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Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

Portugal Anos 90

Uma viagem nostálgica pelo universo infanto-juvenil português dos anos 90, em todas as suas vertentes.

31.12.22

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.
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O dia 31 de Dezembro fica marcado pelo chamado 'Reveillon' - a festa de passagem de ano que, dependendo da zona do país ou até do agregado familiar, reveste uma série de actividades e tradições bastante distinta. E apesar de, hoje em dia, haver uma variedade bastante maior de opções de entre as quais escolher nesta data, os anos 90 não deixavam, eles mesmos, de possibilitar às crianças e jovens portugueses passagens de ano bastante distintas entre si.

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E se, para os mais novos, a data era normalmente passada em família (sempre bem acompanhados pelos especiais de Ano Novo televisivos e pelos tradicionais espectáculos de fogos de artifício comunitários vistos da varanda ou do jardim, e quiçá com direito a um pequeno gole de champanhe ou de outra bebida, quando já mais 'crescidinho') os jovens e adolescentes não deixavam de encontrar uma série de maneiras distintas de celebrar a entrada do novo ano, desde as tradicionais discotecas (para os mais velhos e/ou abastados) até às não menos típicas festas entre amigos (em casa de uns ou de outros, e sempre com comida e bebida à descrição) ou até algo mais 'aventuroso' e memorável, como o aluguer de uma casa onde passar um fim-de-semana inesquecível. Cada uma destas opções tinha, claro, as suas vantagens e desvantagens - as discotecas, por exemplo, eram menos intimistas e mais dispendiosas, mas permitiam 'ser visto', enquanto que os encontros entre amigos forneciam maior intimidade e liberdade em troca de um investimento bastante menor - tendo as mesmas de ser equacionadas na hora de escolher um plano em definitivo para o Ano Novo.

Qualquer que acabasse por ser a 'táctica' adoptada, no entanto, os 'reveillons' dos anos 90 e 2000 acabavam, invariavelmente, por ser tão ou mais marcantes do que os actuais - até por ser bastante menos fácil 'alinhavar' planos e combinar encontros. É em memória desses anos, e com um olho sempre no futuro, que queremos desejar aos nossos leitores umas excelentes entradas em 2023. Feliz Ano Novo!

30.12.22

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Durante o mês de Dezembro, temos feito uso dos 'posts' de Sexta-feira para recordar alguns filmes marcantes estreados em Portugal durante esse mês, em diversos pontos dos anos 90; nesta última Sexta-feira do ano - e apesar de a época natalícia já se encontrar oficialmente encerrada e de os pensamentos de grande parte dos nossos leitores estarem já nos preparativos do Reveillon de Ano Novo - manteremos esse padrão, e aproveitaremos para recordar um último filme de Natal da época, no caso o 'remake' de 'Milagre em Manhattan', de 1994.

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Produzido quase cinco décadas após o original (estreado em 1947, e também originalmente intitulado 'Miracle on 34th Street', mas que em Portugal recebeu o título 'De Ilusão Também Se Vive') e chegado aos cinemas nacionais a 16 de Dezembro de 1994 (quase exactamente dois anos após a estreia em Portugal de 'Sozinho em Casa 2', e dois anos antes da de 'O Tesouro de Natal'), o filme traz como principal atractivo para as crianças a presença, no papel principal, da pequena Mara Wilson, actriz que atravessava à época o 'estado de graça' da sua carreira, após a sua auspiciosa estreia em 'Papá Para Sempre', do ano anterior, e que viria também a viver a popular personagem infantil Matilda, dois anos depois; já os adultos tinham no veterano Richard Attenborough, conhecido pelos mais jovens como John Hammond, o milionário excêntrico de 'Parque Jurássico' e aqui coadjuvante da menina, a garantia de uma prestação de qualidade, que lhes mantivesse o interesse até ao final do filme e os impedisse de adormecer em pleno cinema. Juntos, os dois actores são responsáveis por 'aguentar' a grande maioria do filme, auxiliados aqui e ali por Elizabeth Perkins, no papel de Dorey Walker, mãe da pequena Susan, vivida por Wilson.

