público, para discutir os problemas vividos por imigrantes, retornados e seus descendentes no Portugal daquela época.

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Longe de 'descansar sobre os louros', no entanto, General D voltava ao 'ataque' menos de um ano depois, desta vez com um longa-duração, em conjunto com o grupo Os Karapinhas. O título 'Pé Na Tchôn, Karapinha Na Céu' deixa desde logo bem evidente a filosofia e atitude perante a vida de General D, embora se afirme como algo introspectivo e humilde face à barragem de ácidos comentários tecidos pelo MC nas suas letras. Um registo cáustico, mesmo para os padrões do 'hip-hop', e que posicionava General D como um dos principais 'activistas' da cena nacional, bem mais engajado e combativo do que os muito mais explicitamente comerciais Da Weasel, ou mesmo do que a maioria dos nomes presentes em 'Rapública'. O vídeo de 'Black Magic Woman' (que, ao contrário do que se possa pensar, não constitui uma versão da música dos Fleetwood Mac) estava também em alta rotação nos programas de 'videoclips' nacionais, cimentando o estatuto de Boss AC como uma das grandes 'esperanças' do 'rap' nacional, uma reputação que apenas aumentaria com participações em temas de Cool Hipnoise e Ithaka.

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O passo final na evolução de D seria, no entanto, dado apenas dois anos depois, em 'Kanimambo', o segundo (e, até hoje, último) álbum do MC. Agora acompanhado por colaboradores de luxo, como António Chainho ou o congénere brasileiro Gabriel o Pensador, o General debitava mais uma série de temas cáusticos (embora também mais trabalhados) que lhe permitiam continuar a 'somar e seguir' na cena. Uma bem-sucedida 'tournée' por Portugal, Espanha e França parecia anunciar a 'explosão' definitiva de D, o qual, concluída a mesma, se deslocaria até à Jamaica para trabalhar com os renomados Sly and Robbie...

...e não voltaria a ser visto durante quase duas décadas.

De facto, seria apenas em 2014 que um jornalista seguiria o 'rasto' de Sergio Matsinhe, vindo a encontrá-lo em Londres. Em entrevista exclusiva, o MC revelava ter passado maus momentos tanto na capital britânica como nas ruas de Nova Iorque, vivendo uma existência muito distante dos dias de glória nos palcos nacionais. A entrevista, e respectiva capa, ajudavam o General a regressar à consciência popular dos melómanos nacionais, mesmo a tempo da reedição dos seus dois registos, em 2015. O regresso aos palcos, no entanto, dar-se-ia apenas quatro anos depois, num evento na Altice Arena que reunía muitos dos 'pais fundadores' do 'hip-hop tuga' – não só General D, como também Boss AC, Black Company ou Chullage, entre outros. Um final merecidamente apoteótico para uma carreira (e vida) que foi do Céu ao Inferno, sempre de pés no chão e carapinha no ar, e que continua, até hoje, a deixar a sua marca em todo um movimento musical.

18.03.25

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

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Um dos fenómenos sociais mais pervasivos das últimas cinco décadas em Portugal – sensivelmente desde a globalização dos televisores caseiros – vem sendo a miscigenação da cultura portuguesa com a brasileira, não só através da imigração, como também da importação de produtos mediáticos daquele País. E se, hoje em dia, esse cruzamento se limita às eternas telenovelas, a um ou outro canal da TV Cabo e às revistas da Turma da Mônica, há trinta anos, o panorama de propriedades intelectuais brasileiras presentes em Portugal era bem mais vasto, com as referidas telenovelas e as bandas desenhadas da Abril e Globo à cabeça. E terá sido, precisamente, através das referidas bandas desenhadas que uma larga parcela da população nacional terá tido o primeiro contacto com um dos mais famosos produtos mediáticos saídos do país-irmão – a 'troupe' de comediantes conhecida como Os Trapalhões.

