22.10.23
NOTA: Este post é respeitante a Sábado, 21 de Outubro de 2023.
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
De entre as Saídas de Sábado que, apesar de frequentes, nunca deixavam de causar alguma antecipação, a ida à tabacaria ou quiosque perde apenas para a ida ao café, jardim ou parque infantil em termos de memórias nostálgicas para a geração nascida e crescida em finais do século XX. De facto, apesar de não parecerem, à primeira vista, particularmente excitantes, estes estabelecimentos contavam com uma série de factores capazes de suscitar o entusiasmo dos mais pequenos durante a 'ronda de compras' diária ou semanal.
As tabacarias de moldes tradicionais ainda hoje existem um pouco por todo o País.
De facto, entrar num destes estabelecimentos (ou, no caso do quiosque, apenas aproximar-se) revelava de imediato uma verdadeira imensidão de opções, prontas a 'torturar' qualquer jovem munido da semanada ou mesada. Qual escolher – o mais recente número da revista de jogos ou de 'posters', ou a BD do costume? Um chupa-chupa, ou uma mão-cheia de pastilhas elásticas? Talvez umas quantas saquetas de cromos para a caderneta? As possibilidades eram ilimitadas, e o único ponto negativo era mesmo ter de escolher entre elas.
Mesmo para quem não ia 'apetrechado' com trocos no bolso, a ida à tabacaria dava sempre a possibilidade de sair da mesma com um dos referidos artigos, oferecido pelos adultos à laia de prémio de bom comportamento, ou apenas como recordação do passeio – o que, por sua vez, os tornava ainda mais memoráveis e apetecíveis, contribuindo para criar expectativas sobre uma Saída de Sábado que, sem parecer à primeira vista particularmente entusiasmante, acabava sempre por constituir um ponto alto do fim-de-semana comum do jovem noventista.
Hoje em dia, as tabacarias e quiosques, tal como a referida geração os conheceu, estão em vias de extinção, mais parecendo mini-mercados ou lojas de 'souvenirs' com algumas revistas e jornais desportivos à mistura; assim, é duvidoso que a actual geração sinta o mesmo 'frisson' da dos seus pais ao entrar num destes estabelecimentos – até porque, regra geral, possuem acesso digital a quase tudo o que lá se podia adquirir. Para quem viveu aquela época, no entanto, é possível que, ainda hoje, a visita a uma papelaria, tabacaria ou quiosque de moldes tradicionais faça, ainda, vir à tona alegres memórias de infância e adolescência..