O resultado é um filme que, sem deslumbrar nem entrar para a História do cinema, cumpre com distinção a sua missão de ser um filme de Natal acima da média e capaz de agradar a toda a família, conseguindo mesmo a proeza de constituir um 'remake' bem conseguido de um clássico intemporal, ainda que sem chegar ao patamar de qualidade do mesmo. Ainda assim, haveria decerto, à época, opções muito piores para passar uma tarde em família no cinema - ou, em anos subsequentes, frente à televisão; como tal, e numa altura em que os serviços de 'streaming' permitem fácil acesso a uma enorme variedade de filmes (de que este não é excepção) nada melhor para as tardes chuvosas que se avizinham do que abrir o Disney + e prolongar por mais uns dias a atmosfera natalícia, enquanto, ao mesmo tempo, se mostra às novas gerações que os filmes de Natal noventistas não se resumem apenas ao inevitável 'Sozinho em Casa'...

29.12.22

Trazer milhões de ‘quinquilharias’ nos bolsos, no estojo ou na pasta faz parte da experiência de ser criança. Às quintas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos brindes e ‘porcarias’ preferidos da juventude daquela época.

E numa altura em que o Natal já passou, mas em que as decorações ainda têm mais duas ou três semanas de 'vida útil' antes de regressarem à caixa e ao armário ou sótão, nada melhor do que dedicar algumas linhas a esse que é, também, um dos elementos indispensáveis da experiência natalícia ocidental, incluindo a portuguesa.

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Com as tradicionais bolas coloridas, metalizadas ou com padrões como símbolo, os enfeites típicos de uma árvore de Natal estendem-se destas aos também populares sininhos, lacinhos e chocolates de pendurar, à indispensável estrela ou anjo para pôr no topo da árvore, ou ainda a decorações menos 'práticas' de carregar e guardar, como os não menos obrigatórios fios de luzes piscantes e guirlandas brancas ou prateadas. Apesar de apenas estes elementos típicos já ajudarem a criar uma árvore de belo efeito, no entanto, uma das características mais memoráveis da decoração do pinheiro de Natal (e respectivo elemento circundante) residia - e talvez ainda resida - nas possibilidades de improviso criativo, de que algumas crianças tiravam o máximo proveito, adicionando ao acervo de enfeites criações feitas à mão (muitas vezes na escola) ou ainda 'quinquilharias' que pouco tinham a ver com a época do ano, como os 'bonecos de agarrar', muito populares nos anos a que este 'blog' diz respeito. Longe de estragarem ou escamotearem o efeito, estes 'desvios' ajudavam a dar às respectivas árvores um toque de personalidade, que as distinguia dos pinheiros 'linha de montagem' existentes em outros lares.

Tal como acontece com o presépio, a decoração da árvore - e respectivo tipo de enfeites e 'quinquilharias' - foi dos rituais que menos inovações e mudanças sofreu ao longo dos anos, permanecendo, hoje em dia, quase imutável em relação ao vivenciado pela geração dos anos 90, ou até pela anterior; e, tal como sucede com a cena da Natividade, resta esperar que este paradigma se mantenha, para que pelo menos uma tradição pré-digital consiga continuar a passar, quase inalterada, de geração em geração...

28.12.22

A banda desenhada fez, desde sempre, parte da vida das crianças e jovens portugueses. Às quartas, o Portugal Anos 90 recorda alguns dos títulos e séries mais marcantes lançados em território nacional.

Numa edição passada desta rubrica, falámos de Mafalda, uma das mais influentes personagens de banda desenhada das décadas de 70, 80 e 90. No entanto, apesar de a contestatária menina ter sido o principal contributo do seu criador, Quino, para a História desta forma de arte, a mesma esteve longe de ser a sua única criação de sucesso, tendo o mercado português sido testemunha de, pelo menos, mais uma: a colecção 'Humor Com Humor Se Paga', cujos últimos volumes completam, neste ano que ora finda, precisamente três décadas sobre a sua edição nacional.

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Os três volumes da série editados nos anos 90

Iniciada ainda nos anos 70, e concluída vinte anos e trinta e seis volumes depois (tendo apenas os três últimos sido editados já nos anos 90), a colecção da Dom Quixote permitiu, aliás, a outros autores que não apenas Quino cimentar a sua marca na indústria portuguesa; Sempé, por exemplo (o co-criador do popular 'O Menino Nicolau' ao lado de René Goscinny, guionista de Astérix) teve direito a vários volumes, além de artistas menos conhecidos, mas dentro do mesmo estilo satírico e 'cartoonesco', como Coco e Palomo. No entanto, a esmagadora maioria dos tomos da colecção trazia, mesmo, autoria de Quino, servindo como uma introdução algo mais 'leve' que Mafalda ao seu inconfundível estilo, através de 'gags' de imagem única, bem ao estilo do que se podia encontrar em muitos jornais mundiais da altura, e declaradamente dirigidas a adultos, afastando assim parcialmente o público infantil que (talvez erroneamente) se afeiçoara e fidelizara à menina da bandolete e aos seus amigos.