E se a referida BD da Globo tinha como foco versões infantis do quarteto, não tardaria também a que as crianças e jovens daquela época ficassem a conhecer os 'verdadeiros' Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, quando – há quase exactos trinta e um anos, em Março de 1994 – o seu programa, lendário no Brasil, chegou finalmente aos televisores nacionais, pela mão da SIC. E a verdade é que, previsivelmente, a inspirada colecção de 'sketches' cómicos de índole 'pastelona' (com alguns dichotes brejeiros à mistura) não tardou a conquistar o público-alvo, sempre aberto a tentativas de humor deste tipo – sobretudo quando se afirmavam como bem acima da média, como era o caso. Sem nunca se terem tornado um 'caso de estudo' de popularidade, como o eram no seu país natal, Os Trapalhões encontravam, assim, em Portugal uma audiência suficientemente devota e fiel para justificar a 'aventura' inédita que o quarteto encetaria logo no ano seguinte, e sobre cuja estreia se comemoram por estes dias exactas três décadas.

Falamos de 'Os Trapalhões em Portugal', a produção nacional (da própria SIC) que procurava recuperar o formato de sucesso do programa original, ao mesmo tempo que o ambientava por terras lusitanas, com os Trapalhões ainda restantes – Didi e Dedé – a contracenarem com coadjuvantes com sotaque português, em cenas típicas da vida quotidiana nacional. Uma ideia que poderia ter resultado – e que, sob algumas métricas, resultou mesmo, já que o programa fez tanto sucesso quanto o seu antecessor – mas que perdia consideravelmente pela ausência da 'outra metade' do grupo, a saber, os malogrados Mussum e Zacarias, que muitos consideravam serem as principais fontes da comédia do grupo. Com apenas Didi como verdadeiro Trapalhão (Dedé sempre desempenhou o papel de elemento mais sério do grupo) e com a presença de actores portugueses a ressalvar a diferença de abordagem e desempenho em relação aos brasileiros, o resultado era um produto algo menos fluido, e mais 'bem-comportado', do que o hilariante original da Globo.

Ainda assim, conforme referimos acima, 'Trapalhões em Portugal' chegou a fazer sucesso entre a juventude lusitana da época, e será ainda recordado por parte dela como um dos elementos nostálgicos da sua infância ou adolescência, merecendo assim destaque nestas nossas páginas no mês em que se completam trinta anos sobre a sua primeira emissão.

08.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 7 de Março de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

No panteão das citações de filmes que penetraram e se mantiveram na cultura popular, 'a vida é como uma caixa de chocolates – nunca sabemos o que nos vai sair' figura ao lado de 'eu vejo pessoas mortas' (de 'O Sexto Sentido'), 'eu voltarei' (de 'Exterminador Implacável 2') ou dos famosos monólogos de Samuel L. Jackson em 'Pulp Fiction' ou Marlon Brando em 'O Padrinho' como uma daquelas citações que até o cinéfilo mais distraído saberá identificar. E não é para menos, já que o filme em que figura foi um dos grandes eventos cinematográficos do ano de 1994, tendo inclusivamente arrebatado o Óscar para Melhor Filme na cerimónia do ano seguinte.

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Falamos, claro está, de 'Forrest Gump', um daqueles filmes que terá para sempre lugar cativo numa lista, senão dos melhores filmes dos anos 90, pelo menos dos mais influentes e mediáticos. Isto porque, apesar do sucesso crítico e comercial, o filme continua a dividir opiniões quase tanto quanto um 'Titanic' ou 'A Vida É Bela', com grande parte do público a considerar tratar-se de uma obra-prima, e uma minoria muito mais vocal a apontar os elogios de que é alvo como algo exagerados para aquilo que é, essencialmente, uma comédia romântica com alguns elementos mais 'ousados', mas sem nunca entrar por terrenos sequer adjacentes a um 'American Pie – A Primeira Vez', 'Um Susto de Filme' ou mesmo 'Dez Coisas Que Odeio Em Ti' – todos eles filmes que nunca teriam sequer oportunidade de competir por um Óscar, e ainda menos de ganhar.

