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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

31.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Domingo, 30 de Março de 2025.

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

A passagem de um jogador talentoso de um clube de média dimensão para um de maior nomeada é comum ao ponto de ser um passo esperado na carreira de qualquer atleta; menos habitual, no entanto, é ver um futebolista fazer o percurso inverso, dando um 'passo atrás' enquanto ainda vive o auge da carreira. Não sendo de todo inaudita, esta situação prima pela raridade, o que torna ainda mais surpreendente constatar que um dos seus mais famosos exemplos teve lugar em Portugal, na década de 1990.

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Isto porque, ao assinar pelo Benfica no Verão de 1997 (em plena 'era Graeme Souness') o checo Karel Poborsky trazia já honras de campeão checoslovaco (pelo Slavia Praga) e inglês (pelo Manchester United de Alex Ferguson), bem como de semi-finalista da Taça UEFA e da Liga dos Campeões (pelos mesmos clubes, respectivamente) e de internacional indiscutível do seu país, tendo inclusivamente sido 'carrasco' de Portugal no icónico Euro '96, ao marcar o único golo do jogo dos quartos-de-final, uma 'chapelada' a Baía após excelente trabalho individual que ditaria o afastamento das Quinas da competição. Um palmarés mais 'decorado' que o habitual para um jogador que ingressasse no Campeonato Nacional português, e que tornava de imediato Poborsky numa das grandes 'estrelas' dessa edição da competição.

E a verdade é que, na Luz, o checo, 'tapado', em Manchester, pelo indiscutível David Beckham, viria mesmo a conseguir relançar a carreira, afirmando-se como uma das peças preponderantes dos plantéis por onde passou nas suas três épocas e meia de águia ao peito, como um dos melhores jogadores dos últimos Campeonatos do século XX, e como uma das pouquíssimas contratações acertadas feitas pelo técnico escocês durante o seu infame período ao comando dos 'encarnados'. Médio rápido e tecnicista, o checo não tardou a mostrar a sua valia, e a sua icónica 'cabeleira' aloirada tornou-se praticamente sinónima com qualquer lance de perigo criado pela equipa do Benfica durante aqueles anos finais do Segundo Milénio.

Tudo o que é bom chega ao fim, no entanto, e Poborsky, como tantos outros jogadores antes de si, viria mesmo a deixar o Benfica, já nos primeiros meses do Novo Milénio, e pouco após a 'prenda de Natal' que foi o regresso de Toni ao comando técnico do clube da Luz. O destino era ainda outro país a adicionar ao currículo, e ainda outro clube de média-grande dimensão europeia – no caso a Lazio, onde fez uma época e meia 'ao seu nível', embora optasse por não renovar contrato e, ao invés, regressar à sua República Checa natal, no caso para o 'lado oposto' da cidade de Praga, onde vestiria a camisola do Sparta, rival acérrimo do mesmíssimo Slavia onde se afirmara, cerca de uma década antes.

Uma 'traição' que, no entanto, correria bem ao jogador, que se tornaria o atleta mais bem pago da República Checa e juntaria mais dois campeonatos e uma Taça ao seu palmarés, antes de escolher abraçar o desafio de regressar ao clube que o formara, o modesto Dynamo Ceske Budejovice, onde ainda faria mais de duas dezenas e meia de aparições nas ligas secundárias checas, marcando dez golos, antes de 'pendurar' de vez as botas. Pelo meio, participaria ainda em mais três icónicos torneios internacionais, os Campeonatos Europeus de 2000 (na Bélgica e Holanda) e 2004 – esse mesmo, o realizado em Portugal, onde a sua Selecção seria eliminada pela da...Grécia – e o Campeonato Mundial de 2006, após o qual se retiraria também do futebol internacional.