Apesar de - por esse mesmo motvo - ser potencialmente menos nostálgico para a juventude portuguesa que a criação principal do desenhador argentino, ou que outros 'ilustres' como Calvin e Hobbes, a série em causa merece, ainda assim, destaque nestas nossas páginas, por alturas do trigésimo aniversário da sua conclusão, por constituir mais um dos inúmeros exemplos da 'era de ouro' dos 'cartoonistas' disponíveis no mercado português.

27.12.22

Porque nem só de séries se fazia o quotidiano televisivo das crianças portuguesas nos anos 90, em terças alternadas, este blog dá destaque a alguns dos outros programas que fizeram história durante aquela década.

A programação natalícia em Portugal é sinónimo de uma série de coisas bem conhecidas: o 'Sozinho em Casa', o Circo de Natal, a missa...e a mais antiga de todas essas tradições, o concurso internacional de canto infantil conhecido como Sequim D'Ouro. Uma espécie de Festival da Eurovisão para crianças (ou, se preferirmos, um 'Mini Chuva de Estrelas' à escala internacional, e sem a vertente 'cosplay') este concurso realiza-se anualmente, sem falta, desde finais dos anos 50 (normalmente em Novembro), e é transmitido de forma igualmente assídua pela televisão estadual portuguesa, como parte da sua grelha de Natal.

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O conceito do concurso requer que cada mini-concorrente (oriundo dos quatro cantos do continente europeu, exactamente como na versão 'dos crescidos') interprete uma música original em duas versões - a primeira na sua língua natal e a segunda em Italiano, a língua do país organizador do concurso; cada interpretação é, depois, julgada por um júri especializado, sendo no final escolhido um vencedor. Um formato simples, e que permite que o foco seja posto onde verdadeiramente deve: nos esforços vocais dos jovens intérpretes, sempre devidamente acompanhados pelo coro infantil residente do Teatro Antoniano de Bolonha, onde o festival é tradicionalmente gravado.

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Durante o auge da sua popularidade, o  boneco Topo Gigio era presença habitual no concurso.

Nos anos 80 e 90, a transmissão anual deste concurso trazia, ainda, o atractivo adicional da presença do Topo Gigio, mascote nativa americana que, à época, gozava de alguma popularidade em Portugal, fruto do programa homónimo que tinha 'apresentado' na RTP, em inícios dos anos 80, e que na década seguinte renovaria essa mesma popularidade ao surgir no programa-estandarte da SIC ao lado de João Baião; só mais um incentivo para as crianças portuguesas sintonizarem a estação estadual no dia de Natal, e assistirem a uma emissão que reunia vários ingredientes perfeitos para a programação desta época do ano, e que continua, ainda hoje (mais de seis décadas após a sua estreia) a afirmar-se como um clássico da mesma, quanto mais não seja pela longevidade e inevitabilidade da sua presença na grelha natalícia nacional, que rivaliza já com a do referido 'Sozinho em Casa' e respectiva segunda parte...

26.12.22

NOTA: As informações contidas neste 'post' têm por base dados recolhidos do 'blog' Topdisco.

Qualquer jovem é, inevitavelmente, influenciado pela música que ouve – e nos anos 90, havia muito por onde escolher. Em segundas alternadas, exploramos aqui alguns dos muitos artistas e géneros que faziam sucesso entre as crianças daquela época.

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Numa altura em que a época natalícia está oficialmente encerrada (ou quase) e em que se caminha a passos largos para o final de mais um ano, achámos por bem embarcar na habitual maré de estimativas, listas e somatórios totais de tudo e mais alguma coisa, ainda que, naturalmente, com o nosso próprio traço distintivo - no caso, o facto de estarmos a analisar os 'tops' musicais nacionais não do ano que ora finda, mas de há, respectivamente, três décadas e um quarto de século (1992 e 1997).