Não que 'Forrest Gump' não fosse merecedor das nomeações que conquistou; o filme é tecnicamente bem executado, e Tom Hanks tem uma interpretação de relevo no papel do simplório mas bem intencionado personagem titular, cujas necessidades especiais deixa evidentes, sem que a sua actuação alguma vez pareça insultuosa (à semelhança do que, no ano anterior, fizera Leonardo DiCaprio em 'Gilbert Grape', filme onde roubara a cena ao protagonista Johnny Depp, no papel do seu irmão mais novo). O que torna a experiência ligeiramente mais frustrante e mundana, no entanto, é o facto de o livro em que o filme se baseia, da autoria de Winston Groom e lançado em 1986, trazer uma trama muito mais adequada a uma longa-metragem do que a efectivamente apresentada pelo filme, com Forrest a viver uma série de peripécias adicionais que envolvem viagens ao espaço, cenas de fuga ao lado de Raquel Welch e de um gorila, e estadias sazonais em ilhas do Pacífico habitadas por tribos canibais – todas as quais se traduziriam maravilhosamente para um meio áudio-visual, e, em conjunção com os cuidados aspectos técnicos, teriam tornado o filme numa comédia surreal de 'primeira apanha', por oposição ao romance com leves toques de hmor situacional que Robert Zemeckis efectivamente levou ao grande ecrã.

Ainda assim, talvez essa abordagem tenha mesmo sido a mais apropriada para apelar a uma demografia o mais vasta possível, sendo que os episódios adicionais acima descritos teriam tornado 'Forrest Gump', o filme, numa experiência destinada a um público bem mais 'de nicho'; e a verdade é que, sob essa perspectiva, e para quem não leu o livro, o que de facto se vê ao longo das duas horas constitui um produto muito acima da média para um filme de grande orçamento de meados dos anos 90. Fica a ideia, no entanto, de que, como sucessor da obra-prima 'A Lista de Schindler' nos anais da História dos Óscares – e com 'adversários' como 'Os Condenados de Shawshank', 'Quatro Casamentos e Um Funeral' e o supracitado 'Pulp Fiction' – o filme em si fica um pouco aquém da sua reputação, que lhe valeu inclusivamente a inclusão na biblioteca cinematográfica do Congresso norte-americano, bem como um 'remake' oficial indiano, produzido em Bollywood em 2022. Essas distinções são, no entanto, mais que suficientes para justificar a sua inclusão nesta nossa rubrica sobre os mais memoráveis e influentes filmes de finais do século XX – uma descrição em que, goste-se ou não do facto, 'Forrest Gump' não deixa de encaixar perfeitamente.

05.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Terça-feira, 03 de Março de 2025.

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

Quando se fala em desfiles de Carnaval, restam poucas dúvidas de que o mais famoso é o do Rio de Janeiro, que atrai multidões a cada ano, desejosas de ver o espectáculo de luz, cor, música, brilhantes e dançarinas em trajes sugestivos. No entanto, esse está longe de ser o único evento histórico ligado à festa em causa, sendo que Portugal tem, inclusivamente, a sua própria alternativa ao mesmo, ainda que bastante mais modesta: o Carnaval de Sines, que coloca, anualmente, a localidade algarvia no 'mapa' em finais de Fevereiro e inícios de Março. Mas se, na esmagadora maioria das ocasiões, esta festa tem um âmbito puramente local, há pouco mais de três décadas a mesma chegou a gozar os seus 'quinze minutos de fama' a nível nacional, quando foi escolhida como alvo da emissão da RTP para a programação de Carnaval.

De facto, numa iniciativa que jamais se viria a repetir, não só a emissora estatal transmitiu as festividades ligadas ao evento, como também enviou para o terreno as equipas de apresentadores não de um, mas de dois programas da manhã, o 'Viva A Manhã' e a recém-inaugurada 'Praça da Alegria' (ambos os quais também terão aqui o seu espaço). A festa pôde, assim, gozar, naquele fim-de-semana, de uma exposição mediática muito acima do comum, a qual terá, certamente, ajudado a divulgar o evento a uma população mais vasta, numa época em que a Internet estava, ainda, longe de se globalizar. Razão mais que suficiente para recordarmos a referida cobertura, da qual deixamos abaixo diversos excertos, para quem quiser ficar a par da referida emissão, ou apenas recordar e 'matar saudades' da mesma.

  

18.02.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2025.

