10.10.21
Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.
Qualquer criança dos anos 90 – sobretudo do sexo masculino – terá vivas recordações daquele período de um ou dois anos, durante a sua infância, em que cultivou uma verdadeira obsessão por dinossauros. Já de si ‘feitos à medida’ para agradar à demografia em causa, estes misteriosos monstros pré-históricos foram, em meados dos anos 90, alvo de renovado interesse por parte do público infanto-juvenil ocidental, como conseguência da estreia do filme ‘Parque Jurássico’, um dos maiores sucessos de bilheteira da década e ainda hoje visto como um clássico dos filmes de aventura para toda a família. Como seria de esperar, Portugal também não escapou a esta ‘febre’, e era raro o jovem do sexo masculino abaixo dos 13-14 anos que , durante os dois anos posteriores à estreia do filme em Portugal, não tivesse entre a sua colecção de ‘bonecos’ pelo menos uma réplica em borracha de uma qualquer espécie de dinossauro, fosse ele um dos muito desejáveis predadores mostrados no filme de Spielberg, ou uma mais pacata (mas não menos fascinante) espécie herbívora.
Exemplos típicos e comuns deste tipo de brinquedo
À semelhança da maioria dos produtos de que aqui falamos, também estes dinossauros em miniatura tinham padrões de qualidade manifestamente distintos, indo desde nacos de plástico vagamente em forma de dinossauro até àquilo que, à época, se criam ser réplicas anatomicamente correctas das principais espécies pré-históricas (e que hoje se sabe estarem tão erradas como os modelos genéricos com os quais na altura competiam.) Como seria de esperar, estes últimos eram bastante mais desejados e pretendidos do que os seus congéneres menos cuidados, mas a verdade é que a ‘febre’ era tal que qualquer brinquedo (ou antes, produto) vagamente alusivo e ligado à temática dos dinossauros encontraria quase garantidamente o seu público.
Hoje em dia, com a saga ‘Parque Jurássico’ renascida como ‘Mundo Jurássico’ e novos avanços científicos a pintarem os dinossauros como pássaros gigantes (por oposição à natureza reptiliana que se lhes atribuía nos anos 90) é de crer que estes monstros pré-históricos continuem a capturar a imaginação das crianças de uma certa idade. Infelizmente, no entanto, as réplicas em miniatura deixaram praticamente de existir no ‘mundo real’, sendo que a maioria dos brinquedos ‘dinossáuricos’ de hoje apresentam características mecânicas, ao estilo ‘Transformer’; os ‘bonecos’ de dinossauros recriados em minucioso detalhe e com pretensões a realismo, com que todos brincámos, praticamente desapareceram, deixando como único rasto a memória daqueles que viveram e participaram da sua época áurea. Um daqueles casos em que vale a pena pedir que quem tenha filhos lhes mostre esses brinquedos da nossa infância, a fim de evitar que os mesmos se percam para sempre…