12.11.22
As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais.
Esta sexta-feira, celebrou-se o feriado bem português do São Martinho, que fica marcado, de Norte a Sul do País, pelas tradicionais festas do magusto que em ambientes mais citadinos se resumem praticamente ao consumo de castanhas assadas (em tempos disponibilizadas pelos tradicionais vendedores de rua), mas que em povoações mais pequenas acarretam uma série de outros elementos que as tornam uma Saída de Sábado (ou antes, de qualquer dia em que se dê a festa) verdadeiramente memorável, para os mais novos e não só.
Nos anos 90, não era diferente, sendo as celebrações do magusto desse período muito semelhantes às actuais, ou às de décadas passadas, sendo esta, felizmente, daquelas tradições imunes a quaisquer avanços sociais ou tecnológicos – até pelo seu carácter bem presencial, com as famílias (e, por vezes, até grupos maiores, sobretudo nas aldeias, onde se trata de uma festa comunitária) a reunirem-se à volta da mesa ou de uma fogueira para conviver, comer as referidas castanhas e beber bebidas típicas da época (neste caso, mais os adultos que as crianças, dado o teor alcoólico da maioria dos acompanhamentos líquidos ligados à festa, dos quais se destaca o vinho novo.) Em certas partes do País, o magusto fica ainda ligado a tradições localizadas, como o 'furar das adegas' praticado nas Beiras, ou a matança do porco minhota.
Todos estes elementos – aliados aos que cada bairro ou povoação não deixava de adicionar à sua própria celebração – tornavam (e tornam) a noite de S. Martinho marcante para quem era (é) jovem e impressionável, sobretudo em ambientes menos urbanizados, onde as tradições eram, e continuam a ser, observadas a rigor - sendo que, para os citadinos, a data era, sobretudo, memorável pela oportunidade que oferecia de comer castanhas assadas na escola, muitas vezes no exterior, na companhia dos colegas de turma. Motivos mais que suficientes, portanto, para recordamos esta festa nas nossas páginas, e (espera-se) provocarmos nostalgia em todos aqueles que, em pequenos, as viveram....