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Ao contrário de muitos dos seus colegas e contemporâneos de que aqui falamos, no entanto, o checo escolheu não transitar para cargos técnicos após o encerramento de carreira (excepção feita aos dois anos que passou como director técnico da Selecção checa), preferindo dedicar-se ao trabalho de escritório (quer no seu clube formador, quer no Sindicato dos Jogadores checo) e ser lembrado pelos seus feitos em campo, e como membro de uma das melhores gerações de sempre da República Checa, tendo partilhado o campo com nomes como Pavel Nedved ou Tomás Rosicky. Em fim-de-semana de aniversário (completou cinquenta e três anos) façamos-lhe, pois, a vontade, e recordemos a sua bem-sucedida passagem por Portugal, e o estatuto icónico que adquiriu junto dos adeptos do Benfica durante a mesma.

30.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 29 de Março de 2025.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

Não foram exclusivas da década de 80 e 90, antes pelo contrário (aliás, continuam a existir), mas marcaram, ainda assim, a infância de muitas crianças desse tempo, tendo potencialmente estado entre os primeiros brinquedos a figurar no 'parque' ou cesto dos brinquedos de bebé, ao lado das figuras de borracha até pela sua natureza segura e incontroversa. Falamos das bolas macias, de espuma, ideais para serem atiradas ou chutadas sem risco de magoar quer a própria criança, quer quaisquer circundantes.

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Disponíveis na variante genérica (adquirível em qualquer loja de brinquedos ou drogaria) e mais elaborada (a Chicco, por exemplo, teve nos anos 80 uma linha que imitava bolas de diferentes desportos, tendo existido lá por casa uma de futebol americano/râguebi, tingida em suaves tons de azul-bebé e rosa e com um guizo dentro, que soava quando atirada) estas bolas ofereciam a mesma combinação de simplicidade e diversão de qualquer outro tipo de esférico, com o 'bónus' adicional, acima descrito, de não causarem mossa aquando do contacto com uma qualquer superfície ou até ser vivo – algo que, num brinquedo dirigido a crianças ainda sem perfeita coordenação motora, se afirma como factor essencial.

É fácil, portanto, ver como a simplicidade, versatilidade, acessibilidade e natureza segura deste tipo de brinquedo (tanto em termos de distribuição como de preço) o tornava presença frequente, senão mesmo obrigatória, no quarto de qualquer criança pequena, e mesmo em contextos como o das aulas de ginástica infantil – tendência que, aliás, se tende a manter até aos dias de hoje, comprovando a longevidade deste tipo de produto e justificando a sua presença nesta nossa rubrica.

29.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 28 de Março de 2025.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Como um dos escritores mais populares e prolíferos da era moderna, não é de espantar que Stephen King tenha visto a grande maioria da sua obra ser adaptada ao formato cinematográfico; mais surpreendente é verificar que, apesar da qualidade invariavelmente elevada dos contos do escritor, a referida obra se pauta pela irregularidade, com quase tantos filmes 'de culto' ou declaradamente maus quanto obras-primas imortais. De facto, basta um olhar de relance à filmografia do escritor para perceber que, para cada 'Carrie', 'Shining', 'Conta Comigo', 'Misery – O Capítulo Final' ou 'It – Capítulo I' (ou mesmo um 'Cujo' ou 'Cemitério Vivo') existe um 'Potência Máxima', 'Os Estranhos' ou 'A Torre Negra'. Ainda assim, no tempo presente, o saldo geral pauta-se, ainda, pela positiva, muito por conta de filmes como os dois que abordamos nas próximas linhas – curiosamente, ambos dirigidos pelo mesmo realizador, afectos à mesma temática, considerados obras-primas do seu tempo, e com estreias nacionais separadas por exactamente cinco anos, e com 'aniversários' marcantes no início da próxima semana.

