23.04.21
Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.
E hoje vamos falar daquela que foi, durante alguns anos, talvez a mais popular marca de ‘sweatshirts’ entre a juventude portuguesa – a entretanto renascida No Fear.
Marca americana criada em 1989 e associada ao movimento ‘skater’ (como, aliás, o eram muitas das roupas favoritas dos jovens à época) a No Fear entrou em Portugal – e na consciência colectiva de toda uma geração – cerca de meia década depois, quando as lojas de desporto nacionais começaram a comercializar material da marca. Os vistosos desenhos e bombásticas mensagens que caracterizavam a maioria dos produtos tendiam a destacar-se de entre o material mais ou menos discreto normalmente encontrado neste tipo de estabelecimentos, não sendo, como tal, surpreendente que a marca tenha captado a atenção do público infantil e juvenil. Durante dois ou três anos, ali a meio da década, parecia que não havia criança nem adolescente que não tivesse pelo menos uma destas ‘sweats’, normalmente num dos modelos retratados abaixo, embora outros também fossem aceites.
Uma particularidade a ressalvar é que as ditas camisolas nem sempre eram exactamente iguais; uma podia, por exemplo, ter o texto e desenhos em tons de vermelho e bem gritantes, e outra ter um desenho igual, mas em tons de azul e mais esbatido ou baço. Ainda assim, este era um pormenor de somenos importância para as crianças, para quem eram mais importantes os desenhos ‘fixes’ e o factor ‘cool’ das camisolas - a que, aliás, estas imperfeições e individualidades inclusivamente ajudavam.
Não durou muito, no entanto, o estado de graça da No Fear entre os jovens portugueses; tão depressa quanto tinha surgido, a marca pareceu desaparecer dos pátios das escolas, substituída por outras, como a Quebra-Mar (que, aliás, também aparecerá nesta rubrica mais tarde ou mais cedo.) Ao mesmo tempo, as lojas também passaram a vender uma menor variedade de artigos, e a No Fear retirou-se, discretamente, de cena.
Recentemente, no entanto, a marca parece disposta a alterar o seu destino, tendo artigos da mesma surgido em certas lojas europeias, como a cadeia Sports Direct, do Reino Unido. E apesar deste regresso ter sido fugaz e primado pela discrição, não deixou de constituir uma afirmação por parte da No Fear – de que a marca não tinha morrido, e estava pronta para voltar em força, assim tivesse mercado.
Tal regresso parece, no entanto, improvável – apesar de, no actual mercado obcecado com a estética ‘retro’, a nostalgia e os produtos ‘vintage’, tudo ser possível. Até que um ressurgimento da No Fear tenha, efectivamente, lugar, no entanto, restam-nos as memórias daquelas camisolas ‘brutais’ que usávamos no quinto ano…
O que constitui uma transição perfeita para aquele parágrafo habitual, em que vos perguntamos a vossa opinião e memórias sobre esta marca. Tinham? Gostavam? Deste lado, não tínhamos, mas queríamos desesperadamente (e especificamente) o modelo acima representado com a imagem do buldogue. Nunca chegou a acontecer, infelizmente... E vocês? Têm histórias semelhantes? Façam jus à marca de que aqui se fala, e partilhem Sem Medo!