31.10.21
Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.
O fim dos anos 89 e início da década seguinte viu despontar no mercado infanto-juvenil uma tendência, algo insólita, para figuras moldadas em borracha monocromática e de dimensões extremamente reduzidas. A primeira linha deste tipo a obter sucesso (ainda que nem tanto em Portugal) foram os lutadores de M.U.S.C.L.E., os quais – com os seus modelos baseados em minotauros ou em forma de mão – acabaram por abrir caminho à linha de que falamos hoje: Monsters in My Pocket.
Algumas das figuras da linha
Lançada pela Matchbox – sim, a dos carrinhos – mesmo no dealbar da década de 90, esta linha de figuras seguia exactamente o mesmo princípio de M.U.S.C.L.E., mas substituindo o tema inspirado na luta-livre daquela série por outro baseado nos monstros clássicos, tanto da mitologia como do cinema. Frankenstein e Drácula conviviam, assim, lado a lado com figuras baseadas na mitologia grega, como a Hidra ou a Medusa, para além de alguns monstros mais 'genéricos' e sem qualquer filiação especial, mas ainda assim muito bem desenhados e moldados, fazendo jus à reputação da Matchbox como fabricante de brinquedos de qualidade.
Também a mecânica de jogo – sim, estas figuras eram criadas para servir como instrumentos de jogo – era semelhante à de M.U.S.C.L.E., com cada figura a ter impresso nas costas um número, correspondente ao seu 'poder'; a vertente competitiva consistia em pôr frente a frente duas figuras e comparar os respectivos números, ganhando – previsivelmente – o jogador que tivesse o número maior. Um processo tão simples que mal contava como 'jogo', mas que era ainda assim suficiente para cativar o público-alvo de rapazes pré-adolescentes, sempre dispostos a 'medir forças' seja sob que pretexto fôr.
Como seria de esperar para qualquer linha infanto-juvenil de sucesso nos anos 90, Monsters in My Pocket (que, estranhamente, nunca viu o seu nome traduzido para português) teve direito a uma série de itens de 'merchandise', dos mais bizarros (um jogo para a Nintendo original, ou NES) aos mais previsíveis, como a obrigatória caderneta de cromos da Panini.
A inevitável caderneta da Panini
Apesar de tudo, no entanto, a 'febre' das figuras em miniatura em Portugal foi algo menor do que noutros países (incluindo a vizinha Espanha) tendo esta linha, como as suas congéneres, sido algo ofuscada por outras ofertas da altura, como os Pega-Monstro; ainda assim, a mesma afirmou-se como suficientemente memorável para merecer uma menção nas páginas deste nosso blog, ainda que sómente no contexto de um Especial Halloween...