De facto, os dias 31 de Março tanto do ano de 1995 como do ano 2000 veriam chegar às salas de cinema nacionais um filme adaptado de um romance de Stephen King, ambientado numa prisão, e com interpretações merecedoras de elogios e prémios, nomeadamente Óscares (sete para um e quatro para outro, tendo ambos ganho o de Melhor Filme); primeiro 'Os Condenados de Shawshank', com Tim Robbins e Morgan Freeman, e depois 'À Espera de Um Milagre', com Tom Hanks, Sam Rockwell e o malogrado Michael Clarke Duncan. Ambos continuam, três décadas e duas décadas e meia (respectivamente) após o seu lançamento, a afirmar-se como de visualização obrigatória para fãs do género, fazendo assim por merecer as breves linhas que aqui lhes dedicamos.

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Sobre 'Os Condenados de Shawshank', pouco mais há a dizer do que aquilo que tanto a imprensa especializada como o próprio público já sabe – nomeadamente, que se trata de um dos melhores filmes sobre prisões de todos os tempos, com interpretações magistrais de ambos os seus actores principais e muitos momentos memoráveis. Adaptação fiel do conto original (curiosamente, publicado na mesma compilação de onde saiu 'O Corpo', a inspiração para 'Conta Comigo', e dois outros contos que dariam ambos origem a filmes), a película de Frank Darabont narra os esforços do padeiro Andy Dufresne e do velho 'Red' Ellis para escaparem da prisão – mediante um buraco escavado por trás de um 'poster' da actriz Rita Hayworth – e dos laços de amizade que se criam entre os dois homens (e também alguns outros reclusos) como resultado da experiência modificadora que vivem. Uma temática que facilmente poderia cair no facilitismo da 'lamechice' ou da acção pseudo-profunda, mas que prefere (e bem) focar-se no aspecto humano, oferecendo uma perspectiva multifacetada que realça tanto a tragédia da vida prisonal como o humor que os próprios reclusos conseguem nela injectar. O resultado é, como já acima apontámos, um filme absolutamente essencial para qualquer cinéfilo, e que pouco ou nada envelheceu nas quase exactas três décadas desde a sua estreia.

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Não contente com uma obra-prima no seu portefólio, no entanto, Darabont voltaria a penetrar no 'filão' Stephen King cinco anos depois, para trazer ao grande ecrã um dos melhores livros do escritor, 'The Green Mile'. O resultado, que em Português se chamou 'À Espera de Um Milagre', trazia os mesmos ingredientes que haviam feito sucesso em 'Shawshank' – as interpretações marcadamente humanas, a abordagem complexa aos temas do enredo, e o foco nas pequenas situações e 'nuances' dos protagonistas – os quais, previsivelmente, voltaram a resultar num 'cozinhado apetitoso' para qualquer cinéfilo. E se, em 'Shawshank', não havia uma interpretação a destacar, por todas serem magníficas (embora tenha sido Freeman a ganhar o Óscar de Melhor Actor Principal), aqui o realce vai todinho para Michael Clarke Duncan, que, no papel do injustamente condenado John Coffey, terá feito lacrimejar em pleno cinema muitos 'homens feitos' - efeito que, aliás, continua a surtir até aos dias de hoje. E com razão, já que o seu desempenho de um personagem complexo e difícil é magistral, daquelas em que o actor se 'perde' no personagem ao ponto de fazer o espectador esquecer que se trata de um filme. Para seu crédito, o habitualmente 'canastrão' Tom Hanks e o previsivelmente excelente (e levemente tresloucado) Sam Rockwell ajudam a manter alto o nível geral de interpretação, mas é Duncan a verdadeira 'estrela', devendo a sua actuação servir, por si só, de incentivo para quem desconheça este magnífico filme, tendo-lhe merecidamente valido o Óscar de Melhor Actor Secundário na cerimónia desse ano.

Em suma, dois filmes com muito mais em comum do que apenas a data de estreia em Portugal, mas que essa e outras coincidências não poderiam deixar de 'fadar' a um 'post' conjunto, a poucos dias da data dos trigésimo e vigésimo-quinto aniversários da referida efeméride.

28.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 27 de Março de 2025.

