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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

29.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Sexta-feira, 28 de Junho de 2024.

Um dos aspetos mais marcantes dos anos 90 foi o seu inconfundível sentido estético e de moda. Em sextas alternadas, o Anos 90 recorda algumas das marcas e modas mais memoráveis entre os jovens da ‘nossa’ década.

No que toca a futebol, ou a qualquer outro desporto em geral, o equipamento tende a ser um dos elementos mais importantes na definição de uma identidade própria, quanto mais não seja por tornar o clube ou agremiação imediatamente identificável, e proporcionar um ponto de união para os respectivos adeptos. No caso das competições internacionais, esta forma de identidade torna-se duplamente importante, já que passa a ser simbólica não apenas de um bairro ou localidade, mas de toda uma nação; talvez por isso o impacto de um equipamento bem pensado e desenhado seja ainda maior no caso de uma Selecção do que na de um simples clube.

Neste aspecto, os anos 90 são – merecidamente – tidos como a época áurea do 'design' de equipamentos desportivos, e especificamente de equipamentos para Selecções Nacionais de futebol. É, afinal, esta a década responsável por 'malhas' tão icónicas como a da Alemanha de Matthaus e companhia, a 'maravilha' envergada pelas 'Super Águias' na sua estreia em Mundiais séniores, em 1994, ou o colorido equipamento da Colômbia na mesma competição. Portugal não foi excepção a esta regra, tendo apresentado, durante essa década e o início da seguinte, talvez os equipamentos mais bonitos de toda a sua História, em contraste absoluto com os 'conjuntos de pijama' grenás ou bipartidos com que se apresenta em tempos mais recentes. Em tempo de Campeonato Europeu, nada melhor, portanto, do que relembrar as icónicas 'malhas' com que algumas das melhores equipas de Portugal de sempre defenderam em campo as cores da bandeira.

Os primeiros anos da década de 90 viram, ainda, a Selecção Nacional envergar uma variante do equipamento dos anos 80, uma simples criação bicolor com subtis acentos amarelos nas mangas e um enorme número branco nas costas a criar alguma dissonância estilística, desfeiando ligeiramente o conjunto; no entanto, a primeira camisola que muitos 'millennials' portugueses se lembrarão de ver a Selecção vestir será a seguinte, com que Portugal surgia na sua primeira competição internacional da década, o Euro '96. Uma 'evolução na continuidade' do equipamento anterior, esta nova variante trazia de diferente apenas os números (e, pela primeira vez, nomes) que surgiam agora numa tipologia estilo 'Microsoft Word' e com um incongruente 'debrum' azul, numa escolha apenas ligeiramente menos inestética que a anterior. Ainda assim, apesar deste pequeno-grande detalhe, o equipamento acabava por se afirmar memorável o suficiente para ficar ligado, na memória nostálgica, a um determinado período da História da Selecção.

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Por muito icónico que esse equipamento de '96 tenha sido, no entanto, há apenas um equipamento que toda uma geração de portugueses continua a associar à equipa nacional – a maravilhosa 'malha' com que a Selecção 'movida' a Geração de Ouro se apresentou na fase de qualificação para o Mundial de França '98 e, posteriormente, no Campeonato Europeu de 2000 e no Mundial de 2002. Apesar das letras e números arredondados, que davam à camisola um aspecto de 'imitação de feira', o equipamento em causa tem muito poucos outros defeitos, constituindo uma obra de arte de simplicidade, e, desta vez, sem cores adicionais que não as da bandeira portuguesa, não havendo lugar a brancos, azuis, ou quaisquer outros tons não habitualmente associados a Portugal. Uma autêntica maravilha, que apenas foi superada pelas suas duas sucessoras directas, com uma das quais as Quinas receberiam os visitantes estrangeiros em 'sua casa' durante o Euro 2004, enquanto que com a outra jogariam o Euro 2008 – curiosamente, ambas 'evoluções na continuidade' que apenas solucionavam o grande problema da camisola de 98-2000, apresentando finalmente um grafismo digno para as letras e números e adicionando um toque de individualidade (o icónico círculo amarelo em torno do número na frente da camisola de 2004, e os números algo 'futuristas' da de 2008.)

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Infelizmente, foi mesmo esse o auge do 'design' das camisolas da Selecção Nacional Portuguesa; daí em diante, foi sempre a 'descer', até se chegar a alguns dos controversos grafismos dos últimos anos. Quem nasceu ou cresceu nos anos 90 e 2000, no entanto, sabe que teve a sorte de presenciar, em primeira mão, alguns dos mais marcantes equipamentos alguma vez apresentados pelas Quinas, os quais se coadunavam perfeitamente, a nível de elegância, estilo e beleza, com o magnífico futebol-espectáculo practicado pela própria equipa dentro de campo...



