06.09.24
NOTA: Este post é respeitante a Quinta-feira, 05 de Setembro de 2024.
Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.
Já aqui por várias vezes foi mencionado o estatuto da série de 'anime' Dragon Ball Z como maior 'febre de recreio' de sempre em Portugal, tendo o lendário desenho animado sido, inclusivamente, tema do primeiro post mais 'a sério' neste nosso 'blog'. E porque, no Verão que acaba de findar, Son Goku e os seus amigos parecem estar novamente 'em alta' entre a juventude portuguesa e não só (com artigos de 'merchandising' alusivos à série disponíveis em várias lojas e grandes superfícies) nada melhor do que viajar, mais uma vez, até ao tempo em que a série 'invadia' pela primeira vez os ecrãs de televisão da juventude noventista lusitana, e criava um 'monstro' de 'merchandising' desde então raramente repetido. Absolutamente tudo o que tivesse sequer a mais ténue ligação a 'Dragon Ball Z' se tornava um sucesso imediato – de t-shirts piratas a figuras de acção ou até discos de 'europop' manhosa– pelo que não é de espantar que, em plena era dos 'brindes das batatas fritas e do Bollycao', as 'suspeitas do costume' – Matutano, Panrico e Cuétara – tivessem centrado várias das suas icónicas promoções em torno dos personagens de Akira Toriyama. De alguns desses brindes, já aqui falámos em outras ocasiões; chega, agora, a altura de juntar mais um produto a essa crescente lista, no caso as 'Mission Cards' da Cuétara.
Lançadas, presumivelmente, no auge da 'febre' (ou seja, entre os anos de 1996 e 1998) estas cartas mais não eram do que falsos cartões de identidade, algures entre o cartão da escola e aqueles que, por vezes, eram oferecidos promocionalmente por companhias com foco infanto-juvenil, mas com uma temática de 'missão', que as inseria também um pouco no Mundo do 'role-play'. Cada carta trazia, na frente, um personagem da série, e a respectiva missão, dividida em causa e objectivo, enquanto as costas apresentavam uma 'ficha de identidade' para preencher, quer com os dados da própria criança ou jovem, quer com aqueles que se supunham serem o do herói retratado. Era, assim, possível 'inventar' uma comida ou grupo musical favoritos para Son Goku, Vegeta e restantes heróis, num aspecto que, apesar de totalmente irrelevante, não deixava ainda assim de apelar à fértil imaginação dos 'millennials' portugueses, ainda não totalmente extinta pela chegada da era digital.
Frentes e versos de uma colecção completa.
Um brinde que, apesar de à primeira vista nada ter de especial, tinha na licença um enormíssimo trunfo, o qual não impediu, no entanto, que o mesmo seja menos lembrado do que outros congéneres e contemporâneos, como as figuras tridimensionais ou as cartas Energy Attack, ambas da Panrico. Ainda assim, à época de lançamento, estes brindes terão, sem dúvida, 'enchido as medidas' ao público-alvo – o que, bem vistas as coisas, acaba por ser a única coisa que se exige a uma colecção deste tipo...