07.10.22
Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.
Desde o início desta rubrica, temos vindo a recordar artigos que marcaram época na moda infanto-juvenil e adolescente dos anos 90, das bolsinhas para trocos às 'sweats' da Gap, Quebramar, No Fear e Mad = Bad, camisas da Sacoor, fatos de treino de cores berrantes (ou daqueles com calças às riscas), blusões da Duffy, ou simples meias brancas com raquetes, entre muitos outros.; esta semana, chega a vez de abordar um item que, apesar de mais esquecido do que qualquer dos atrás mencionados (ou de outros aos quais chegaremos, como as calças Levi's) não deixou, ainda assim, de fazer sucesso entre o público feminino português (adolescente e não só) da primeira metade da década.
Falamos da clássica t-shirt dos dois 'anjinhos', lançada pela, até então, pouco expressiva marca italiana Fiorucci, e que teve sem dúvida papel preponderante na popularização da mesma junto das portuguesas, ainda que apenas temporariamente, já que, por alturas de meados da década, já ninguém vestia ou se lembrava desta peça. Ainda assim, apesar de significativamente menos intemporal do que qualquer dos artigos citados no início deste texto, esta camisola, cuja estampa se limitava a apresentar duas anjinhas querubins, uma loira e uma morena, por cima do nome da marca, não deixou de ter um impacto e popularidade consideráveis durante os seus 'cinco minutos de fama' – tanto assim que é possível, hoje em dia, encontrar diversas variações e variantes sobre o tema, tanto de responsabilidade da própria Fiorucci como, presumivelmente, de índole menos oficial (como se assume ser o caso daquela variação que mostra as duas anjinhas de óculos escuros, como que a tentar demonstrar a atitude 'radical' com a qual a última década do século XX é, ainda hoje, conotada.
E apesar de não haver muito mais a dizer sobre esta simples t-shirt de algodão estampada, hoje algo esquecida no contexto da moda portuguesa dos anos 90 (apesar de ainda ser comercializada em larga escala pela própria Fiorucci, talvez para tentar capitalizar sobre a actual propensão social para a nostalgia), a verdade é que a mesma acabou mesmo por marcar época entre certo segmento da sociedade portuguesa, merecendo por isso as breves linhas que lhe acabam de ser dedicadas.