31.07.24
A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.
Há exactos trinta e dois anos (que seriam trinta, não fossem os desfasamentos causados pelo COVID-19) desenrolavam-se em Espanha, na cidade de Barcelona, os Jogos Olímpicos de 1992; por essa mesma altura, era lançado nas livrarias portuguesas um álbum de banda desenhada cujo título deixava bem explícito o seu propósito, e justificava igualmente o 'timing' de lançamento por parte da casa editorial responsável, no caso as Edições Asa.
(Crédito da imagem: CustoJusto)
Da autoria dos franceses André Manguin (texto) e Robert Bressy (desenhos), 'História dos Jogos Olímpicos' oferecia uma versão 'enlatada' do percurso vivido pela competição desde a sua transição para um formato moderno, como o que hoje conhecemos, até à época de publicação original da história, em finais dos anos 70 – um limite já algo desactualizado à data de publicação (houvera já três Olimpíadas desde a criação da história) mas que permitia, ainda assim, oferecer uma perspectiva mais ou menos actualizada da evolução do certame ao longo dos anos. Havia, aliás, razões bastante pertinentes para tal intervalo temporal, já que a primeira publicação da banda desenhada em causa remetia, precisamente, a esse período, tendo a mesma sido apresentada aos leitores portugueses no 'Jornal da BD', ainda nos primeiros meses da década de 80, por ocasião dos Jogos desse ano. As causas da demora de mais de uma década até à edição em álbum perdem-se, infelizmente, nas 'brumas da memória', podendo esta história ter sido lançada num único volume logo nas Olimpíadas de 1984, ou mesmo nas de 1988.
Uma página da história.
Como diz o ditado, no entanto, 'mais vale tarde que nunca', e a verdade é que os aficionados de banda desenhada com interesse no evento desportivo em causa puderam, eventualmente, desfrutar deste agradável álbum, cujo argumento e desenhos apresentam um nível perfeitamente aceitável e expectável para este tipo de publicação sem grandes 'pressões' para vender, com a arte em particular a situar-se a meio caminho entre as escolas americana e franco-belga (ou não fossem os autores franceses). Um 'prato cheio', portanto, para os 'X' e 'millennials' fãs da competição, e que (àparte a capa 'do seu tempo') se 'aguenta' ainda relativamente bem no contexto actual, podendo constituir um presente interessante para os seus sucessores das gerações 'Z' e 'Alfa', sobretudo numa altura em que muitos deles acompanham em directo as diferentes provas do certame de Paris 2024.