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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

05.07.21

NOTA: Este post é correspondente a Domingo, 4 de Julho de 2021.

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

(NOTA 2: Este post é dedicado à Maria Ana, que sugeriu o tema logo no início da vida deste blog.)

A Barbie foi, de longe, o brinquedo ‘de menina’ mais popular da década de 90 (e da maioria das outras décadas); esse facto é difícil de contestar ou negar. No entanto, tal como também aconteceu nas referidas outras décadas, houve, no ‘nosso tempo’, algumas linhas que procuraram usurpar o trono da loira platinada – e quase conseguiram.

Uma das principais ameaças à boneca da Mattel durante este período, pelo menos em Portugal, veio, curiosamente, da própria casa-mãe  - tratavam-se das ‘casinhas’ em miniatura da colecção Polly Pocket, uma linha de brinquedos que cai precisamente a meio caminho entre esta secção e as Quintas de Quinquilharia, por motivos que passaremos a explicar.

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Um dos conjuntos maiores da linha

Lançada em 1989 pela Mattel em parceria com a britânica Bluebird Toys, e distribuída em Portugal pela Concentra, a linha Polly Pocket tinha um conceito tão simples quanto atraente, apresentando pequenas casinhas de bonecas em forma de cofre ou estojo, habitadas por figuras absolutamente microscópicas, e que as crianças poderiam carregar consigo no bolso ou na mochila da escola (daí a intersecção com a secção de Quinquilharias). E embora o risco de perder uma das bonecas fosse elevado, era precisamente isso que muitas jovens faziam, aproveitando o conceito e dimensões do brinquedo para o levarem consigo para a escola, em passeios, ou de férias, algo que nem sempre era possível com as mais volumosas Barbies, ou com o outro grande ‘companheiro’ das raparigas daquela época, o Nenuco (de que, aliás, também falaremos dentro em breve). A Polly Pocket afirmava-se, assim, como um sucesso de vendas, simplesmente por aproveitar e preencher um ‘gap’ de mercado que muitos talvez nem soubessem que existia até ao aparecimento desta linha.

O sucesso de Polly Pocket (que se manteve mesmo depois de a linha ter sido repensada em maiores dimensões, em 1998) não se limitou ao conceito original; como muitas outras propriedades do agrado das crianças ao longo das décadas, a mini-boneca da Mattel rapidamente viu surgir ‘merchandising’ com o seu nome que pouco tinha a ver com o intuito dos brinquedos e acessórios existentes. E embora muitos destes produtos só viessem a ser lançados na década seguinte (na qual Polly surgiria também, pela primeira vez, em versão animada), os anos 90 viram ainda surgir um – um jogo LCD (!), lançado pela inevitável Tiger em 1994, e simplesmente intitulado ‘Electronic Polly Pocket’.

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O jogo electrónico da boneca, lançado em 1994

Surpreendentemente, a popularidade da linha Polly Pocket manteve-se em alta até aos dias de hoje, mesmo tendo sofrido uma quebra em finais da década de 2000, devido a medos por parte de muitos pais relativos ao tamanho das peças e acessórios da linha. Ainda assim, a boneca conseguiu recuperar admiravelmente, e – com a ajuda de uma série animada ao mais puro estilo ‘Bratz’ ou ‘Winx Club’ – manter-se relevante junto do público-alvo numa era em que brinquedos tradicionais como este competem com inúmeras distracções digitais, à partida, bem mais atraentes.

Abertura da série animada dos anos 2010

Tal como a propria Barbie, no entanto, Polly Pocket e companhia parecem ‘estar aí para as curvas’; resta saber se essa tendência se manterá nesta nova década que se inicia. Certo, por agora, é que, para quem foi criança nos anos 90, a memória de brincar com esta linha de bonecas única ainda perdura - e, decerto, as músicas estupidamente 'catchy' dos anúncios da época também...

30 anos depois, ainda nos lembrávamos da letra na íntegra...

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