28.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quinta-feira, 28 de Junho de 2024.

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

Nos últimos anos, e sobretudo desde a pandemia, tem-se gradualmente vindo a tornar tradição ver no icónico cartaz dos gelados Olá um 'velho conhecido', há muito desaparecido, e temporariamente trazido de volta literalmente a pedido das massas, para fazer as delícias tanto de quem o comia nos idos de 80 e 90 como das novas gerações a que esses mesmos fãs deram entretanto origem. E depois do Super Maxi e do Rol, os ex-'putos' de finais do século XX têm agora a oportunidade de voltar a provar um antigo favorito, com o regresso, em 2024, do icónico Fizz Limão.

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Tendo-se superiorizado ao Pé e ao não menos marcante Feast Krisspy, o gelado com recheio e cobertura de limão (proporcionando assim uma 'dose dupla' de doçura acre, bem ao gosto de quem não aprecia gelados muito doces) irá, mais uma vez, marcar presença entre as escolhas da magnata multinacional para 2024, e, desta vez, sem quaisquer alterações de tamanho ou funcionalidade – àparte algumas mudanças expectáveis a nível dos ingredientes, o Fizz Limão que surgirá nas arcas congeladoras portuguesas este Verão pouco ou nada diferirá daquele a que os 'X' e 'millennials' portugueses disseram adeus há já mais de três décadas. Boas notícias, sem dúvida, para quem sentia vontade de provar, uma última vez, um gelado que, ainda que não incluído entre as escolhas declaradamente dirigidas ao público mais novo, não deixava ainda assim de ter alguma tracção junto do mesmo. Bem-vindo de volta, Fizz - e que este teu regresso te angarie toda uma nova geração de fãs.

27.06.24

NOTA: Este 'post' é respeitante a Quarta-feira, 26 de Junho de 2024.

Em quartas-feiras alternadas, falamos sobre tudo aquilo que não cabe em nenhum outro dia ou categoria do blog.

Numa altura em que o dinheiro se torna cada vez mais digital e virtual – havendo mesmo quem se oponha explícita e abertamente ao pagamento em notas ou moedas – e em que os cartões Multibanco surgem na vida dos jovens em idades cada vez mais novas, o conceito de um recipiente onde se depositavam, religiosa e afanosamente, os 'trocos' que compunham a mesada ou semanada, ou as notas maiores recebidas nos anos e Natal, pode parecer perfeitamente obsoleto, e até algo pitoresco. E, no entanto, tal objecto fez parte integrante da infância e adolescência de qualquer português integrante da geração 'millennial' ou de qualquer das anteriores, perfilando-se muitas vezes como um 'baú do tesouro' ou até como o 'salvador da Pátria' em momentos de maior 'aperto' financeiro.

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Um modelo bem típico - em todos os sentidos.

Falamos, é claro, do mealheiro (ou 'cofre'), eternamente simbolizado na cultura popular sob a forma de um porquinho, mas que, para os jovens portugueses de finais do século XX, tinha uma aparência substancialmente diferente, normalmente oval ou cilíndrica, e decorada a toda a volta com motivos que iam desde padrões 'da moda' a personagens de banda desenhada e filmes, ou até logotipos de bandas ou clubes desportivos - curiosamente, foi apenas nos últimos anos que o 'porquinho mealheiro' propriamente dito penetrou na sociedade portuguesa, através de uma série de cofres 'de autor', cada um decorado consoante um determinado tema. De igual modo, ninguém no seu 'perfeito juízo' pensaria em partir o mealheiro, como tantas vezes se vê em filmes ou livros: isto porque, além de serem feitos de lata (e, como tal, manifestamente difíceis de quebrar) estes mealheiros tinham, regra geral, tampas removíveis, bastando aplicar pressão no sítio certo para que as mesmas saltassem e permitissem acesso aos conteúdos do cofre, anulando assim a necessidade de recorrer a medidas drásticas. Até mesmo a outra variante popular de mealheiros – estes, sim, de gesso, e esculpidos em forma de animais ou figuras humanas caricaturadas – possuía uma pequena tampa em borracha, extremamente fácil de levantar, tornando assim redundante o habitual martelo utilizado por inúmeros personagens de ficção para aceder às suas economias. Um toque manifestamente prático, e que maximizava a funcionalidade destes mealheiros, os quais seria um 'crime' partir, dada a sua função dupla como atraentes objectos de decoração para a prateleira do quarto – um propósito no qual os mealheiros mais 'tradicionais' também não se saíam, diga-se, nada mal...