Como se poderá decerto imaginar (sobretudo se se viveu a respectiva era temporal) ambas estas listas são significativamente diferentes, não só das actuais, mas até mesmo entre si; numa época em que a passagem de meia dúzia de anos implicava tendências por vezes diametralmente opostas, não é, de todo, de admirar que as mesmas se reflictam no tipo e volume de discos vendidos nos dois anos em análise. O que, sim, surpreende, são certas outras 'nuances' que se percebem ao analisar os 'tops' lusos de finais do século XX, e que talvez se afirmem como inesperados para os membros mais novos ou distraídos da geração daquele tempo.

O top de 1992, por exemplo, revela a força e influência que a música portuguesa tinha naquela que era uma das suas épocas áureas - suficientes, neste caso, para fazer com que o colosso 'Nevermind', dos Nirvana, fosse destronado não por um, mas por DOIS lançamentos nacionais, que tomavam para si os dois primeiros lugares da parada daquele ano: por um lado, 'Palavras ao Vento', do supergrupo Resistência, e por outro, o histórico 'Rock In Rio Douro', dos GNR cuja popularidade fora cimentada pelo bombástico e memorável concerto dado pelo grupo no antigo Estádio de Alvalade, em Abril daquele ano (ambos, aliás, lançamentos a que, paulatinamente, daremos atenção neste mesmo espaço.)

Atrás destes dois marcos do pop-rock nacional (e do ainda mais marcante documento histórico de Cobain e companhia) perfilavam-se discos de alguns dos 'suspeitos do costume' da época, dos Scorpions, Simply Red e Guns'n'Roses (todos então ainda em alta) aos 'recuperados' ABBA e Queen (que surgiam em dose dupla, com o excelente 'Greatest Hits II', uma das melhores colectâneas de rock de sempre, e o não menos clássico 'Live at Wembley '86'); e apesar de nenhum dos outros oito representantes da lista ser oriundo de Portugal, nada pode retirar aos dois grupos do topo a sensação de triunfo e 'conquista' do seu próprio país, bem como de 'dever cumprido' na prossecução de um marco histórico para a música portuguesa.

O triunfo da língua portuguesa sobre propostas internacionais cantadas em inglês é, aliás, uma característica em comum entre as duas tabelas em análise, já que também o 'top' de 1997 apresenta o padrão de dois discos lusos situados acima de um 'colosso' de vendas oriundo do estrangeiro. Neste caso, os dois 'conquistadores' são 'Quase Tudo' de Paulo Gonzo - cujo sucesso foi, em grande parte, movido pelo sucesso retumbante da regravação do mega-êxito 'Jardins Proibidos', ao lado de Olavo Bilac, dos também mega-populares Santos e Pecadores - e 'Saber A Mar', dos perenes Delfins, ambos os quais se superiorizaram, em território luso, ao fenómeno Spice Girls, cujo histórico álbum de estreia não logrou ir além do terceiro lugar.

Já as restantes posições reflectiam um domínio ainda maior da música portuguesa em relação a cinco anos antes, já que - além dos dois artistas de topo - também o super-projecto Rio Grande e o malogrado António Variações se lograram 'imiscuir' no top, onde a língua portuguesa era, ainda, representada pela brasileira Daniela Mercury, cujo clássico 'Feijão com Arroz' continuava, um ano depois, a mover unidades no mercado nacional. Do contingente internacional, além do 'girl group' britânico, marcavam presença na tabela Andrea Bocelli (uma daquelas 'anomalias' que por vezes acontecem no mercado 'pop'), os rapidamente esquecidos Kelly Family, e a 'resposta' masculina às Spice Girls, os Backstreets Boys, que davam então os primeiros passos daquilo que seria uma célere e bem-sucedida caminhada rumo ao mega-sucesso internacional.

Duas listas muito diferentes, portanto, mas que continham, ainda assim, um ponto em comum - a presença de (boa) música portuguesa entre os maiores sucessos de vendas, uma tendência que se viria a verificar progressivamente menos com o passar dos anos e das décadas. Também por isso, os dois tops servem como uma interessante 'cápsula temporal' das sociedades portuguesas de inícios e finais dos anos 90, tão diferentes entre si como o são da actual - e não apenas no mundo da música...

