05.08.23
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.
Um dos temas recorrentes deste nosso blog prende-se com a relação directa entre a simplicidade de um brinquedo ou produto e o seu potencial para diversão – um paradigma que ganha a sua máxima expressão com alguns dos brinquedos de exterior que faziam as delícias das crianças noventistas. De tubos que, ao serem girados, faziam eco a simples balões de hélio, passando pelas bisnagas, pelos martelinhos de borracha, pelas rodas e outros brinquedos de empurrar ou puxar, pelos baloiços artesanais ou pelas eternas bolas, são inúmeros os exemplos de produtos que, apesar de simples, eram também capazes de render momentos bem divertidos; e, a essa lista, há ainda que juntar o brinquedo de que falamos hoje, e que qualquer jovem crescido em finais do século XX imediatamente reconhecerá e recordará da sua infância.
Falamos dos cata-ventos, simples pedaços de plástico multi-colorido retorcidos numa configuração aerodinâmica e 'espetados' num pauzinho, também feito de plástico, pronto a absorverem qualquer aragem que lhes permitisse mostrar o seu 'truque': um efeito giratório que tirava o máximo partido das cores utilizadas, e que deixava deliciado qualquer pequeno da época – especialmente quando a referida aragem era combinada com um movimento rápido, de corrida, que fazia com que o efeito se realizasse com ainda maior velocidade, criando um padrão visualmente espectacular. A única preocupação era, pois, a possibilidade de apanhar vento em excesso, havendo, nesse caso, grandes probabilidades de o plástico ser arrancado do pauzinho e levado por uma rajada, acabando assim com o brinquedo. Mesmo esse caso era, no entanto, de somenos importância, já que os cata-ventos eram não só fáceis de encontrar, como também relativamente baratos, o que tornava simples encontrar um substituto em caso de 'desastre'.
Tal como muitos outros brinquedos e produtos de que aqui vimos falando, os cata-ventos inserem-se naquele grupo de distracções de finais do século XX que dificilmente interessarão às crianças do Novo Milénio, com a possível excepção das muito pequenas; de facto, seria mais provável ver membros da Geração Z a utilizar uma aplicação de telemóvel que simulasse um destes brinquedos do que a correr pelo jardim com um deles na mão; os seus 'antecessores' das gerações 'millennial' e X, no entanto, sabem o prazer único que dava sair à rua com um cata-vento num Sábado aos Saltos de Primavera ou Verão, e esperar que o vento fizesse a sua parte – um daqueles prazeres simples que, infelizmente, parecem cada vez mais perdidos no novo Mundo digital.