Fosse qual fosse a 'variante' preferida, no entanto, não haverá nos dias que correm português na casa dos trinta ou mais anos que não tenha, na infância, guardado as suas (parcas) economias em formato físico, num mealheiro, quiçá sonhando com o dia em que teria o suficiente para adquirir os patins em linha ou a consola há tanto desejados. Pena é, apenas, que o avanço tecnológico tenha negado também esta experiência à Geração Z, ficando assim a mesma restrita exclusivamente ao domínio nostálgico das gerações mais velhas, e a páginas como a deste 'blog' nostálgico, onde não deixa, ainda assim, de receber a devida (e merecida) homenagem.

25.06.24

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

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As transmissões de jogos de futebol têm, tradicionalmente e consistentemente, estado entre os segmentos com maior 'share' de audiências da televisão em sinal aberto em Portugal. Mesmo depois do advento da Sport TV (e, mais tarde, de redes como a Eleven Sports ou dos canais privados de cada clube) os jogos exibidos na RTP, SIC e TVI não deixam de atrair números invulgares de público para cada uma dessas estações, o que se afirma como natural num país com tanto gosto e apetência pelo desporto-rei como é o nosso. Ainda assim, situações em que a emissora depende activamente do futebol para sair de uma crise de audiências não deixam de constituir casos extremos, tanto em Portugal como um pouco por todo o Mundo; e, no entanto, era precisamente esse o contexto em que a RTP se encontrava nos primeiros meses da viragem do Milénio, e que levou a emissora estatal a empregar medidas drásticas nesse Verão, aquando da realização do Campeonato Europeu de Futebol.

Isto porque, como detentora de acções na Sport TV, a RTP dividiria, normalmente, o 'pacote' de direitos de transmissão dos jogos com a emissora privada, exibindo apenas partidas selectas em sinal aberto, numa práctica que se mantém até aos dias de hoje; no caso do Euro 2000, no entanto, tal partilha não teve lugar, tendo a RTP retido os direitos de todas as vinte e sete partidas - de um total de trinta e uma - que logrou conseguir transmitir (as restantes quatro viriam a ser exibidas no 'outro' canal de desporto da TV Cabo da época, o Eurosport, que mostraria também algumas das partidas da RTP em diferido, numa emissão que dedicava vinte e quatro horas diárias à competição), obrigando a Sport TV a transmitir apenas debates sobre os jogos da competição, nos horários em que normalmente os estaria a exibir. Tais acções deviam-se à crise de resultados que a emissora estatal atravessava por comparação às rivais privadas, sendo que apenas o futebol conseguia equiparar a estação da 5 de Outubro às de Carnaxide ou Queluz.

Quando somada a uma série de 'picardias' entre o canal público e o seu 'sócio' privado – com a Sport TV a negar à RTP direitos de transmissão em directo dos jogos do FC Porto na Liga dos Campeões do ano transacto (obrigando a que os mesmos fossem exibidos em diferido, com uma hora de atraso), e a emissora estatal a 'vingar-se' bloqueando, no último momento, o acesso do canal codificado ao particular Portugal-Itália – esta atitude tornou inviável qualquer colaboração futura entre os dois canais, tendo a Sport TV procurado associar-se à SIC no tocante à partilha de direitos televisivos de eventos de desporto, iniciada com a transmissão conjunta do Open do Estoril em Ténis. Já a RTP beneficiria mesmo do 'choque na veia' proporcionado por um dos melhores Euros de sempre, ao qual se seguiram, quase de imediato, os Jogos Olímpicos de Sydney, também cobertos na quase totalidade pela emissora estatal. Um Verão de sucesso para as 'duas' RTPs, portanto - muito por conta daquilo a que a imprensa da época chegou a chamar uma 'overdose' de desporto – mas que, ao mesmo tempo, mudaria para sempre o paradigma e estrutura de partilhas e alianças para a transmissão de eventos desportivos em Portugal, numa alteração cujos efeitos se continuam a fazer sentir até aos dias de hoje, e que parece dar razão à máxima que diz que 'nunca é apenas futebol'...

