09.02.22
Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog...
...como é o caso dos autocolantes para pôr no carro.
Aproveitando a deixa de termos, no nosso último post, falado do Vitinho – o qual, entre outras coisas, fez 'carreira' como protagonista de autocolantes 'Bebé a Bordo' – nada melhor do que dedicar todo um post à enorme variedade de autocolantes que pululavam nos vidros e partes traseiras dos carros portugueses durante as décadas de 80, 90 e 2000.
Todos os vimos, todos nos lembramos deles, e até haverá decerto quem os tenha tido no seu próprio carro– fosse qual fosse o propósito (informativo ou meramente decorativo), estes autocolantes eram visão comum em qualquer passeio por uma rua portuguesa durante o referido período, indo os seus motivos e temas desde a publicidade a estações de rádio ou discotecas (esta última responsável pelos dois mais famosos exemplos do género, a famosa silhueta da Penélope e o autocolante da algarvia Kadoc) aos referidos autocolantes destinados a informar os outros condutores da presença de crianças no veículo, passando pelo igualmente emblemático 'P' de Portugal (obrigatório para quem viajava para o estrangeiro) ou por símbolos instantanemente reconhecíveis, como o coelhinho da Playboy ou a língua dos Rolling Stones.
Talvez o mais famoso autocolante para automóvel daquela época
Em comum, todos estes autocolantes tinham o facto de terem de ser colados no vidro do automóvel 'ao contrário' – ou seja, pelo lado de dentro e com o desenho 'de costas' para quem colava – o que, só por si, já os tornava motivo de interesse para quem estava habituado aos mais vulgares cromos ou 'stickers', colados de fora para dentro. Já para quem passava, estes dísticos atraíam inevitavelmente o olhar, tanto pela sua localização inusitada como pelos esquemas de cores vivos, quase berrantes, que normalmente empregavam.
Hoje em dia, já é muito pouco comum ver autocolantes destes em carros. O 'Bebé a Bordo' continua a existir, claro (visto não terem deixado de haver os referidos bebés a bordo), mas mesmo esse tipo de sinais é, hoje, bem mais discreto do que o era naquela época; já os restantes tipos de autocolante praticamente desapareceram de circulação, embora ainda se veja, aqui e ali, um símbolo da FPF ou coisa parecida. Uma rápida pesquisa pela net, no entanto, revela que estes autocolantes deixaram mesmo saudades, pelo que uma onda revivalista relativa aos mesmos talvez já não esteja assim tão longe...