18.10.21
Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.
Hoje em dia, os Anos 90 são infames na cultura 'pop' por terem sido a década, por excelência, dos desenhos animados 'fofinhos' – aqueles em que nunca ninguém se magoava, eram todos amigos e aprendiam juntos lições de vida, normalmente 'recicladas' de outros programas semelhantes. Este tipo de série era quase tão comum como os desenhos animados de acção, e tinha como fim expresso servir como antítese aos mesmos, a fim de tentar minorar o seu efeito entre a população jovem; e embora este objectivo nem sempre tivesse sido atingido, a verdade é que este tipo de desenho animado fazia sucesso suficiente para continuar a ser produzido, e exibido lado a lado com as Tartarugas Ninja e Moto-Ratos desta vida. E de entre os muitos (demasiados) exemplos deste fenómeno, destacam-se (pelo menos para as crianças portuguesas) dois: por um lado, os Ursinhos Carinhosos, de quem paulatinamente aqui falaremos, e por outro, o tema do post de hoje – os Pequenos Póneis.
Os leitores mais jovens que tenham acabado de ler a referência acima feita a desenhos animados dos Pequenos Póneis certamente estarão já a pensar na série contemporânea, que fez grande sucesso entre o público adolescente; no entanto, quem é mais velho certamente se terá lembrado, em primeira instância, da tentativa anterior de produzir uma série animada baseada no 'franchise', e que chegou a passar em Portugal na RTP2. E dado o tema deste nosso blog, é mesmo desta última que falaremos.
Lançada nos EUA em 1992, mas exibida no nosso país apenas três anos mais tarde, 'Histórias dos Pequenos Póneis' (no original, 'My Little Pony Tales') faz jus à descrição que acima fizemos deste tipo de série; todos os elementos estão presentes, das histórias inofensivas aos personagens sempre sorridentes e compreensivos – com excepção, claro está, dos póneis do sexo masculino, que correspondem exactamente ao estereótipo que o público-alvo associa ao mesmo, sendo jocosos e vagamente rufias para com as delico-doces meninas pónei, que nada fazem para justificar tal tratamento. Tudo, portanto, muito simplista, preto-no-branco, politicamente correcto, e muito, MUITO '90s'.
Ainda assim, talvez devido ao sucesso continuado e perpétuo dos brinquedos que tentava vender, a série ganhou tracção suficiente para justificar uma temporada inteira (13 episódios) e até um lançamento em DVD (pela Prisvídeo, quase 15 anos depois da emissão da série em Portugal!) – embora, admitidamente, o seu legado não passe muito daí. Hoje em dia, a série é quase risível de tão 'fofinha', embora seja de prever que não deixe de agradar à demografia equivalente àquela que a acompanhou nos anos 90, ou seja, raparigas em idade pré-escolar e primária – as mesmas que acompanharam, também, a série mais moderna. Para os mais velhos – potencialmente já pais dessas mesmas crianças – fica a memória, ainda que vaga, de uma série que se adorava ou com que se gozava (dependendo do sexo) e cujo elemento mais duradouro foi mesmo a música de abertura...