30.01.23
Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.
Sendo um dos maiores e mais duradouros ícones da cultura popular infanto-juvenil e não só, não foi de todo estranho ver o agente secreto britânico James Bond servir de inspiração a um desenho animado durante a década em que tal tratamento era dado a toda e qualquer propriedade intelectual que agradasse aos mais novos; a surpresa, neste caso, prendeu-se com o facto de o referido programa não ser directamente alusivo ao próprio personagem (como acontecia, na mesma altura, com outro herói icónico, Rambo) mas sim a um seu familiar, criado propositadamente para protagonizar e dar nome à série.
Tratava-se de James Bond, Jr., o suposto sobrinho do verdadeiro 007 e que – como seria de esperar num conceito deste tipo – vivia versões apropriadas à idade das aventuras do tio, enfrentando o terrível cartel terrorista SCUM ao lado dos colegas da escola de espionagem Warfield, IQ e Gordo Leiter, respectivamente filhos de Q (o 'homem da tecnologia' de 007) e do colega de Bond, Felix Leiter – todos com visuais bem 'radicais', como convinha a qualquer adolescente televisivo dos anos 90.
Escusado será dizer que, à semelhança de outras séries do mesmo tipo (como o referido 'Rambo' ou o desenho animado de 'Highlander – Os Imortais') esta série pouca marca deixou aquando da sua passagem pelas televisões portuguesas, algures na década de 90. Apesar de os 65 episódios produzidos indicarem algum sucesso nos seus EUA natais, as aventuras do agente secreto júnior passaram quase despercebidas no nosso País, sendo inclusivamente difícil encontrar informação mais detalhada sobre canais e anos de tranmissão (e muito menos 'clips' ou episódios completos retirados da TV portuguesa), ao contrário do que sucede com séries como Dragon Ball Z ou Samurai X.
E a verdade é que o programa pouco mais merecia, não passando de uma série animada mediana, daquelas que se vêem se 'estiver a dar', mas que não fazem ninguém mudar de canal especificamente para as ver – e isto apesar da chancela da Metro-Goldwyn-Mayer... Em suma, no que toca a conquistar os corações das crianças e jovens portugueses (e não só), James Bond Jr foi significativamente menos bem sucedido do que o tio, provando que há certas missões que devem, mesmo, ser deixadas para os adultos...