24.06.24

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

No contexto certo, um tema musical pode ter tanto impacto, e fazer tanta diferença na percepção de um todo, quanto um logotipo ou qualquer outro elemento gráfico ou de apresentação; o do desporto não é excepção a esta regra, bastando relembrar a mais que icónica sequência de introdução dos jogos da Liga dos Campeões para comprovar esse facto. Assim, não é de surpreender que as entidades reguladoras de certos desportos, entre eles o futebol, procurem associar os seus principais eventos a um determinado tema ou canção, normalmente composto propositadamente para o certame, na esperança que o mesmo se imortalize entre o público adepto e faça perdurar na memória o evento que representa; e apesar de nem todas estas tentativas serem particularmente bem sucedidas, algumas chegam a almejar um determinado nível de tracção cultural, sendo um dos melhores exemplos a faixa sobre a qual versa o 'post' de hoje.

Falamos de 'Campione', 'malha' eurodance puramente noventista (culturalmente, ainda se estava nos anos 90 em meados de 2000) composta e interpretada pelo DJ sueco E-Type, e cujo motivo musical remete a uma canção popular holandesa de cariz patriótico, intitulada 'Oranje Boven'; para quem não é oriundo dos Países Baixos, no entanto, a melodia será 'apenas' a daquela canção do Euro 2000, ficando mais ligada àquele Verão de futebol do que a qualquer fervor patriótico. E a verdade é que, fosse qual fosse a fonte de inspiração, E-Type fez um trabalho magnífico no tocante à composição da faixa, transformando-a num daqueles 'hinos' de que basta ver o título para imediatamente evocar o refrão e batida mais do que pegajosos, e colocar até o mais empedernido dos roqueiros a trautear o pseudo-cântico de estádio que serve de base aos mesmos. Não é, pois, de admirar que o próprio cântico em si tenha, posteriormente, sido adoptado para esse mesmo propósito na 'vida real', extravasando assim os limites da música em que se insere – o que não pode deixar de ser considerado um sinal de sucesso compositivo.

É, pois, por demais evidente que 'Campione' constitui um exemplo claro de sucesso no campo das sinergias entre eventos desportivos e o mundo da música, ainda que não atingindo o nível da referida música da Champions ou ainda de 'Força', o hino do Euro 2004 da autoria de Nelly Furtado. Ainda assim, uma composição mais que merecedora de menção nestas nossas páginas, numa altura em que se celebram vinte e quatro anos não só sobre o seu lançamento, mas sobre o evento a que serviu de banda-sonora oficial.

23.06.24

Aos Domingos, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos principais acontecimentos e personalidade do desporto da década.

O conceito e propósito declarados deste 'blog' passam por recuperar experiências vividas pela juventude portuguesa dos anos 90; no entanto, é ocasionalmente necessário fazer um pouco de 'batota' e viajar até ao primeiro ano da década, século e Milénio seguintes, para assinalar um qualquer evento digno de nota. Foi assim com 'Capitães de Abril', a única homenagem filmográfica a um dos mais importantes eventos da História de Portugal, e será assim, novamente, este Domingo Desportivo, para recordar aquele que é unanimemente considerado um dos melhores Campeonatos Europeus de sempre, e que foi palco da primeira de várias prestações honrosas da Selecção Nacional em certames deste tipo, que culminaria com a inusitada e inesperada vitória em 2016.

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Entrando desde logo na História como o primeiro evento futebolístico internacional organizado 'a meias', o Euro 2000 tinha lugar a partir de 10 de Junho daquele ano, em várias localidades da Bélgica e da Holanda, países que haviam batido a Espanha e a Áustria no sorteio, e cuja pequena dimensão justificava a organização conjunta. Em prova estavam, além das duas selecções anfitriãs, catorze outras equipas, sendo que a Alemanha se qualificava igualmente de forma directa, por ser campeã em título; já Portugal beneficiava do primeiro de muitos 'bafejos' de sorte, qualificando-se como 'melhor segundo' (após o habitual 'passeio' na fase de qualificação, com goleadas aos habituais Liechtenstein e Luxemburgo) e ganhando, assim, a oportunidade de 'corrigir' o agri-doce desempenho em solo inglês, quatro anos antes.

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O conjunto português presente no certame, um dos melhores de sempre.

E a verdade é que, sem ser favorito, o colectivo português apresentava um conjunto fortíssimo, 'movido' a Geração de Ouro (tal como em '96) mas com adições e peças secundárias significativamente melhores, e que ajudavam a elevar ainda mais o nível de desempenho da equipa, como era o caso de Nuno Gomes na frente de ataque, ou Sérgio Conceição na ala. O único entrave ao sucesso da Selecção das Quinas era o nível absurdamente elevado das restantes selecções, em antítese absoluta à fase de qualificação; e o grupo que calhava a Figo, Jorge Costa, Rui Costa, João Pinto e companhia era tudo menos simpático, com a sempre complicada Inglaterra e a campeã em título Alemanha a perfilarem-se como favoritas aos dois primeiros lugares. O jogo inaugural da Selecção no torneio parecia indicar isso mesmo, com a equipa portuguesa a perder por 0-2 ainda antes da meia hora...