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

Já aqui por diversas vezes elencámos brinquedos que, apesar de aparentemente demasiado simplistas e básicos, não deixavam ainda assim de proporcionar bons momentos de diversão às crianças noventistas; neste 'post', recordamos um dos mais clássicos, e que, apesar de hoje algo esquecido, teve ainda assim algum impacto na infância da demografia afecta a este 'blog'.

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Falamos das caixas de sons – não as posteriores versões electrónicas, mas as originais, que se viravam de 'cabeça para baixo' para ouvir um assobio, o trinado de pássaros, o mugido de vacas, ou qualquer outro som, normalmente simulado de um ruído natural. Um conceito e resultado final que faria revirar os olhos de qualquer membro da Geração Alfa, ou até dos 'Z' mais novos, mas que foi suficiente para divertir, por alguns momentos, não só os 'X' e 'millennials' como as gerações que lhes deram origem.

E apesar de, nos anos 90, esta já não ser uma Quinquilharia particularmente comum nos estojos, mochilas ou bolsos das crianças e jovens nacionais – especialmente por comparação a outras que esta rubrica já abordou – a mesma estava, ainda assim, suficientemente presente no dia-a-dia das mesmas para justificar estas breves linhas na rubrica dedicada a pequenos objectos lúdicos comuns à época, e para potencialmente trazer à tona memórias nostálgicas para quem, em criança, tenha tido a oportunidade de brincar com uma.

27.03.25

NOTA: Este 'post' é parcialmente respeitante a Quarta-feira, 27 de Março de 2025.

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Pela sua natureza específica a um determinado momento, as bandas desenhadas institucionais tendem a estar entre os títulos mais frequentemente Esquecidos Pela Net, com, via de regra, pouca a nenhuma informação disponível para lá da capa. Já aqui, anteriormente, abordámos um par de exemplos deste fenómeno e, neste 'post', iremos falar de mais um.

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Lançado algures nos anos 90 pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, 'O Caso da Doença Misteriosa – Um Problema Para o Dr. Truso' envolverá, presumivelmente, o titular médico, cuja missão será tentar resolver o mistério que compõe o restante título, e que, dada a entidade responsável pela edição, terá algo a ver com a vertente cardíaca. Tudo isto são, claro, ilações, já que o único elemento verdadeiramente restante desta edição (tão misteriosa como a doença a que alude) é a vibrante capa, que permite apreciar um pouco do estilo de desenho que compõe a obra, cujos traços se situam entre o abstracto ou surreal e o caricatural, com algumas aproximações a Mortadelo e Salamão na fisionomia do protagonista.

Quanto à trama ou enredo, pouco mais se sabe do que a cena mostrada pela capa, com o Dr. Truso pendurado da sua própria nave, e a pedir auxílio ao seu jovem assistente – algo que, depreende-se, ocorrerá a um qualquer ponto da aventura. Tudo o resto é mera conjectura sobre aquela que se perfila como mais uma integrante da nossa lista de publicações periódicas (ou, neste caso, institucionais) sobre as quais é praticamente impossível encontrar informações. Se algum dos nossos leitores tiver informações sobre esta publicação (como já aconteceu no passado) pedimos, pois, que as partilhem, para que esta incógnita Esquecida Pela Net passe a ser um pouco menos desconhecida e misteriosa.

26.03.25

NOTA: Este 'post' é correspondente a Terça-feira, 25 de Março de 2025.

A década de 90 viu surgirem e popularizarem-se algumas das mais mirabolantes inovações tecnológicas da segunda metade do século XX, muitas das quais foram aplicadas a jogos e brinquedos. Às terças, o Portugal Anos 90 recorda algumas das mais memoráveis a aterrar em terras lusitanas.

Já aqui por diversas vezes nos referimos aos videojogos licenciados como forma de cimentar a popularidade de uma propriedade intelectual junto de um público infanto-juvenil. De facto, qualquer desenho animado ou banda desenhada que se prezasse teria, mais cedo ou mais tarde, direito a um qualquer tipo de lançamento electrónico, sendo a única diferença o facto de ser melhor ou pior sucedido na sua tentativa de 'angariar' novos fãs ou reter os existentes. Os jogos de que falamos neste 'post' – alusivos à série explorada na última Segunda de Séries – inserem-se, infelizmente, na metade mais negativa da escala, tendo activamente contribuído, não para estabelecer a reputação do protagonista como herói a acarinhar, mas para a prejudicar, graças a aspecto técnicos pouco cuidados e falta de inspiração em geral.

