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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

17.01.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

O racismo, a xenofobia e o medo do 'outro' têm sido, desde tempos imemoriais, um dos principais males da sociedade ocidental – e o passar do tempo apenas parece, estranhamente, agravar o problema. Assim, não é de estranhar que as instituições das principais nações ocidentais venham, desde há décadas, a tentar mudar as mentalidades, sobretudo no respeitante às camadas populacionais mais jovens e, como tal, mais susceptíveis a uma mudança de mentalidade ou a um 'desvio' para uma forma menos intolerante de ver o Mundo.

Enquanto país acolhedor de elevados volumes de imigrantes dos PALOP, da China, da Ucrânia e – mais recentemente – dos países do Sudoeste Asiático, Portugal jamais poderia ser excepção a qualquer destas regras, pelo que é sem surpresas que verificamos ter existido pelo menos um veículo de promoção da tolerância entre os jovens na História recente de Portugal. Numa altura em que as tensões raciais se fazem, novamente, sentir no nosso País, nada melhor, portanto, do que 'repescar' esse tomo de 1998, em que a Comissão Europeia procurava fazer ver aos jovens das gerações 'X' e 'millennial' que o multi-culturalismo era algo a ser louvado e encorajado, por oposição a temido.

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Sob o nada subtil título de 'Racista, Eu?!', o volume institucional publicado em Junho de 1998 (mesmo a tempo para o início, no nosso País, de um dos maiores eventos celebratórios do multi-culturalismo de finais do século XX) trazia uma série de vinhetas nas quais diferentes grupos de personagens aprendiam a aceitar as suas diferenças e a viver com os aspectos que menos lhes agradavam, tanto em si mesmos como na sociedade, e que procuravam enfatizar o modo como o racismo e a xenofobia se podem entranhar na consciência colectiva, e afectar até mesmo quem não considera ter esses defeitos (daí o título).

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Uma das vinhetas incluídas no volume.

Essa mensagem era, por sua vez, passada com recurso a desenhos originais e extremamente cuidados – a fazer lembrar o estilo franco-belga, ou não tivesse a Comissão Europeia sede em Estrasburgo – e argumentos que, embora pouco subtis, eram no entanto hábeis na transmissão dos valores em causa, para um resultado final acima da média para um produto de BD institucional, sobretudo da época em causa, e que ainda hoje permanecem perfeitamente actuais, como aliás se pode comprovar neste link, que reproduz a revista na sua íntegra. E se, por si só, esta iniciativa não foi suficiente para mitigar o racismo entre as gerações (então) mais novas de cidadãos portugueses, a mesma deve, ainda assim, ser saudada como uma tentativa perfeitamente válida e legítima de abordar, de forma ao mesmo tempo séria e divertida, um dos maiores flagelos da sociedade ocidental actual.

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