...mas foi então que começou o milagre. Primeiro, uma remontada contra a Inglaterra para uma eventual vitória por 3-2, com golos de antologia de Figo e João Pinto; depois, o empate entre Roménia e Alemanha; e, finalmente, o 'massacre' à campeã em título, com um não menos antológico 'hat-trick' de Conceição, que cimentava Portugal como líder do grupo na mesma jornada em que a Roménia derrotava, também ela, a Inglaterra, garantindo o segundo lugar e arredando as duas favoritas da eliminatórias – no caso da Alemanha, com um único ponto! Uma fase de grupos perfeitamente 'louca', mas que fazia sobressair a equipa portuguesa como, agora sim, uma das favoritas.

O primeiro jogo do Euro veria talvez a prestação mais épica da Selecção Portuguesa da era moderna até então.

Os quartos-de-final nada fizeram para mudar essa percepção, tendo Portugal conseguido superiorizar-se confortavelmente à Turquia (curiosamente, o seu mais recente adversário à data de edição deste post, novamente com vitória folgada), por 0-2, e avançando assim para as meias-finais, onde iria enfrentar a temível França, campeã do Mundo em título; e a verdade é que, como sucederia década e meia depois, os guerreiros lusitanos surpreenderam o Mundo enfrentando os gauleses 'olhos nos olhos', e 'empurrando' o jogo para prolongamento – altura em que, finalmente, o azar bateu à porta. Centro de Trezeguet, Baía batido, e Abel Xavier leva a mão à bola em plena pequena área. Penalty, prontamente convertido pelo então melhor do Mundo, Zidane, e que confirmava a reviravolta num jogo em que Portugal até entrara a ganhar, um pouco ao invés do que sucedera frente à Inglaterra. Ficava a consolação de perder com a eventual campeã, que, dias depois, aproveitaria novamente o prolongamento para se superiorizar à Itália, garantindo assim a 'dobradinha' de troféus internacionais e cimentando-se como melhor Selecção europeia.

A honrosa prestação frente à França terminaria, infelizmente, em desapontamento.

Apesar deste resultado (novamente) agri-doce, no entanto, muitos adeptos de certa idade continuam a ter boas recordações do Euro 2000, competição que viu talvez o melhor conjunto de jogadores portugueses da era moderna (vestidos a rigor com um dos mais emblemáticos equipamentos da História da Selecção, e que vendeu muitas camisolas, tanto oficiais como da 'feira') defrontar-se 'taco a taco' com outras selecções tão boas ou melhores, e contribuir para um dos campeonatos europeus com melhor futebol de sempre, facto que não podia deixar de lhe garantir a presença nas páginas virtuais deste nosso blog nostálgico – mesmo que, tecnicamente, já não tivesse tido lugar nos anos 90...

22.06.24

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

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Numa edição passada desta rubrica, também publicada num período de efusão futebolística, falámos da experiência de ir ao estádio ver um jogo. Apesar de preferencial e inesquecível, no entanto, essa nem sempre era uma opção viável para as crianças e jovens dos anos 90, especialmente no tocante a jogos de (ou contra) clubes maiores, em que o preço dos bilhetes tendia a ser proibitivo, ou encontros internacionais, que muitas vezes tinham lugar fora do País, tornando a presença física impossível, numa era em que as viagens não eram ainda tão globalizadas como hoje.

Nesse tipo de instância, apenas restava uma de duas opções aos jovens: ver o jogo em casa, no conforto da própria sala, ou dirigir-se a um espaço público – normalmente o café mais próximo – para assistir à partida em conjunto com outros adeptos. E se a primeira das duas opções primava pela practicidade e conforto, a segunda (que abordámos também, embora sumariamente, no nosso 'post' anterior) era, muitas vezes, a escolhida, pela oportunidade que proporcionava de viver uma espécie de versão 'reduzida' da experiência de estádio, em que cada adepto se podia manifestar livremente ou trocar impressões ou até 'galhardetes' com quem apoiava os adversários. Talvez por isso tantas crianças e jovens da época tenham feito questão de acompanhar os familiares adultos ou, quando já mais velhos, combinar com os amigos ou colegas de escola para ir ao café 'ver a bola'.