25.12.22

Ser criança é gostar de se divertir, e por isso, em Domingos alternados, o Anos 90 relembra algumas das diversões que não cabem em qualquer outra rubrica deste blog.

Se o dia 24 de Dezembro era (e é) normalmente dedicado às jantaradas e outras tradições ligadas à Consoada, o dia 25 tinha - tanto para as crianças dos anos 90 como para as de hoje em dia - apenas um propósito: experimentar todos os brinquedos e presentes encontrados debaixo da árvore.

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Fossem peluches, figuras de acção, Barbies, Nenucos, LEGOs, Playmobil, Pinypons, pistas de corridas, carrinhos de empurrar ou telecomandados, jogos de tabuleiro, uma das muitas consolas 'da moda' ou até algo maior, como um 'skate', bicicleta, kart a pedal, veículo eléctrico ou par de patins em linha, a tudo era dada a sua quota-parte de atenção, pelo menos até um dos presentes ser eleito 'favorito' e monopolizado em detrimento de todos os outros. E mesmo que, um dia ou dois depois, o interesse na maioria dos referidos presentes tivesse, normalmente, decrescido consideravelmente, aquele dia 25 era, invariavelmente, mágico, repleto de possibilidades e com a imaginação como único limite. É em memória desse anos que desejamos a todos os nossos leitores um Feliz Natal.

24.12.22

As saídas de fim-de-semana eram um dos aspetos mais excitantes da vida de uma criança nos anos 90, que via aparecerem com alguma regularidade novos e excitantes locais para visitar. Em Sábados alternados (e, ocasionalmente, consecutivos), o Portugal Anos 90 recorda alguns dos melhores e mais marcantes de entre esses locais e momentos.

Os Sábados marcam o início do fim-de-semana, altura que muitas crianças aproveitam para sair e brincar na rua ou no parque. Nos anos 90, esta situação não era diferente, com o atrativo adicional de, naquela época, a miudagem disfrutar de muitos e bons complementos a estas brincadeiras. Em Sábados alternados, este blog vai recordar os mais memoráveis de entre os brinquedos, acessórios e jogos de exterior disponíveis naquela década.

As 48 horas da Consoada conformam ainda hoje, para a maioria dos portugueses, uma série de tradições e rituais, normalmente levados a cabo sempre na mesma ordem; e, destas, uma das principais, tanto nos Anos 90 como hoje em dia, serve como uma espécie de 'dois-em-um' entre Saída ao Sábado e Sábado aos Saltos.

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Falamos do jantar de Natal em família, uma Saída de Sábado que subentende, normalmente, uma reunião de parentes de vários quadrantes da 'árvore' familiar - não só os pais e avós, mas também os tios, primos (direitos e em segundo grau) e outras figuras apenas esporadicamente vistas durante o ano; e, claro, casa cheia significa, para os membros mais novos da família, mais oportunidades de passar um belíssimo Sábado aos Saltos na companhia dos primos e outros familiares da mesma idade - mesmo antes de abertas as prendas, à meia-noite ou no dia seguinte, conforme a tradição. E no final, claro, há o jantar propriamente dito, com as suas iguarias (sejam elas peru, bacalhau ou cabrito) e sobremesas típicas desta época do ano, que continuam a tornar esta parte da experiência da Consoada tão memorável para as gerações actuais como foi para a dos seus pais, e resistente a todas e quaisquer mudanças sociais verificadas nos últimos trinta anos.

 

23.12.22

Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas, recordamos aqui alguns dos mais marcantes.

Apesar de a principal vertente da sua fama ter surgido no contexto do cinema de acção - do qual foi um dos grandes heróis durante os anos 80 e 90, tendo participado numa série de filmes marcantes do género - Arnold Schwarzenegger atravessou, no início e meados da última década do século XX, uma fase em que se tentou, também, afirmar como actor de comédia, tirando proveito do seu aguçado 'timing' cómico; e a verdade é que esta experiência, apesar de nem sempre totalmente bem conseguida, não deixou de render pelo menos um verdadeiro clássico, no excelente 'Um Polícia no Jardim-Escola', lançado logo em 1990. E apesar de os filmes seguintes do actor no mesmo registo - como 'Júnior' ou 'O Último Grande Herói' - não terem conseguido o mesmo sucesso, 'Arnie' viria, ainda, a contribuir para mais um filme de culto entre a juventude dos anos 90, bem como entre os fãs dos filmes de Natal. É desse filme, que completou esta semana vinte e seis anos sobre a sua estreia em Portugal, que falaremos nesta última Sexta de Sucessos antes da Consoada.

