08.04.21
Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.
E se numa outra quinta-feira falámos aqui dos Tazos (e em futuras quintas-feiras falaremos dos Matutolas, Pega-Monstros, Caveiras Luminosas e outras promoções memoráveis), hoje falamos da gama de ‘snacks’ nos quais estes e outros brindes podiam ser adquiridos: as batatas fritas Matutano.
Antes de mais nada, sim – temos plena consciência de que (quase) todas as batatas fritas de que falaremos neste post ainda existem. Mas também não há como negar que estas ‘bombas’ salgadas marcaram a infância de qualquer criança dos anos 90, e que foi também nessa década que a Matutano engendrou algumas das suas melhores promoções de sempre; com isso em mente, um post em homenagem a estes ‘snacks’ afigura-se mais que merecido.
A gama de ‘snacks’ à base de batata da Matutano dividia-se em cinco grandes categorias:
- As batatas Ruffles eram as mais populares, pelo menos entre os mais novos. Com um característico visual ‘encarquilhado’ e maior teor de sal do que as batatas da gama Lay’s, estes deliciosos mas muito pouco saudáveis fritos eram disponibilizados em vários sabores, do qual o ‘normal’ era o mais frequentemente consumido pela maioria das crianças. Outros havia que escolhiam um dos sabores de carne – e APENAS um – como o seu favorito, não tendo a noção (ou a coragem de admitir) que todos eles sabiam, mais ou menos, ao mesmo, tendo todos um também característico travo picante. Fosse qual fosse o sabor favorito, o certo é que a preferência da miudagem ia mesmo para as Ruffles, que seriam talvez um dos items mais vendidos em cafés e bares de escolas e clubes por esse Portugal fora.
- Lisas e sem tanta ‘piada’ (talvez por terem menos sal) as Lay’s eram vistas como a batata mais ‘para adultos’, por comparação com as Ruffles. Isto apesar de, em 1998, terem gerado um dos anúncios mais ‘meméticos’ de sempre em Portugal, numa altura em que o termo ‘meme’ ainda nem existia.
'O que é que se diz à senhora...?'
Mesmo com este veículo de exposição ao sempre volúvel público mais novo, no entanto, as Lay’s sempre foram a ‘segunda escolha’ da miudagem no que toca a ‘snacks’ de batata, aqueles que se comiam apenas se não houvesse mais nenhum de que se gostasse - e se neste ‘ranking’ se incluirem também os de milho, a situação fica ainda mais desnivelada.
E por falar em snacks de milho…
- Com uma das mascotes mais reconhecíveis do início dos anos 90, os Cheetos fizeram um sucesso estrondoso entre a criançada, levando a Matutano a lançar mais e mais sabores e variantes no mercado nacional – das quais a mais memorável talvez fossem as ‘Futebolas’, em formato de bolas de futebol. Com o tradicional gosto a milho ‘processado’ e a cobertura alaranjada que ficava nos dedos (e em tudo o mais em que se tocasse), estes ‘snacks’ eram feitos à medida para deliciar as crianças e irritar os pais, que tinham que limpar cada superfície em que a criança tocasse enquanto os comia – ou até depois de os comer. Um previsível sucesso de vendas, portanto.
- Os Doritos apareceram mais tarde no mercado, mas ainda foram a tempo de fazer sucesso, com o seu sabor próximo das ‘tortilla chips’ americanas. Como bonus, neste caso, as variantes tinham MESMO sabores distintos…
Destes, nem existem imagens 'de época', pelo menos de Portugal e sem marca de água...
- Os ‘outros’. Fritos e 3D’s não se encaixavam exactamente em nenhuma das ‘gamas’ da marca, sendo ‘lobos solitários’ no catálogo da Matutano da época. Ambos eram (e são) deliciosos, embora os ‘putos’ fossem mais atraídos pelo visual único dos 3D’s do que pelas mais tradicionais tiras dos Fritos.
Como dissemos no início do post, todas estas gamas se encontram ainda disponíveis, e algumas até expandidas em relação àqueles tempos; no entanto, sem as promoções e brindes apelativos, e o contexto sócio-cultural e temporal de ser criança e fazer esse tipo de coleccionismo, tudo o que fica são uns aperitivos industriais processados, com sal a mais, e maus para a saúde. O que não constitui necessariamente, bem entendido, um fator impeditivo à sua compra; só é pena que a ‘magia’ e antecipação que derivavam de comprar um pacote aos dez anos não se mantenha até à vida adulta. Enfim, restará sempre a nostalgia…
E por falar em nostalgia, sentem-na em relação às batatas Matutano? Continuam a comê-las hoje? Qual a vossa favorita? Partilhem as vossas opiniões nos comentários!