O advento da TV Cabo e da Sport TV tornou, se possível, esta prática ainda mais comum, já que a mesma era comum em estabelecimentos públicos (por oposição a lares particulares, muitos dos quais ainda não tinham o pacote) e oferecia maior qualidade e diversidade de jogos a que assistir, permitindo assim que os adeptos não ficassem restitos ao 'jogo da semana' exibido pela televisão pública ou por um dos canais privados. A partir de finais do século XX, concretamente de 1998, passou ainda a ser possível assistir a certos jogos, sobretudo partidas internacionais que envolvessem a Selecção Portuguesa ou fizessem parte de torneios, em ecrã super-gigante, num novo espaço: a Praça Sony, em Lisboa, inaugurada aquando da EXPO '98, e onde milhares de adeptos de todo o Mundo acompanharam o Mundial de França desse mesmo Verão. Escusado será dizer que este passou, também, a ser um ponto de encontro privilegiado para os adeptos lisboetas durante os anos seguintes, embora menos nos dias que correm.

Ao contrário do que sucede com outras tendências abordadas nestas páginas, o ritual de 'ir ver a bola' em público, mesmo que não no estádio, não só não caiu em desuso como não se alterou significativamente com o advento da era digital – o que não é de surpreender, visto ser o Homem um animal social, apreciador de experiências de catarse conjunta como as propiciadas por um jogo de futebol. É, pois, provável que um adepto português que entre num qualquer café durante as próximas semanas encontre a televisão sintonizada num qualquer jogo do Euro, e ainda mais provável que o mesmo se detenha alguns momentos a assistir, e a trocar impressões com o 'vizinho' do banco ou mesa ao lado, que estará, sem dúvida, tão absorto quanto ele próprio - e, potencialmente, a lembrar outras competições, de um passado mais ou menos distante, em que tenha feito exactamente a mesma coisa, quiçá naquele mesmo local...

 

22.06.24

NOTA: Este post é respeitante a Sexta-feira, 21 de Junho de 2024.

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Nas últimas semanas, temos virado o foco de vários 'posts' do nosso blog para as séries animadas noventistas da Walt Disney, a maioria das quais foi transmitida em Portugal no icónico 'Clube Disney', da RTP. Como seria de esperar, cada um desses programas deu, também, azo a vários produtos e produções a eles alusivos, de que são exemplo os jogos de vídeo ou os álbuns de banda desenhada; assim, não é de todo surpreendente que, ao longo das duas décadas seguintes, tenham também sido realizadas várias longas-metragens com os personagens dessas séries como protagonistas principais. Destas, chegaram a Portugal três, duas ainda nos anos 90 e com direito a lançamento nas salas de cinema, e a terceira já no Novo Milénio, em formato directo-a-vídeo. É sobre esse trio que se debruçará o nosso 'post' de hoje.

O primeiro dos três filmes em análise, e primeiro filme alusivo às personagens de uma das séries em causa, foi 'DuckTales O Filme – O Tesouro da Lâmpada Perdida', muita vezes abreviado como apenas 'DuckTales: O Filme' e que trazia como protagonistas o Tio Patinhas e os seus sobrinhos-netos, bem como os restantes personagens do núcleo duro de 'Novas Aventuras Disney', o nome inexplicavelmente escolhido para 'DuckTales' em terras lusas.

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Produzido pelos estúdios Toon Disney em 1990, e estreado em Portugal na Primavera seguinte, na habitual versão dobrada em brasileiro, o 'filme' mais não era do que um episódio de duração dupla da série em causa (com cerca de uma hora de duração, por oposição aos habituais vinte a trinta minutos) lançado no cinema como forma de capitalizar sobre a popularidade da série e dos personagens. Resumi-lo a tal estatuto seria, no entanto, algo redutor, e também injusto para com a sua qualidade, já que, sem ser uma obra-prima ao nível dos filmes a que a Disney ia habituando os seus fãs à época, trata-se ainda assim de uma produção honrosa e bastante divertida, sobretudo para quem já tem familiaridade com os personagens.

Com referências explícitas a 'Salteadores da Arca Perdida' (no cartaz) e à história de Aladino (dois anos antes de a companhia avançar para uma adaptação oficial da mesma) a pseudo-longa metragem vê Patinhas e os Sobrinhos (e Sobrinha) desenterrarem uma lâmpada maravilhosa que contém dentro o espírito de um jovem génio, o qual, apesar dos milhares de anos de existência, é ainda, essencialmente, uma criança. Imediatamente afeiçoados ao novo amigo, cabe então ao grupo de heróis protegê-lo de vilões locais sem escrúpulos, que pretendem utilizar a lâmpada para fins tipicamente egoístas. Uma trama sem nada de particularmente novo ou original, mas que serve perfeitamente os fins a que se destina, e consegue entreter tanto os mais novos como até espectadores mais velhos – um feito notável, em tratando-se de um filme infantil sem grandes pretensões e de (relativamente) baixo orçamento.