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Uma das primeiras séries a que dedicámos espaço nesta rubrica foi 'Já Tocou!', uma das emissões favoritas das crianças e jovens, em Portugal e não só, no início dos anos 90; nada mais justo, portanto, do que falarmos agora das suas duas sequelas, no mês em que uma delas completa trinta anos sobre a sua estreia nacional, e a outra trinta e um.

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Começando por esta última, 'Já Tocou! Na Faculdade' ('Saved By The Bell: The College Years' no original) segue à risca a premissa definida no título, acompanhando o já familiar grupo de protagonistas (com duas adições femininas à mistura, nos lugares de Jessie e Lisa da série anterior) em novas aventuras em ambiente universitário. E lá porque embarcaram nesta nova fase da sua vida académica e pessoal, não significa que os mesmos tenham deixado de se envolver em toda a espécie de peripécias, semelhantes às que viviam na série original, com 'namoricos', esquemas, desentendimentos, 'partidas', lições sobre companheirismo, amizade e espírito de grupo e, claro, muitos dichotes à partida. E se a 'vítima' principal do grupo, Mr. Belding, foi finalmente deixado em paz para gerir a sua escola secundária, esta série introduz uma nova antagonista, a Reitora McMann, que rapidamente se vê na 'mira' de Zack, Slater, Screech, Kelly e das duas novas amigas, Leslie e Alex, em tramas bastante próximas às do 'Já Tocou!' original.

Apesar das semelhanças, no entanto, 'Já Tocou! Na Faculdade' (que substituiu directamente o original na grelha da TVI em Fevereiro de 1994) nunca almejou, pelo menos em Portugal, o mesmo nível de impacto ou sucesso, passando relativamente despercebido, mesmo a quem era fã confesso do original. Talvez por o tema da faculdade ser algo mais 'distante' do que o da anterior escola secundária, talvez por algum 'cansaço' da fórmula ou talvez por o público-alvo ter passado à próxima nova 'febre' televisiva, a verdade é que esta continuação de 'Já Tocou!' teve 'vida curta' na televisão portuguesa, desaparecendo da grelha da 'Quatro' ao fim de apenas um ano, para dar lugar à sua sucessora, e segunda 'sequela' do original, 'Já Tocou! Os Caloiros'.

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Estreada há exactos trinta anos, em Fevereiro de 1995, esta nova série trazia, como o nome original indicava, a nova turma ('The New Class') da Secundária de Bayside, a qual prometia envolver-se em tantos 'sarilhos' quanto os seus predecessores. À cabeça deste novo grupo estava Scott Erickson, interpretado por Robert Sutherland Telfer, um aluno transferido de uma escola rival e que tomava o lugar do lendário Zack Morris como principal 'atormentador' do director Belding (ainda interpretado por Dennis Haskins) e interlocutor com a audiência. Ao lado do protagonista estavam Barton Wyzell, o 'novo Screech' (intepretado por Isaac Lidsky) e Tommy DeLuca, ou 'Tommy D' (Jonathan Angel) o 'atleta de serviço' e 'novo Slater'; os três faziam-se ainda acompanhar da 'crânia' Megan Jones (Bianca Lawson) e da sua neurótica amiga Vicki Needleman (Bonnie Russavage), bem como da popular Lindsay Warner (Natalia Cigliuti), que formavam o obrigatório 'contingente feminino' e serviam de contraponto mais sério às peripécias dos rapazes.

Como se pode facilmente aferir pelo parágrafo anterior, 'Os Caloiros' nada fazia ou experimentava de novo, sendo, pelo contrário, uma réplica quase 'um para um' do original; e se isto explica a sua quase inexistente repercussão em Portugal (ainda menor do que 'Na Faculdade', e a léguas da série de origem) mais difícil é perceber como e porque teve direito a nada menos do que sete temporadas nos seus EUA originais, batendo o recorde das duas séries anteriores! Apesar deste facto, no entanto, a presença nostálgica da 'nova turma' de 'Caloiros' é praticamente nula, ao passo que Zack, Slater, Screech, Kelly, Jessie e Lisa continuam a dominar o imaginário de quem cresceu a acompanhar as suas aventuras – um testamento à afirmação feita pela Kellogg's relativamente aos seus Corn Flakes, que postula que 'o original é sempre o melhor'.