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De facto, nem 'Widget' (lançado em 1992 para a Nintendo original) nem 'Super Widget' (que chegava no ano seguinte à sucessora Super Nintendo) tentam, a algum ponto, fazer algo que os distinga das literais dezenas de jogos de plataformas (licenciados ou não) disponíveis para os dois sistemas – a menos que sejam contabilizados os diversos 'bugs' do primeiro jogo, que tanto permitiam atravessar paredes ou saltar partes de níveis como, pura e simplesmente, 'congelavam' o jogo, obrigando à reinicialização da consola, algo que sem dúvida terá 'agradado' aos fãs do alienígena roxo...

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Já 'Super Widget' nem isso tinha para o distinguir, sendo apenas e só 'mais um' jogo de plataformas baseado num desenho animado, com cenários 'fofinhos' e coloridos, coisas para coleccionar e 'trocar' por vidas ao fim de serem apanhadas cem – no caso, a inicial do herói – e, claro, poderes que permitem a Widget ser atingido mais do que uma vez antes de morrer. Curiosamente, a vertente metamorfa do herói, explorada no primeiro jogo, ficava aqui de fora, tornando 'Super Widget' recomendável apenas a quem já gostasse do personagem.

No cômputo geral, portanto, é fácil de perceber que a vertente interactiva e electrónica das aventuras de Widget se pautava pela mesma mediania (para não dizer mediocridade) do seu material de base, e de centenas de outros jogos da mesma índole, não sendo portanto de espantar que se tenha rapidamente perdido nas 'brumas do tempo'. Ainda assim, por termos já falado da série que os inspirou, apenas fica bem falar destes dois títulos, mesmo que, neste caso, muito pouco haja para dizer...

25.03.25

NOTA: Este 'post' é correspondente a Segunda-feira, 24 de Março de 2025.

Em Segundas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das séries mais marcantes para os miúdos daquela década, sejam animadas ou de acção real.

Já aqui por várias vezes nos referimos aos anos 90 como a grande era da sensibilização para a ecologia, não só em Portugal como um pouco por todo o Mundo; e, sendo esta mensagem dirigida, sobretudo, a um público jovem, não é de admirar que a mesma surgisse frequentemente em produtos dirigidos a esta demografia, com especial ênfase nos filmes, videojogos e desenhos animados. De facto, os últimos dez anos do século XX viram surgir uma série de criações de pendor ecológico, de 'Awesome Possum', um titulo algo obscuro para Sega Mega Drive, até filmes como 'Ferngully - As Aventuras de Zack e Krysta Na Floresta Tropical', passando por programas televisivos como 'Capitão Planeta' ou o desenho animado que focamos esta segunda-feira, 'Widget'

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Criada logo nos primeiros meses da década e chegada à RTP três anos depois (um ano após a Prisvídeo a ter lançado em vídeo, com dobragem em Português do Brasil), a série em causa foca-se num pequeno alienígena roxo, capaz de se transformar nos mais diversos seres e objectos, conforme a necessidade, e cuja missão é velar pela manutenção do equilbrio ecológico da galáxia. Enviado à Terra em missão urgente pelo seu superior, o Grande Sábio, este agente juvenil não tarda a juntar-se a dois jovens habitantes do planeta, no caso dois irmãos, para o proteger das diversas ameaças ecológicas e intergalácticas que enfrenta.