Se 'DuckTales: O Filme' representou um bom começo, no entanto, o mesmo foi superado em todos os aspectos pelo 'outro' filme baseado em séries da Disney Afternoon. Lançado em Portugal no Verão de 1996, concretamente a 12 de Julho, 'Pateta: O Filme' é um 'clássico esquecido' da época áurea da Disney, que consegue compensar a falta de orçamento com uma trama bem engendrada e plena de momentos memoráveis, aos quais ajuda também a excelente dobragem portuguesa a que o filme teve direito, esta já realizada em solo nacional, por oposição ao outro lado do Atlântico.

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Tendo por base a série 'A Pandilha do Pateta', a única aparição do icónico Pateta no grande ecrã centra-se na relação conflituosa entre o mesmo e o filho, Max, aqui alguns anos mais velho do que na série original, e já em plena crise de adolescência. (Mal) aconselhado pelo eterno 'melhor inimigo' Bafo-de-Onça, Pateta procura então criar laços com o jovem da mesma forma que o seu pai tinha feito com o próprio Pateta: através de uma viagem de carro pelos Estados Unidos, com o objectivo de ir pescar. Quando Max 'inventa' uma mentira para impressionar a colega de turma de quem gosta, no entanto, os objectivos de pai e filho colidem de forma tão tocante quanto hilariante, dando azo a pouco mais de setenta minutos de peripécias, que incluem um encontro com o Pé-Grande e uma subida ao palco de um concerto, onde Pateta acaba, acidentalmente, por se tornar o centro das atenções. O resultado é um filme que merecia mais atenção, e cujos aspectos técnicos podem ter acabado por o prejudicar nesse aspecto.

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Se o 'Pateta: O Filme' original era mais que merecedor do lançamento em sala, no entanto, o mesmo não se pode dizer da sequela 'Radicalmente Pateta', lançada directamente em VHS nos primeiros meses do Novo Milénio. Apesar de uma história bastante aceitável, que vê clivar-se novamente o fosso geracional entre Pateta e Max (este agora um universitário fanático do 'skate') toda a componente técnica 'tresanda' a directo-a-vídeo, com animação muito menos fluida do que no original e um todo bem menos memorável, apesar de perfeitamente capaz de 'matar' uma hora durante uma tarde 'preguiçosa' de fim-de-semana, especialmente para fãs de Pateta.

Além destes três filmes, a única outra série a ter honras de longa-metragem foi 'Recreio', um dos baluartes da segunda fase do Clube Disney, que viu serem lançados três filmes já no século XXI; na mesma época, saíram também vários pseudo-filmes que mais não eram do que compilações de episódios falhados para séries alusivas a 'Tarzan' ou 'Atlantis', bem como duas longas-metragens directamente ligadas ao universo da série de 'Lilo e Stitch', uma das quais constituía mesmo o grande final da dita-cuja. Todos estes filmes extravasam, no entanto, a linha temporal deste 'blog' (além de nem todos terem sido lançados em Portugal) pelo que o presente 'post' se cingirá mesmo aos três acima descritos, os quais, apesar de algumas falhas aparentes, se afirmam ainda hoje como excelentes exemplos de como realizar uma longa-metragem baseada numa série, bem como formas perfeitamente viáveis de entreter crianças e adolescentes durante cerca de uma hora.

20.06.24

Os anos 90 viram surgir nas bancas muitas e boas revistas, não só dirigidas ao público jovem como também generalistas, mas de interesse para o mesmo. Nesta rubrica, recordamos alguns dos títulos mais marcantes dentro desse espectro.

O conceito de um produto Esquecido Pela Net já não será, de todo, desconhecido dos leitores deste blog; de bebidas sem qualquer presença nostálgica a capas de revistas há muito esquecidas, foram já várias as temáticas aqui abordadas sobre as quais a informação não ia além de uma ou outra imagem ou registo, obrigando a uma abordagem mais especulativa, dedutiva e teorética. No entanto, até mesmo o mais obscuro dos produtos tinha, normalmente, um qualquer elemento que permitia aprofundar a temática em torno do mesmo, fossem memórias pessoais (como no caso do sumo do Astérix), pistas contextuais, ou mesmo informações contidas numa qualquer indexagem dos primórdios da Internet. A revista que trazemos do Quiosque esta Quinta desafia, no entanto, esse paradigma, afirmando-se como o produto mais obscuro alguma vez abordado neste nosso blog – sim, mais do que o sumo do Astérix, até hoje o único 'post' do Anos 90 sem qualquer imagem associada.

