05.03.23
Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.
Qualquer adulto que recorde os seus tempos de criança ou adolescente – independentemente de quando os mesmos tenham tido lugar - dará por si, certamente, a ponderar a razão de ser exacta de algumas das modas e 'febres' em que participou durante esse período da sua vida. Os anos 90 não foram, de todo, excepção a esta regra, antes pelo contrário: das meias brancas de raquetes aos Tamagotchis, são inúmeros os exemplos de produtos que, tendo feito furor na 'sua' altura, causam hoje alguma perplexidade quanto à razão do seu sucesso.
A esta lista, há ainda que juntar o tema do Domingo Divertido desta semana – aquelas flores dançarinas a pilhas que, a dada altura em meados da última década do século XX, se tornaram 'O' produto a ter no quarto para a esmagadoria maioria das crianças portuguesas.
Baseadas num conceito tão simples quanto apelativo – quando ligadas, reagiam à presença de qualquer som próximo, 'dançando' sobre a sua base e movendo os estames para simular o canto – estes brinquedos fizeram, aquando da sua chegada a Portugal, as delícias da geração 'millennial', rapidamente se tornando um daqueles produtos cobiçados que acabavam sempre por ser incluídos nas listas de presentes de anos ou Natal desejados, como complemento aos brinquedos e jogos 'maiores'.
A verdade, no entanto, é que estes produtos acabavam por constituir uma 'faca de dois gumes', já que, apesar de inicialmente incitarem à produção de barulho o mais frequentemente possível (fosse através de música ou apenas algo como palmas) rapidamente se revelavam DEMASIADO sensiveis, reagindo ao mais ínfimo barulho 'acidental' – como voz ou pancadas – ao ponto de se tornarem vagamente irritantes, e acabarem desligadas ao fim de algum tempo.
Ainda assim, mesmo desligadas ou sem pilhas, estas flores constituíam ainda assim um artigo decorativo perfeitamente válido para um quarto infanto-juvenil, e deixavam sempre a possibilidade de voltarem a ser ligadas para impressionar um amigo que estivesse de visita, ou qnando a vontade de as ver 'gingar' ao som de música voltasse a 'bater'. E apesar de hoje parecerem perfeitamente pitorescas junto das bonecas e carrinhos com conectividade Bluetooth e jogos na app, a verdade é que estes brinquedos tiveram a sua época, e conseguiram sucesso considerável no contexto da mesma, deixando boas memórias àqueles que com elas contactaram – no fundo, o objectivo básico para que qualquer produto ou serviço possa ser considerado bem-sucedido...