Ainda assim, no mês em que ambas as continuações dessa primeira série celebram aniversários sobre a sua estreia nacional, nada se perde em recordar aquelas que acabaram por redundar em duas tentativas falhadas de voltar a capturar o sucesso de uma série que soube, como poucas outras, fazer uso do 'momento' cultural e social à sua época de estreia para cativar e reter um público-alvo que, por alturas destas duas continuações, já há muito tinha crescido, amadurecido e 'abalado para outras paragens'...

29.01.25

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Já aqui, em tempos, falámos de 'Lisboa Às Cores', uma colaboração entre António Jorge Gonçalves e Rui Zink lançada pela Câmara Municipal de Lisboa como forma de celebrar o colorido especial da cidade capital de Portugal. Essa não foi, no entanto, a única obra de banda desenhada institucional criada pelo ilustrador, que, apenas um ano mais tarde, voltaria a realizar uma obra por comissão para uma entidade estatal e centrada sobre a cidade de Lisboa, desta feita para o Instituto Português de Museus e em parceria com o seu mais famoso e duradouro parceiro, Nuno Artur Silva.

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Intitulada 'À Procura do F. I. M.', a obra em causa, que comemorou neste ano transacto exactas três décadas sobre a sua publicação (no âmbito do projecto 'Lisboa '94') marca ainda presença nas bibliotecas de algumas escolas primárias e preparatórias do nosso País, pelo menos a julgar pelas informações disponíveis em diversos catálogos bibliográficos 'online'. Já na restante Internet, a sua pegada é bastante mais reduzida, encontrando-se o álbum no limiar de ser Esquecido Pela Net, sendo 'salvo' de tal fado apenas pelos inevitáveis Bazar0 e Bedeteca, bem como pelos supramencionados catálogos.

Ainda assim, além dos dados básicos de publicação, o único elemento disponível após pesquisa é a capa, que mostra um grafismo abstracto e psicadélico (quase ao estilo cubista ou impressionista) e sugere a presença, na história, de uma nave espacial, ou no mínimo um carro voador. O subtítulo, no entanto, sugere que a trama se centra sobre a Lisboa Subterrânea, o famoso conjunto de passagens, catacumbas e aquedutos no subsolo da capital, embora a verdadeira natureza do 'F.I.M' e a razão para a sua busca sejam, infelizmente, impossíveis de discernir.

Apesar da falta de informações que, por vezes, assola certos 'posts' deste nosso 'blog', no entanto, não queríamos deixar de relembrar esta segunda colaboração por parte de dois dos melhores criadores de banda desenhada em Portugal, e certamente os que melhor conseguem transmitir informações didácticas de forma cativante e divertida.

14.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2025.

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

De entre os vários géneros pelos quais a televisão portuguesa ficou conhecida em finais do século passado, a comédia de costumes talvez seja o mais destacado. Fosse em moldes mais brejeiros, em formato de 'sketch' ou no contexto de uma série propriamente dita, eram muitos, e de muita qualidade, os programas de índole cómica a captar a atenção dos telespectadores nacionais nos últimos anos do Segundo Milénio, normalmente concebidos e/ou representados por um grupo de 'suspeitos do costume' que eram garantia quase certa de gargalhadas. Era, precisamente, essa a fórmula por detrás de um dos mais icónicos exemplos deste género, o qual surgia pela primeira vez nos ecrãs portugueses pela mão da RTP, há pouco mais de trinta anos.