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Isto porque a imagem acima, retirada de um leilão do OLX entretanto extinto, representa A ÚNICA INSTÂNCIA da revista Ultra Som presente em toda a Internet, sendo a capa da mesma a única fonte de informações sobre a publicação ou os seus conteúdos, já que o leilão não oferecia informações mais específicas quanto à mesma. Tudo o que é possível saber quanto a esta obscuríssima publicação fica, portanto, reflectido na capa, que mostra tratar-se de uma revista de música de carácter generalista (Luís Represas e os Sétimo Céu partilhavam, aparentemente, as páginas do número 1 com Iron Maiden, Moonspell, Joe Satriani, Santamaria e ainda um artigo sobre música de dança), com preço unitário de trezentos e cinquenta escudos (uma soma considerável para a época em causa) lançada algures nos primeiros meses do ano de 1998 (ou não fosse a capa alusiva ao álbum Virtual XI, dos Iron Maiden, lançado em Março desse ano). Já o estilo editorial e de redacção, outras possíveis secções da revista (como críticas a discos) e outras questões referentes a conteúdos permanecem, infelizmente, uma incógnita, já que a Ultra Som parece ter-se 'afundado' sem rasto num mercado dominado pelo hegemónico Blitz e onde começavam, também, a despontar outras revistas mais especializadas.

Assim, em prol de aprofundar e melhorar este artigo, pedimos a quem conheça ou tenha informações sobre esta publicação que entre em contacto connosco; afinal, se pessoas do Mundo inteiro conseguiram, trabalhando em conjunto, encontrar a potencial fonte de uma música anónima, certamente também a base de fãs do Anos 90 conseguirá identificar aquela que é, até ver, a Revista Mais Misteriosa da Internet...

19.06.24

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Na última semana, temos vindo a focar os nossos 'posts' em produtos alusivos, ou derivados, das séries exibidas, em inícios dos anos 90, pelo espaço Clube Disney; e, depois de termos falado dos diversos videojogos protagonizados por personagens das mesmas, nada melhor do que dedicarmos a nossa atenção ao 'outro' grande meio artístico em que a companhia se movia, além dos desenhos animados – a BD. Isto porque, apesar de a maioria das séries em causa apenas ter direito a tradução em Português 'de Portugal' já vários anos após a sua saída do 'ar' (nomeadamente através de diversas séries de álbuns aparentemente desconexas e algo aleatórias), foram ainda assim feitos alguns esforços para apresentar histórias alusivas a alguns dos personagens ainda durante o apogeu da sua popularidade, nomeadamente por parte da editora por excelência de materiais Disney em Portugal, a então ainda chamada Abril Jovem. De entre estes, destaca-se a edição de um luxuoso álbum encadernado, com centenas de páginas, exclusivamente dedicado à reprodução de histórias com a 'marca' DuckTales, das quais existia já uma vasta selecção do outro lado do oceano, por terras de Vera Cruz.

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Certamente editado em simultâneo com a transmissão da série na RTP, por forma a capitalizar sobre a sua popularidade (embora a data exacta de publicação seja desconhecida), 'DuckTales – Os Caçadores de Aventuras' era uma importação directa do Brasil (o que explica a utilização do título empregue naquele país, por sinal MUITO melhor e mais adequado que o português) e reunía, num só volume, nada menos do que quatro números da revista brasileira do mesmo nome, a qual, mau-grado a profusão de edições transatlânticas no mercado português, nunca chegou a ser distribuída por terras lusas. No total, eram doze histórias, distribuídas ao longo de quase trezentas páginas (!) nas quais cabiam, também, frontispícios informativos e contextualizantes, e até uma página de passatempos. Um verdadeiro 'maná' de material a explorar para fãs da série, e que apenas torna mais deprimente o facto de nenhuma destas histórias alguma vez ter tido uma edição 'a sério' em Portugal.

Ainda assim, este álbum não terá deixado de constituir um verdadeiro 'evento' para quem tinha interesse na série em causa, fazendo por justificar o sem dúvida exorbitante preço de revenda, e destacando-se decididamente da miríade de edições 'normais' deitadas para as bancas pela hegemónica Abril a cada novo mês durante a época em causa.

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