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Trata-se de 'O Tesouro de Natal' ('Jingle All The Way' de seu título original) estreado em terras lusas a 20 de Dezembro de 1996, numa altura em que a imagem de Schwarzenegger era, ainda, suficiente para 'vender' filmes por si só. E a verdade é que, sem 'Arnie', este filme talvez nem tivesse adquirido o estatuto de 'meme' 'tão mau que é bom' de que hoje goza, já que é das 'caretas' e dichotes de efeito do actor que advêm os momenos mais memoráveis da película, ficando as intervenções sem graça do insuportável Sinbad e restantes tentativas falhadas de fazer rir a audiência algo 'esquecidas' por comparação.

Schwarzenegger é responsável por muitos dos melhores momentos do filme.

Tal como existe, e longe de ser um bom filme ou merecer o estatuto de clássico da época natalícia gozado por filmes como 'Gremlins', 'O Estranho Mundo de Jack' ou o binómio 'Sozinho em Casa', 'O Tesouro de Natal' vale o visionamento apenas pela exibição tresloucada de 'Arnie', ao estilo das que tornam, hoje, conhecido Nicolas Cage, mas bastante mais intencional, e que transforma uma comédia de Natal comercial e medíocre em algo ainda hoje lembrado - ainda que ironicamente - por toda a geração que a ela assistiu há um quarto de século.

22.12.22

Todas as crianças gostam de comer (desde que não seja peixe nem vegetais), e os anos 90 foram uma das melhores épocas para se crescer no que toca a comidas apelativas para crianças e jovens. Em quintas-feiras alternadas, recordamos aqui alguns dos mais memoráveis ‘snacks’ daquela época.

No mundo dos negócios - como, aliás, em muitos outros - a marca de trinta anos é tão respeitável quanto rara. Àparte os grandes conglomerados e as marcas já bem estabelecidas no mercado internacional, é pouco frequente ver uma loja ou serviço manter-se não só 'viva' como 'bem de saúde' do ponto de vista financeiro durante um período de tal forma alargado - o que faz com que seja ainda mais de louvar quando tal facto se verifica, e duplamente em tratando-se de um negócio de moldes mais 'locais'.

Serve este preâmbulo para justificar o desvio momentâneo dos assuntos natalícios, a fim de aproveitar esta última oportunidade para celebrar os trinta anos de uma companhia que marcou a infância e adolescência de toda uma geração de portugueses - a Telepizza, que completou este ano, precisamente, três décadas de existência no mercado alimentar e de 'fast food' português.

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Foi, de facto, em 1992 (um par de anos antes do McDonald's e depois da grande rival Pizza Hut) que a pizzaria cujo 'segredo está na massa' 'saltou a fronteira' da vizinha Espanha, onde surgira cinco anos antes, para fazer concorrência à 'monopolista' 'Cabana das Pizzas', e se tornar sinónima com a entrega ao domicílio deste tipo de alimento em território nacional. Com a sua 'receita secreta' de base para a massa (cujo resultado final era tão bom ou melhor que o da concorrente), o seu delicioso pão de alho e os preços bem mais 'simpáticos' que os da 'Cabana', a companhia ibérica não tardou a 'cair no gosto' dos portugueses, assumindo-se como líder na entrega ao domicílio (posto de que ainda hoje goza) e tornando-se tão omnipresente nas principais localidades do nosso país, que muita gente erroneamente acreditou tratar-se de um negócio fundado em Portugal.

O passo seguinte passou, naturalmente, pela internacionalização, ainda que tenha levado à pizzaria ibérica mais de duas décadas a extravasar as fronteiras ibéricas, e a abrir novas lojas, primeiro na América Central e do Sul, e mais tarde em países da Europa (nomeadamente o Reino Unido e a Polónia) e do Médio Oriente e Ásia do Sul. Para muitas ex-crianças portuguesas dos anos 90 e 2000, no entanto, esta companhia continuará a ser, ainda e sempre, aquela que trazia a casa, ao fim de semana, o tão esperado e apreciado disco de massa de pão com 'toppings', pronto a ser 'devorado' em família. Parabéns, Telepizza - e que contes ainda muitos mais!

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