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Falamos d''A Mulher do Sr. Ministro', série cómica estreada a 29 de Novembro de 1994, e que imediatamente 'caiu no gosto' dos espectadores da emissora estatal, com a sua sátira mordaz de um dos 'alvos' mais fáceis da sociedade lusitana, os políticos. Capitaneada por dois dos supramencionados 'suspeitos do costume' – Ana Bola e Vítor de Sousa – realizada por um terceiro (Nicolau Breyner) e contando no elenco com vários outros – como as 'duas Marias' do humor nacional, Rueff e Vieira, o eterno 'braço-direito' de Herman JoséCândido Mota, ou nomes como Ricardo Carriço, Virgílio Castelo, Lídia Franco, José Raposo ou José Jorge Duarte – a série centrada na personagem titular e na sua relação com o plácido representante governamental com quem era casada trazia todos os elementos característicos das produções deste grupo, quer em termos de escrita quer de representação, levando o espectador para um espaço familiar e agradável, onde o mesmo se poderia 'perder' durante meia hora, por entre gargalhadas. Em conjunção com o supracitado elemento satírico, esta fórmula assegurava sucesso praticamente garantido à série, que se afirmaria mesmo popular o suficiente ente o público-alvo para se manter no ar durante uns honrosos três anos (uma 'eternidade' para qualquer programa de humor português não chamado 'Os Malucos do Riso') e justificar uma sequela, 'A Senhora Ministra', em que a própria Ana Bola assumia o cargo antes 'detido' por Vítor de Sousa.

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O casal de protagonistas, prova de que 'os opostos se atraem'...

E embora, hoje em dia, o panorama televisivo português se vai afastando cada vez mais deste tipo de séries (as quais foram, praticamente, 'deixadas' nos anos 90 e inícios dos 2000) a verdade é que, para toda uma geração de portugueses, as mesmas formaram parte integrante das suas semanas televisivas, e terão criado memórias nostálgicas suficientes para justificar estas breves linhas à laia de recordação – bem como, quiçá, um saltinho ao YouTube ou aos arquivos da RTP, onde a totalidade desta série se encontra disponível de forma gratuita, pronta a ser recordada por quem se recorda de, em criança ou adolescente, ter rido à gargalhada com as peripécias de Lola, Américo e respectiva 'posse'...

10.01.25

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

A cultura tem, tradicionalmente, sido um dos aspectos mais negligenciados na, e pela, sociedade portuguesa, que mostra normalmente apetência por formas de entretenimento menos substanciais e mais populistas; e apesar de este fenómeno se ter exacerbado no primeiro quarto do século XXI, a tendência em si vem sendo verificada pelo menos desde as últimas décadas do Segundo Milénio. Não é, pois, de surpreender que uma publicação explícita e expressamente dedicada a divulgar cultura tenha tido um ciclo de vida total de apenas pouco mais de uma década e meia, tendo o último número sido lançado há quase exactos trinta anos, a 28 de Dezembro de 1994. E porque a Quinta no Quiosque dessa semana foi, acidentalmente, dedicada a outro tema, nada melhor do que prestar agora uma homenagem póstuma (por cerca de duas semanas) a um dos mais importantes periódicos desaparecidos da imprensa portuguesa.

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(Crédito da foto: OLX)

Gerido e redigido por grandes nomes da literatura e do jornalismo português – Mário Zambujal e João Gobern contaram-se entre os seus editores, e Margarida Rebelo Pinto, Pedro Rolo Duarte, Luís de Sttau Monteiro e mesmo Herman José entre os redactores – o semanário Sete (estilizado como Se7e) nascera em 1977, com a proposta de divulgar espectáculos culturais de Norte a Sul do País, bem como transmitidos pela televisão, numa abordagem que se afirmava, declaradamente, como uma espécie de versão orientada para a cultura do tipo de jornalismo practicado pelos jornais desportivos. O objectivo, como naqueles casos, era dar visibilidade, espaço e projecção a temas tradicionalmente negligenciados pela imprensa tradicional, criando assim uma publicação 'de nicho' num mercado ainda receptivo às mesmas.

E a verdade é que, numa fase inicial, a ideia correu bem; tão bem, de facto, que o Se7e se tornaria o seu próprio 'carrasco', motivando a abertura de espaço para a cultura nos jornais tradicionais e inspirando o surgimento de concorrentes 'de peso', como a 'TV Guia' e as suas congéneres. Ainda assim, o jornal 'fazia pela vida', tendo conseguido resistir à década de 80 e aos primeiros anos da seguinte; em 1994, no entanto, o 'sonho' viria mesmo a terminar, com a passagem para o formato de magazine a não resultar – ao contrário do que aconteceria, anos mais tarde, com o 'resistente' e semi-competidor Blitz – e o periódico a ser mesmo forçado a encerrar actividades, já nos últimos dias do ano.