Uma premissa que requeria algum tacto para não parecer forçada e 'lamechas', algo em que 'Widget' é algo mais bem-sucedido do que 'Capitão Planeta' – não que tal fosse difícil. Infelizmente, no restante, a série tem muito pouco de especial, sendo bastante típica da sua época e uma das representantes mais famosas do género do 'amigo mágico', uma espécie de versão actualizada da 'fórmula Scooby-Doo', popular duas décadas antes. Em suma, da perspectiva de um 'trintão' ou 'quarentão' nostálgico pela sua infância, será perfeitamente 'visível', mas muito pouco entusiasmante – à parte, claro está, o tema de abertura, um daqueles 'épicos' também tão típicos do período, hoje interessante sobretudo como 'cápsula' de uma certa era da animação televisiva, em que muitas séries nada mais eram do que veículos (fossem para mensagens ou brinquedos) produzidos com o menor orçamento possível, e repletos de mascotes 'fofinhas' e comercializáveis, algumas mais bem sucedidas na sua aceitação pelo público-alvo do que outras, ficando Widget nesta última categoria.

Ainda assim, a série foi bem-sucedida (ou era barata) o suficiente para ter sido repetida anos depois no Canal Panda - agora em versão legendada, por oposição à dobragem original – dando a conhecer a toda uma nova geração as mensagens ecológicas do pequeno mas poderoso guardião da galáxia a quem estas linhas são dedicadas; quem sabe, pois, não venhamos, ainda, a assistir a um segundo regresso de Widget, desta vez quiçá em 3D e criado por CGI, mesmo a tempo de ensinar à Geração Alfa como cuidar do ambiente?

24.03.25

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

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Todas as crianças da era pré-digital os fizeram, ou pediram que lhos fizessem, pelo menos uma vez na vida, e todos os testaram da mesma maneira: correndo para lados opostos de uma divisão (ou tão longe quanto o fio permitisse) e tentando comunicar entre si. E apesar de a suposta capacidade de ecoarem ser, parcialmente, uma ilusão, não deixava ainda assim de se passar um Domingo Divertido, na companhia de um amigo, irmão ou primo, a brincar com esta simples mas fascinante criação.

Falamos, claro, dos telefones feitos com dois copos de plástico e um bocado de guita, que era passada por dentro de cada copo, unindo-os assim um ao outro para criar algo com a aparência de um sistema de comunicação de duas vias, ainda que de eficiência duvidosa. Nada que impedisse as engenhosas e imaginativas crianças de então, para quem o ritual acima descrito era parte integrante da diversão, com o acréscimo de ser um pretexto para poder falar mais alto, ou até gritar...

Apesar de haver, ainda, tutoriais sobre como fazer estes pseudo-telefones no Google e YouTube, este é, infelizmente, mais um daqueles conceitos que, se não caiu já na obsolescência, rapidamente o fará, já que é de duvidar que as gerações digitais achem qualquer interesse num brinquedo deste tipo. Para os seus pais, no entanto, este é mais um daqueles símbolos simples e insignificantes, mas ainda assim marcantes, de uma infância feliz, vivida numa era mais simples e despreocupada, em que algo tão simples como dois copos atados com linha eram suficientes para dar largas à imaginação...

23.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sábado, 22 de Março de 2025.

NOTA: Por motivos de relevância temporal, este Sábado será uma Saída.

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

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Quem lê este nosso 'blog' há já algum tempo certamente saberá que, tirando o ocasional àparte ou exemplo, o autor do mesmo tenta, ao máximo, manter-se anónimo e impessoal, deixando que sejam as próprias memórias nostálgicas a assumir o protagonismo. No entanto, certas ocasiões pedem uma abordagem mais personalizada, e seria impossível deixar passar em claro o trigésimo aniversário de um evento ainda hoje recordado com carinho por quem redige diariamente estas linhas.

