05.11.22
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.
Numa edição anterior desta rubrica, falámos dos carros telecomandados, um dos 'sonhos molhados' de qualquer rapaz dos anos 90 ao aproximar-se o Natal ou o seu aniversário. No entanto, por muito que este fosse um tipo de brinquedo para exibir o mais possível nos dias e semanas imediatamente após ser recebido, o mesmo não era, nem de longe, o mais frequentemente visto ou levado à rua nos passeios diários ou de fim-de-semana com os pais; essa distinção cabia a outro tipo de 'veículo' de exterior – aqueles aos quais bastava atar um fio de cordel para se poder puxar para todo o lado.
Exemplo moderno do tipo de brinquedo de que falamos neste 'post'
Maioritariamente destinados a ser usados por crianças mais novas, de ambos os sexos, estes brinquedos competiam com as também tradicionais rodas (sendo a única diferença o facto de as ditas serem empurradas à frente do corpo, enquanto os brinquedos com rodas eram maioritariamente puxados) bem como com os próprios carros telecomandados, dos quais havia versões simplificadas, que substituíam o complexo comando por um simples volante ou 'joystick' com um ou dois botões, e conectavam o mesmo ao carro por meio de um fio, que assegurava que o veículo se mantinha sempre a uma distância fixa da criança que o comandava. Escusado será dizer que esta alternativa 'júnior' aos populares Nikko era bastante menos apreciada entre os jovens da época (embora tivesse o seu público entre as crianças mais pequenas, para quem os carros R/C tradicionais se afiguravam excessivamente complexos) ficando a sua comercialização, normalmente, restrita a lojas de brinquedos ou drogarias de bairro, daquelas em que nunca se sabia muito bem exactamente DE ONDE vinham os artigos expostos, que não pareciam existir em mais parte nenhuma...
Exemplo bastante típico de um veículo (quase) telecomandado...
Os restantes brinquedos deste tipo, no entanto (que tanto podiam ser veículos como animais estilizados sobre rodas) faziam bastante sucesso entre o seu público-alvo, até por serem bem mais acessíveis – o jovem médio dos anos 90 apenas teria, com sorte, um ou dois carros telecomandados no armário, mas decerto não faltariam no mesmo camiões ou barcos com um cordel atado, que se pudessem levar 'de passeio' até ao parque infantil...
Hoje em dia, como tantas das outras coisas de que vimos falando nestas páginas, este tipo de brinquedo caiu em desuso – embora outros, como as bonecas, os peluches, as bolas ou os carrinhos de plástico ou metal, retenham o seu lugar no coração das crianças e jovens, tanto como há trinta anos atrás. Assim, já só a última geração a nascer e crescer no século XX lembrará o simples prazer de arrastar atrás de si, pela rua, um veículo ou animal de plástico, e ouvir o barulho das suas rodas à medida que o mesmo galgava quilómetros na calçada...