20.12.21
NOTA: Dada a relevância temporal deste 'post', a Sessão de Sexta e as Segundas de Sucessos foram, temporariamente, trocadas. Se ainda não leram o post sobre música desta semana, podem fazê-lo aqui.
Os anos 90 estiveram entre as melhores décadas no que toca à produção de filmes de interesse para crianças e jovens. Às sextas (e, ocasionalmente, às segundas), recordamos aqui alguns dos mais marcantes.
O cinema português não é, nem nunca foi, conhecido pelas suas produções 'mainstream'; pelo contrário, a maioria das obras de realizadores nacionais são de índole muito, muito 'indie', e normalmente até algo pretensiosos, sendo portanto muito pouco apelativos para o público jovem.
Ainda assim, de quando em quando, a filmografia nacional lá vai produzindo uma ou outra película mais 'palatável' para as demografias de menor idade - e, nos anos 90, estrearam nas salas nacionais não um, mas dois exemplos disto mesmo. De um deles, 'Zona Jota', já falámos num post anterior neste blog; o outro celebra hoje, dia 20 de Dezembro, exactos vinte e cinco anos, tornando-o no tópico ideal para a rubrica desta semana.
Trata-se de 'Adeus, Pai', filme realizado por Luís Filipe Rocha e que proporcionou o papel de estreia a José Afonso Pimentel, então com a mesma idade do personagem que protagoniza - Filipe, um jovem de 13 anos cujo relacionamento com o pai, Manuel, vivido pelo veterano João Lagarto, constitui o centro dramático do filme.
Os dois protagonistas do filme
Apoiado num enredo simples mas eficaz, e tirando o máximo partido das pitorescas paisagens dos Açores, onde a acção se desenrola, 'Adeus, Pai' é, como já referimos, um filme de digestão algo mais fácil do que a média das películas nacionais (particularmente as da época) ainda que de estética marcadamente europeia, e concretamente latina - do ponto de vista técnico, o filme tanto poderia ser italiano ou espanhol como português. Não será, talvez, o tipico filme de Natal para ver em família, mas como obra cinematográfica, envelheceu marcadamente bem, e não deixa portanto de constituir uma escolha de bastante valor para quem procure algo diferente (e um pouco mais 'arty') com que passar o tempo nesta quadra.