Ainda assim, apesar de desaparecido, o 'Se7e' deixou uma marca considerável o suficiente no panorama cultural nacional para, trinta anos após a sua extinção definitiva, ser ainda lembrado e homenageado como um conceito verdadeiramente novo e inovador, e uma autêntica 'pedrada no charco' da imprensa portuguesa, que daria o mote para o aumento de publicações periódicas especializadas no mercado português e daria espaço à cultura num País que tantas vezes a negligencia. Razões mais que suficientes, portanto, para lhe prestarmos homenagem (ainda que atrasada) nesta nossa rubrica dedicada às revistas e jornais das bancas lusitanas do século XX.

03.01.25

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Na última Sessão de Sexta, referimo-nos a 'Os Dias do Fim' como um dos últimos filmes de acção a estrear em 1999, e, por conseguinte, no século XX e no Segundo Milénio; agora, duas semanas depois, recuamos cinco anos no tempo para relembrar o filme que teve a honra de 'fechar', em Portugal, o ano cinéfilo de 1994 (pelo menos em matéria de 'blockbusters) e que comemorou há cerca de dez dias o trigésimo aniversário da sua estreia nas salas de cinema nacionais. E a verdade é que, tal como 'Os Dias do Fim', o filme desta Sexta se saldou como uma desilusão, embora de forma totalmente diferente da película de Arnold Schwarzenegger - e bastante mais notória.

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De facto, enquanto que 'Os Dias do FIm' foi 'apenas' um 'flop' de bilheteira pouco notável para uma estrela de acção oitentista em fase decadente da carreira, 'Street Fighter - A Batalha Final' quase acabou com a carreira já periclitante daquele que talvez seja o 'herói de acção' dos anos 80 e 90 mais próximo de Schwarzenegger - pelo menos em termos geográficos - e é hoje visto tanto como um dos mais famosos filmes 'tão maus que são bons' como como um dos melhores exemplos - a par de 'Super Mário' - de como NÃO converter uma propriedade interactiva para o grande ecrã. E a verdade é que, como no caso de 'Super Mário', do ano anterior, a receita-base tinha tudo para resultar, combinando um dos mais populares jogos de arcada, computador e consola com um dos mais populares actores entre a faixa etária que mais interesse tinha pelo mesmo; o facto de o resultado final quase parecer uma paródia de filmes do seu tipo não pode, portanto, ser considerado menos do que um falhanço em toda a linha por parte da equipa técnica, que parece ter-se esforçado ao máximo para errar em absolutamente TODOS os detalhes do material original.

Senão veja-se: 'Street Fighter - A Batalha Final' traz Jean-Claude Van Damme (um belga de sotaque pronunciado) no papel de Guile, um capitão da Força Aérea NORTE-AMERICANA, com direito a tatuagem da bandeira no braço (que talvez até fosse aceitável como nativo da Luisiana, fosse feita qualquer menção a esse facto no argumento) Chun-Li como repórter (ela que é agente da Interpol no jogo original), E. Honda como seu 'cameraman' (e interpretado por um actor samoano, talvez inspirando-se no Yokozuna da WWF), Dhalsim como cientista ao serviço de M. Bison (no original, é um místico indiano...parecido, mas não idêntico) e o próprio M. Bison como um esqueleto ambulante a bordo de uma cadeira voadora (e interpretado por um Raul Julia terminalmente doente, e que já não assistiria à estreia do filme, deixando assim a 'memética' actuação como temido ditador ASIÁTICO como seu último legado)!! Uma verdadeira 'comédia de erros', que se sobrepõe às poucas escolhas acertadas, como a excelente nomeação de Kylie Minogue para o papel de Cammy (se bem esta seja inglesa, e não australiana...mais uma vez parecido, mas não idêntico) e as acertadas referências visuais para personagens como Vega, Sagat ou Zangief, este utilizado como competente 'alívio cómico', constituindo um dos pontos altos do filme. Mesmo com estes (poucos) pontos positivos, no entanto, não deixa de ser estarrecedor como foi possível aos guionistas e realizador falhar em tão grande escala escala na adaptação do material original.