A data era 21 de Março de 1995, Dia da Árvore, e o autor cumpria os últimos meses da sua instrução primária, quando ele e as restantes crianças da sua turma de uma escola do centro de Lisboa tiveram a ocasião de plantar uma árvore no canteiro directamente à saída da sua sala de aula, e que dividia os patamares de cada sala da área de recreio. Tratava-se de um pinheiro manso, o qual se encontra ainda na mesma localização, e visível da rua, embora hoje algo obscurecido por novos edifícios construidos entre o portão traseiro da escola e a referida área de recreio. E embora tal evento já tenha, quiçá, sido esquecido pela maioria dos colegas de turma da época, não restam dúvidas de que se tratou de um momento marcante para aquele grupo de crianças de nove a dez anos, que se sentiram sem dúvida importantes graças à sua simbólica mas efectiva contribuição para a preservação da ecologia no terreno escolar; o autor, por exemplo, anotou cuidadosamente este evento no diário que então mantinha, demonstrando grande (e natural) entusiasmo com o evento.

Como esta terão, sem dúvida, existido centenas de outras histórias semelhantes de Norte a Sul de Portugal, já que – como aqui anteriormente referimos – os anos noventa representaram a época de maior esforço de sensibilização para a ecologia entre as crianças e jovens, um desiderato para o qual as iniciativas alusivas ao Dia da Árvore constituíam um pretexto perfeito. Terá, pois, havido um sem-número de turmas da instrução primária (e talvez até mais velhas) a 'pôr as mãos na massa' com acções deste tipo, tanto à época como nos trinta anos subsequentes, e a criar assim memórias duradouras ao mesmo tempo que ajudava a manter o balanço natural e a pureza do ar; nada melhor, pois, do que recordá-las, no 'rescaldo' imediato de mais um Dia da Árvore, através de uma história pessoal, aparentemente insignificante, mas bem representativa do que representava esta data nas escolas primárias nacionais de finais do século XX.

22.03.25

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 21 de Março de 2025.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

Já aqui, em tempos, dedicámos uma edição desta rubrica às carteiras da Dunas, acessório obrigatório de qualquer jovem com pretensões de inclusão social em meados dos anos 90. No entanto, apesar de se afirmarem como as mais populares, estas carteiras estavam longe de deter o monopólio quer do mercado, quer das preferências infanto-juvenis; antes pelo contrário, os finais do século XX foram talvez a última era em que verdadeiramente se puderam encontrar carteiras para 'todos os gostos e feitios', tendo a maioria das crianças e jovens uma vasta gama de opções de entre as quais escolher.

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O autor deste 'blog' levou, durante pelo menos um ano, o dinheiro para o bolo na escola numa carteira idêntica à da imagem.

De facto, de logotipos dos clubes favoritos (o autor deste blog levou orgulhosamente consigo, durante alguns anos, uma dos Chicago Bulls, e antes disso uma dos Orlando Magic) aos de marcas (no caso presente, da Street Boy), passando pelas inevitáveis versões alusivas a propriedades populares (o mesmo autor trouxe consigo, durante todo o primeiro ano da escola primária, uma das Tartarugas Ninja, semelhante à que ilustra este 'post') eram inúmeras as possibilidades no tocante a comprar uma carteira, podendo cada indivíduo escolher aquela que combinava precisamente com a sua personalidade ou gostos pessoais. Mais – nem era preciso recorrer a uma loja especializada para conseguir um acessório deste tipo, já que os mesmos se encontravam com relativa facilidade, e por preços acessíveis, tanto em supermercados como em tabacarias e outros estabelecimentos semelhantes, tornando fácil mostrar o 'estilo' sem gastar muito dinheiro.

Infelizmente, a era em causa parece mesmo ter passado, sendo já raro ver carteiras deste tipo à venda no 'mundo real', e ainda menos com a variedade de estilos e motivos patente à época. Quem levou diariamente o seu dinheiro e cartões dentro de um pedaço de tecido com bolsos e dobrável, com a cara do seu personagem favorito ou o logotipo da sua marca de eleição, certamente se lembrará da importância das carteiras na estética infanto-juvenil das últimas décadas do século XX e inícios do XXI, época em que viveram o seu auge enquanto acessório de moda entre a demografia em causa, justificando assim a sua presença nesta rubrica dedicada aos estilos e estéticas de então.

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