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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

08.07.22

NOTA: Este post é correspondente a Quinta-feira, 08 de Julho de 2022.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

O fascínio que as canetas 'invulgares' exerceram (exercem?) sobre as crianças e jovens de uma certa idade é um fenómeno tão inexplicável como inegável, como qualquer pessoa que tenha crescido nos finais do século XX e inícios do seguinte certamente atestará. De facto, essa era da História parece ter sido particularmente prolífera em instrumentos de escrita que, mais do que apenas oferecer cores ou efeitos fora do comum (como as sempre populares canetas 'brilhantes') eram verdadeiros exemplos de inovação num campo que tende a ter como principais valores a simplicidade e a consistência.

O exemplo mais comummente recordado deste fenómeno eram (são) as famosas canetas multicores, em que a pressão numa das muitas patilhas localizadas em torno do instrumento activava a ponta da respectiva cor; no entanto, a década a que este blog diz respeito viu, ainda, nascer (e morrer) outro tipo de caneta, ainda mais invulgar e entusiasmante do que estas – as canetas vibratórias.

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Metade instrumento de escrita, metade curiosidade semi-carnavalesca (e, suspeitamos, capazes de suscitar polémica se comercializadas nos dias de hoje) estas canetas destacavam-se, sobretudo, pela função que lhes dava nome – nomeadamente, a possibilidade de, após inserida a quantidade correspondente de pilhas, activar uma função vibratória, que fazia tremer tanto a caneta como a mão de quem a empunhava, resultando em linhas, invariavelmente, tortas e repletas de 'zigue-zagues', a fazer lembrar um detector de mentiras ou monitor de pulsação cardíaca. Ao mesmo tempo, no entanto, o instrumento permitia um certo grau de controlo mesmo após activada esta função, o que permitia criar propositadamente linhas irregulares, transformando o que poderia ser um elemento causador de frustração no oposto – uma fonte de diversão para o utilizador da caneta.

Tal como tantos outros produtos de que falamos nestas páginas, as canetas vibratórias desapareceram tão celeremente como haviam surgido, não obstante a substancial popularidade de que gozavam como 'quinquilharia' de estojo de lápis – facto que talvez esteja ligado à predisposição por parte das crianças da época para as usarem como um autêntico (e, muitas vezes, único) objecto de escrita, sem que, ao mesmo tempo, fossem capazes de resistir à tentação de activar o seu 'efeito especial'...

Qualquer que tenha sido a razão por detrás da sua 'extinção' enquanto instrumento integrante dos estojos escolares infantis (apesar de, aparentemente, ainda serem comercializadas), é inegável que estas canetas marcaram quem com elas conviveu, e teve o privilégio de alguma vez as utilizar, justificando plenamente um lugar no pódio das 'quinquilharias' deste nosso blog.

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