26.11.22
Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.
Já aqui anteriormente mencionámos como o futebol de rua continua a ser, potencialmente, a mais intemporal de todas as brincadeiras, transitando celeremente de uma geração para a seguinte sem que a sua forma, conteúdo ou regras se alterem grandemente. E se, em tempos de Mundial, muitas crianças (tanto dos anos 90 como da actualidade) terão tirado do armário a sua bola de futebol de bandeiras para brincar com os amigos da rua ou da escola, muitas outras terão, certamente, preferido a boa e velha bola de borracha.
Imutável há décadas, e presumivelmente por mais algumas - a boa e velha bola de borracha vermelha.
Outro daqueles objectos que se mantém relativamente inalterado ao longo das décadas, séculos e milénios (as que têm desenhos alusivos a propriedades intelectuais são, naturalmente, alvo de actualização, mas as 'clássicas' vermelhas e verdes continuam iguais ao que sempre foram) as bolas de borracha tinham, para uma criança daquele tempo - e, presume-se, também de agora - um objectivo algo distinto das suas congéneres forradas a cabedal e de aspecto oficial, dificilmente send usadas para jogos propriamente ditos, a não ser à falta de melhor; em contrapartida, as mesmas afirmavam-se como primeira escolha para qualquer jogo que não pedisse um tipo especial de bola ou, simplesmente, para 'dar uns chutos' no jardim com os familiares ou um ou dois amigos num Sábado aos Saltos.
Isto porque as 'vermelhas e verdes' colmatavam as suas desvantagens aparentes em relação a outros tipos de bola (nomeadamente o facto de serem muito mais sensíveis a brisas e ventos, tornando cada passe pelo ar num exercício de fé) com um maior grau de versatilidade e um muito menor nível de dor em caso de 'colisão' acidental ou propositada, o que as tornava favoritas para jogos que envolviam contacto físico, como o 'mata' – afinal, era muito menos doloroso ser atingido por uma bola de borracha leve do que por uma de futebol, vólei ou basquete! O preço bastante atractivo, e o facto de estarem disponíveis em qualquer drogaria de bairro – por aqui, compraram-se muitas na loja mesmo ao lado da escola – ajudava a compôr o leque de pontos positivos deste tipo de bola, e a assegurar que as mesmas se tornavam parte integrante da infância e juventude de várias gerações de crianças portuguesas-
Conforme mencionámos no início deste texto, o tipo de bola em análise neste post ainda hoje se encontra disponível em qualquer loja de bairro, e até em alguns estabelecimentos maiores, exactamente nos mesmos moldes que tinha nos anos 90, afirmando-se como um dos cada vez menos numerosos pontos de ligação entre essa década e a actual; razão mais que suficiente para lhes dedicarmos algumas linhas este Sábado, e para quaisquer pais que se lembrem de jogar com elas em pequenos se dirigirem ao 'chinês' mais próximo e adquirirem uma para os seus filhos...