Raul Julia é responsável por muitos dos momentos mais memoráveis do filme.

Felizmente, pouco depois do lançamento desta desapontante adaptação, os fãs da franquia receberiam a tão desejada 'prenda', sob a forma de 'Street Fighter - O Filme', a magnífica adaptação em anime que é tudo o que 'A Batalha Final' não consegue ser: dinâmico, fiel ao material original e, sobretudo, muito divertido. Quanto à 'bomba' de Van Damme, a mesma é divertida por razões totalmente opostas, mas pouco recomendável a maiores de dez anos (seja nos tempos que correm ou na altura da estreia do filme) ou a quem queira ver uma adaptação genuinamente boa do seu jogo de luta favorito, saldando-se ainda hoje como um dos mais frustrantes e desapontantes filmes dos anos 90, que terá, sem dúvida, 'estragado o Natal' a muitos fãs esperançosos ao 'aterrar' nas salas de cinema dois dias antes da festividade em causa, há quase exactos trinta anos.

24.12.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2024.
 
Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.
 
Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.
 
Já aqui anteriormente falámos dos concursos de talentos vocais infantis, um formato muito popular na última década do século XX, e que, em Portugal, ficava ligado sobretudo à época natalícia, altura em que era invariavelmente transmitido o 'Sequim d'Ouro', o clássico festival internacional com sede em Itália e que visava apurar o melhor mini-cantor do Mundo. Talvez por isso a SIC tenha escolhido, precisamente, a Véspera de Natal para lançar aquela que era, essencialmente, uma versão nacional desse tradicional certame, e que adoptava mesmo uma expressão italiana para a sua denominação.
 

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De facto, essa astúcia ao nível do 'timing' permitiu a 'Bravo Bravíssimo' encontrar de imediato um público mais do que receptivo logo a partir da estreia, há exactos trinta anos, na Consoada de 1994. Tão-pouco viria esse sucesso a diminuir a curto prazo - pelo contrário, 'Bravo Bravíssimo' viria a manter-se no ar durante nada menos do que oito anos (sobrevivendo, inclusivamente, à passagem do Milénio) sempre com um formato imutável, com Ana Marques e José Figueiras como apresentadores, e com níveis de adesão na casa dos milhares de crianças, todos com esperança de serem considerados as novas 'mini-estrelas' nacionais. O aspecto diferenciado em relação a 'Sequino d'Ouro' ficava por conta dos campos abrangidos e aceites no programa, que extrapolavam a música e o canto e se estendiam à dança e até mesmo à ginástica, dando assim oportunidade a que ainda mais crianças mostrassem os seus talentos ao País em geral. E a verdade é que, de entre os muitos nomes que passaram pelo programa ao longo dos seus oito anos, alguns viriam mesmo a tornar-se conhecidos do grande público num contexto mais geral e alargado, como é o caso do futuro vencedor do Festival da Eurovisão, Salvador Sobral, do fadista Ângelo Freire, ou do artista de dobragens Fernando Fernandes, ou FF.
 

 
De muitos outros, não reza necessariamente a História, mas mesmo esses terão tido, depreende-se, alguns benefícios a curto prazo resultantes da sua participação no programa, sobretudo se bem qualificados. E ainda que 'Bravo Bravíssimo' tenha, eventualmente, chegado ao fim natural do seu ciclo de vida - embora parecesse ainda ter algo a oferecer ao paradigma televisivo de inícios do século XXI - o legado que deixou ao fim de oito anos foi suficiente para o tornar um dos mais emblemáticos programas televisivos do seu tempo, e o cimentar como parte da memória nostálgica dos 'millennials' portugueses, que tinham a mesma idade dos concorrentes à altura da estreia e provavelmente sonhavam, como eles, poder ir à televisão mostrar os seus talentos 'ao Mundo'; para eles, aqui fica a recordação, por altura dos exactos trinta anos da primeira transmissão do programa.
 

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