27.10.22
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
Nos anos 90, como hoje em dia, os jogos de cartas eram uma excelente forma de passar uma tarde bem divertida na companhia da família ou amigos; e apesar de alguns jogos serem estritamente para adultos, ou pelo menos adolescentes – casos da sueca e do póquer, que se aprendiam e continuam a aprender na mesa do bar da faculdade – outros tantos havia que eram próprios para 'todas as idades', desde os clássicos 'bisca' e 'burro' até ao 'peixinho' ou ao sempre aliciante 'jogo do polícia e ladrão', entre outros. E se estes jogos já eram divertidos jogados com um baralho 'normal' – sem muito que ver além do desenho invariavelmente 'caprichado' dos dois Jokers – ainda muito melhores se tornavam quando o baralho em causa substituía o referido Joker, e ainda os habituais reis, rainhas e valetes, com personagens de uma propriedade intelectual daquelas que atravessam gerações, nunca deixando de ser relevantes para as crianças e jovens, independentemente da época em que vivam.
A variante aqui mostrada é a de fundo vermelho, sendo que havia também uma variante que trocava a colocação das cores vermelha e verde na imagem de 'capa'. (Crédito da foto: Etsy)
Era, precisamente, esse o caso com o baralho de cartas da Eurodisney, lançado para coincidir com a abertura daquele espaço mítico para as crianças da época (em 1992) e que, além de trazer o Rato Mickey no verso de todas as cartas, onde normalmente estaria um desenho tipo 'mandala' ou um padrão de losangos, o colocava ainda no papel de rei do baralho, com a namorada Minnie, inevitavelmente, como rainha, e o 'melhor inimigo' Pato Donald a fazer as vezes de valete, dando aos jovens jogadores algo mais interessante do que as habituais figuras para que olhar enquanto esperavam a sua vez – algo que nem mesmo os também populares baralhos promocionais (com uma qualquer marca no verso das cartas) logravam fazer.
Escusado será dizer que este pequeno toque, e a associação a alguns dos mais populares personagens de BD da Disney e ao seu ultra-popular parque de diversões em França, foi suficiente para tornar este baralho num retumbante sucesso, daqueles que se levavam dentro do estojo ou da pasta para a escola, a fim de mostrar aos amigos e de ensaiar umas 'jogatanas' no recreio. Infelizmente, a sua ligação à Eurodisney relegou, também, este baralho à condição de 'produto de época', cujo interesse se esbateu um pouco à medida que o parque foi perdendo a sua popularidade inicial (para além de ter sido, ao longo dos tempos, substituído por outras versões, de grafismo mais actualizado); ainda assim, quem, à época, teve este primeiro baralho com Mickey e companhia – quer na sua versão de fundo verde, quer na variante com fundo vermelho - certamente ainda hoje o recorda, e - quem sabe - talvez até o continue a escolher sobre todos os outros baralhos na altura de organizar umas partidas com a família...